A lenda de Jack Utrar escrita por Arturhm13


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que deem uma chance, garanto que vão gostar.



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— Onde estou? Ai... Por que minha cabeça dói tanto? – Murmurou Jack Utrar, um jovem rapaz de dezessete anos e de cabelos negros, ao acordar em uma cama que não lhe pertencia.

A porta do quarto onde ele repousava se abre e uma garota de cabelos claros, que aparentava seus dezesseis anos, entra por ela. Seu nome era Melissa. Ela trazia, nas suas delicadas mãos, uma bandeja com alguns pães e um copo de suco.

— Finalmente acordou, apostei com meu irmão quanto tempo ainda continuaria dormindo. Ele disse que pra sempre. – Brincou ela com um belo sorriso no rosto.

Eu não me lembro de tudo o que aconteceu. Minha cidade, Candrávia, ela foi atacada por um grupo enorme de ladrões do clã do Manto Vermelho. Eu lutei, eu lembro que lutei, tive que lutar. Minha família, ela foi atacada, a cidade estava em chamas, os moradores, nossos tesouros, nada escapou. Então, por que ainda estou aqui? – Pensou Jack.

A jovem garota sentou-se junto a ele na cama. Ela colocou a bandeja sobre uma cômoda de madeira, bem próximo de um jarro, onde uma linda flor de cor perolada repousava. Seu frescor, indicava que com frequência era trocada.

— Meu nome é Jack Utrar. O que aconteceu? A cidade...

— Sinto muito. - Interrompeu Melissa dissipando seu sorriso – Você não está mais em Candrávia. Essa é minha casa, estamos em Oakfair. As outras cidades demoraram a atender o chamado, quando meu irmão e os outros chegaram ao local, já era tarde, foi ele quem o encontrou.

— Então temos que voltar lá, pode haver mais sobreviventes, minha família... - Exclamou Jack enquanto sentava na cama.

— Já faz vinte dias que você está aqui, eu tenho cuidado de você desde sua chegada.

As palavras de melissa, por mais que carregassem a sua doçura, escureceram o coração de Jack, anestesiando a dor de sua cabeça. Uma angústia pesou sobre seus olhos que se fecharam. Ele se deitou de lado, dando as costas para a sua cuidadora e dormiu. 

* * *

No raiar do sol do dia seguinte, Melissa e seu irmão Belamir colocavam a mesa para o café: uma dúzia de pães, uma jarra de suco e algumas frutas que a jovem havia recolhido mais cedo.

A casa era humilde, de madeira. Por isso a porta rangeu alertando a todos da presença de Jack na sala.

— Olha quem finalmente está de pé, meu nome é Belamir, você é Jack não é mesmo? A Melissa me contou, venha, sente-se, tem bastante comida. – Disse, pegando um pedaço de pão e colocando na boca.

Belamir era um homem alto, devia ter seus vinte e cinco anos. Vestia pedaços de uma armadura de couro sobre a roupa. Ele trabalhava para a guarda da cidade.

Jack caminhou até a mesa e se sentou. Ele olhou os arredores. Era realmente uma casa muito simples, mas muito bem zelada, com vasos de flores e sem nenhum pó.

— Vocês são casados? – Perguntou em voz baixa.

Melissa apenas sorriu, mas Belamir gargalhou em tom alto e estridente.

— Eu lá sou homem para casar rapaz, não me prendo a essas formalidades. – Respondeu com um largo sorriso.

— Isso é o que ele diz, eu ainda acho que ele apenas não consegue uma namorada. – Brincou Melissa, deixando-o com cara de desaprovação. – Nós somos irmãos, moramos sozinhos.

— Pois é rapaz, a nossa mãe morreu muito cedo e a gente tem se virado desde então. O nosso pai é um bêbado problemático, fiquei feliz quando ele saiu pela aquela porta e nunca mais voltou. Somos órfãos que nem você! – Berrou Belamir sorrindo.

Melissa deu uma forte pisada em seu pé e o encarou enfurecida.  Jack abaixou a cabeça e deu um sorriso tímido e sem vida.

— É... Sinto muito, acho que é meio cedo pra piadas. – Tentou se corrigir.

— Desculpe o meu irmão, ele não sabe a hora de parar. Você está bem? – Melissa segurou as mãos frias de seu novo amigo.

Em um gesto suave, Jack levantou a cabeça e olhou para a garota. Talvez por conta de toda a confusão em sua mente, até agora ele não havia reparado nela. Melissa era uma jovem bonita, de cabelos loiros, muito claros, com dois lindos e grandes olhos castanhos. Ela estava trajando um vestido simples de cor branca. Aquela imagem acalmou um pouco sua aflição.

— Eu... Eu estou bem... – Disse de forma atrapalhada. – Não vou deixar que essa fatalidade me aborreça.

O momento foi interrompido por Belamir, que ficou de pé e se espreguiçou.

— Eu tenho que ir, já estou atrasado para a patrulha. Não quero dar motivos para descontarem do meu pagamento. Você deveria vir comigo, poderia conhecer a cidade e talvez eu consiga um trabalho pra você como meu ajudante. – Convidou.

— Belamir! Ele acabou de acordar, está machucado o que você tem nessa cabeça?! – Brigou Melissa.

— Não, ele está certo, caminhar me fará bem. Além disso, até onde eu sei todos os meus pertences se foram, preciso conseguir trabalho.

Apesar de sentir que o melhor seria que ele ficasse, Melissa decidiu se calar. Se Jack fosse tão teimoso quanto seu irmão, o único modelo masculino que conhecia, dificilmente lhe daria ouvidos, caso ela insistisse.

— Está decidido então. – Disse Belamir, colocando uma espada velha em sua cintura.

Os dois cruzaram juntos à porta, em direção às ruas da cidade, como se fossem amigos de longa data.


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Notas finais do capítulo

Toda segunda sairá um capitulo novo, espero que acompanhem.



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