Sombras do Futuro - Final escrita por Cary Monteiro


Capítulo 4
Um perigo de cada vez




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No colégio o intervalo já havia terminado há tempos e o professor Rubens não pode deixar de notar a ausência de alguns alunos.

    - Hm… Onde estão Mônica, Cebola, Magali e Cascão? Alguém sabe? - Ele perguntou para a turma. Ninguém sabia responder. De repente um celular começa a tocar freneticamente ao som de Sweet Dreams - Eurythmics. Ele pertencia à Denise que o atende um pouco nervosa, era o Xavecão quem a chamava.

    - He, he, he… Desculpa profs. Realmente preciso atender. - Ela corre para o lado de fora da sala e põe o celular na orelha para ouvir o homem.

    - Denise, você está no colégio? Precisa sair daí agora e ir pra casa, ouviu bem?!

    - Aw, que lindo você se importando com a minha pessoa, gatão, mas o que está havendo?

    - Sério, Denise, algo ruim está pra acontecer, algo grande! Vai pra casa e também manda geral ir pra casa, escutou?!

    - Isso tem alguma coisa a ver com o sumiço do quarteto fantástico?

    - Tá falando da Mônica, Cê, Magá e Cas? Ah, droga, preciso correr! Dá um jeito de evacuar todo mundo daí, okay? Tchau! - E desligou.

    - Ai, ai, tudo eu, não é? Que saco… - Denise resmungou enquanto apertava o botão vermelho de incêndio e andava na direção da saída.  - Agora vamos ver o que a turma anda aprontando…

        A sirene ecoou pelos corredores no colégio deixando todos apreensivos. Alguns corriam em desespero. O professor Rubens tentou inutilmente controlar sua turma.

    - Pessoal, calma! Deve ser só uma brincadeira de mal gosto de alguém! Permaneçam em seus lugares.

    - E aquelas nuvens estranha lá no céu são o quê, professor? - Xaveco apontou para a janela. Todos se voltaram para o lado de fora.

    - Okay, talvez seja melhor todos irmos embora mesmo. Mas com calma! Eu disse com calma! - O professor gritou enquanto a classe saía pela porta.

  De volta ao labirinto, Mônica andava na frente de Cebola, olhando de relance para o próximo corredor antes de virar nele. Cebola estava feliz pela amiga ter vindo para ajudá-lo, mas ele se sentia muito confuso e precisava de vez saber o que estava acontecendo.

    - Mônica, eu preciso saber quem é aquela cópia musculosa de você, o que ela faz aqui… E aquela outra do lado dela é a Magá? Sério, o que está havendo?

    - Já disse, não dá tempo de explicar tudo, temos que sair daqui primeiro. Quando estivermos fora de perigo eu explico…

    - Não dá pra fazer um resumo, uma sinopse, algo assim? - Cebola insistiu. Mônica respirou fundo e se voltou pra trás, para encarar o amigo.

    - Okay, um resumo. Você foi um idiota, escravizou o planeta, a minha versão do futuro treinou um exército de rebeldes. O Xaveco do futuro veio ao passado para consertar sua burrada e consertou, mas parece que não funcionou então a própria Mônica veio pra acabar com você. - Ela nem esperou pra saber a reação do Cebola depois daquilo tudo, ela voltou a andar e espreitar os corredores. O garoto ficou estático por um momento, digerindo aquilo que acabou de ouvir e depois acelerou o passo para alcançar Mônica.

    - De que ano elas são?

    - Daqui uns dois anos, desde que viajamos pra Sococó da Ema. Foi onde tudo começou, eu acho…

    - Como eu consegui escravizar o mundo inteiro em dois anos?

    - Não dá pra contar tudo agor- aCK! - Mônica vociferou meio ao ataque surpresa. A parede se partiu e dela saiu um minotauro que empurrou a morena até a próxima à sua frente. O monstro tirou a mão e deixou a garota cair ao chão, desacordada. O minotauro voltou a sua atenção ao Cebola e lançou um soco na sua direção. Cebola saltou pra trás, tropeçando e caindo de bunda. Ele levantou o mais rápido que pode para não sofrer outro golpe. O garoto ia correr quando se ligou que Mônica ainda estava lá desmaiada e ele precisava ajudar. Assim que ele se virou o minotauro desferiu outro golpe, mas Cebola foi mais rápido e escorregou por baixo, passando antes que o soco o atingisse. Deu mais uma cambalhota até chegar na Mônica. Cebola aproveitou o finito momento de confusão do meio-touro para acordar a amiga.

    - Mônica, você está bem? Me responde… - Ele sussurrou para ela, segurando o rosto dela em suas mãos. Mônica foi acordando aos poucos e recobrando a consciência.

    - Ai, minhas costas… Alguém anotou a placa? - A morena balbuciou. Cebola sorriu e se aliviou por ela estar bem. - O que foi que me atingiu?

    - Um minotauro. Vamos, eu te ajudo a levantar, temos que sair daqui antes que… - O monstro rugiu interrompendo o rapaz, depois foi ao encontro dos dois. Mônica tentou se por em uma posição para segurar o ataque do monstro, mas ainda se sentia atordoada e caiu com um dos joelhos ao chão. Quando o minotauro desferiu seu soco o mesmo não veio. O soco estava parado a centímetros deles, parado no meio do caminho. Os três ficaram confusos com aquilo.

    - Mas que touro enorme é esse! - Um homem proferiu. Mônica sabia muito bem quem era.

    - Xavecão! - Ela gritou animada. O loiro havia laçado o braço do monstro e se preparava para laçar o outro. Jogou, puxou e cruzou as cordas, o minotauro estava confuso e não sabia direito para onde olhar. Tentou puxar os braços de volta e arrastou o Xavecão que fazia força do seu lado para se manter no chão, fincando as botinas na terra e levantando um pouco dela o caminho.

    - Aqui vamos nós! - Xavecão então se aproveitou da força do puxão e pulou nas costas do animal, ele laçou os chifres e a bocarra do minotauro e por fim puxou tudo, fazendo o monstro perder o equilíbrio e cair de queixo no chão. Xaveco jogou cada corda nos pés de casco do bichão e prendeu junto das mãos. No final o minotauro parecia um frango amarrado, pronto para ser assado. O loiro limpou as mãos batendo uma na outra e virou-se para receber um abraço caloroso vindo da Mônica.

    - Que saudade sua, menina! - Ele sorriu e a abraçou de volta.

    - Eu que digo, chegou na hora certa! Como sabia que estávamos aqui?

    - Eu não sabia. Vim na cidade fazer umas compras. Mas reconheço aquela formação de nuvens nada naturais. Achei que fosse a Denise, mas não a encontrei…

    - Não foi a Denise, foi a Magali quem convocou estes monstros!

    - Magali? Como… Ela… - Xavecão então olhou para o horizonte e avistou a Mônica amazona e a Magali do futuro. Ele sentiu um calafrio percorrer por sua espinha - Essa não... Significa que eu falhei!

          Mônica percebeu que o amigo Xavecão estava entrando em desespero e pegou na sua mão.

    - Calma. Aposto que tem uma boa razão pra isso tudo, okay?

    - Pessoal, ainda falta um monstro. Espero que seja algo menorzinho. - Cebola se aproximou e comentou. Xavecão o olhou curioso.

    - Como assim?

    - A Mônica do futuro determinou que o Cebola precisava passar por três desafios se quisesse viver. - Mônica explicou.

    - Já foram dois monstros, uma mantícora e o minotauro.

    - Também temos que encontrar a saída.

    - Ou podemos fazer uma, como o minotauro fez derrubando a parede.

    - Nem me fala disso, minha cabeça ainda está rodando um pouco… Espera aí, tá falando que eu vou fazer uma saída quebrando a parede?

    - Você bem podia tentar.

    - Eu não sou tão forte assim, e além do mais, não vou machucar minhas mãos de jeito nenhum.

    - É por uma boa causa, nossas vidas!

           Enquanto o casal discutia, Xavecão procurou pela tal parede derrubada pelo monstro e percebeu um local onde as plantas cresciam novamente e cobriam o buraco na parede de concreto.

    - Esse labirinto foi feito com magia, não vai dar pra fazer isso nem se quiséssemos… - Ele apontou para a parede e os dois olharam espantados. Xavecão os encarou com um sorriso falso no rosto. - E então? Alguém tem um plano melhor?


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