Obscuro escrita por Helena Lourenço


Capítulo 14
Capitulo treze - Cidade do Amor


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ;)



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Capitulo treze
Cidade do Amor

 

  

  Os ânimos no castelo apenas pioraram depois da morte acidental de Elain. Elliot surtou, e acabou tendo um final diferente do planejado por Keir. Sua fúria foi tão grande que ele atacou os mestres, o que resultou nos guardas o matando. Keir assumiu o clã Australiano com êxito, e jurou lealdade aos Volturi, o que deixou Aro mais tranqüilo.

  Estou na biblioteca do castelo, lendo mais um livro da enorme estante dos Volturi. A essa altura, eu passava tanto tempo escondida aqui que já me sentia parte dos livros.

  A leitura da vez: Corte de Névoa e Fúria.

 Sempre preferi clássicos, mas atualmente, fantasia tem tomado um lugar maior em meu coração. Eu estava tão distraída com meu livro que não reparei quando um vampiro desconhecido entrou na biblioteca. Levantei meus olhos para olhá-lo.

  Eu não o conhecia.

  O vampiro parou a duas prateleiras de distancia de mim, e eu podia sentir seu cheiro de onde estava, e tinha certeza de que ele podia sentir o meu. Ele tinha longos cabelos ruivos, que chegava até sua cintura, preso em um rabo de cavalo trançado. Um nariz e boca finos. Vestia uma espécie de blazer azul e calças.

 Voltei a olhar para o livro, mas sem conseguir ler realmente; ele estava muito perto, mais perto do que eu gostaria. E o fato de ser um vampiro desconhecido não ajudava em nada, nada.

 — Eu diria que você está relaxada, mas seus batimentos cardíacos dizem o contrario — sua voz chegou até mim, e ele estava próximo demais... Talvez atrás de mim. — Não se preocupe, humana. Não vou machucá-la. Não ainda.

Uni as sobrancelhas.

Ou ele é muito burro, ou desconhece os híbridos. Revirei os olhos quando ele começou a caminhar até o sofá a minha frente. Ele cruzou as pernas, direita sobre esquerda, e uniu as mãos. Encarei-o por todo o percurso, seus olhos vermelhos brilhavam.

De fome ou de ironia? Não sabia.

 Resolvi que seria melhor ignorá-lo. Voltei ao livro, e não demorou muito para que eu conseguisse me perder entre as paginas, uma melhor que a outra.

Diante de mim, um casulo de silêncio parecia pulsar ao redor de Azriel, mesmo enquanto os demais mergulhavam na comida. De novo, olhei para aquela pedra azul oval em sua manopla enquanto o feérico tomava um gole do vinho. Azriel reparou o olhar, por mais rápido que tenha sido, pois tive a sensação de que ele estava reparando e catalogando meus movimentos, minhas palavras e meus fôlegos. Azriel ergueu as mãos com os dorsos voltados para mim, de forma que as duas joias estivessem totalmente à vista.¹

 

— Alguém já lhe disse que você cria uma ruga entre as sobrancelhas quando está lendo? — perguntou-me o desconhecido, e eu reprimi a vontade de revirar os olhos.

—E alguém já lhe disse que sua voz é incrivelmente irritante? — mentira. A voz dele era doce e calma, mas isso não vinha ao caso. Eu já estava me irritando com ele.

Ele riu, obviamente conhecendo a mentira atrás de minhas palavras.

— Doce como um limão...

— Mansa como uma leoa — completei sua frase — Agora, se não for pedir muito, poderia me deixar ler?

 Ele acenou com a cabeça, o sorriso presunçoso continuava em seu rosto, contudo. Suspirei, tentando voltar a leitura, mas ao que parece, o desconhecido adorava se ouvir falar.

— Você...

— Tem algum propósito com tudo isso além de se ouvir falar? — eu não deveria está provocando um vampiro que provavelmente poderia me matar, mas eu já estava sem paciência.

Ele sorriu.

— Estou apenas curioso em como uma humana pode sobreviver dentro de um castelo repleto de vampiros.

Bufei.

— Não sou humana, gênio — fechei o livro, o recolocando na prateleira e tentando sair da sala, mas ele apareceu na minha frente — Pode sair da minha frente, por favor?

 Ele sorriu mais, um sorriso completamente malicioso. Tentei passar por seu corpo, mas ele me segurou me prensando contra a parede. Seus olhos escureceram, e eu sabia o que ele iria fazer.

  Porque mesmo que eu não aceitei as aulas de defesa de Demetri?

ALEC!

 Uma das mãos do vampiro prendia-me contra a parede, enquanto a outra afastava meus cabelos do pescoço. Ele se inclinou para me morder e eu me preparei para gritar quando ele foi bruscamente jogado contra uma prateleira, que quebrou com o impacto.

  Minha mão voou até minha garganta, tentando ajustar minha respiração quando mãos gélidas tocaram meu rosto. Olhos vermelhos conhecidos me encaravam e eu me joguei nos braços de Alec.

  Ele ainda parecia furioso, mas suas mãos eram gentis ao afagar meus cabelos.

— Mas que droga, Alec! — ouvi a voz do vampiro e Alec me soltou suficiente apenas para encarar o vampiro. — Se queria um pouco era só pedir.

— Saia daqui, Joseph. — Alec rosnou — Agora.

— Não acredito que vai fazer draminha por causa de uma humana insignificante...

—Joseph, cale a boca antes que eu a arranque de você.

  Não vi o olhar de Alec, mas pela expressão de Joseph deveria ser bem ameaçadora. O vampiro saiu pisando firme e Alec me colocou em seus braços. Senti o vento contra meu rosto quando Alec nos levou para o chalé.

— Quem era aquele vampiro?

Alec me apertou contra ele.

— Joseph Osten, o vampiro que Jane e eu formos buscar. — ele falou — Ele é um nômade, não liga muito para as regras. E, vive isolado em uma cidade no limite da cidade. Não me surpreenda que ela não conheça os híbridos. Mas não se preocupe, ele nunca mais vai encostar um dedo em você.

Um beijo na minha testa foi o bastante para eu voltar a me agarrar a Alec, até que a inconsciência tomou conta de mim e eu dormi.

***

Acordei com beijos em meu pescoço.

Alec sorriu quando abri os olhos e me beijou. Ele tinha tomado banho, o cheiro de hortelã de seu sabonete chegou até mim e eu suspirei.

— Vou tirar você deste Castelo hoje. — ele disse, seus lábios agora beijando minha clavícula. — Faz tempo que não levo você em um passeio.

— Para onde vamos, gentil senhor?

Ele se afastou, e só então percebi que ele estava sem camisa. Sorri, minhas mãos percorrendo seu corpo gelado.

— Surpresa. — Ele me beijou uma ultima vez antes de sair de cima de mim e vestir uma blusa. Preta, obviamente.  Então, ele pareceu lembrar-se de algo. — Alice e Rosalie estão vindo. Se eu fosse você, me vestia logo.

Gemi em desespero, e ele gargalhou.

— Esteja pronta as oito — beijou-me mais uma vez e saiu.

  Desenrolei o lençol branco e sai caminhando para o banheiro. Afundei-me na banheira e aproveitei a sensação de calor que a água morna trazia. Poderia passar horas submersa, mas uma voz irritantemente conhecida soou sobre a água.

  — O quê? — perguntei vendo o olhar de tia Alice. Segui seu olhar, e corei quando percebi o que ela via: marcas de mãos em minha cintura e coxas. — Apenas ignore.

 Ela ergue as sobrancelhas, e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. Revi os olhos vestindo o roupão. Voltei para o quarto, onde tia Rosalie estava em pé perto de minha penteadeira.

 — Ao que parece, Rose, Renesmee teve uma ótima noite. — Rose olhou confusa para ela, então Alice sorriu para ela e minha tia entendeu, olhando-me maliciosamente também.

Pelo menos não era minha mãe.

Revirei os olhos.

— Alec contou a vocês aonde vai me levar? — perguntei, enquanto deixava tia Rose cuidar de meus cabelos.

— Não, mas eu não preciso que ele me conte para saber — Alice cantarolou do closet — Mas não espere que vá contar, estragaria toda a surpresa. E, querida — ela colocou a cabeça para fora para me olhar — pensamentos positivos, respostas positivas.

— Fique quieta Renesmee, ou eu vou queimar seu cabelo!

Ri de Rosalie e deixei as duas terminarem seu “serviço”  

***

 Alec vestia uma camisa pólo preta e calças jeans. Não estava nada social, o que me fez trocar o vestido longo que minhas tias me fizeram colocar. Coloquei um vestido preto básico, e sapatilhas.

Ele sorriu e me beijou.

— Você está linda — ele disse, entre um beijo e outro — Mas temos que ir.

— Não vai me dizer para onde vamos mesmo?

Ele sorriu mais uma vez, e só então percebi que ele estava de lentes.

— A cidade do amor, querida.

Ele segurou minha mão e a levou aos lábios, sempre me encarando. E, foi ali que eu me lembrei que não importava para onde ele fosse, eu iria também.


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Notas finais do capítulo

¹ Trecho de Corte de Névoa e Fúria, segundo livro da serie Corte de Espinhos e Rosas da Sarah J. Maas.

*Gente, to com uma espécie de tree-short Reneslec, vocês querem que eu poste?
♥ :)



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