POV Sasuke

Eu estava terminando de arrumar algumas coisas na varanda do chalé, quando a porta da sala se abriu. Droga, ela tinha chegado mais cedo do que o esperado. Naruto com certeza não havia olhado minha mensagem pedindo para atrasa-lá. Saí da varanda e Sakura se assustou ao me ver.

— Sasuke ? O que está fazendo aqui ? – perguntou ela.

— Estava te esperando...

— Me esperando ? – perguntou ela, confusa – Eu vim aqui apenas para pegar mais cerveja para o Naruto, já que a dele acabou.

— Na verdade – eu disse, sorrindo – você está aqui porque eu pedi para o Naruto dar um jeito de te trazer pra cá.

— O que ? Como assim?

— Bem, nós temos que conversar... E bem, eu queria que você pudesse conversar comigo na varanda.

— Na verdade acho que a gente não tem alguma coisa para conversar, Sasuke. Você já deixou bem claro o que você quer em relação ao bebê.

— Na verdade não... Eu queria muito que você fosse comigo até a varanda.

— Por quê ? Sasuke, por favor, vamos ser adultos...

— Vamos comigo até a varanda.

— Não!

— Vamos...

— Não !

— Você realmente é um pé no saco, Sakura.

— Desculpe ? Eu sou o quê ?

— Ok – eu disse, respirando fundo. Sakura era bem teimosa quando queria – Sakura, por favor, vamos até a varanda comigo.

— Ok – ela disse, revirando os olhos e andando em minha direção – mas seja rápido, hoje o dia está lindo e não vou desperdiçá-lo ficando aqui com você...

— Você não está nenhum pouco sensível durante a gravidez. – eu disse, abrindo a porta da varanda – Certo, primeiro, antes de você entrar aqui, eu quero que concorde comigo em deixar apenas que eu fale e quando eu terminar, você pode gritar, me bater, ou seja lá o que queira fazer comigo. Combinado ?

— Sim – ela disse, ainda parecendo entediada.

— Eu sei que eu disse pra você, em primeiro momento, que não estava pronto para ser pai. Mas depois de um tempo, eu meio que acostumei com a idéia... Sakura, não fala antes de eu terminar! – eu disse, quando ela abriu a boca para falar. Ela assentiu – Ok... Continunando... Eu nunca fui uma boa pessoa pra você, eu sei o quanto eu fui arrogante durante todo esse tempo de amizade, quer dizer, quase amizade por termos amigos em comum. E bem, quando decidimos ficar juntos, quando eu descobri que realmente gostava de você, foi uma surpresa, pra todos, mas principalmente para mim. Qual é, eu era o Sasuke, eu simplesmente não me apaixonava. Mas tinha alguma coisa em você, que não dá pra explicar. Sabe ? Essas pintinhas que você tem pelo rosto e que vão até a barriga, elas me conquistaram – ela sorriu disfarçadamente, mas mesmo assim, vi que estava no caminho certo – Então, quando você me disse que estava grávida você me assustou, tipo, completamente, você não têm idéia do quão em choque eu fiquei. Sério. Primeiro, eu te disse que não queria ser pai, que não iria te ajudar e em algum ponto nessa história, eu comecei a nos imaginar com um filho e parece não ser uma idéia tão ruim. Eu sei que somos adolescentes e que vai ser uma barra, mas eu sinto que se seus pais não aceitarem essa situação, meu tio nos aceita.

— Sasuke... – ela disse, tentando me interromper.

— Calma. Eu não terminei. – ela balançou a cabeça em sinal positivo, e eu tomei fôlego para continuar – Então... conversando com o Naruto esses dias atrás, ele abriu meus olhos, na verdade ele me xingou muito e nós dois quase brigamos. Eu sei que não é novidade nós brigarmos, mas no fim, eu entendi que ele estava certo. Por isso eu fiz isso, para te mostrar que eu posso tentar ser o cara que você merece... – ela me olhou confusa, e só aí eu percebi que ainda não tinha saído da frente da porta e ainda não havia mostrado à ela o que eu tinha feito. – Ok, essa última frase tinha que ter vindo depois que você entrasse na varanda. Mas tudo bem. Vem aqui. – ela me acompanhou e até agora, não havia demonstrado nenhuma reação, porém quando viu o que a aguardava ela sorriu. – Bem, o Naruto e os outros meninos me ajudaram nisso. Mas eu comprei tudo...

Ela começou a pegar as coisas que eu havia espalhado pela varanda. Roupinhas, fraldas, brinquedos. Tudo que era necessário para cuidar de um bebê. Ela olhava tudo aquilo com lágrimas nos olhos como se não tivesse percebido, até aquele momento, que realmente íamos ter um bebê.

— Sasuke... – ela me olhou, com um dos macacãozinhos brancos na mão e as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

— Eu sei, eu fiz burrada quando agi daquele jeito com você. – eu disse, chegando perto dela e a segurando pelas duas mãos – Mas Sakura, aquele é o antigo Sasuke. Isso ficou no passado. O Sasuke de agora vai te ajudar em tudo que você precisar, você me fez assim, eu mudei por você. O Naruto me abriu os olhos quando nós brigamos, ele me disse que por medo eu estava perdendo a pessoa que eu amo, e  ele estava certo, eu não sinto mais medo de ter um filho com você, porque é com você, você é exatamente a pessoa que eu quero pro resto da minha vida.

Sakura me abraçou apertado, enquanto soluçava contra meu pescoço. Ela não falou nenhuma palavra, apenas me apertou contra seu corpo. Eu sorri, enquanto sentia o cheiro de mar misturado com o cheiro dela que eu tanto gostava. Eu finalmente tinha conseguido deixar meu esgoismo de lado e me declarado para ela, apesar de ter cuspido as palavras tão rápido que provavelmente nem ela havia entendido, eu estava muito orgulhoso de mim mesmo. Essa foi a melhor decisão que já tomei.

— Então, você vai me deixar ser seu namorado e pai do seu bebê ? – perguntei, quando nos separamos e eu a encarei nos olhos.

 – Claro que eu vou seu bobo... – ela me abraçou novamente – Sasuke?

— Hm ? – eu perguntei, enquanto a apertava

— Você comprou uma camiseta de futebol para nossa filha ? – perguntou ela.

— Como você sabe que vai ser uma menina ? – perguntei, a encarando – pode ser um homem.

— Eu não sei, eu sinto que vai...

Eu a olhei e sorri. Na verdade não era má idéia termos uma garota, eu já até imaginava ela correndo pela casa do meu tio, enquanto ele brigava comigo por alguma coisa que eu deixei jogada na sala. Peguei na mão de Sakura e continuei a admirando, ela era tão linda, e aquela barriguinha crescendo a deixava mais ainda. Sorri para ela e ela sorriu de volta, concordando que, não importava o quanto fosse difícil sermos pais adolescentes, íamos dar um jeito.