My Life ! escrita por lulath


Capítulo 2
Cadê você Tom ?




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Acordei com o despertador zumbindo em meu ouvido. Fiz minha rotina matinal escovei os dentes, tomei meu banho, coloquei o uniforme, logo descendo para a cozinha ir tomar o café da manhã, me sentei na cadeira que me permitia a televisão como foco principal, não dei a mínima para o jornal, mas tive a vaga impressão de ter escutado algo sobre o Tokio Hotel, arregalei os olhos surpresa por ouvir algo sobre eles aqui no Brasil, minha mãe passava os minutos na pia. Aumentei o volume não me importando com o horário. A repórter dizia:

 

-" Recebemos a notícia de que a três dias um dos integrantes da banda, anteriormente citada, desapareceu depois de um de seus shows na Europa. A banda alega não ter motivos entre eles que tenha causado o sumiço. Fãs do mundo todo estão desesperados para encontrar o ídolo e rezam para que Tom Kaulitz esteja bem em qualquer parte do mundo."

 

Não desliguei o aparelho só voltei a altura do som normal. Eu realmente estava pasma e tinha certeza que Bill, Georg, Gustav sabiam o motivo. Fiz os cálculos para saber qual era o dia, se hoje era terça-feira, dia 04, então ele sumiu no dia 1º. Meu coração acelerou que eu não podia acreditar que ele pudera bater tão rápido assim. Senti o olhar de minha mãe pesar em meu rosto, sai do transe e a dei atenção.

 

-Tudo bem filha ? - pisquei mais uma vez tendo certeza de que não iria chorar. Não a respondi.- Por que as lagrimas Querida ? -  neguei com a cabeça, como seria possível estar chorando se eu não sentia elas escorrerem sobre meu rosto quente ? Eu estava tão anestesiada com a noticia, a perda de algo sumiu enterrada na terra ? Me levantei enxugando meu rosto, agora marcado de preto pelo delineador, eu sei que preciso de um a prova d'água. E disse em um sussurro capaz de ser confundido com o barulho de um radio não sintonizado.

 

-Ér... Estou bem sim mãe, só um pouco machucada.- Como uma enchente, as lagrimas tornaram a fugir descendo as maçãs de meu rosto.Corri para a porta, pegando meu skate, saindo do condômino cada vez que avançava, minha visão estava embaçada e os fios do meu cabelo grudavam no meu úmido rosto, as gotas que não tomavam o caminho antigo das outras, voavam para de trás dos meus ombros devida a velocidade. Provavelmente eu era uma palhaça na rua, com certeza as pessoas riam de mim ao passarem ao meu lado, Como, por que essa menina está chorando ? Olha só o rosto dela ! E risos a pularem para meus ouvidos. Não via nada perfeito, tudo era um borrão a minha frente, parei no farol deduzindo ser a cor vermelha a cima de mim, aproveitei para liberar meus olhos das malditas e voltei a enxergar, pelo menos por um tempo por que sabia que elas voltariam.

Respirei fundo o ar gelado antes de andar novamente, nesse meio tempo percebi que ninguém me reparava , nenhum olhar, comentário ou risada, todos dando importância a sua vida. Quando deu o sinal verde remei com o pé para pegar a velocidade certa, sabia que na próxima quadra tinha outro e que eu poderia pegá-lo aberto se fosse rápida o bastante, me apressei em chegar a tempo. Como eu tinha dito, eu não estava vendo nada de nada, de repente uma sombra, diria que um pouco maior que eu, atravessou a rua, como reflexo levei as mãos ao rosto o protegendo, já imaginando um tombo. Trombei com o individuo e cai em cima do meu braço direito. Assim ouvi uns resmungos direcionados a mim, de começo não entendi estava mais preocupada com a dor aguda e gritante em um ponto do membro machucado. Ergui a cabeça e olhei para o rapaz moreno e familiar, tentei me recordar analisando o físico da pessoa, mas não tive sucesso, levantei-me para voltar a seguir o caminho da escola, pedi as desculpas para ser educada, foi então que eu me dei conta que tinha dito Es war ein Unfall! automaticamente. Continuei a andar e a pensar de onde o conhecia, de onde o seu rosto e sua voz me parecia familiar.

 

Cheguei na escola encontrei as meninas na árvore como de costume. Não abri a boca para proferir uma palavra, fiquei quieta encasquetada com o garoto, as meninas viram que eu não estava bem, nem meu braço e perguntaram o que havia acontecido, expliquei tudo a elas desde á hora em que eu acordei até á hora em que atropelei o garoto conhecido. O sinal bateu e seguimos para a sala, eu ainda comentava com Mellani  sobre o misterioso menino, por dentro sabia quem ele era, mas o nome e a imagem não vinham em minha mente tão claramente. Deixei de prestar atenção na aula não iria acabar o dia sem saber quem ele era.

No lanche conversei normal como se eu já estivesse melhor, dei risadas com as meninas zoando com as coisas ao nosso redor, e em um fleche lembrei do tal garoto, de início fiquei espantada, brava e feliz. Sim, agora eu tinha certeza de quem era e poderia procurar por ele facilmente, não contei as meninas para não fazer alvoroço. Esperei terminar as aulas e ir para casa.

 

-Mell, posso deixar pra ir a sua casa hoje a noite ? - falei enquanto me afastava da mesma.

 

-Pode sim, mas tenta ir antes das 20hs, por que hoje irei sair com meus pais e meu irmão.- ela levou as mãos ao ar.- o Rafa conseguiu um lugar para se apresentar com seus amigos e eu tenho de ver. Ok ?

 

-Ok, hoje estarei lá então...- não queria ir agora pelo simples motivo, queria saber se tom estava realmente aqui e mostrar a minha mãe o que aconteceu com meu braço. Em casa minha mãe preparava o almoço, apareci na cozinha como se fosse outro dia qualquer, ao abraçar para cumprimentar ela percebeu a faixa enrolada em meu braço. Fez cara feia para mim e eu sorri amarelo, sabia que estaria encrencada e que não andaria de skate até meu braço melhorar. Eu sempre passei o dia todo em meu quarto não fazendo nada, nem a lição de casa eu fazia. Rolei e rolei na cama até pensar em um jeito que faria com que eu acha-se Tom, poderia ir amanha mais cedo pra escola, e tentar encontrá-lo no mesmo caminho, seria impossível, mas é sempre bom tentar. Peguei meu not e vasculhei os e-mail's procurando um da banda, escrevi um texto GG' só para eles lerem como de costume e para ir pra lista de FÃS, era mais fácil assim. Fechei o mesmo e fiquei imaginando a resposta, eles vindo pra cá, Tom me matando com os olhos, câmeras apontadas para mim, seria um inferno, talvez eles nem lessem e se lerem pensariam em me responder antes de fazerem esse alarme todo.

Confesso que ficar olhando o  teto não é algo produtivo, principalmente que não posso sair graças ao meu BRAÇO. Coloquei o not no chão, fiquei deitada de ponta cabeça olhando para ele esperando a resposta.

 

Minha cabeça já estava quente pelo sangue que não circulava direito, estava fechando os olhos e o barulhinho suave e fino, soou levantando uma janelinha no meu msn. Olhei o que era, um e-mail que tinha chego. Me arrumei, caindo no chão. Nunca mais fico nessa posição, abri a janela da caixa de entrada e fui ao que tinha chegado, vi que era dos meninos e sorri, depois pensei no que eles devem ter respondido, e também por que fora tão rápido.

 

"Olá Lolla !

Sabíamos que era você logo pelo começo do texto. Rs   Você pode estranhar a rapidez, mas é que eu não durmo enquanto não sei se meu irmão está bem, nem minha família, por isso fico do lado da TV, do telefone ou celular e do computador, assim posso ver quando tem uma notícia dele, mas até agora nada.

 

E você comentou sobre ter visto ele por ai ! Como assim ? Tem certeza de que não era qualquer pessoa ?

Beijos Bill K. "

 

Terminei de ler e o respondi:

 

" Oi Bill, eu sei, assim posso ser reconhecida e respondida ;D

Então eu vi sim, tenho certeza, eu acabei até trombando nele, o cabelo, as roupas eram tudo compatíveis com  ele, e eu até quebrei meu braço -.-
Também ele falou em Alemão pelo estresse quando o "atropelei" de skate.

 

Eu entendo Bill, realmente não saber onde uma pessoa da sua família está, preocupa muito, mas se não for ele aqui, pode ter certeza que ele está bem, Ele é crescido e tem dinheiro pode se virar nesse tempo. Mas tenho certeza de ser ele.

 

Kisses Lollita"

 

Mandei o e-mail, suspirei relembrando a cena de hoje de manhã. " Sim, era Tom, não tem como errar, o cabelo, suas roupas, seu rosto familiar... Pode ser sim um cosplay, afinal estamos em um país cheio de fãs imitando seus ídolos, podemos pensar em tê-los vistos só de encontrar com suas cópias. Mas Tom era impossível de confundir ..." Abri novamente a janela e mandei outro atrás do anterior pedindo o numero do celular, mas eu desanimei, por que celulares da Europa não funcionam no Brasil. Resmunguei alguns palavrões, minha mãe apareceu na porta.

 

-Que isso Lolla !? - levantei a cabeça em sua direção.

 

-Desculpa mãe, estava só um pouco brava. - sorri amarelo, e senti que não a convenci.

 

-Filha..- ela disse ao entrar no meu quarto, sentou-se ao meu lado.- Hoje de manhã, o que houve ? - se ajoelho e levantou meu rosto.

 

-Você... Bom.. Assim tem o Tom da banda... Aquele que eu estudei no pré. - ela afirmou com a cabeça.- Então, hoje de manhã passou na TV que ele havia sumido, e que os meninos não sabiam onde ele estaria, e tudo mais...- eu fui explicando a minha mãe tudo. No meu rosto eu sabia que escorriam as gotinhas salgadas, minha mãe me envolveu em seus braços e me apertou calma, acariciou meu braço me acalmando. Esse momento de mãe e filha são sempre ótimos, a mãe sempre sabe que a filha está apaixonada ou magoada com alguém, nesse meu caso eu já não tinha certeza, era confuso o que eu sentia quando o nome Tom era pronunciado ou escrito. Depois de uma hora sentadas no chão, minha mãe percebeu que eu não chorava mais e sim, que eu dormia em seu colo, sonhando profundamente com algo. Ela me ajeitou na cama e colocou meu notebook na escrivaninha, fechou a porta e voltou a fazer o almoço, ou melhor dizendo, recuperar o que não fora queimado. Diria que dormi muito bem, descansei meus pulmões e meus olhos. 

 


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