Chego em casa com a cabeça cheia de perguntas a mim mesmo, não me lembrando da tal garota que esbarrei no Brasil. E com muita educação, quase achei que sua mãe fosse me seqüestrar. Subo as escadas em direção ao meu quarto, agora eu só me concentrava naquela pirralha da casa da frente. Ela me xingou de Cú, nenhuma menina faz isso na maioria se derretem ao me ver e me agarram.  Estava dentro do meu quarto e ouvi batidas na porta, caminhei até a mesma e vi meu irmão parado na minha frente. Sim, conhecer eu conheço ela é a Lolla, mas ela não tinha o direito de falar isso tudo para mim.

-Amanhã cedo na cozinha. - Bill apontava pra minha cara dando ordens. Assenti apenas, fechei a porta e me joguei na cama, estava cansado e ainda nervoso por Lolla. Assim adormeci.

Lolla POV'S

Respiro fundo uma vez, reparo que minha mãe ainda me segura, assim me solto de suas mãos e corro para meu quarto, quando estou trancada dentro dele, totalmente isolada de todos neste mundo, desabo a chorar sem motivo. Como eu poderia gritar com ele, com o amor da minha vida. Eu não tinha que ter feito isso, deveria ter aceitado tudo normal é o que uma garota normal faria, e eu só sentia raiva por ele me humilhar e ainda me atropelar naquela rua. Sinto uma forte pontada em meu estomago e corro pro banheiro, me inclino e não sinto nada mais, suspiro e volto para meu quarto, novamente sinto a mesma pontada não tendo tempo de correr e simplesmente ponho pra fora tudo que tinha comido naquela tarde.

Sim, muito estresse me causava náuseas e eu não tinha como ficar calma com o que eu tinha feito. Limpei meu rosto e avisei minha mãe que logo veio limpar o chão, sorte minha que era piso frio e que não federia durante a noite, amanhã cedinho irei falar com o Tom e pedir desculpas. Afinal não podia descontar a raiva que sentia dele desde pequenos.  Depois de um banho deito em minha cama macia, pronta para o dia seguinte. 

Ouço o locutor da radio anunciando que eram nove da manhã resmungo um palavrão e levanto sonolenta, durante o caminho para o banheiro Lena entra no meu quarto e grita , acabo não entendendo e continuo o que ia fazer. Desço para o café da manhã e depois volto para me trocar, hesito em sair de casa e ir falar com ele até que vejo a porta de sua casa ser aberta e todos se encaminharem á um ônibus, cujo eu pensei ser  o de turnê, me esgueirei para detrás de minhas cortinas e fiquei a olhar todos sumirem dentro do imenso automóvel, eu queria ir me desculpar mas ele devia estar indo para algum outro lugar ou em uma turnê... Continuei olhando e ainda me assustei com a campainha, larguei a cortina e fui atender a porta. Arrumei o cabelo e a roupa, talvez fosse Tom de novo. Não, ele acabará de entrar no ônibus. Passei os dedos pelos fios de cabelos e pigarreei na esperança de arrumar a voz caso fosse o ele, toquei na maçaneta e a girei logo abrindo a porta e vendo uma figura feminina a minha frente, ela possuía um sorriso bem alegre em sua face, tinha os olhos contornados por traços pretos e sombra clara que era mais puxado para um lilas e ao encostar com o preto escurecia para um roxo, seus olhos azuis acinzentados eram destacados e suas roupas em um estilo mais moleca, a garota que tinha seus cabelos ruivos soltos e um pouco embaraçados, que julgo estarem assim por causa do vento, esperava por alguma reação mais agitada de minha parte, percebi isso já que sei sorriso foi se desfazendo misturando-se em desaponto e seriedade, logo então sua voz amena tomou o silêncio dos segundos em que estávamos paradas. -Oi, sou Allesana e você deve ser nova por aqui.- ela estendeu sua mão e eu tombei com o corpo para o lado direito, encostando meu quadril na porta. Revirei os olhos e All estranhou.

-A vá. Eu não mudei tanto assim.- olho meu corpo procurando por alguma diferença, depois encontro seu olhar e aquele sorriso de inicio voltando a se formar.

-Não, a Ligia tinha razão...- seus olhos se esbugalharam de surpresa enquanto eu lembrava da nossa amiga Ligia.

-Afinal cadê ela ? - apontei para os lados e All se apressou me abraçando demonstrando saudade e que ainda era fortinha, dei um passo para trás nos deixando dentro de casa, fechei a porta e esqueci do que havia do outro lado da rua.

-Nossa que saudade de você Lollinha.- ela me soltou e me olhou ainda alegre.- Me conte tudo que você passou lá no Brasil e por que a mudança.- mesmo eu sendo a moradora desta casa All me puxou para o sofá como se eu fosse a convidada, sentamos uma de frente para a outra, eu ainda não tinha mudado a minha cara de decepção em que era Allesana e não Tom que estaria tocando minha campainha, porém já tinha esquecido de sua existência já que as palavras de All tomavam conta de minha mente me fazendo gravar as perguntas em ordem e depois responde-las. Contei-lhe tudo o que aconteceu durante esse tempo as brigas dos meus pais e os sumiços repentinos de meu pai, as minhas amigas novas Laila e Mellani, os romances toscos e minha louca paixão pelo Tokio hotel. Então nesse ponto ela me interrompeu.

-Esperai você tem uma quedinha pelo Tom ? Eu sabia, seus olinhos não enganavam no pré.- ela levou os dedos ao queixo se mostrando pensativa.

-Ta, só que no pré era uma coisa, agora eu gosto dele como um ÍDOLO, sabe, nada de paixão e tals...- ela me olhava com a risada pronta pra explodir.- Eu não sou como era antes...- me atrapalhei nas palavras tentando fazê-las como desculpas, mas sabia que All não acreditava. Com missão falha deixei o papo rolar e terminei de contar a tração de meu pai.

Mais tarde acompanhei All até a porta e nos despedimos dizendo um "Até amanhã". Eu a encontraria na escola já que amanhã mesmo eu entrava na sala dela, não sei se todos me reconheceriam, se iriam me aceitar de volta. Nunca se sabe quando seus ex-colegas vão te estranhar. Deixando esse pensamento de lado, algo na casa da frente me chamou atenção. 

O ônibus da turnê ainda estava estacionado na rua e sem ninguém dentro, alias as luzes não estavam acesas, o que não queria dizer nada já estava tarde e eles poderiam estar dormindo, mas se eles ainda estão ai seria mais confortavel dormir em suas camas. 

Voltei para meus quarto ainda rindo das divertidas histórias que All me contou. Pensei em ligar para Ligia e fofocar mais o problema é que eu não lembro o numero do telefone de sua casa, não fazia idéia se mudaram o numero ou se continuava o mesmo. E o único modo de saber era ligando. Mas e a coragem, onde estava ?

Dei de ombros e peguei o telefone sem fio do meu quarto, deitei na cama e olhei o teto enquanto a ligação era feita. Do nada fiquei com vergonha de continuar com a ligação se me atendessem e não fosse os pais da minha amiga. Não demorou mais que um minuto e me atenderam, uma voz masculina atendeu, imaginei ser o pai de Ligia. Perguntei sobre a mesma e ele me fez esperar enquanto ouviu seu nome ser chamado.

Logo Ligia falou ao telefone, reconheci a voz e a respondi dando graças a deus por não terem escolhido outro numero. Avisei quem era causando dores de ouvido pelo seu grito agudo. Ri de sua surpresa.

-Eu tinha certeza que era você na escola... All vai ter que pagar alguma coisa...- sua voz abaixou nas ultimas palavras demonstrando que estava pensando no castigo de All. 

-Mas o que ela fez ? - sentei em minha cama, cruzando as pernas.

-Ela achou que não fosse você perto da porta da Diretora, achando que era impossível você estar de volta.- fiquei impressionada com o que Ligia disse, quando All me viu na porta não foi isso que pareceu-me, mesmo assim entendi as duas. Eu não avisei ninguém que voltaria. 

Escutei minha mãe chamar eu e minha irmã para jantarmos, dei por fim a conversa por ali mesmo, me despedi de minha amiga dizendo que nos encontraríamos na escola na manhã seguinte. Deixei o aparelho em sua base e desci para comer. 

LOLLA POV'S Off