Second Chance escrita por escritoradesconhecida


Capítulo 4
A Rainha Gentil ainda existe


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, mais um capitulo saindo, esse ta mais morno, mas como haviam pedido tem um pouquinho de SUSPIAN ♥



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POV SUSANA

Entrei no meu quarto fechando a porta na cara de Jace, Izzy e Alec, eles gritavam, insistindo para que eu abrisse, mas eu precisava ficar sozinha, entender tudo que estava acontecendo. Depois de um tempo eles foram embora, eu não sabia o que estava sentindo, meu mundo tinha caído de novo, as barreiras que eu havia construído para suportar a perda foram para o chão e depois de três anos tudo aquilo volta à tona, eu não estava 100% curada de tudo, mas estava aprendendo a recomeçar, só que agora eles retornam e eu descubro que fui enganada, que sofri por uma mentira.

Me levantei arrastando, tirei aquele vestido e taquei na lixeira, olhar pra ele me lembraria desse maldito dia, liguei o chuveiro na água quente e entrei, me sentei no chão e deixei a água cair junto das lágrimas, eu não conseguia entender porque eles fizeram isso comigo, eu era a irmã deles, crescemos juntos, cuidei deles o máximo que pude, sempre cuidava dos machucados do Pedro, colocava o Ed pra dormir nas noites de chuva e mimava Lucia como se fosse minha bonequinha, eu amava eles. Eu havia mudado isso concordo, mas isso não os dava o direito de mentirem pra mim, me deixarem para trás lidando com a dor e a culpa.

Eu estava sozinha quando nossos pais morrerem de tristeza e mesmo assim eles não me falaram a verdade antes, eu tive que enterrar todos eles, voltar naquele maldito cemitério e ver toda a minha família morta e mesmo assim eles não sentiram um pouco de culpa. Eu morria dia após dia, sentindo essa dor, me culpando por não ser boa para nada, não servir nem como irmã e nem como filha, enquanto eles estavam bem em Nárnia, sendo reis e rainhas cuidando de tudo junto a Caspian e Liliandil.

Quanto mais eu pensava, mais eu chorava, os soluços de choro eram altos e constantes, me sentia renegada e abandonada.

— É Susana, nem eles foram capazes de te amar por muito tempo. – escondi o rosto entre meus joelhos deixando que a água morna caísse sobre mim e criando uma nuvem de vapor.

POV CASPIAN

Quando os Pevensie voltaram para Nárnia meu coração se encheu de alegria, ela ia voltar eu a teria do meu lado de novo, como minha Rainha. No dia Lili teve que me trancar no quarto, porque eu saia como um doido por todo canto querendo ser o primeiro a encontrar ela. Entretanto quando chegou o grande dia, ela não estava eu descobri que ela não acreditava mais, que renegou Nárnia, por isso não iria voltar.

Aquele dia a dor que senti em meu coração foi bem pior que a dor de vê-la partir após nosso primeiro beijo, apenas com a ajuda dos Pevensie e de Lili que havia se tornado uma grande amiga, consegui lidar com essa dor, mas no meu coração eu ainda tinha a esperança de vê-la novamente e viver o nosso amor.

Nárnia estava caindo em desgraça nenhum de nós sabíamos o que fazer, até que Lucia pesquisando uma saída nos escritos antigos achou uma lenda que previa o que estávamos passando, e a única salvação viria das mãos de um caçador de sombras. Nesse momento Aslam nos contou que Susana era uma caçadora, ao ouvir o nome dela um frio na barriga me atingiu e meu coração disparou. Só que mais uma vez me feri, quando chegamos ao mundo dela, ela nos negou, ela nos olhava com ódio, magoa, porém ela estava linda, com um vestido azul que iluminava mais seus olhos, com marcas pretas no corpo que chamavam atenção para sua pele branca.

Tudo aquilo pra mim era novo, todas aquelas maquinas, aquelas roupas e armas eram coisas que eu nunca tinha visto, mas nada me chamava mais atenção do que a Susana, quando sua avó nos contou tudo que ela passou e a importância que ela tinha para aquele povo, meu coração se apertou, nunca imaginei que ela poderia ter sofrido tanto.

— Meu deus, eu não devia ter sido tão grosso com ela. – comentou Pedro.

— Isso eu concordo, Pedro você foi um insensível. – Edmundo beliscou o irmão que devolveu o carinho em forma de peteleco.

— Ei para vocês dois, temos que pensar numa maneira de nos aproximar e nos desculpar com a Su. – Lucia entrou no meio dos dois irmãos e me olhou, estávamos apenas nos quatro na sala da Dona Margaret, pedimos para que ela nos deixasse ficar mais tempo, assim pensando o que poderíamos fazer para ajudar a Su.

— Lu, acho que se a gente ficar cutucando a Susana, vamos levar uma facada.

— Edmundo para de ser medroso em Nárnia você era mais corajoso.

— Em Nárnia não tinha a Susana e mais um bando de tatuados com armas brilhantes me odiando, lá eu tinha um exercito e muita gente me amando, aqui eu já perdi as contas de quantos olhares de ódio tomei.

— A Susana ainda nos ama. – comentei ignorando a discussão de Edmundo e Lucia, todos me olharam confusos então eu continuei. – O professor sempre me ensinou que se alguém está magoado ou até com ódio de quem um dia amou muito é porque ainda ama, e eu sei em meu coração que a Su ainda nos ama.

— Caspian, meu filho, não se iluda, não é porque até o dia que a gente morreu ela não ficou com mais nenhum homem, que depois de três anos e uma mentira profunda ela ainda continua assim ou sinta algo por ti. – Edmundo me abraçou de lado. – E sem contar que ela está nos odiando, a fizemos sofrer atoa.

— Não Ed, Caspian tem razão, quando Lucia abraçou Susana os olhos dela encheram de lágrimas, ela ainda sente algo pela gente, só está muito magoada e com razão. – Pedro suspirava, pelos seus olhos era possível perceber que lembranças passavam pela sua cabeça. – Sinceramente, eu no lugar dela estaria da mesma maneira.

— Então precisamos pensar em um plano. – disse Lucia com um sorriso de esperança.

Enquanto eles discutiam para saber qual seria o nosso próximo passo, meu coração começou a disparar, uma sensação estranha ocupou meu corpo, algo me dizia que devia procurar por Susana, que ela precisava do meu toque e do meu carinho.

— Eu não posso esperar! – sai correndo por aqueles corredores, deixando para trás os gritos de Pedro, Edmundo e Lucia, não sabia aonde era o quarto dela, mas sabia que nosso amor ia me guiar, corri deixando que meu coração falasse e depois de um tempo eu parei, meus cabelos já estavam grudados na nuca à respiração descompensada, porém eu sabia aquela porta era do quarto dela.

Eu estava tão perto dela e aqueles 30 segundos de coragem haviam passado, eu não sabia o que ia fazer, se continuava ou se ia embora, respirei novamente fechando os olhos e lembranças do nosso primeiro beijo invadiram minha mente, o gosto da sua boca, a doçura e a suavidade da pele dela invadiram o meu ser, eu não podia esperar eu precisava lutar pela Susana até o ultimo segundo da minha vida se fosse preciso.

Bati na porta, esperei ansiosamente, entretanto nenhuma resposta veio, retornei a bater e mais uma vez ninguém abriu nem disse algo, bati mais uma vez jurando pra mim que seria a ultima, depois de um alguns segundo de tortura, escuto a porta destrancando, meu coração por leves segundos parou de bater, não sentia o chão embaixo dos meus pés e quando ela abriu a porta eu congelei.

— Jace eu... – ela parou de falar assim que me viu, trocamos um olhar repleto de dor da parte dela e amor da minha, ela estava linda, mesmo estando com o rosto inchado e os olhos vermelhos, uma camiseta cobria seu corpo até suas coxas e seus cabelos soltos mostrava que ela estava deitada. – O que você faz aqui cara de pau?

— Eu vim ver como você estava. – respondi com dificuldade me segurando para não olhar para suas coxas ou agarrar ela ali mesmo.

— Eu estou bem não está vendo. – ela ia fechar a porta novamente, porém coloquei meu braço segurando ela aberta. – O que você quer criatura?

— Queria conversar com você. – sabia que ela estava com ódio, em suas palavras eu podia sentir isso.

— Caspian, você além de sonso é burro e surdo? Eu não quero falar com nenhum de vocês. – disse ela se afastando da porta, gesticulando com raiva, aproveitei a brecha e entrei no quarto fechando a porta atrás de mim. – Ei! Eu não deixei você entrar, pode ir saindo!

— Su, eu sei que você está com raiva de mim, não sei bem o motivo, mas sei que você está. – quando disse isso ela cruzou o braço e riu da minha cara, respirei fundo juntando o pouco de dignidade que me restava e continuei. – Mas eu te amo e quero cuidar de você, hoje aconteceram muitas coisas, me deixa te ajudar, amanhã você pode não olhar na minha cara se quiser.

— Eu não preciso da sua ajuda muito menos do seu falso amor. – ela não me encarrava, algo naquela atitude me fez continuar, sem dizer nada, avancei até ela pegando seu braço, a puxei pra mim e a abracei. Por um instante ela tentou se soltar, entretanto continuei a segurando com força, por um instante ela parou, não retribui o abraço, mas deixou ser abraçada, pude sentir que ela fechava os olhos e sentia calma entre o calor dos meus braços. Sua pele não tinha mudado nada, ainda era macia como algodão e seus cabelos cheirosos como o campo de flores mais cheiroso de Nárnia.

Mas como tudo que é bom dura pouco, logo ela me empurrou e começou a gritar.

— Você nunca mais rela em mim ouviu? Quem você pensa que é pra ter essa liberdade comigo?

— Su me desculpa, eu não quis parecer desrespeitoso eu só queria curar a tua dor. – disse tentando controlar ela.

— Curar a minha dor? Foi você que ajudou a fazer ela. – quanto mais ela gritava, mais eu ficava arrependido de ter ido até lá, ela me odiava e agora estava odiando mais ainda. Antes que eu pudesse responder a porta foi aberta e uma voz grossa falou com raiva.

— O que está acontecendo aqui Su?

— Nada Alec, eu só estava explicando para a certa pessoa aqui que eu não quero nada que venha dele, nem um bom dia! – respondeu ela, indo para o lado dele e me encarrando.

— Então já que ela deu o recado, o senhor Rei de Nárnia, poderia por gentileza e educação sair deste quarto? – ele me encarrava com raiva e ironia, até os amigos dela me odiavam, parabéns Caspian, você vai longe assim.

— Ah claro, durma bem Su, me desculpe. – sai de cabeça baixa, me consolando com a lembrança daquele maravilhoso e curto abraço.

NARRADOR OBSERVADOR.

Alec ficou um tempo tentando acalmar Susana, quando ele saiu, ela se deitou abraçou o travesseiro e lembrou-se da sensação de quando ele a abraçou, aquela antiga sensação havia retornado, porém agora ele tinha braços mais fortes, um peito mais definido e o mesmo cheiro que a acalmava. – Por que você ainda me faz sentir assim Caspian? – falou Susana pra si mesma, lembrando-se de como ele a fazia se sentir em casa. – Por que você tinha que mentir pra mim?

Num quarto distante dali, Caspian não conseguia dormir, o cheiro dela ainda estava em seu nariz, só de lembrar o coração disparava e ele ficava inquieto, depois de senti-la tão próxima, ele deseja estar com ela 24 horas. – O que eu fiz para você me odiar tanto assim Su? –pensou Caspian, relembrando das palavras de ódio que ela lhe direcionava. – Ainda seremos felizes eu prometo!

A noite passou quase nenhum dos envolvido nos acontecimentos anteriores conseguiu dormir, pela manhã Aslam pediu que todos se reunissem na sala central e só depois fossem juntos para o refeitório, enquanto ele estaria com Margaret.

— Eu não acredito que você fez isso? Meu filho você não tem medo da morte é? – perguntou Ed ao descobrir o que Caspian fez noite passada.

— Eu precisava Ed e por alguns segundos ela deixou ser abraçada, ela ainda sente algo por mim.

— Só se for raiva né? Porque depois continuou a te xingar. – Pedro beliscou Edmundo para que ele calasse a boca.

Liliandil percebendo a tristeza do amigo tentou ajudar. – Cas, tenta ver o lado bom, você mostrou para ela que não vai desistir.

— Sim, Susana pode não demonstrar, mas essa sua atitude mexeu com ela. – completou Lucia.

— Logo nossa rainha estará ao seu lado Senhor. – Rip subiu no ombro dele tentando o animar.

Antes que o Rei pudesse responder, Susana e Izzy cruzaram a sala central, ela olhou para todos, com expressão confusa, mas não disse nada. Eles apenas suspiraram e foram para o refeitório.

Na fila elas estavam bem à frente deles, Susana evitava olhar para trás, enquanto Pedro e Caspian observavam fixamente ela, eles queriam falar com ela, abraça-la, mas o medo da rejeição falava mais alto. O cardápio eram ovos com bacon, todos se serviram, Caspian se atrapalhou um pouco deixando com que o bacon caísse do prato, de canto de olho Susana observava tudo e quando o viu sorrindo de vergonha dele, automaticamente um sorrisinho brotou no seu rosto. Mas logo fez questão de escondê-lo, analisando todas as expressões das pessoas que estavam lá ela percebeu que Rip nem Liliandil tinham pegado alguma coisa para comer.

— Ei, Rip e Liliandil, vocês não tomam café da manhã? – perguntou ela se aproximando deles junto a Izzy.

— Tomamos Majestade, é que só comemos frutas ou verduras e aqui não tem nada disso. – respondeu Liliandil receosa.

— Nós esperamos o almoço, Rainha Gentil, não tem problemas. – completou Rip

Susana apenas pediu para que eles esperassem, enquanto deu seu prato para Izzy e caminhou em direção a cozinha, todos se olharam confusos, não sabiam o que Susana ia fazer, mas quando ela saiu da cozinha com uma cesta de diversas frutas, Lucia abriu um sorriso largo, a gentileza de Susana estava lá ela sempre sentiu.

— Aqui estão. – disse ela entregando a cesta para Liliandil e olhando para Rip também. – Não fiquem sem comer.

Ela não esperou resposta, apenas chamou Izzy e foi sentar.

— Não te entendo, dar comida para o ratinho tudo bem, ele é fofinho, porém dar comida pra loira aguada? Ai não né Su, ela está casada com o homem que você ama.

— Não vou deixar a menina morrer de fome né Iz, o errado nessa história é o Caspian, ela não tem culpa. – respondeu Susana segurando as lágrimas, enquanto observava o antigo amado.

— Tudo bem né, mas como sua Parabatai, tenho que dizer, eu não gosto dela! – Susana riu e continuou a comer. – Mas vamos falar de coisas boas, precisamos ir à costureira.

— Pra que? – perguntou ela enquanto mordia um bacon.

— Ai Susana, temos um casamento daqui uma semana e você esquece.

Elas começaram uma discussão engraçada, sobre vestido e a memoria ruim da filha de Raziel, enquanto numa mesa não muito distante dali, todos comentavam o gesto de Susana.

— Cas, você tinha razão, ela é toda doce.

— Nossa Rainha é a melhor pessoa. – disse Rip respondendo o comentário de Liliandil.

— Estou começando a achar que agora temos uma chance de reconquistar ela.

— Sim Ed, nós temos, só precisamos ir com calma. – disse Lucia sorrindo e observando a irmã.

Pedro não falava nada, apenas ouvia os comentários de todos, ele observava de longe Jace se sentando com a irmã e abraçando ela, em sua cabeça ele só se culpava por ter perdido a sua irmãzinha para outro irmão, um melhor e mais justo, talvez fosse egoísmo da parte dele, porém ele não queria que Susana amasse tanto Jace, afinal de contas quem cresceu a vida toda com ela havia sido ele.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, criticas, sugestões, duvidas, elogios, qualquer coisa é só perguntar. Próximo capitulo promete ♥



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