POV TEMARI

Eu estava na cama de Shikamaru, enrolada em um lençol branco e vendo TV, enquanto ele estava na cozinha preparando um lanche para a gente. Era feriado, uma quarta feira chuvosa de feriado, e confesso que estava um pouco frio, por mais que morássemos em uma cidade que quase nunca ficava fria.

Eu e Shikamaru estávamos transando casualmente desde a festa na casa de Kaya. Os pais dele quase nunca estavam em casa, então, quando não estávamos em KONOHA, dando umas escapadas dentro das salas vazias, eu e ele estávamos na casa dele. E então, enquanto pensava nisso ele entrou no quarto, segurando uma bandeja, com pães, frios e suco. Ele estava sem camiseta e apenas uma samba-canção, e aquele corpo malhado e definido estava absurdamente à mostra. Mordi os lábios com tal cena.

— O que foi ? – perguntou ele, se sentando na cama e colocando a bandeja entre nós.

— Estava olhando esse seu corpo – respondi, sorrindo maliciosamente – quem te vê assim, nem imagina que você é preguiçoso demais até para colocar o lixo para fora.

— Você é uma chata – ele disse, rindo. E em seguida me dando um beijo.

— Eu sei – respondi, sorrindo entre o beijo – está pronto para o segundo round ?

— Mulher, você quer me matar – ele disse, bebericando seu suco – vamos comer alguma coisa antes.

Nós comemos conversando sobre coisas banais, e por incrível que pareça, com toda a nossa diferença, as coisas davam extremamente certo. Eu era mais velha que Shikamaru, era apenas um ano, mesmo assim eu podia perceber nossa diferença de idéias quando conversávamos. Eu não gostava muito de compromissos, gostava de estar com ele, enquanto ninguém sabia sobre nós, ou pelo menos fingia que não sabia, e gostava dessa coisa de sermos íntimos. Shikamaru, em pouco tempo, já sabia mais coisas sobre mim do que qualquer amiga minha. Eu estava bastante satisfeita com nosso sexo casual, não atrapalhava a amizade, e ele ainda podia ser meu confidente.

Shikamaru era engraçado, ele me fazer rir, e também era totalmente preguiçoso. Na maioria do tempo, nós ficávamos deitados, ouvindo música e conversando. Ele tinha um gosto ótimo para músicas. Eu já sabia tudo sobre ele, era filho único, seus pais eram da divisão de inteligência do FBI e quase nunca estavam em casa, por isso ele estudava em KONOHA. Seu melhor amigo era Chouji, que havia ido embora no ano passado para o México, mesmo assim, eles mantinham contato, e depois de Chouji, o seu amigo mais próximo era Naruto. Ele era também, muito inteligente, e sempre tirava boas notas na escola, quase sempre sendo aluno destaque do ano dele.

Além de tudo isso, Shikamaru era bonito. Apesar de ser preguiçoso o bastante para odiar esportes e qualquer atividade física, ele tinha um corpo que não era de se jogar fora. E quando o assunto era sexo, ele esquecia qualquer atitude preguiçosa. Se é que me entendem.

Enfim, por mim, eu poderia ficar a vida toda em uma relação assim, sem compromisso nenhum, fazendo o que me desse na telha e ainda tendo pra quem contar e transar nos dias entediantes. E ele não parecia se incomodar, e nunca tocava no assunto. Enquanto pensava nisso, ouvimos uma barulho na parte de baixo da casa dele. Eu o olhei assustada, mas ele parecia tranqüilo.

—Shika ? – perguntei, colocando a bandeja de comida na mesa ao lado da cama – estava esperando alguém ?

— Não. – respondeu ele, ainda tranqüilo. – deve ser meus pais que chegaram mais cedo.

— Sério ? – respondi, me levantando imediatamente e recolocando minhas roupas. – por que não me avisou que eram eles ?

— Não sabia que eles vinham hoje – respondeu ele, também colocando suas roupas, mas estava totalmente calmo. – você está bem, Temari ?

— Estou – respondi, com pressa – mas preciso ir para a casa, vai que eles me pegam aqui.

— Está tudo bem – disse ele, enquanto eu calçava os sapatos – eles já sabem sobre você.

— Sobre mim ? – perguntei, parando o que estava fazendo e o encarando.

— Sim – ele respondeu, se levantando – algum problema?

— N-não – menti. – mas preciso ir agora.

— Sério ? – perguntou ele – não vai ficar para o jantar ?

— Quê ? – perguntei, sem entender. – Shika, quanto os seus pais sabem sobre mim?

— Bem... – ele começou a falar, quando a porta se abriu. Os pais dele entraram no quarto, e eu dei graças por já estar vestida.

— Oi filho – disse o pai dele, enquanto a mãe me analisava de cima a baixo – chegamos mais cedo. Não queríamos atrapalhar vocês, mas já que estamos aqui, por quê não vamos jantar todos juntos ?

— Ah, é que eu já estava indo embora, senhor Nara – respondi, pegando minha bolsa.

— Pra você é Shikaku – disse ele, muito simpático. – e não diga não para nós, por favor. Estávamos ansiosos para conhecer a namorada de Shikamaru.

— Namorada ? – perguntei, me engasgando. O quê. Estava. Acontecendo ?

— É, – comentou a mãe dele, animada – não acreditamos quando ele disse que estava saindo com alguém. Achávamos que Shikamaru era gay.

— Mãe... – disse Shikamaru, envergonhado.

— Ah, tudo bem – eu disse, meio desesperada, mas mantendo a pose de boa moça – a verdade é que eu não posso mesmo ficar. Combinei de sair com algumas amigas hoje, íamos jantar juntas. Mas um outro dia, quem sabe...

E dizendo isso, passei vazada por eles e desci as escadas em direção a porta. Ouvi passos logo atrás de mim, e Shikamaru me chamando. Apenas abri a porta e quando estava quase saindo, ele agarrou meu braço.

— O que aconteceu ? – perguntou ele, quando já estávamos do lado de fora da casa dele.

— N-nada – eu disse, me engasgando de nervoso.

— Eu sei que eles são meio atrapalhados, mas eles queriam te conhecer. – ele disse, me olhando confuso.

— Eu sei, mas eu não queria conhecê-los – disse, sendo sincera. – Shika, eu estava contente com nossa situação de só sexo...

— Eu pensei... – ele disse, olhando para baixo pensativo – que estávamos em algum tipo de relacionamento.

— Oh deus. – resmunguei, pensando na confusão que eu havia criado para mim mesma – Olha Shika, você é perfeito e tudo mais, mas eu realmente não quero um relacionamento. Ainda mais com alguém mais novo...

— Por que ? – perguntou ele, se antes ele estava envergonhado, agora ele estava uma fera – Você não quer ficar com alguém mais novo, por que vai ser motivo de piada para seus amiguinhos universitários ? – perguntou ele, ele parecia estar com raiva – Ou por que você acha que por eu ser mais novo eu sou uma criança ? Acorda Temari, nós temos um ano de diferença, e se você não sabe, eu sou inteligente o suficiente para estar no seu nível intelectual.

— Shika, me desculpa, eu não quis dizer...– eu tentei amenizar a situação, mas pareceu não adiantar.

— Não, Temari. Se você queria só sexo, talvez tivesse que ter sido mais clara. Talvez se tivesse vindo aqui na minha casa de madrugada ou evitado falar comigo em publico, assim seria obvio, mas você continuava me mandando mensagens e passando finais de semanas e dias inteiros comigo na escola. Desculpa por não ter entendido o que você queria dizer, mas eu pensei que éramos algo.  Talvez você só tenha medo de encarar as coisas com seriedade. Tenha um bom dia.

E dizendo isso ele entrou de volta para sua casa e fechou a porta na minha cara. Eu fiquei parada alguns minutos ali, tentando digerir tudo ainda. Era claro que eu estava ferrada. A verdade era que desde que eu e Shikamaru começamos a sair eu não ficara com mais ninguém, apenas com ele. Eu gostava de ficar com ele, e tínhamos tido ótimas experiências juntos. Ele era exatamente o tipo de cara que eu queria para minha vida, mas agora ainda não era o momento. Eu estava no ultimo ano da escola, e queria aproveitá-lo, e me preparar para a faculdade ao mesmo tempo, eu simplesmente não tinha paciência para um relacionamento agora.

Caminhei quieta naquele fim de tarde. Enquanto a lua já dava indícios de aparecer. Peguei meu celular e mandei uma mensagem no grupo das meninas, nenhuma delas estava ocupada. Combinamos de ir todas para a casa da Tenten, já que era mais perto da onde eu estava, e eu estava a pé. Fui a primeira a chegar, e ela estava só de pijama, com dois coques, um de cada lado da cabeça, parecendo uma Pucca mal humorada.

— Você está bem ? – perguntei, enquanto ela bocejava

— Estou um pouco para baixo, hoje – disse ela, enquanto esperávamos as outras garotas.

— Nem me fale – eu disse, suspirando – estou tão para baixo quanto você. Ficou de pijama o dia todo ? – perguntei, enquanto ouvíamos a campanhia tocar.

— O que você acha ? – ela perguntou, enquanto nos dirigíamos para a porta.

Kaya chegou com Sakura, Ino e Hinata. Kaya estava usando um moletom largo e uma blusa de lã, e um rabo de cavalo mal feito, ela parecia estar tão mal quanto eu e Tenten. Sakura estava sorrindo como uma idiota, e parecia feliz, suas roupas coloridas diziam o mesmo. E Hinata, radiante, nos abraçou para dizer oi. Ela também estava feliz. Ino ainda parecia estar chateada com o que aconteceu com ela, mas estava tentando se manter forte. Konan foi a ultima a chegar, e parecia que havia uma nuvem escura em cima de sua cabeça, porque ela parecia mais mal humorada que todas nós juntas.

—Você está bem, Ino ? – perguntou Tenten, quando já estávamos todas no quarto dela, deitadas na cama apertada.

— Ah, você sabe – ela disse, fechando os olhos – estou superando aos poucos. Mas estou aliviada que Sai foi expulso, pelo menos posso respirar tranqüila.

— Ele deveria era ser preso – comentou Kaya, séria.

— A família dele tem dinheiro, Kaya – explicou Sakura – é muito difícil alguém assim ir para a cadeia, principalmente sendo menor de idade.

— Gente, vamos mudar de assunto – pediu Hinata – não quero pensar nisso.

— Ela tem razão – disse Ino, sorrindo – Qual de vocês duas transaram ontem a noite ? – perguntou, para Sakura e Hinata, que ficou vermelha na hora. – Foi você, Hina ? – perguntou, a pressionando, enquanto ela corava mais ainda.

— Claro que não – ela respondeu, sem jeito. – Naruto dormiu em casa, mas nem ao menos pudemos ficar sozinhos, meus pais ficaram com a gente o tempo todo. E quando não eram meus pais, era Hanabi e Neji. E depois, ele acabou dormindo no quarto de hóspedes, e eu no meu quarto, sozinha.

— Que má sorte, – disse Kaya – ele parecia estar bem satisfeito hoje de manhã. Quando foi me chamar na casa do Sasuke. Achei que pelo menos vocês tinham aproveitado a noite, já que me deixaram na rua.

— Dormiu na casa de Sasuke ? – perguntou Sakura.

— Sim – ela respondeu – inclusive, acordei com ele ao meu lado. Estava um caco, parecia cansado. O que aprontaram ontem a noite, hein ? – perguntou ela, sorrindo maliciosa.

— De tudo um pouco – respondeu Sakura, eufórica. – Eu finalmente tive minha primeira vez. E foi maravilhoso.

— Sério ? – perguntou Konan, sorrindo – Que lindo Sakura, você gostou ?

— Amei – ela disse, sorrindo – Sasuke foi maravilhoso comigo.

— Finalmente perdeu esse cabaço – comentou Ino. Ela com certeza já era ela mesma novamente – não agüentava mais tanto drama. – nós rimos, enquanto Sakura fingia estar irritada.

— Sabia que ele não roncou a noite inteira a toa – disse Kaya, rindo alto – vocês devem ter se esforçado muito.

— Idiota – rebateu Sakura, rindo – e por que você ficou para fora, ontem ? E como acabou na cama do meu namorado ?

— Eu acabei perdendo minha chave na festa em que estava, e não queria ligar para o Naruto para não atrapalhar, então liguei para Sasuke. Mas aquele boçal esqueceu o celular na casa dele, e eu acabei tendo que pedir favor para o Itachi – ela disse, revirando os olhos. – Tive que dormir na cama do Sasuke, era isso ou dormir na cama de Shisui, que vomitou a noite inteira de tanto que bebeu. Ou talvez, dormir com Itachi e correr o risco de assassiná-lo a noite.

— E ele não te falou nada sobre mim ? – perguntou ela, tensa

— Quando acordamos hoje de manhã, o humor dele estava ótimo. Ele me disse que preferia que você contasse, mas que depois conversaríamos sobre isso.

— Ah, ele é um fofo – ela disse sorrindo.

— É... – disse Kaya, fazendo uma careta – um fofo. E você, Temari ? Onde estava ontem a noite?

— Onde você acha ? – perguntei, bufando – Com Shikamaru, obvio.

— Finalmente decidiu admitir que estão juntos? – perguntou Tenten

— Juntos ? – perguntei, irônica – Se antes estávamos, agora eu já dei um jeito de estragar tudo.

— O que aconteceu, Tema? – perguntou Hinata, paciênte

— Os pais dele chegaram do nada na casa dele – eu disse, incrédula – e começaram a me chamar para jantar e dizer que éramos namorados...

— E você se assustou e saiu correndo igual um cachorrinho perdido ? – perguntou Kaya, rindo.

— É, isso mesmo que aconteceu – eu respondi, revirando os olhos – vocês sabem que não quero ter um relacionamento agora.

— É, nós sabemos – disse Ino – só não entendemos por quê. Quer dizer, você e o Shika se dão tão bem, provavelmente seriam o casal mais sólido da nossa roda de amigos, tirando a Hina e o Naruto.

 – Ano que vem estou indo para a faculdade – expliquei – não queria começar algo agora, e acabar tão rápido. Não me entendam mal, eu gosto dele, bastante. Mas nós somos diferentes, e eu acho que é melhor para mim ficar sozinha.

— Caramba Temari, – disse Tenten, suspirando – enquanto eu só queria meu namorado de volta, você está rejeitando um cara que gosta de você e é perfeito. Você é corajosa.

— Talvez ela esteja certa – disse Konan, desanimada – namorar é complicado.

— O que aconteceu entre você e Iahiko agora ? – perguntou Sakura

— Ah vocês sabem – ela respondeu – o mesmo de sempre. Ser capitão do time de futebol faz todas aquelas garotas ficarem babando por ele, eu não acho isso ruim, o que eu acho ruim é elas ficarem mandando mensagens para ele.

— Droga – disse Sakura, triste – odeio pensar que isso vai acontecer comigo também, logo logo.

— É exatamente por isso que não namoro – disse

— Continuo achando que você está desperdiçando seu tempo, Temari. A gente encontra amor recíproco poucas vezes na vida...

Fiquei pensando no que Tenten me dissera por um longo tempo, quando estava caminhando de volta para minha casa. Talvez Shikamaru tenha razão, eu tenho medo de encarar as coisas com seriedade. E eu gostava dele, isso era totalmente obvio, mas eu não estava pronta para um relacionamento. Essas coisas eram complicadas para mim.

...

POV TENTEN

As garotas foram embora lá pelas oito da noite. Eu jantei com meus pais, e fiquei assistindo alguma coisa, sem ter o que fazer. Eu literalmente, tinha ficado de pijama o dia todo, só havia tirado para tomar banho e já recolocado. Fiquei pensando nas meninas, algumas delas com problemas, outras felizes com o relacionamento. O maior problema deles era de Ino, ela me preocupava as vezes, o que havia acontecido com ela era bem sério, e eu ficava triste só de pensar. Mas, eu tinha orgulho por saber que ela era tão forte, e nem parecia mais abalada com isso, apesar de sabermos que ela estava sofrendo.

Enquanto pensava nisso, recebi uma mensagem de Lee me chamando para ir naquela cafeteria que eu tanto gostava, e aproveitando que estava frio na Califórnia pela primeira vez no ano, eu aceitei. Afinal, não era todo dia que podíamos tomar um capuccino quentinho, e não suar como um porco assado. Troquei de roupa rapidamente, não me dando ao trabalho de me arrumar muito, afinal era apenas Lee, e sai de casa com o carro dos meus pais.

Chegando na cafeteria, Lee me esperava do lado de fora. Ele estava sorrindo como um idiota, como sempre, e isso conseguiu me alegrar um pouco, afinal ele era meu melhor amigo, e finalmente tinha se resolvido com Neji, e podíamos voltar com nossa amizade normal. Entramos na cafeteria e sentamos, conversando sobre alguma coisa idiota.

— Tenten – disse ele, sorrindo. Ele estava estranho hoje, parecia mais animado que o normal – eu vou fazer nossos pedidos, você vai querer seu capuccino de sempre ? – Assenti e então ele foi até o balcão de pedidos, enquanto eu esperava.

Eu olhava o cardápio, só por curiosidade, afinal já havia comido em casa. Quando vi alguém sentar na mesa, eu estranhei, era uma roupa diferente da roupa verde que Lee usava naquele dia. Senti meu coração falhar quando percebi que quem estava sentado ali na mesa comigo, era Neji.

— Neji ? – perguntei, agora começando a ficar nervosa – o que está fazendo aqui ?

— Eu precisava falar com você, e Lee se ofereceu para dar uma ajudinha. – ele disse, olhando para o balcão, onde Lee estava sentado, bebericando um café e sorrindo para nós.

— Aquele traidor – eu disse, com raiva.

— Não fique irritada com ele, Tenten – ele disse, enquanto a garçonete nos servia – ele só quis ajudar. Eu sabia que você não viria se fosse eu que tivesse chamado, então pedi pra ele.

— Você estava certo em relação a isso. – disse, bebendo meu café – Eu não sei se estou pronta para falar com você, Neji. Sabe, você desistiu do nosso relacionamento por causa de uma promessa que seu tio fez, que você nem sabe se vai se concretizar. Ele pode deixar Hinata tomar conta da empresa, ou sei lá, ele pode querer continuar tomando conta dela. Nós namorávamos a anos, desde que tínhamos 13 anos, éramos crianças ainda. Sem contar que depois que terminou comigo, você flertou com toda a escola, e ainda brigou com Lee por causa de uma situação que você não sabia nem a metade.

— Eu sei – ele disse, parecendo envergonhado – Lee já me explicou o que aconteceu, e como vocês perceberam na hora que foi um grande erro, quando se beijaram. Eu não sei o que estava pensando Tenten, eu estava triste, bêbado e fora de mim. Eu também não sei o que estava pensando quando quis terminar com você...

— Agora você me diz isso ? – perguntei, não acreditando no que estava ouvindo. Meus olhos se encheram de lágrimas – E por que não se arrependeu, quando terminamos e eu ficava te ligando todos os dias e você me ignorava ? Ou quando estávamos nas festas e você estava se agarrando com qualquer garota do primeiro ano ? Ou quando eu e as outras meninas estávamos brigando por causa de vocês, durante o jogo contra Amegakure ? Você nem ao menos agradeceu!

— Tenten – ele disse, pegando em minha mão, que estava em cima da mesa – me desculpe. Eu estava arrependido, mas não sabia como te dizer...

— Claro que não sabia – eu disse, agora chorando de raiva – você sempre foi orgulhoso demais para se declarar para mim. Se você me quer de volta Neji, você vai ter que mudar muito, e ainda, vai ter que me mostrar que está realmente arrependido.

Eu tirei a minha mão debaixo da dele, e me levantei, saindo do café. Dei uma ultima olhada para trás, e Neji estava estático, sentado me olhando ir embora. Lee me encontrou lá fora, enquanto eu chorava, encostada no carro.

— O que aconteceu, Ten ? – perguntou ele, preocupado

— Eu não sei – eu disse – eu só, não quero mais sofrer, Lee – respondi, chorando – estou cansada do jeito que ele me trata, terminando comigo quando bem entende e depois achando que quando disser qualquer palavra de arrependimento para mim eu voltarei correndo. Eu estou farta disso, não vou deixar ele e tratar como qualquer uma. Nós crescemos juntos, praticamente descobrimos o amor juntos, e ele me trata como se eu fosse reciclável, só porque se sentiu arrependido e solitário. Pra mim deu, Lee.

E dizendo isso, entrei no carro e sai, cantando pneu. Eu não conseguia parar de chorar. Quando cheguei em casa fui até meu quarto correndo, e me deitei na cama. Eu estava me sentindo triste, mas ao mesmo tempo satisfeita por ter tido forças o suficiente para dizer aquilo tudo para o garoto que amo. Fechei meus olhos e chorei até adormecer. Aquele feriado não tinha sido nada bom para mim.