Nightfall escrita por Lafayette


Capítulo 2
02. O inesperado.


Notas iniciais do capítulo

Ei, galerinha do bem! Como vocês estão?

Pode acontecer de vocês ficarem confusos por causa do salto grande de anos na estória, mas sempre haverá flashbacks explicando tudo que aconteceu, como a Peyton conheceu o Bobby, Dean e Sam e etc...

Espero de coração que gostem.
Qualquer erro ortográfico me avisem nos comentários ou MP, eu realmente não ligo, muito pelo contrário, agradeço. Hshshs

É isso! Boa leitura. ♥



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02. Inesperado.

Janeiro, 2005.

Peyton estremeceu, sentindo a brisa gélida da madrugada soprando contra seu corpo severamente, fazendo que apertasse o casaco negro mais contra si, buscando se aquecer, porém não tendo sucesso. Mas, quase sorriu de alegria ao ver a entrada da casa noturna a poucos metros, pois estava sendo difícil se manter equilibrada naqueles saltos altos, enroscando no concreto irregular da calçada. Respirou fundo, percebendo o grande movimento de adolescentes próximo a boate quase escondida em uma viela estreita. Começou a escutar as risadas e assobios do grupo de homens quais conversavam no grupo fechado ao lado, acelerou o passo, sentindo a raiva florescer dentro de si. Odiava caras inconvenientes, nenhuma mulher era obrigada a escutar elogios repugnantes e baixos. Ainda assim, escolheu ignorar, parando na faixada do lugar, atravessando a fila e parando ao lado do segurança.

Não precisou de muito esforço, pois o homem caucasiano de quase dois metros, responsável pela segurança, fitou-a da cabeça até os pés, sorrindo com malicia. A mulher sorriu insinuando uma segunda intenção, repreendendo a vontade de rolar os olhos. Facilmente conseguiu acesso rápido para dentro do estabelecimento. Peyton percorreu o pequeno corredor com cheiro forte de perfume doce, esbarrando nos casais de todos os tipos, agarrados pelos cantos de forma explicita. Retirou o casaco, sentindo o clima abafado apoderar do seu corpo. Talvez estivesse ficando velha para frequentar aqueles tipos de lugares, porque queria ir embora mais rápido possível. Sempre evitava lugares muito cheios, com fumantes e principalmente jovens eufóricos, como aquele, onde metade do público era menor de idade.

Chegou à pista de dança lotada, procurando alguma forma de chegar até o bar do outro lado. Avistou as laterais mais vazias, contendo apenas mais casais se beijando. Conseguiu andar com um pouco de dificuldade dentre a multidão, alcançando seu objetivo. Pendurou o casaco no banco alto, acenando a bartender loira, fazendo o típico pedido de Martine. Logo a taça enfeitada foi entregue, Peyton pagou, retirando o canudo e virou o liquido numa só vez, sentindo a bebida gelada formando uma trilha ardente pela sua garganta. Precisava espairecer, continuar tendo sangue frio se quisesse finalizar aquilo de uma vez.

— Pensei que não viria hoje. — escutou a voz grossa masculina, quase sussurrando ao seu ouvido de forma cativante. Prendeu a respiração, fechando os olhos, sentindo o arrepio gélido na sua espinha, deixando-a incomodada.

— Eu devo perguntar o motivo? — respondeu da mesma forma, virando um pouco seu rosto, ficando rosto a rosto com o homem ruivo, fitando os olhos negros quase opacos, disfarçando o tom de malícia.

— Bem, eu não costumo conversar mais do que uma noite com mulheres, mas você tem sido uma grande exceção nos últimos três dias. — o desconhecido sorriu sarcástico, sentando-se no banco ao lado, pedindo mais duas doses de uísque por sua conta. 

— Fico honrada com esse comentário. — mordeu o lábio inferior, aceitando a dose de bebida.

Peyton virou a dose rápido, ignorando o frio na barriga, reparando na altura exagerada dele. Seus cabelos eram castanhos, arrumados no topete discreto, porte forte e vestimentas extremamente elegantes de grife para quem frequentava lugares como aquele. Ele era muito bonito e atraente, por onde passava deveria atrair olhares femininos, ainda mais pela forma misteriosa e charmosa qual agia. A isca perfeita ao público feminino.

— Acho que esses três dias foram bons, mas estou começando a ficar chateada por não elevarmos a mais um nível. — Peyton arriscou colocar sua mão no peitoral do homem, passando a língua entre os lábios pintados de vinho, recebendo outro sorriso interessado. — Mas, antes qual é o seu nome, misterioso?

— Gosto do seu modo direito. — elogiou. — Charles Maddox. E o seu?

— Peyton. — ela limitou-se a responder apenas seu primeiro nome.

— Um nome forte, combina com você. — Charles comentou, deixando a gorjeta rechonchuda em cima do balcão. Retirando a mão delicada feminina de seu peitoral e levando ao lugar mais baixo.

— Então, por que não pulamos a parte de conversar e vamos direto ao ponto? — ela questionou entendendo o que aconteceria a partir dali.

Charles aceitou, sem falar mais nada, levantou-se, entrelaçando sua mão a dela. Peyton sentiu seu coração disparar, recebendo a dose de adrenalina extra, precisava se preparar e não demonstrar o nervosismo. Estava surpresa consigo mesma, mantendo calma e concentrada, poderia investir em trabalhar como atriz, caso escolhesse outra profissão algum dia. Suspirou, acompanhando-o, confiante, havia passado semanas planejando tal momento. Não queria falhar, arruinando seu plano minucioso.

A caçadora não gostava de usar sua sensualidade para conseguir êxito em suas caçadas, mas aquele caso em especial exigia aquele detalhe. Charles era um vampiro obcecado por mulheres de sua faixa etária. O bastardo seduzia sempre as vítimas usando o bom papo em casas noturnas, convencendo-as sempre a irem ao lugar mais reservado, sendo assim acontecia o ataque, depois assistia agoniza-las até a morte. Ela só de pensar sentia náuseas pela criatura. Por isso, decidira usar a beleza, todos os relatos de testemunhas citavam o cara com mesma aparência.

O mesmo empurrou a porta dos fundos da boate, saindo no beco imundo, deserto e com pouca iluminação. Charles sem nenhuma delicadeza, prensando-a contra a parede gelada, abaixando as alças de seu vestido, distribuindo beijos por seu pescoço. Peyton fingiu ofegar, revirando os olhos de nojo, enquanto passava uma mão na nuca do homem e a outra seguia para a adaga escondida no forro da peça de maneira pensada.

— Ei, vamos com calma. — a mulher afastou-o com calma, arqueando uma sobrancelha e invertendo as posições. — A pressa é nossa última preocupação.

Pareceu concordar, a caçadora selou seus lábios aos dele, permitindo que o beijo se aprofundasse, por mais longe qual o quisesse de si. Manteve os olhos abertos, notando como parecia entretido. Pegou lentamente a adaga de prata, posicionando a faca na altura do seu abdômen, não poderia mais enrolar. Vamos, lá. Pensou consigo mesma, cravando no ato involuntário a lâmina na carne do vampiro, que se afastou rapidamente, um pouco confuso. Olhando para ela e depois a mão manchada de sangue.

— O que você...? — perguntou furioso, ficando com os olhos avermelhados e mostrando os dentes pontiagudos. — Vadia! Eu vou matar você!

— Infelizmente você não vai conseguir. — Peyton disse vitoriosa, se afastando e caminhando até a lixeira ao lado, pegando o machado escondido pouco tempo antes, ela havia pensado com em todos os detalhes. — Isso é por Hannah, Madison, Caroline e todas outras mulheres que você torturou. Queime no inferno!

 — Você vai morrer. — vociferou, cambaleando na sua direção, arrancando uma risada profunda da caçadora.

Cravou o machado na cabeça do homem com toda sua força, fazendo que a cabeça do vampiro voasse longe, sujando uma boa quantidade de sangue no seu vestido. Recolheu a adaga caída no chão e o machado, limpando na camiseta social do homem, sentindo-se suja, porém feliz pelo resultado. Aquele maldito nunca mais machucaria alguém. Tirou os saltos, caminhando descalça mesmo pela rua também deserta, chegando ao seu carro estacionado há algumas quadras. Adentrou a caminhonete, dando partida e seguindo para o motel barato qual ficara hospedada.

Em menos de dez minutos já estava dentro do quarto, tirando suas roupas no percurso até o banheiro e entrou no chuveiro, tomando um banho demorado e fazendo sua higiene bucal, querendo se livrar daquela sensação de estar suja. Depois colocou um conjunto de moletom mais confortável e quentinho, escutando seu celular tocando na bolsa, estranhando receber uma ligação naquele horário, pegou o aparelho vendo o nome de Bobby, estampado.

— Peyton? — escutou a voz familiar do outro lado da linha, ficando preocupada. Bobby nunca ligava mais do que duas vezes no mesmo dia.

— Ei, Bobby. — respondeu, amarrando seu cabelo e crispando o cenho. — Aconteceu alguma coisa? Tá tudo bem?

— Se acalme filha. — tentou tranquiliza-la, mas tendo o tom de voz diferente, parecendo irritado. — Eu preciso que volte para casa mais rápido possível, nós estamos precisando de ajuda.

— Nós? — repetiu confusa, não entendendo exatamente. Bobby nunca falava nada no plural, muito menos em ajudar alguém. O velho respirou impaciente como sempre fazia.

— Apenas venha para casa. — foi o que respondeu antes de desligar e deixar a caçadora desentendida. Como ele conseguia ser tão grosso?

Bufou frustrada, sabendo que não iria poder descansar aquela noite, estava em Pierre, na capital, por sorte ficava a menos de três horas de Sioux Falls. Começou a arrumar suas malas, organizando as coisas e fechando a conta no motel, usando o cartão clonado. Comeu alguma coisa na lanchonete perto, pegando a estrada pouco tempo depois, verificou o relógio percebendo que se passavam das duas horas da manhã.

Quando avistou a placa de boas-vindas de sua cidade, suspirou aliviada. Estava cansada. O amanhecer já começava aparecer no horizonte, causando uma bela vista, Peyton desligou o aquecedor, abrindo as janelas e aproveitando o momento de serenidade. Logo virou na rua repleta de casas, avistando o ferro velho quase fechado, manobrou o veículo, entrando na extensão do terreno, estacionando sua caminhonete atrás do carro de Singer. Desceu, pegando suas malas, sendo recepcionada por Bailey, sua cachorra vira-lata e o outro cachorro de Bobby. Fez carinho neles, indo até a entrada da casa, escutando as vozes quase exaltadas.

Abriu a porta aos poucos, fazendo que as vozes cessassem. Deixou a mala em cima da cadeira na cozinha, seguindo até a sala, exausta. Olhou para Bobby sentado atrás de sua mesa, qual fazia seu “escritório” particular, notou a expressão séria do mais velho, olhando para algo acima do seu ombro. Peyton girou seus calcanhares, encontrando os pares de olhos surpresos cravados em sua fisionomia. Involuntariamente seu corpo gelou no lugar, enquanto as borboletas surgiam dentro de si e o coração parecia saltar do peito. Enquanto o outro também parecia enfrentar as mesmas sensações.

— Dean. — murmurou quase inaudível.

— Ei, Peyton. — ele cumprimentou sério, se recompondo ainda mais rápido do choque em revê-la.


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