Glory and Gore escrita por MB, lulyluigia


Capítulo 3
Bruxos das Trevas?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada para quem está acompanhando!
Espero que gostem desse
Boa leitura



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No dia seguinte, todos acabaram o café da manhã rapidamente, animados para a primeira aula de Defesa Contra as Artes Das Trevas. Edwina conversava animada com Nick Quase Sem Cabeça, que a contava histórias que os outros alunos não suportavam ouvir. Winny prestava muita atenção, e ficou surpresa ao saber quantos lugares o fantasma já havia visitado.

— É claro... - Nick Quase Sem Cabeça comentava. – Não deve ser a mesma coisa quando se está vivo, porém...

Lily chamou Edwina ao perceber que já estavam quase atrasadas, interrompendo Nick. Win se despediu do fantasma, que tirou o chapéu transparente enquanto a garota se levantava da mesa.

— Vamos ter aula com a Lufa-Lufa! – Lily comentou animada e Edwina e Éboni juntaram as mãos no ar, fazendo mais barulho do que pretendiam. 

Tirando o cabelo loiro para longe do rosto, Éboni riu, percebendo que alguns alunos ao redor das meninas se assustaram. Bonnie tinha o cabelo arrumado, solto e penteado. Passara protetor solar no rosto, um costume que tinha desde que se lembrava. A lufana arrumou a gravata, ajeitando-a mais.

Edwina tinha os cabelos âmbar bagunçados, já que de manhã apenas fez sua higiene e não se preocupou em arrumar-se. Tinha fracas olheiras visíveis, o que era incomum para uma criança de onze anos, mas Winny sempre teve isso, desde bebê. Dava a garota um ar de maturidade ao olhar dos outros. Coçando o olho de sono, Edwina afrouxou a gravata, sem conseguir segurar um bocejo.

Lily folheava o livro e, quando finalmente entraram na sala escura, perceberam que os outros alunos haviam chegado cedo demais. Os únicos lugares vagos eram quase no fim da sala, à frente de Remus, James, Sirius e um garoto baixo e gordinho, que tinha as bochechas naturalmente vermelhas.

Lily e Winny murmuraram, decepcionadas por não poderem sentar na frente, mas se contentaram com os lugares vagos.

— Olá, Edwina, Lily, Éboni. – James sorriu, se curvando para ficar mais próximos das garotas.

— Olá. – elas responderam em uníssono. Éboni era a única lufana misturada com os alunos da Grifinória. Era a única com uniforme amarelo no meio dos vermelhos.

Remus iria falar algo para Bonnie quando o professor entrou na sala.  Tinha os cabelos curtos e negros, barba por fazer e usava uma veste verde musgo. Usou a varinha para fechar a porta, o que surpreendeu alguns alunos.

— Bom dia. – sua voz dava a impressão de que não queira estar ali. Era rouca e baixa. Lily se inclinou levemente para frente para ouvir melhor, e Winny sorriu com a ação inconsciente da amiga. – Sou o Sr. Ghorth. Nós vamos apenas falar sobre o porquê temos essa aula.... Dumbledore iria me azarar para sempre se não falasse isso, apesar de ser bem óbvio, não é?

James, Sirius e Remus se olharam, segurando uma risada, sem saber o que pensar do professor.

— Bruxos das Trevas. – o bruxo mais velho voltou a falar, sentando-se na mesa de madeira escura, e fazendo bolinhas de borracha saltarem pela mesa, seguindo a ponta da varinha. – Estão ganhando mais força e temos essa matéria justamente para ensinar a vocês como se defender, identificar e evitar esses bruxos. 

Uma aluna da Grifinória levantou a mão e o professor fez um gesto deixando-a falar.

— Professor, é verdade que há um bruxo, Tom... 

— Desculpe-me, senhorita. – ele a interrompeu. – Mas não acho necessário falar de bruxos específicos. Agora falando de História, alguém consegue me falar algum bruxo famoso que foi apontado, justamente ou não, por arte das trevas?

Diversas mãos se levantaram, de Lily, Remus e Edwina inclusive, mas o professor apontou para um aluno da Lufa-Lufa.

— Um específico, não sei, Senhor, mas a família inteira de Sirius Black, suponho. – sorriu e foi acompanhado apenas pelas risadas de alguns amigos. 

Sirius não sabia como reagir. Prendeu a respiração e fechou o punho, com vontade de socar o nariz do garoto até deformar. Não é porque sou Black que sou um babaca!

— Talvez até o próprio Sirius Black. – continuou e Lily procurou o olhar do professor, que parecia se divertir com a antipatia de alguns alunos. Edwina sussurrou para Éboni, perguntando qual o nome do lufano. Edward Leny foi a resposta.

— Da um tempo, Leny! – Winny exclamou e Sirius sentiu um pequeno sorriso se formando em seu rosto.

— Acha que vai encontrar o nome de sua família nos livros de História da Magia? – Éboni continuou, lembrando-se da fofoca que ouvira de alunas do quarto ano da sua casa. Edwina reconheceu o sobrenome do garoto em um dos livros que lera na livraria da sua mãe.

— Sobre os bruxos mais corruptos do Ministério. – Winny voltou a exclamar. – Acho que todos sabem de onde vem a fortuna da sua família, não é?

— E da sua, Draper? Seu tataravô, ou seja lá o que ele era, “o alquimista que transformava metais simples em ouro”?

Alquimista! —  a garota arregalou os olhos. – Alquimia basicamente é isso, além de procurar a cura para todos os males! E não se preocupe, a família do meu pai não herdou nada de Hew Draper quando ele fugiu da sentença de morte. E mesmo que tivesse herdado, pelo menos não eram galeões de outros bruxos!

Edwina se sentia pessoalmente irritada com a família Leny pelo fato de que a crise no mundo bruxo, que acontecera há cinco anos e fora basicamente culpa deles, influenciara os negócios de sua mãe e o trabalho de seu pai, que precisava ficar praticamente a semana toda no Ministério, sem voltar para casa e sem descansar.

— Você e sua amiguinha sangue-ruim poderiam me fazer um favor? Calem a boca!

As duas garotas iriam responder quando o professor os interrompeu e colocou uma pilha de oito livros grossos em cima da mesa.

— Isso já foi longe demais. Façam trios e leiam esses livros. Quero uma redação de quarenta centímetros sobre bruxos das trevas. A partir de suas redações é que vou ensiná-los na aula que vem. E sem mais brigas.

Resmungando, os bruxos se levantaram de suas carteiras e pegaram um livro cada, voltando para seus grupos em seguida.

Ao fim da aula, todos os alunos saíram rapidamente da sala, alguns indo para a sala onde teriam dois tempos de Poções.

James e Remus correram atrás de Sirius, que andava rápido para tentar alcançar as garotas.

Ebóni, Edwina! – chamou alto e as duas se viraram. Bonnie revirou os olhos enquanto Winny folheava o livro de Feitiços.

— Éboni, Sirius. – a garota corrigiu e o Black assentiu, com uma expressão como se estivesse dizendo “foi o que eu falei”.

— É. Bom, obrigado pelo que falaram, mas... Realmente, não precisavam...

— Larga de ser cabeça dura, Black! – Edwina exclamou, dando um tapa de leve no ombro do garoto, que era ligeiramente mais alto que ela, porém do mesmo tamanho de Éboni. – Você ficou parado igual uma estátua, e aquele garoto só estava falando bobagens! Queria o que? Que ficássemos caladas ouvindo o filho de um corrupto se achar a melhor pessoa de Hogwarts? Aquele trasgo...

As crianças sorriram, quase rindo, já se acostumando como Edwina soltava informações e não guardava o que pensava.

— Ah, sendo assim... – Sirius sorriu de canto e passou a mão pela nuca. – Obrigado, Éboni. – a loira sorriu, olhando rapidamente para Remus, que desviou o olhar da garota no mesmo momento. – E obrigado, Daprer. – Sirius sorriu, errando o nome da garota de propósito.

— É Edwina Draper, Black. – a garota respondeu, dando as costas para os garotos e seguindo para a sala de Poções. Éboni se afastou com Lupin, conversando sobre a Floresta Proibida, quando Sirius disse para James:

— Esse nome não soa mal, não acha?

O Potter riu balançando a cabeça e empurrou Sirius para saírem da sala.

Não era tarde, mas todas as aulas do dia tinham acabado. Éboni, Lily e Winny estavam na biblioteca, já fazendo as tarefas daquele dia. Terminavam a redação de Defesa Contra as Artes das Trevas.

“Sei que isso vai durar no máximo uma semana”, Draper pensou, molhando a pena em um tinteiro que estava ao seu lado.

 O que tanto conversou com Remus, Bonnie? – Winny perguntou, sorrindo sugestivamente para a amiga.

— Cala a boca, Edwina...! – ela riu. – Perguntei sobre as cicatrizes. Fiquei curiosa, oras! – ela se defendeu do olhar repressivo de Lily.

— E ele? – a ruiva perguntou.

— Disse que caiu das escadas no começo do ano passado. – as outras duas garotas franziriam as sobrancelhas, se olhando desconfiadas. – Qual é, ele falou a verdade.

— Ok. – Lily comentou, encerrando o assunto quando viu três garotos da Grifinória entrando na biblioteca, abafando risadas. Sirius, James e Remus se esconderam em uma prateleira próxima a elas, e não paravam de rir.

Lily e Edwina tentavam se concentrar nos livros, porém as risadas dos garotos estavam cada vez mais altas.

— Por que estão rindo tanto? – Lily questionou. A pergunta apenas fez os meninos rirem mais, até a bibliotecária mandarem eles se calarem.

Os três se sentaram na mesa onde as garotas terminavam as tarefas.

— Bombas de bosta na frente da sala comunal da Sonserina. – Sirius disse, apoiando a cabeça nos braços para rir mais. Quando levantou o rosto, estava com os olhos molhados.

— Por que isso te diverte tanto? – Winny tentou segurar a risada, não querendo ser tão imatura quando eles.

— Porque eu odeio a Sonserina. – o garoto respondeu. – Vamos, Edwina, dê uma risadinha!

A garota sorriu minimamente e olhou para os lados, vendo Éboni conversar animadíssima com Remus, enquanto James claramente irritava Lily.

— Ok... – Winny sorriu para o moreno. – Da próxima vez me chame, então.

— Eu também. – Éboni interrompeu a conversa com Remus rapidamente.

James e Sirius se entreolharam, sorrindo minimamente.

— Sabem o que deviam fazer? – Éboni murmurou para todos, de modo que mais ninguém pudesse ouvir. – Jogar bombas de bosta em frente ao salão da Lufa-Lufa.

— Hmm... – Winny sorriu, colocando um ponto final em sua redação. – Se lembra que é a sua casa, né?

Todos riram, até Lily sorriu, levantando os olhos de seu pedaço de pergaminho rapidamente.

— Mas aquele garoto que falou aquelas bobagens na sala hoje, é da minha casa. – ela deu de ombros. – E não vou voltar tão cedo para o salão de qualquer jeito, além disso, tenho uma varinha, não?

— Junte-se a nós, Arch. – Sirius sorriu para ela, depois de desviar os olhos rapidamente de Edwina, que agora lia extremamente curiosa um livro sobre animagos.

— Arch? – Éboni franziu as sobrancelhas.

— Seu sobrenome é muito comprido. – Black reclamou, pondo-se de pé, sendo seguido por James e Lupin. - Vamos? Éboni, precisa nos mostrar o seu salão comunal.

Ela se levantou da cadeira e olhou para Winny, perguntando se iria com eles.

— Acho que não, obrigada. Vou escrever para uma amiga. Na próxima, quem sabe? – Edwina sorriu e deu boa noite a todos, pegando seus pertences e indo até o salão comunal da Grifinória.

— Na próxima... – Sirius resmungou para si mesmo. Lily suspirou aliviada quando James saiu da biblioteca com os amigos. Era óbvio que a ruiva estava irritada com Potter, porém ele não parecia se importar.

Remus estava atrás de Bonnie, que os conduzia até o salão.

— Onde arrumaram isso? – ela sussurrou para os garotos, quando os quatro se esconderam de Filch. Ficaram parados atrás de uma estátua, tentando prender a respiração para não fazerem barulho.

— Comprei antes de vir para Hogwarts. – Sirius respondeu no mesmo tom, aliviado quando finalmente chegaram próximos ao salão comunal.

— Vamos? – Remus perguntou, mas foi interrompido por Bonnie, que levantou a mão rapidamente.

— Esperem... – ela murmurou e pegou sua varinha. Apontou para o próprio rosto e sussurrou algumas palavras. Depois respirou fundo, satisfeita. – Prontinho, cheiro de rosas!

Os três garotos manearam a cabeça sorrindo, e finalmente jogaram as bombas no corredor, ficando extremamente felizes quando Éboni disse a senha e os dois viram o salão praticamente inteiro amarelo.

— Vão, rápido! – Bonnie murmurou, aportando para a sala. – Leny está descendo as escadas! 

Os quatro riram silenciosamente e jogaram as últimas bombas. Sussurrando um “boa noite” depois de abraçá-los, Éboni correu para o dormitório das garotas, rindo para si mesma quando viu a cara de Edward Leny.

— Carinhosa, ahn, Remus? – Sirius riu quando notou as bochechas do amigo ficando vermelhas. Ele não teve tempo para responder já que ouviriam Filch gritando por alguém.

Os três correram até o salão da Grifinória e falaram apressadamente a senha. Quando entraram e viram que ainda tinha fogo na lareira, se surpreenderam ao ver Winny ainda acordada.

A garota estava de pijamas, sentada em uma poltrona, totalmente concentrada em um pergaminho.

— Estudiosa, ahn, Sirius? – Lupin murmurou para o amigo, segurando um sorriso. Recebeu de Black um soco de leve no ombro, o que fez Remus apenas rir. O garoto de cabelos claros deu uma última olhada em Winny, pensando que seria divertido jogar xadrez com ela. Parecia inteligente o suficiente para uma partida interessante.

Os garotos decidiram não a incomodar, apenas subiram silenciosamente para seus dormitórios, onde viram seus companheiros de quarto já dormindo. James se jogou na cama, com as cobertas em seus pés extremamente distantes um do outro e logo estava com a boca escancarada, babando. O outro garoto, Peter, com quem eles não falavam muito, estava encolhido em um canto da cama feito um rato usando o cobertor como uma toca.

No salão comunal, Edwina não vira quando os três passaram por ela. A mistura de sono e ansiedade a impedia de prestar atenção em qualquer coisa além da carta que escrevia para a melhor amiga:

Cassie,

Acho que fiz amigos aqui, porém definitivamente não os que eu esperava encontrar ou gostar. Lembra-se de Sirius Black? Aquele meu vizinho que te irritou tanto quando você passou uma semana lá em casa? Já sabia que ele iria estudar aqui, porém não imaginei que estaria tão próxima a ele. Não digo sentimentalmente, mas só nesse primeiro dia, já foram muitas horas que passamos próximos. Temos 4 aulas juntos!

Conheci uma garota chamada Éboni, que me lembra muito você, porém é um pouco mais... Agitada? Não sei se é a palavra certa, mas ela foi com alguns garotos para uma pegadinha. Então acho que já podemos imaginar como ela é.

Terminei o primeiro dia de aula e, Cassie! Você amaria estar aqui.

Ah! Remus Lupin! Ele me lembra tanto seu irmão! Mesmo tom de cabelo, olhos da mesma cor e senso de humor idêntico!

Estou com a sensação de que vou sentir muita falta de vocês.... Nos conhecemos desde que tínhamos três anos! Nunca ficamos por mais de um mês sem nos ver, não é mesmo?

Me escreva de volta, se possível.

Winny.

Edwina amarrou a carta na patinha de uma coruja que pegara emprestada no corujal. Winny a agradou por algum tempo e levou-a até a janela, só pensando depois que o animal já estava longe, como Cassie acharia estranho um pássaro entregar uma carta.

                A garota apenas deu de ombros e subiu para o dormitório, entrando embaixo das cobertas tentando não fazer barulho.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Críticas construtivas são sempre bem-vindas. Não sejam leitores fantasmas, comentem o que estão achando.
Daqui poucos capítulos a história vai pular para quando eles estão mais velhos e ai tudo vai começar a acontecer mesmo!
Até o próximo ♥



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