A Lenda dos Dragões escrita por Hakiny


Capítulo 1
Invasão


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo, recheado com muita informação e coisa boa (que?)
Sou péssima com essas coisas de notas e bah... perdoem



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Há muitos anos, o oriente foi tomado por trevas, dominado por seres desconhecidos vomitados da boca de algum deus maligno ou nascidos das profundezas do inferno, não se sabia ao certo a sua origem, mas os Devoradores, como eram chamados pelos humanos, estavam dizimando o continente.

Então, um dia, um monge muito sábio e poderoso, orou aos céus por misericórdia.

Depois de assistir toda destruição provocada pelos Devoradores, ele soube que nenhum humano seria capaz de impedi-los.

Ele orou por sete dias, e durante aquele período, não comeu ou bebeu coisa alguma.

No amanhecer do oitavo dia, uma chuva muito forte caiu sobre o oriente e logo em seguida o sol se mostrou com brilho e esplendor jamais visto antes. Foi então que o páramo azul claro foi enfeitado por sete cores vibrantes que formaram um arco majestoso.

O arco-íris gigante pousou sobre o templo do monge, e naquele momento a terra inteira tremeu…

— Essa é minha parte favorita. — Um garoto cochichou com empolgação.

— Cala a boca Chow! — Uma garotinha socava o braço do colega.

— E ENTÃOS OS SETE GUERREIROS MAIS PODEROSOS QUE JÁ SE OUVIRAM FALAR NOS QUATRO CANTOS DA TERRA SURGIRAM: OS DRAGÕES SAGRADOS! — Chow gritava enquanto pulava para longe de Karin.

— VOCÊ SEMPRE ESTRAGA A HISTÓRIA! — A garota também gritava, irritava.

— Acalmem-se crianças…

O rei se levantava de sua cadeira de balanço e dava leves batidinhas na cabeça da garota — Tenha paciência Karin!

— Majestade, o senhor já viu um Dragão?

Uma pequena menina de cabelos claros e olhos azuis, encarava o rei.

— Sim Ana, inclusive já lutei ao lado deles. — O rei dizia calmamente.

— O papai era um guerreiro muito forte Ana! — Karin saltava de um lado pro outro com animação.

— Você já viu um Dragão, Karin? — Ana estava curiosa.

— Não, eles voltaram pro céu antes de eu nascer.

— Um dia eu vou ser tão forte quanto um dragão sagrado.

Chow enchia seus olhos de empolgação enquanto observava os desenhos gigantes dos dragões que estampavam as paredes do castelo.

— Sai dessa Chow. dragões são guerreiros celestiais, você é só um garotinho. — Karin zombava.

— Mas um dia eu serei um homem e…

— Eu to com sono.

Ana bocejava com desinteresse.

10 anos depois...

“O vento trazia as más notícias, 3 províncias haviam caído, não havia dúvidas, o país do dragão seria o próximo.

Os sábios faziam inúmeras reuniões, os velhos cochichavam pelos cantos que o fim estava próximo, os mensageiros trouxeram a notícia de que ninguém havia sobrevivido, um massacre completo, desde os idosos aos bebês, ninguém foi poupado, era o armagedom encarnado o tal homem das lendas. Era nosso dever parar a marcha da destruição, dever do nosso país salvar o mundo, dele.”

Com uma expressão pensativa, uma garota de cabelos negros e lisos que passavam um pouco de seus ombros, fechou lentamente o diário que havia ganhado de sua tia, tia essa que morava na tribo dos tigres, tribo essa destruída há dois dias.

A menina respirou fundo, enquanto passava os dedos pela capa de couro feito à mão especialmente para ela.

ー Não posso permitir que ninguém mais seja morto por ele. — A menina sussurrou.

ー Isso está além do seu controle Karin.

Uma voz feminina ecoou pelo quarto.

ー Não só isso como também o fluxo de entrada em meus aposentos não é mesmo? — Karin guardava seu diário.

ー Não seja tão amarga, entro sem bater desde que… — A menina levava a mão ao queixo pensativa ー desde sempre.

ー Me desculpe Ana, todos esse acontecimentos me deixaram tensa.

Karin se jogou na cama. Ana se aproximou da amiga em silêncio e deitou-se junto a ela.

ー São dias difíceis… — Ana sussurrou.

ー Meu corpo inteiro treme com a idéia de que a qualquer momento o sino pode tocar e o mal varrer a nossa cidade e lavar as nossas ruas com o sangue dos nossos.

ー Ei, você sabe o que vai acontecer caso ele apareça. — Ana tocava os ombros de sua velha amiga.

ー Não consigo me conformar com tal ideia. — Karin levantou-se com brutalidade ー Nossos guerreiros morrendo em uma batalha sangrenta e a realeza fugindo como ratos.

Ana também se levantou, ajeitou seu longo vestido branco, respirou fundo e andou em direção a porta:

ー A tribo dos lobos já está na cidade, a princesa precisa estar ao lado de seu pai para recebê-los.

A porta se abriu e dois guardas esperavam as garotas.

ー Rapazes, creio que a princesa necessita de um pouco de privacidade para se preparar para a cerimônia.

Ana encarava os dois homens que se afastaram em silêncio. Apesar de não fazer parte da realeza, Ana era uma jovem sacerdotisa e possuía muita autoridade na cidade.

ー Não há necessidade, já estou pronta Ana.

ー Você tem um vestido de seda te esperando no armário, princesa. — Ana protestou.

ー Diante de todo esse inferno, não quero me sentir como um enfeite. — Karin se retirava da sala.

ー Clássico. — Ana a seguia enquanto resmungava.

Fora do castelo uma multidão se aproximava para ver de perto os visitantes do país vizinho.

ー Ali estão eles.

A sacerdotisa apontava para o pequeno grupo isolado no canto do pátio do castelo. Eram diferentes de tudo o que eles estavam acostumados, vestiam roupas de couro e se portavam de forma grosseira.

ー Fico feliz que venham de tão longe para nos ajudar. — Karin sorriu.

ー Acorda Karin, não vieram nos ajudar, é só sobrevivência! Somos o alvo do próximo ataque e logo em seguida é o território deles,  eles resolveram se juntar a nós para pôr um fim na ameaça agora. Somos um dos impérios mais poderosos do continente, eles aproveitaram a oportunidade apenas para salvar as próprias peles. — Ana demonstrava revolta em sua voz.

ー Ok, vamos ficar com a teoria de que eles são pessoas legais que vieram nos ajudar.

ー MEU AMADO POVO…

O rei gritava para todos os seus súditos que o ouviam atentamente.

ー Ladainha… — Ana resmungava.

ー Não seja rude. — Karin cutucava o braço da sacerdotisa.

Sem causar muito alarde, a princesa embrenhou-se por entre as pessoas que assistiam ao discurso do Rei Kishan para alcançar seu lugar ao lado do mesmo.

ー Eu, e a minha amada filha Karin…

Ainda descabelada pela última corrida, Karin se curvou em honra ao povo.

ー Contamos com a força dos lobos do norte para combater esse mal.

O pequeno grupo de 12 guerreiros se curvou diante do povo, uma salva de palmas preencheu aquele salão semi aberto.

Após todas as apresentações, a cerimônia continuou apenas como uma festa informal, com bebidas e conversas.

ー É inaceitável a forma como somos tratados!

Uma mulher alta, com feições fortes, batia seu copo de bebida vazio na mesa.

ー Eles nos deram comida, bebida e honra, parece bom pra mim.

Um rapaz de aparência igualmente grosseira tirava duas taças de bebidas da bandeja do garçom que passava ao lado deles.

ー Não vê como nos olham, Jean?

A mulher apontava para um grupo de conterrâneos que se afastaram ao serem notados.

ー Layla, Layla… — Jean entregava uma das taças para a guerreira ー Somos mais altos, mais fortes e barulhentos, é claro que eles nos olham.

ー Uma coisa não podemos discutir, as mulheres dessa cidade são belíssimas.

Um homem, mais alto e forte que os demais, havia se juntado ao grupo.

ー Não vejo nada de incrível em nenhuma delas. — Layla protestava.

ー Talvez não tenham mesmo, mas para quem está acostumado a perder a queda de braço com qualquer dama da nossa tribo, um pouco de feminilidade vai bem.

O rosto da guerreira estava vermelho de raiva, se preparava para debater, quando a voz suave de Karin chamou a atenção dos três.

ー Fico agradecida que tenham vindo nos ajudar.

A guerreira cerrou os dentes.

ー Foi necessário, afinal, temíamos que os nobres tivessem que sujar as mãos. — Layla provocou, era nítida a rivalidade que havia criado com a princesa.

ー Olá, princesa. — Jean se levantava rapidamente ー me chamo Jean, esses são Layla e Dorian.

Dorian não conseguia tirar os olhos das curvas de Karin.

ー Na terra dos lobos não é educado conversar olhando nos olhos do outro? Por aqui é bem comum. — Ana dizia com ironia enquanto se aproximava do pequeno grupo.

ー Não leve o comportamento desajeitado de nosso companheiro como exemplo da educação de nossa alcatéia. — Jean dizia com um sorriso amarelo enquanto levantava o rosto de Dorian para a altura do rosto de Karin.

ー Ana, não seja indelicada. — O rosto de Karin havia corado.

ー Seus olhos, são de água. — Layla encarava Ana ー Não é nativa daqui.

ー Não. Sou do continente vizinho. Vim para cá num barco de escravos, estava para morrer de fome quando o rei me comprou e me criou como filha. — Ana mantinha seu semblante sério intacto.

ー Ouço falar com frequência da bondade do rei, ouvi dizer que o guarda-costas da princesa também foi adotado. — Layla especulava.

ー Não sabia que era passatempo dos lobos fofocar sobre os povos vizinhos. — A sacerdotisa também encarou a forasteira.

Layla rosnou.

ー O Chow é um descendente direto de um dos Dragões Sagrados. Depois que a sua família voltou para o sagrado céu, por ser meio humano, ele permaneceu aqui. Desde então meu pai o abriga no castelo. — Karin explicava, enquanto observava Chow ao longe fazendo a guarda.

ー Sagrado céu? — Dorian repetia com incredulidade.

ー É uma das muitas histórias do meu povo. A calamidade que aflige as nações, não é novidade no oriente. Não temos certeza que se trata da mesma coisa, mas há algumas décadas tivemos uma devastação semelhante, e foi quando os dragões sagrados vieram ao nosso auxílio.

Layla foi incapaz de segurar o riso após a declaração de Karin.

ー Não deveria levar tão a sério essas histórias de crianças princesa.—  A guerreira dizia em meio a risos.

ー Isso não é história de criança! Todas as pessoas, de todas as tribos derrotadas estão sem alma e…

ー Karin. — Ana pousava sua mão sobre o ombro da princesa ー Vamos.

Após encarar os olhos da amiga por alguns segundos, Karin a seguiu em silêncio.

Layla continuou sua crise de risos:

— Dá pra acreditar nisso?

— Não zombe da garota, ela perdeu muita gente, precisava se agarrar em alguma coisa. — Dorian defendia.

— Juro que levaria a sério as suas palavras, se seu interesse não se limitasse ao que aquela mulher de olhos pequenos tem entre as pernas. — Layla o encarava com ferocidade.

Dorian engoliu a seco.

— Estão sentindo isso? — Jean farejava o ar um pouco distante do grupo.

Os seus companheiros começaram a fazer o mesmo. Foi então que todos pararam, se entreolharam e disseram como um coro:

“Enxofre"

Naquele mesmo segundo o alarme soou e um sentinela caiu da torre de vigia, morto.

— Dorian junte metade do grupo e se posicionem no portão principal. Jean me siga! — Layla passava as ordens.

— SIM SENHORA!

Os guerreiros partiram para a batalha

Na parte central do salão, Ana e Karin cumprimentavam os convidados no momento em que o sino tocou.

— O que está acontecendo? — Karin segurava firme a mão de Ana.

— Karin, por aqui!

A princesa sentiu seu braço ser puxado com força.

— O que está fazendo? —  Karin se debatia.

— Meu trabalho. — Um guerreiro alto, forte e vestido numa armadura negra, seguia puxando a garota sem esforço.

— Chow? Vai me levar embora? E Ana? ANA! — Karin buscava por sua amiga.

— Estou aqui. — Ana seguia os dois em passos rápidos.

— Ele está aqui não está? — Karin teve medo da resposta.

Ana apenas assentiu com a cabeça.

 


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado
semana que vem tem mais o
não desistam de mim... aushauhs



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