Dez Dias de Ouija escrita por NanaTheLazy


Capítulo 2
Segundo Dia


Notas iniciais do capítulo

Era para eu ter postado esse capítulo ontem a noite, mas eu acabei dormindo, então apaguem as luzes, coloquem um cobertor na janela e finjam que está de noite para aumentar o climinha.



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Depois daquela primeira vez jogando o jogo do lápis, vocês podem pensar que eu fiquei longe desse tipo de coisa, e admito, teria sido a coisa mais esperta a se fazer, mas minha curiosidade sempre falou mais alto que minha inteligência.

Eu joguei diversas vezes antes do relato que eu vou contar agora, mas nenhuma delas teve nada significante o bastante para que mereça ser contado.

Essa vez se passa no meu primeiro ano do ensino médio. Eu me reuni com dois amigos, vamos chamá-los de Mateus e Julia por enquanto, nós fizemos o tradicional tabuleiro, explicado no capítulo anterior, letras em volta, “Sim” e “Não” e lápis pendurado.

Antes de continuar, acho importante dar o local da história, minha escola é bem isolada, fica num bairro meio desconhecido e abandonado, era cercada por mato e o acesso a ela era um tanto quanto difícil, o que fazia dela o local perfeito para desova de corpos. Um mês antes de eu entrar tinham achado um corpo na frente do local. Eu estudo em uma ETEC, então tem alguns guardas no portão para que nenhum estranho entre, o que torna a escola bem menos perigosa do que ela pode parecer.

Nesse dia nós estávamos na nossa hora de almoço, então fomos para uma sala vazia e montamos o tabuleiro em uma das mesas e eu segurei o cordão, nós começamos invocando o espírito a aparecer e não demorou muito para que isso acontecesse, mas ele estava sendo extremamente hostil com a gente, qualquer coisa que perguntássemos, receberíamos uma resposta grossa ou violenta, cansados daquilo nós pedimos para sair mas o lápis continuava indo para o “Não” insistentemente, nos impedindo de sair. Quando faltavam vinte minutos para acabar o horário de almoço, resolvemos acabar de uma vez por todas com aquela palhaçada, fomos até uma venda perto da escola e compramos uma caixinha de fósforos.

Nos escondemos atrás do anfiteatro da escola, e queimamos a folha. Ou melhor tentamos, a folha toda queimou mas o “Não” permanecia intacto, um círculo perfeito ao redor dessa única palavra e quando tentamos queimar especificamente o “Não”, o fogo se apagou tão rápido que nem queimou o acento. Tanto o Mateus quando a Julia estavam paralisados de medo, mas eu, que sempre fiquei calma em situações de tensão, peguei algumas folhas secas, coloquei fogo e coloquei em cima do “Não”, e finalmente ele queimou. Revendo esse momento agora, foi uma atitude muito irresponsável da minha parte e eu poderia até ter botado fogo na escola, mas no momento de desespero foi o que mais me pareceu certo de fazer.

Eu joguei as cinzas no meio do mato, e olhei para os outros dois atrás de mim, só para presenciar a cena do Mateus abraçando os joelhos com a cabeça abaixada e a Julia tentando falar com ele. Se nós fizéssemos alguma pergunta ele podia até balançar a cabeça para responder, mas nenhuma palavra saiu da boca dele por mais de uma hora, acabamos cabulando as aulas da tarde porque seria impossível entrar com ele naquele estado.

Um pouco mais tarde, quando estávamos esperando o Mateus voltar ao normal, ele vira pro lado e solta um grito abafado.

Não tinha nada na direção que ele estava olhando, mas ele insistiu para que nós saíssemos dali, e depois de tudo que tinha acontecido nós nem discutimos, e para nossa sorte não faltava muito para acabarem as aulas, nesse meio tempo Mateus explicou que ele havia visto uma mulher completamente ensanguentada, procurando pelo seu filho, mas o ataque de pânico ele não explicou até hoje. Eu duvido que ele saiba porque ficou daquele jeito para dizer a verdade.

Uns dias depois, nós estávamos conversando com uma das guardas da escola, alguns deles eram bem simpáticos, e ela contou que haviam encontrado o corpo de uma mulher jogado atrás do muro da escola e como o lugar era um pouco afastado só conseguiram achar ela depois de semanas porque o cheiro tinha ficado insuportável.

Eu não sei se foi ela que o Mateus viu naquele dia, mas eu sei que ele gelou ao ouvir aquilo.


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Notas finais do capítulo

Comentem meu povo, vamos compartilhar as histórias sobrenaturais nos comentários ♥



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