Epilogo
Eternidade
**Alec**

O fogo crepitava conforme o corpo de minha mãe e de todos aqueles que pereceram na batalha eram queimados. Todos os Volturis estavam presentes, até mesmos os Mestres, e também alguns bruxos. Aro, Caius e Marcus estavam na frente de todos, enquanto o Sol se punha e deixava apenas o calor e brilho do fogo iluminar a Floresta Escura.
Eu mantinha Renesmee em meus braços, enquanto Anne mantinha-se do outro lado da mãe, segurando sua mão. Era um momento novo a Anne, ela nunca tivera que ir a nenhuma Cerimônia, nem mesmo Renesmee fora convidada a participar de uma até aquela noite fria.
Colin, o sucessor de Anne, caminhou até perto da fogueira. Ele estendeu a mão, como que para absorver o poder que emanava daquela fogueira.

— Hoje um ciclo termina e outro ressurgirá dele — ele começou a falar, e todos os presentes, inclusive os vampiros, calaram-se — Anne Grigger, nossa líder mais antiga, queria que eu assumisse caso algo lhe acontecesse. E, assim será sua vontade.

Os vampiros ergueram seus braços e começaram a entoar um cântico antigo e numa linha rústica que eu conhecia bem.

— Deuses da Natureza, venham até nós — eu traduzia baixinho para Renesmee e Anne — Levem esse corpo moribundo e guie a alma de Anne Grigger para o Descanso, e que seus poder ressurja entre nós.

Uma pausa e Colin jogou algo na fogueira. Eu bem conhecia as ervas que eram usadas nesses rituais. A chama ergue-se com mais intensidade, os bruxos voltaram a entoar.

— Deusa Mãe, banhe-nos com seus ventos e águas salgadas e doces. Deus Pai, erga sobre nós o poder do fogo e da terra. — os bruxos ajoelharam-se diante da fogueira crepitante — Eu, Colin Sweyr, descendente de Elia Sweyr e Charles Sweyr, Ascendo hoje como Primeiro Líder do coven Malthan, banhado com sangue de Joseph Callun. — um vento forte beijou-me o rosto, e o fogo voltou a crepitar mais alto e mais forte. Uma resposta dos deuses da natureza que os bruxos acreditam.

E assim, Colin Sweyr fora feito líder do coven que minha mãe liderou por séculos.

— Irmãos, ergam suas taças — Aro exclamou erguendo sua própria taça em incentivo. O Salão estava cheio de vampiros, bruxos e lobisomens, os Volturi ergueram suas taças, sendo seguidos pelos Auster, Cullen e Denali. Os bruxos não ergueram, muito menos os lobisomens, mas mantiveram-se atentos a cada palavra do mestre — Foi um dia difícil, mas conseguimos. Ganhamos mais uma guerra, mas sabemos que essa não será a ultima, haverá outras, sabemos, e eu queria honrar essa aliança. — ele virou-se para as bruxas, primeiro. — Colin Sweyr, novo Líder do coven que Anne deixou. Nós, vampiros, sempre tivemos nossas desavenças com a sua espécie, porém, de agora em diante, prometo, como Senhor dos Vampiros, protegê-los, respeitá-los e fazer com que vampiros e bruxos não sejam mais inimigos.

O Sweyr levantou-se de sua cadeira e olhou diretamente para Aro.

— Agradeço, senhor. Foram belas palavras. E eu, como Líder, asseguro-lhe que os bruxos do meu coven serão sempre amigos dos Volturi.

Ele ergueu sua taça e Aro ergueu a sua também. Os próximos foram os lobisomens, e mesmo odiando cada palavra que eu sabia que Aro diria, eu sabia que àquela união eram para o bem do mundo, para que ele funcionasse em paz de agora em diante. Aro recitou palavras parecidas, e tanto Sam quando Jacob pareceram contentes nessa nova situação, apesar de suspeitar que Jacob fazer por Renesmee, e talvez um pouco por Anne.
A festa continuou até o amanhecer, e Renesmee estava dormindo em meus braços pouco depois das 3 da manhã. Anne parecia elétrica demais para dormir, e conversava animadamente com Rhaenys Auster desde o inicio da festa. As duas fizeram uma amizade durante a invasão, e isso agradava tanto a Aro quando a Roan, irmão de Rhaenys e um dos Três Conselheiros do clã. Eu achava intrigante como as coisas no clã da Austrália era resolvido por um conselho, e não unicamente pelo líder. Hoje, acho que funcionaria muito melhor.
Edward ofereceu-se para levar Renesmee para o chalé, uma vez que ele e Bella já iam embora da festa. Deixei que ele carregasse minha companheira, uma vez que tinha que permanecer até que o evento acabasse.
Jane sentou-se ao meu lado. Eu passei um braço em volta do corpo pequeno de minha gêmea.

— Como você está? Com tudo o que aconteceu? — ela perguntou em um tom baixo, de forma que apenas eu ouvisse.

Eu sabia do que ela estava falando. Aradia ter me enfeitiçado, eu ter sido obrigado a torturar Renesmee – essas eram as piores lembranças – e tudo mais que tinha acontecido. Mas, a memória que mais se avivava em minha mente foram as ultimas palavras de minha mãe, antes de cair morta em meus braços: cuide de Julia. Sejam felizes. Eu amo vocês.
Ela tinha dado a vida para fazer o feitiço que me trouxe de volta a vida – ou morte – e isso fez com que eu refletisse tudo que o que ela tinha feito. Ela errou muito quando deixou que Jane e eu fôssemos levado até aquela fogueira, errou mais ainda quando não procurou saber de nós, mesmo que as chances fossem mínimas. Mas ela tinha dado sua vida a mim, e eu a perdoara.
Eu suspirei.

— Bem, na medida do possível. — beijei-lhe a testa — Sabe os boatos de que vampiros não sentem nada? Queria que fossem verdade. Eu queria não sentir nada. — Jane ergueu seu rosto, e me encarou. — Está tudo bem, irmã. Vou ficar bem.

Abracei-a, e deixei que a musica que tocava me levasse para outro lugar.
†

Anne vestia um vestido cinza quando entrei em seu quarto. Ela sorriu para mim, e eu sorri de volta.

— Nervosa? — perguntei, colocando minhas mãos em seus ombros. Ela suspirou, fez que não com a cabeça, o que fez seus cabelos negros e agora ondulados pelo penteado que Alice tinha feito, depois fez que sim. Eu ri — Normal, todos ficam nervosos em casamentos.

Anne e Rhaenys tinham se aproximado bastante nos anos que se seguiram após a guerra contra Caleb. E demorou apenas dois anos para que as duas assumissem estarem apaixonadas uma pela outra. Fora um choque geral, nenhum dos dois clãs esperava pela aquela informação, apenas Renesmee, Edward e Jasper pareciam não estarem surpresos.
Mais alguns anos de namoro e elas resolveram que queriam uma festa, mas não uma simples festas. Elas queriam se casar. E, aqui estamos, com Anne se preparando para casar.
Eu que vou levá-la até o altar, segundo Anne, mesmo que Jacob esteja presente na vida dela hoje, não existe outro pai para ela se não eu, e isso deixou-me extremamente feliz.
Beijei-lhe o topo da cabeça. E nós dois saímos do quarto e começamos a caminhar até os Jardins, onde ocorreria a cerimônia.

— Pai — os olhos de Anne estavam marejados — Não me deixe cair.

Eu sorri, apertando sua mão na minha, entrelaçando nossos braços em seguida.

— Nunca.

Fora uma cerimônia rápida, com Aro a realizando. Apenas os vampiros dos dois clãs e alguns amigos de Anne do mundo vampiro foram convidados, Jacob estava presente também, assim como outro lobo que agora estava conversando com Renesmee. Havia também alguns bruxos.
Anne e Rhaenys agora dançavam com alguns convidados, e ambas pareciam bem felizes.

— Queria poder dançar também — resmungou Renesmee parando ao meu lado. — Mas essa barriga enorme não me permite.

Segurei a risada, colocando Renesmee em meus braços.

— Logo, logo ele nasce e você vai poder dançar, correr, matar quem quiser.

— Ele? Como tem tanta certeza de que é menino? — ela arqueou uma sobrancelha, afagando sua barriga de grávida.

— Acertei que Anne seria menina, não se lembra?
Ela riu, beijando-me em seguida.

— Tudo bem, não posso contra essa.

Eu sorri para minha companheira, esposa e melhor amiga, beijando-a em seguida, agradecendo a forma como tudo tinha ficado incrivelmente incrível depois da chegada de Renesmee e Anne na minha vida.

Eu as amava, como também amava esse ser que crescia na barriga de Renesmee, um pedaço de mim, de nós, gerado por ela. E, eu os amaria pela Eternidade.

Pois tínhamos uma eternidade, agora eu acreditava nisso.