A menina de cachos dourados encontrava-se em estirada em uma cama de hospital, escapou por pouco de um traumatismo craniano e estava desmaiada por três dias. Começou a abrir os olhos lentamente com uma dor de cabeça insuportável, olhou a sua volta a claridade da grande janela encontrada no quarto incomodava Annabeth percorreu seus olhos pelo cômodo viu um banheiro pequeno, uma poltrona pouco confortável a garota olhou para baixo e viu roupas verdes de hospitais e logo tudo veio a sua mente

Flashback on

Era sexta-feira a noite Annabeth estava deitada em sua cama lendo um livro porém a mente da garota encontrava-se em outro lugar já eram nove horas e Frederick ainda não havia chegado e isso a preocupava, ele sempre chegava as oito horas e quando se atrasava era porque estava com problemas no trabalho isso significava que ele precisava descontar em alguém e esse alguém seria Annabeth como ele sempre fazia. Os olhos da garota teimavam-se em fechar ela estava cansada mais se ele chegasse e encontrasse Annabeth dormindo seria muito pior do que se ela estivesse acordada. Poucos minutos depois ouviu – se a porta de entrada da grande casa bater com brutalidade, Annabeth sabia que ela estava ferrada iria apanhar muito naquela noite. Ouviu os passos pesados e raivosos do pai vindo em direção ao seu quarto, a garota fechou os olhos e escutou aquela risada pavorosa de seu pai abriu os olhos novamente e o viu parado na porta do quarto os olhos faiscando de raiva e o sorriso cínico estava em seus lábios.

—Tive um dia muito estressante hoje Annabeth – falou Frederick calmamente enquanto tirava o terno e arregaçava as mangas da camisa social até os cotovelos - Tive várias reuniões e muitos problemas – falou se aproximando e agarrando os cabelos das garotas a arrastando da cama até o chão gelado, Annabeth sentia o coro cabeludo queimar mas ela tinha que ser forte não podia chorar tão cedo assim o pior ainda estava por vir.

—Está com medo querida? – falou Frederick sarcasticamente gargalhando alto, Annabeth não respondeu só fechou os olhos desejando que tudo acabasse logo. Frederick agarrou os cabelos novamente só que dessa vez com mais brutalidade e força, Annabeth apertou os olhos com mais força, logo Frederick batia com a cabeça da garota contra a bancada de vidro. Annabeth sentiu a testa arder e o vidro gelado rachar –se, ele nunca havia feito isso antes. Repetiu o ato mais duas vezes a essa altura Annabeth já chorava compulsivamente, logo estava caída no chão e escutava as risadas de Frederick abriu os olhos com dificuldade ela sentia um líquido quente escorrendo pela sua cabeça, baixou sua cabeça para o chão onde estava e aquele que era branco estava vermelho sua visão estava embaçada e suas pálpebras iam fazendo força para se fechar. Depois de cinco minutos assim a garota viu tudo preto e apagou.

Flashback off

Depois daquela cena horrível se passando em sua mente Annabeth tentou se levantar mas na mesma hora ficou tonta e voltou a se sentar na cama e logo uma enfermeira veio ao seu encontro.

—Não se esforce querida, você esteve apagada por dois dias escapou por pouco de um traumatismo craniano – falou a gentil moça ajudando a garota a se deitar.

— O que aconteceu? – perguntou Annabeth, a garota estava curiosa para saber qual era a história que Frederick havia inventado dessa vez

—Não se lembra querida? Você tropeçou e bateu de cabeça em uma mesa de vidro – falou a enfermeira mexendo no travesseiro de Annabeth tentando deixá-la mais confortável.

—Ah – foi tudo o que Annabeth conseguiu dizer

—Vou chamar o médico querida, creio que possa ter alta amanhã – falou a moça retirando-se

Annabeth ficou se perguntando como as pessoas não viram aquela enorme quantidade de hematomas em seu corpo, provavelmente Frederick deveria ter subornado o hospital típico dele pensou Annie. O barulho da porta se abrindo fez Annabeth despertar dos pensamentos, era o médico que entrava apressado com um sorriso no rosto.

—Olá – disse ele, olhou na prancheta que estava em sua mão – Annabeth, como se sente?

—Um pouco tonta mais fora isso bem – respondeu a garota com sinceridade

—Muito bem, hoje mesmo você terá alta só vou fazer um exame rápido para verificar se está tudo ok – falou o rapaz

—Claro – respondeu Annabeth quase não prestando ao que o médico dissera

— Ah vou deixar seu pai entrar – falou o médico, Annabeth ficou mais branca do que o normal e seu sangue gelou.

—Essa foi por pouco em filhinha, tem estado tão desastrada ultimamente – falou Frederick sarcasticamente e riu

— Muito engraçado papai – respondeu a garota no mesmo tom sarcástico que o pai

—Tem uma emo ridícula na sala de esperas querendo te ver – falou Frederick secamente

—Ela não é ridícula – rosnou Annabeth com raiva – Peça para ela entrar – continuou a garota com raiva

—Onde estão seus modos Annabeth! Qual é a palavra mágica? – perguntou Frederick novamente sarcástico, rindo com a cara que a garota fez de repulsa deixou a sala onde a mesma estava. Como ele pode ser tão cínico? Se perguntava Annabeth

—Annie! – gritou a morena correndo em direção a amiga e a abraçando fortemente – Nunca mais pense em fazer isso de novo Annabeth Chase! – falou Thalia enraivecida cruzando os braços olhando para a amiga preocupada, Annabeth sabia que havia deixando a amiga sem dormir provavelmente durante todos esses dias que estivera apagada.

Thalia Grace era também uma menina de dezesseis anos que estudava na escola de Annabeth, as duas se conheceram a dois anos atrás. Thalia era morena, com olhos azuis elétricos, era magra, tinha bastantes curvas e seios fartos, se vestia com roupas pretas e sempre usava maquiagem pesada no rosto. Annabeth e Thalia eram melhores amigas, porém Thalia não sabia do problema que Annabeth passava com o pai a única coisa que a morena sabia era que a mãe de Annie, como a gostava de chamar, morreu de leucemia quando a mesma tinha seis anos.

—Desculpe amiga, mas você me conhece sou muito desastrada! – falou a loira tentando permanecer a história que o pai contara sobre ela ter tropeçado e batido com a cabeça na mesa de vidro.

—Eu sei amiga, eu sei, tem que ter mais cuidado! – falou Thalia sentando na borda da cama em que Annabeth estava deitada

—Eu sei, o médico falou que eu vou ter alta hoje. O que aconteceu enquanto eu estava apagada? – perguntou Annie se sentindo melhor pela companhia da amiga.

—Nada de mais, na escola continua a mesma idiotice de sempre aqueles populares ridículos, aquela puta da Dare está ficando com um garoto diferente agora, como se fosse surpresa todo dia ela está com um novo – falou a morena revirando os olhos – Bom... Entrou um garoto novo, o nome dele é Perseu Jackson eu dou uns dois dias para ele virar popular e ser o próximo ficante de Rachel – continuou Thalia

—Deixa eu adivinhar, tem olhos azuis ou verdes, é musculoso, tem o cabelo loiro e logo vai fazer teste para o time de basquete? – perguntou Annie, ela e Thalia odiavam com todas as forças os populares eles eram mentidos, fúteis, ricos e mimados além do que implicavam muito com as duas.

—Ele tem olhos verdes, por incrível que pareça não é loiro ele é moreno e aposto que já colocou o nome para o treino de basquete – falou Thalia sorrindo

—Típico... – murmurou Annie a amiga assentiu com a cabeça

—Com licença meninas, senhorita Grace posso pedir para que sente-se na poltrona por favor para que eu possa fazer um exame rápido na senhorita Chase para dar logo alta a ela – disse o médico entrando na sala

—Claro – disse Thalia fazendo o que o médico pedira

—Bem Annabeth só vou pedir que acompanhe a luz da lanterna por favor – pediu o médico e ela assentiu , o mesmo começou a passar uma luzinha amarela perto dos olhos da garota que os seguia sem dificuldade.

—Muito bem, está ótimo vou assinar o papel, pode ir se trocando – disse o rapaz retirando –se da sala

—Quer que eu te ajude? – perguntou Thalia

—Não amiga obrigada - agradeceu a amiga se levantando e indo em direção ao banheiro onde encontrou suas roupas não demorou muito e já estava pronta para sair.

—E então vamos ter que comemorar a sua saída do hospital – disse a morena animada se agarrando ao braço da amiga assim que ela saiu do banheiro

—Claro que vamos – respondeu Annie sorrindo

— Receio que não será possível, você terá que ficar em repouso Annabeth – disse o médico fazendo um sinal para as meninas o seguirem

—A que médico chato – reclamou Thalia

—Não esquenta, agente vai – falou Annabeth com um sorriso nos lábios

—Senhor Frederick tem que deixar Annabeth de repouso por hoje, se ela tiver dor de cabeça volte com ela imediatamente por favor – pediu o médico dando uma prancheta para Frederick que fez um rabisco o que provavelmente era sua assinatura e entregou novamente ao doutor.

—Estão liberados – disse o rapaz depois saindo apressado pelos corredores

—Frederick não vai se incomodar se eu sair com Thalia vai? – perguntou Annabeth sabendo que o pai não se importaria se ela tivesse que descansar ou não

—Claro que não Annabeth, desde que eu não tenha que ir te levar pra algum lugar – respondeu Frederick secamente, Thalia já estava acostumada com essa atitude do senhor Chase mais sempre achara estranho o fato dois dos se tratarem como se não fossem pai e filha.

Assim Frederick foi para um lado da rua enquanto as garotas iam para outro, Thalia e Annabeth pretendiam ir para o mesmo lugar que sempre iam juntas, a sorveteria a uma quadra de onde Annabeth morava aquele era o local preferido das duas.

—Seu pai não se importa com o que o médico disse não Annie – perguntou Thalia deixando a loira desconfortável

—Eu não quero falar disso Tha – respondeu apressadamente Annabeth

Sempre era a mesma coisa, quando Thalia fazia pergunta a Annie sobre o pai ela logo desviava de assunto. Como a amiga havia acabado de sair do hospital a morena resolveu não insistir dessa vez.

—Hum... Porque você acha que os populares agem daquele jeito? – perguntou Thalia tentando quebrar o silencio entre as duas

—De que jeito, tipo nojentos, irritantes, idiotas, como se mandassem em tudo? – perguntou Annabeth arqueando as sobrancelhas

—É – falou

— Sei lá, eles só querem chamar atenção! – falara Annabeth enquanto viravam a esquina

—Hum... Eu prefiro mil vezes ser assim, do que ser como um deles – falou a morena

—Concordo amiga – disse Annie entrando na sorveteria seguida por Thalia

—O mesmo de sempre? – perguntou Annie

—Claro – respondeu

As duas pediram o que sempre pediam todas as vezes que iam lá, uma taça de sorvete enorme com três bolas cada uma de um sabor diferente, em cima das bolas de sorvete tinha palitinhos de chocolate, jujubas e uma calda também de chocolate. Sentaram-se na mesa mais isolada num cantinho da sorveteria, as duas se divertiam enquanto comiam e riam abertamente.

Enquanto isso um garoto de olhos verdes caminhava distraidamente há duas quadras dali com as mãos no bolso da calça jeans e tinham um ar pensativo. Não tinha amigos ali, havia acabado de se mudar com sua mãe Sally Jackson e o pai do menino havia o abandonado quando era pequeno. Percy sentia-se atordoado naquele lugar, ele so queria ter seu pai com ele quem sabe assim a mãe não teria sofrido tanto. Sally era uma mulher doce e sempre se sacrificou para dar tudo o que Percy precisava, a mãe era uma médica e quase não tinha tempo para ficar com o mesmo. Ele sabia que ela fazia tudo isso para dar a ele uma boa condição de vida, porém as vezes queria um pouquinho mais de atenção da mãe. O moreno havia se distraído tanto com os pensamentos que acabou percebendo que se afastara demais de onde morava e como era novo na cidade ainda não sabia direito como voltar pra casa. Do outro lado da rua avistou uma sorveteria e resolveu entrar, tomar um sorvete e depois tentar pedir alguma informação. Atravessou a rua e entrou na sorveteria que não estava muito cheia, tinha um casal de idosos em uma mesinha e um garoto com um laptop perto deles bem no quanto da sorveteria ele via duas garotas rindo muito ele reconheceu a que parecia uma punk como uma garota que ele viu na aula de química mais a outra ele não soube identificar. Ela era muito bonita, Percy ficou parado na porta da sorveteria olhando a garota loira, ela parecia um anjo era bonita mais não era como as garotas do colégio, essa não precisava se vestir vulgarmente para parecer atraente, também não precisava passar maquiagem alguma.

Annabeth e Thalia continuavam distraidamente rindo e devorando a taça de sorvete que haviam pedido.

—Ai meu deus! Não acredito, Annie é o Percy – respondeu Thalia se encolhendo na cadeira, Percy que continuava parado perto da porta percebeu a atitude da punk como ele a reconhecera e franziu o cenho

— Que Percy? – perguntou Annabeth

—O Percy Jackson que eu te falei amiga, ele ta parado ali na porta! – respondeu a morena se encolhendo mais na cadeira. Annabeth se virou e o viu, quase deixou a boca abrir, ele era lindo era diferente dos outros garotos da escola ele parecia ter um cérebro, parecia ser inteligente... A loira olhou para amiga encolhida e voltou a olhá-lo quando seus olhares se encontraram verde e cinza se fitaram cara a cara, Annabeth sentiu o rosto corar mais continuou a olhá-lo. Thalia observava a cena se segurando para não rir só faltava amiga babar por Percy e vice e versa, resolvendo atormentar a amiga deu lhe um cutucão por baixo da mesa e a mesma parecia que tinha acordado de um transe virou-se imediatamente para a morena.

—Aquele é Percy Jackson? – perguntou

—É só faltava você babar Annie devia ter visto, estava muito engraçado! – falou caçoando da amiga

—Não tem graça Thalia – respondeu a mesma corando

—Ele também só fazia fazer uma tsunami de baba – continuou Thalia a implicar

—Não enche Thalia! – respondeu Annie com o rosto ficando ainda mais vermelho enquanto Thalia gargalhava

—Ele ta vindo pra cá Annie – falou Thalia pondo a mão na boca para abafar a risada

—QUE? – berrou Annabeth arregalando os olhos

—Hum... Desculpem-me eu sou novo na cidade e acabei vindo andando pra cá e acabei me perdendo vocês poderiam me ajudar a encontrar essa rua? – perguntou uma voz masculina entregando um papel amarrotado com o nome de uma rua para Thalia

—Ah claro – disse a morena pegando o papel – Annie ele mora na mesma rua que você! – falou Thalia sorrindo de novo

—Jura- disse a loira levemente corada de novo – Nós já vamos sair se você quiser te mostramos o caminho – continuou

—Ah claro, obrigado – agradeceu o rapaz gentilmente – Eu sou Percy Jackson – disse o moreno estendendo a mão para Annabeth que a apertou e disse:

—Prazer Annabeth Chase

Então esse é o nome dela, pensou Percy, nome bonito... É combina perfeitamente com ela.

— Eu sou Thalia Grace – respondeu a morena quando Percy estendeu a mão para ela

—Eu te vi na aula de química - disse o rapaz a Thalia enquanto eles iam caminhando pela ruas mais movimentadas agora

—Verdade – concordou Thalia – Me lembro de ter te visto, Annie também é da nossa escola só que teve um problema e não pode comparecer a aula hoje – explicou

—Ah legal... – foi a coisa mais inteligente que consegui dizer – Por que vocês senta tão lá no fundo na aula? – p

—Annie e eu detestamos os populares e eles sempre sentam lá na frente, então nós sentamos atrás e como Annie não foi hoje eu fiquei sozinha lá atrás – respondeu a garota dando de ombros

—Ah... – falara Percy sentindo o assunto morrer

—Bom aqui é a sua casa – disse Annabeth apontando para uma casa branca e bonita o garoto assentiu

—Onde fica a sua? – perguntou ele a loira

—A minha é aquela ali – disse apontando para uma casa um pouco mais a frente, ela era azul e grande assim como a de Percy

—Ah é uma casa bonita, muito obrigada meninas, até amanha na escola – disse Percy dando um aceno com a cabeça e entrando na casa

—Eu já vou indo amiga – disse Thalia dando um abraço forte na loira – Até amanha

—Até – respondeu a loira indo em direção a sua porta

Abriu ela devagar e encontrou com o pai na sala.

—Já que você saiu do hospital hoje e eu estou de bom humor vou deixar ir para seu quarto – falou Frederick ao ver a filha entrando, a garota o ignorou e subiu para seu quarto. Estava cansada e tomou um banho morno rápido, colocou um pijama, deitou sua cabeça no travesseiro e logo adormeceu.