Obscuro escrita por Helena Lourenço


Capítulo 12
Capitulo XI - Emissária


Notas iniciais do capítulo

Hoje é meu ultimo dia de férias, e as postagem terão dia, a partir de hoje.
Todo final de semana, sabado ou domingo, que sera quando eu terei tempo.
Aproveitem o capitulo ;)



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Capitulo XI
Emissária

 

  Com o passar das semanas, Aro estava cada vez mais inquieto. Na realidade, todos no Castelo estavam inquietos. Todos tinham pelo menos uma função, algo importante para fazer e isso me deixava inquieta também. Aro não me encarregou de nada até agora, o que me deixa feliz e nervosa – feliz por não ter que participar de nada recorrente a guerra, e nervosa por saber que quando ele resolver me encarregar de algo será algo muito importante.

   E eu sabia que tinha chegado à hora.

Aro mandara Demetri me chamar na biblioteca, onde eu estava ajudando Anne a encontrar qualquer coisa que a ajudasse em desenvolver um veneno capaz de matar vampiros – alguns guardas menores foram enviados a França para colher a tal planta, mas Anne ainda não tinha conseguido nada concreto.

Como ela sabia que o veneno funcionava ou não, eu não queria saber.

  Caminhei ao lado de Demetri pelos corredores escuros do Castelo. Deveria ser pouco mais da meia-noite, pois eu via acontecer à troca de turno dos guardas.

  Quando chegamos a Sala dos Tronos, as bruxas saiam. Ambas pareciam exaltas e com olheiras profundas nos olhos. Elas trabalhavam tanto com os Mestres que, ao que parece, esqueciam que eram humanas e tinham necessidades humanas. Julia sorriu levemente quando passei por elas, e eu retribuí.

   Aro estava em seu trono quando entrei, e ele não fez menção de sair dele como normalmente fazia. Demetri me deixou sozinha com os Mestres e saiu, fechando as grandes portas atrás de si. Estávamos apenas nos quatro; sem guardas nas portas, sem as esposas.

Eu só não sabia se era bom ou ruim.

  Em cinco anos, eu aprendi muito sobre eles; Aro não era tão sádico e ambicioso quanto eu tinha conhecimento antes; Marcus sorria de vez enquanto e Caius até que era tolerável, quando queria. Uma vez até peguei ele com Anne, ainda criança, no colo, passeado pelos jardins do Castelo – não que eu tenha comentado esse fato com alguém além de Alec, e eu nem iria arriscar.

    — Renesmee, querida, obrigada por atender ao meu chamado — Aro parecia cansado e abatido. Seus olhos estavam negros e profundas olheiras marcavam sua pele alva. Ele se arrumou na cadeira e indicou que eu seguisse até ele. Subi os degraus e sentei-me no topo, aos pés do trono dele. — Precisamos de aliados, você sabe não é? — assenti com a cabeça e franzi as sobrancelhas, em confusão — E, como sei que não há outra forma de falar isso... Então, eu peço que tente fazer os Quileutes se juntarem a nós.

  Uni as sobrancelhas, mas assenti. Apesar de achar a idéia suicida e louca, Aro deveria ter pensado bem a respeito disso para, então, pedi-me para fazer tal coisa.

  — Tentarei fazer Sam vir até aqui, então. — disse e me ergui, mas Aro ergueu a mão direita, e eu parei.

— Não será preciso. Pelo o que sei, aquele lobo que esta em minhas terras também é líder de matilha, não?

— Sim, mas... São poucos comparados ao de Sam. — quando deixei Forks, eu só vira 10 lobos na matilha de Jacob, e Sam tinha quase o triplo disso. — Porém — comecei, quando uma ideia veio-me a mente — Se eu conseguir convencer Jacob — quase engasguei com o pronunciar de seu nome — a juntar-se a nossa causa, meu senhor, posso pedir que convença Sam também.

Aro assentiu.

— Boa menina — ele sorriu para mim, um sorriso fraco e vacilante. Nunca vira Aro assim — Mandamos alguns guardas para buscar outras matilhas, talvez se aliem a nos.

— Quem sabe.

   Encolhi os ombros. Eu não tinha certeza que se quer Jacob toparia, mas era um risco que Aro parecia querer correr; então fiz uma breve reverencia e deixei a sala dos Tronos.

  Caminhei pelos corredores do Castelo por um tempo, apenas pensando. Pensando em qualquer coisa que não fosse relacionada a guerra, Jacob e qualquer outro problema.

  Foi quando ouvi a voz de meu pai vindo da biblioteca. Minha mãe estava com ele, e eles conversavam em tom baixo e delicado, e me senti uma intrusa por os observa escondida.

 Dei um sorriso quando meu pai beijou minha mãe e eu os deixei em sua bolha particular.

Encontrei com Alec no fim do corredor. Ele estava parado, perto da janela, quase se misturando as sombras quando me aproximei. Um de seus braços rodeou minha cintura e eu deixei meu corpo repousar em seu peito. Alec é uns bons quinze centímetros mais alto que eu, o que fazia minha cabeça ficar onde seu coração deveria bater.

  — O que Aro queria com você?

  Virei, de modo que eu ficasse de frente para ele, mas ainda em seus braços. O olhar de sangue de Alec encontrou o meu e eu dei um sorriso mínimo para ele.

— Ele espera que eu convença Jacob e Sam a juntar-se a nos, na possível Guerra.

  Ele uniu as sobrancelhas, mas assentiu. Provavelmente ele já esperava essa atitude, mas isso não queria dizer que ele concordava com ela. Coloquei meus braços em volta de sua cintura e o abracei.

E ficamos ali, por um tempo, no escuro, apenas observando a noite virar dia.

***

  Pedi que Demetri me acompanhasse ao hotel que Jacob estava hospedado. Alec partira aquela manha cedo com Jane para encontrar algum vampiro que Aro mandou chamar no limite do território, o que não o permitiu me acompanhar.

  Isso me deixou receosa.

  Caminhamos pelas ruas escuras de Volterra por cerca de cinco minutos antes de minha coragem – que eu tinha insistido a Alec que tinha – sumisse completamente e eu parasse no meio da rua. Demetri parou em minha frente, as sobrancelhas arqueadas em deboche. Senti vontade de estapeá-lo, mas isso machucaria mais a mim do que a ele, então lhe lancei um olhar entediado.

 — Não precisa ficar preocupada. Estarei aqui e não deixarei o lobinho colocar as mãos em você, ou Alec arrancaria minha pele. — ele uniu as sobrancelhas, então pareceu reconsiderar — Na verdade, ele seria mais cruel. Arrancaria meus braços e esconderia por um século.

Ergui as sobrancelhas, mas não disse nada. Apenas voltei a caminhar.

— Se é de seu interesse, da ultima vez que irritei Alec de alguma forma, ele escondeu meu braço direito por dez anos. Não quero nem pensar no que ele faria se você se machucasse por minha causa.

— Ele te mataria, não? — ergui uma sobrancelha para o loiro.

Ele riu.

— Não, não. A morte seria um presente e Alec sabe disso. Ele é mais o tipo que tortura. Mas não acho que um dia você vai ver esse lado dele, ele consegue esconder isso muito bem de você.

  Eu sabia que ele tinha razão, mas ainda assim, pensar nas coisas que Alec é capaz de fazer ainda me deixa agitada. Mas ignorei esse pensamento quando paramos em frente ao hotel. Demetri colocou a mão no meu ombro e retirou minha capa vermelha.

— Estarei bem abaixo da janela, qualquer problema é só falar um pouco mais alto e eu entro pela janela. — ele piscou para mim e desapareceu na noite.

  Entrei no hotel com a mão nas costas. Um homem parou o que estava fazendo para me olhar, e eu senti vontade de lhe dar um soco, mas eu não podia nem queria machucar ninguém.

— O que uma moça tão bonita como você faz aqui?

  O homem me parou perto da recepção, e a julgar pelas roupas, era algum hospede muito bem hospedado. Deveria ter um vinte e três anos, e era estrangeiro. Chutaria americano.

— Ah, cala a boca — me afastei, mas ele me parou. Olhei-o entediada, e ele tirou suas mãos de mim.

— Sou Andrew, a propósito. Andrew Collins, vinte e cinco anos e extremamente rico. — ele piscou para mim, e percebi que era do tipo que conseguia mulheres com o auxilio de seu dinheiro. Mal sabia ele a fortuna que meu Alec tinha. Fingi parecer interessada, e eu podia jurar que ouvi a risada de Demetri em algum lugar. — E você, lindinha, qual seu nome?

Sorri para ele.

— Renesmee — usei meu nome verdadeiro, estava sem ideias para nomes — E... — me aproximei para sussurrar em seu ouvido — Se você tem amor a sua vida, deve deixar de me incomodar. Meu namorado é do tipo que gosta de tortura.

  Eu falei com tamanha seriedade que ele empalideceu. Deixei-o parado perto da recepção e segui até a mulher atrás do balcão. Ela não demorou a me deixar subir. Entrei no elevador, mas ao que parece, Andrew era bem insistente.

 Eu estava começando a achar que mataria meu primeiro humano essa noite.

Suspirei quando ele entrou no elevador comigo.

— Seu namorado que gosta de tortura mora aqui?

— Não.

— Então o que faz aqui?

— É da sua conta? — ergui uma sobrancelha.

— Não, mas fiquei curioso. Nenhuma mulher jamais me rejeitou.

Revirei os olhos.

— Que triste deve ser sua vida, então.

Ele uniu as sobrancelhas.

— Ainda não respondeu minha pergunta.

Suspirei.

— Vim a negócios.

— Negócios? É empresaria?

— Emissária, seria uma palavra melhor.

  Eu ainda não sabia por que eu respondia as perguntas daquele traste. Mas estava sendo divertido. E seria bem mais divertido quando Demetri bebesse o sangue dele.

— Uh, legal. — ele encostou-se na parede do elevador e cruzou os braços. — E vai visitar um homem ou mulher? Sabe, se fosse uma mulher adoraria participar.

 Fiz uma nota mental de enforcar Jacob por ter ficado no ultimo andar de um prédio de quase quarenta andares.

— Homem, sinto muito.

Eu não sentia.

Ele mordeu o lábio.

Revirei os olhos.

Dimmy, meu querido. Você gostaria de uma cabeça humana para sua aquisição?

 Eu sabia que não tinha como eu ter uma resposta, mas ele provavelmente entenderia o recado assim que eu deixasse esse elevador e acidentalmente o empurrasse pela janela mais próxima.

— Você disse que tem um namorado. Ele é tão bonito quanto eu?

Encarei-o incrédula, uma sobrancelha arqueada. Seria injusto comparar a beleza vampira com a dele, mas, porra, Alec era absurdamente mais bonito que ele, de qualquer forma.

 — Mil vezes.

Ele bufou.

— Você é difícil, garota.

— Só não estou interessada.

Ele ficou em silencio por um tempo, mas quando só faltava um andar para sairmos ele voltou a falar:

— Me encontre no beco ao lado do hotel quando terminar com sua visita de negócios, e veremos se seu namorado é melhor que eu.

 E as portas foram abertas e ele saiu na frente, praticamente correndo. Ergui as sobrancelhas, aquele cara queria a morte, certeza. Sai logo em seguida e olhei pela janela. Demetri não passava de uma forma escondida nas sombras, mas ele ergueu a sobrancelhas quando me viu, sorrindo.

Depois que saímos daqui, o que acha de um lanchinho?

  Ele sorriu mais ainda e eu voltei minha caminhada até o quarto de Jacob. Bati na porta, apesar de suspeitar que ele já soubesse que eu estava aqui. Ele abriu a porta, e me deixou entrar.

  Mas ele não olhou pra mim uma única vez antes que eu me sentasse a sua frente.

— O que faz aqui, Renesmee? Veio jogar na minha cara tudo o que eu fiz?

Encolhi levemente os ombros, mas me mantivesse ereta.

— Não estou aqui como a Renesmee que você magoou, Black. Estou aqui a mando de Aro.

— Então, agora você é escrava daquele vampiro?

— Não sou escrava de ninguém! — senti uma ira crescer dentro de mim, mas me mantive calma, como Jane me ensinara assim que cheguei a Volterra — Não faço isso por Aro, ou os Volturi. Mas pelos humanos que Caleb Meliorn quer matar, ou qualquer que seja o objetivo dele.

— O que?

  Suspirei, e lhe expliquei tudo o que estava acontecendo em Volterra, com os Volturi. Comigo. E quando terminei, seus olhos estavam focados na janela atrás de mim.

— Então, Aro quer que eu e minha matilha, e a de Sam, nos juntemos a ele?

— Apenas uma aliança. — respondi, repetindo as palavras de Aro — Além de seres sobrenaturais, vocês são humanos, correm tanto perigo quando um humano normal.

Ele pareceu pensar, e eu soube que tinha ganhado.

— Tem minha palavra. Mas não faço isso por qualquer vampiro. Faço por você, para merecer sua confiança novamente.

Não permiti que as palavras tivessem efeito em mim, e me ergui estendendo a mão. Ele a apertou, apesar de eu ver o sentimento que isso causara nele. Agradeci, e depois de uns minutos, quando eu já ia sair, ele exclamou:

— Tentarei convencer Sam, apesar de achar perda de tempo.

— Obrigada, Jake.

  O apelido pareceu deixá-lo mais feliz, e ele sorriu um pouco. Deixei seu quarto e reparei em Andrew no fim do corredor. Ele sorriu e desceu primeiro no elevador. Revirei os olhos quando entrei no próximo.

Sai do prédio, encontrando com Demetri na saída.

— Então, como foi?

— Como planejado. — peguei seu braço, e o arrastei para perto do beco, onde Andrew já estava olhando para o outro lado. — Aquele humano estava enchendo meu saco, poderia cuidar dele?

— Macaco quer banana?Mas, acho que Alec faria isso melhor.

Uni as sobrancelhas, mas depois braços me rodearam e Alec beijou meu pescoço.

— O que faz aqui?

— Bem, Jane e eu já tínhamos voltado para o Castelo, foi fácil achar Joseph, o vampiro que Aro mandou buscar e mandei uma mensagem para Demetri, e ele me contou que você estava oferecendo um humano a ele; e como ele ouviu a ousadia do mesmo quando você saiu do elevador, supôs que eu quisesse fazer o serviço.

Sorri para ele, e lhe mostrei Andrew, no beco, esperando. Beijei-o por um instante, e indiquei que ele me seguisse escondido. Demetri tinha desaparecido no momento em que Alec apareceu.

Aproximei-me dele, fazendo questão que ele me ouvisse chegar.  

— Então, o que quer de mim, Collins?

Ele sorriu e se virou.

— Você veio. Sabia que viria.

Revirei os olhos e cruzei os braços. Pude ver com o canto dos olhos a movimentação de Alec pelas sombras.

— Ainda estou esperando. O que quer de mim?

Ele abriu um sorriso incrivelmente malicioso e tentou se aproximar, mas eu o fiz parar.

— Me fez vir aqui para tentar me beijar e provar que é melhor que meu namorado assim? — ergui a sobrancelha — Deixe-me lhe refrescar a memória: meu namorado gosta de tortura.

— E, modéstia a parte, eu sou ótimo nisso.

Alec apareceu no beco, os braços cruzados no peito e um sorriso no rosto. Ele, discretamente, indicou que eu saísse de perto do humano e assim o fiz, entrando mais no beco.

— Você é o namorado dela? —Andrew perguntou, gaguejando.

Alec abriu um sorriso.

— Claro que sim. — respondeu — E agora, você morre.

  Alec o atacou, e a ultima coisa que ouvi, ao sair do beco, foi o grito abafado de Andrew.

Pouco tempo depois Alec apareceu. Não disse nada, e eu não liguei para a roupa suja – o que era estranho, Alec nunca se sujava enquanto se alimentava. O que indicava que ele não apenas se alimentou e eu estremeci um pouco – quando Alec me abraçou e me beijou.

  — Vamos para casa. — ele me beijou uma ultima vez antes de nos levar até o Castelo.


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Notas finais do capítulo

:)