Sogans escrita por Malkyum


Capítulo 3
Sorria, você está sendo stalkeado




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O vento gélido atravessava a fina blusa de Marcos, enquanto corria sem rumo, não se importava para onde estava indo, apenas se estava longe o bastante daquele cara.

— Mas que merda foi aquela? – Estava arfando de tanto correr, então decidiu recostar-se sobre parede de um prédio abandonado. A noite estava silenciosa, era por volta das onze horas. Podia contar nos dedos quantos carros passaram nos 15 minutos que ficou recostado recobrando o fôlego.

— Ok! Ok... Acalma-se, cara. Não foi nada demais, certo? Ele era apenas um sogan, assim como você, então qual é a do ataque de pânico? Tudo bem que ele disse umas coisas que não faziam sentido, e até perturbadoras, pra ser sincero... Eu tenho um stalker? Ele até que não é nada mal... Não! Foco, Marcos. Será que é melhor eu voltar lá e ao menos ouvir o que ele tem a dizer?

— Não precisa voltar, já estou aqui.

O monólogo foi interrompido por Pietro, que surgira de repente ao lado dele.

— Mas o que! – Marcos foi caiu de costas ao ver Pietro, que num segundo não estava lá, e no outro, estava. – C-como... De onde você veio?!

— Eu estava aqui o tempo todo, oras. E mil desculpas, não quis te assustar. Consegue se levantar? – Disse, estendendo a mão, que foi agarrada.

— Claro.

Depois de levantar, os dois foram sentaram num banco de madeira iluminado por um poste, que estava num beco do outro lado da rua.

— Cara, você realmente me assustou lá na festa. Desculpa por ter saído correndo de lá.

— Eu é quem devo me desculpar. Foi muita insensatez da minha parte já ir despejando aquele monte de informação logo de cara. Para ser franco, eu estava ansioso para finalmente te conhecer, então acabei me exaltando. Perdão.

— Deixa disso, já passou. – Marcos disse isso com um sorriso simpático olhando para Pietro, e o mesmo corou e desviou o olhar de um jeito tímido.

— Aí está o sorriso que eu ansiava por ver... Depois de tanto tempo...

Essas palavras fizeram com que Marcos se lembrasse do que o jovem rapaz tinha dito na festa, e dúvidas brotaram em sua cabeça.

— Ei, Pietro, não me leve a mal, mas quem exatamente é você? Parece que a gente se conhece faz tempo, mas eu realmente não  me lembro de nada...

— Você continua gentil e sincero. Fiz certo em te amar por todo esse tempo. – Isso fez com Marcos se sentisse desconfortável e mais confuso do que já estava, e Pietro percebeu. – Oh, desculpe novamente, estou falando mais coisas estranhas e sem sentido para você. Deixe-me explicar resumidamente essa história.

— Claro, sou todo ouvidos.

— Isso foi há nove anos, quando nós tínhamos 10 anos. Foi naquele dia em que você foi ao parque de diversões. Lembra-se?

Essa lembrança o acertou em cheio, fazendo seu estômago embrulhar e o coração acelerar.

— 10 anos atrás e num parque de diversão... Só pode ser aquele dia... – Se interrompeu para tentar se acalmar, permanecendo calado até Pietro se manifestar.

— Marcos? Está tudo bem?

— Ah, desculpe... Pode continuar.

— Certo. Eu estava passeando com meu pai, e queria muito ir à montanha russa! Então fomos! E ao sair, te avistei no meio daquela multidão. Você estava com uma mão dada para seu pai, e a outra para sua mãe. Vocês estavam na fila do sorvete, lembra?

— Nossa... Lembro sim... – Disse com um sorriso vazio olhando para o chão. – Aquele sorvete era horrível, mas era o mais barato, então eu fingia que gostava para meus pais gastarem menos comigo. Haha... Que saudades. Mas e quando foi que a gente se encontrou?

— A gente nunca se encontrou. Eu apenas fiquei olhando para você, de longe. Depois você deu o sorvete que ganhou para uma garotinha pobre, não foi? Aquilo foi belo. E além do mais, você é um Sogan, o que me fez ficar mais interessado em você.

— Como você sabia que eu era um sogan desse aquela época?

— Isso é uma de minhas habilidades, mas isso não importa agora.

— Ok...

— Ver alguém como você me encantou. Um sogan de primeira geração, gentil e lindo. Mas infelizmente tinha um problema. Seus pais.

— O que...?

— Bem, aquilo me deixava muito triste, ver você preso a pais humanos e comuns, te prendendo, impedindo você de alcançar seu potencial máximo. Realmente uma lastima.

Aquelas palavras fizeram com que Marcos se irritasse, fazendo-o levantar do banco, e encarar Pietro com um misto de raiva e confusão.

— Que merda você tá falando?

— Se acalme. Você já vai me agradecer pelo que eu fiz.

— O que... Você fez? – A cabeça de Marcos estava girando.

—Bem, eu queria te libertar, sabe? No fundo você se irritava por ter pais comuns, não é mesmo? – Pietro soltava aquelas palavras com um sorriso frio e um olhar vazio em seu rosto, fitando Marcos, que estava fervendo de raiva. – Encontrar a solução para aquilo foi simples. Eles tinham que desaparecerem. Então quando esperei você ir a algum brinquedo sem eles, para que quando você voltasse, ter uma surpresa maravilhosa te esperando. Logo na primeira oportunidade, não enrolei e os matei o rapidamente. Não pude ficar ali te esperando voltar, pois meu pai disse que já estava na hora de voltar pra casa. Depois disso nunca consegui voltar e falar contigo, pois andei muito ocupado. Me desculpa te fazer esperar tanto.

Aquelas palavras acertaram o estômago em cheio. Ficou sem ar, os dedos das mãos se mexiam involuntariamente, não conseguia parar de fitar Pietro com um olhar indecifrável e distante. Tentava falar alguma coisa, mas nada compreensível e audível saía de sua boca.

— O que foi? O gato comeu sua língua? Haha! Não precisa agradecer ao seu libertador. – Levantou e ficou parado em frente ao Marcos, bem próximo a ele. – Mas... Se quiser me dar um beijo como recompensa, não vou reclamar. – Sussurrou no ouvido.

— Você... Tá morto! – Ao dizer isso, Marcos acertou o rosto de Pietro no rosto com um soco em cheio de esquerda, arremessando-o mais adentro do beco. Seu rosto, que geralmente é de alguém gentil e sereno, agora estava coberto de ódio e uma sede de sangue. Seus punhos emanavam um brilho intenso e muito quente, iluminando o beco e aquecendo aquela noite gélida. – Eu esperei muito por esse dia... Finalmente vou vingar a morte de meus pais! – Então movido a uma fúria, partiu para cima de Pietro, que estava caído no chão em meio a latas de cerveja e energéticos.

— Ótimo... Assim que eu gosto.  – Sussurrou para si mesmo.


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Notas finais do capítulo

Marcos ficou P da vida!!! Haha!



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