Amor não Tem Jeito escrita por Crazy Tavares


Capítulo 8
Capítulo 8 - De volta para a realidade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/73509/chapter/8

O silêncio absoluto reinava por toda a residência de Ana. As duas criaturas dormiam no quarto, suadas e acabadas, porém tranquilas. Era por volta das 10:30 da manhã, Ana acorda com o corpo todo pesado, cansado e... nossa, que fome! Demorou uma eternidade para levantar e, de cueca boxer preta e top, partiu para a cozinha, onde comeu um pão com frios e bebeu um copo de leite. Foi para a sala, pegou o controle, ligou a televisão e praticamente se jogou no sofá, e lá ficou vendo filme. Carla acordou era meio dia, mais acaba que Ana, se espreguiçou na cama e percebeu a ausência da morena, então levantou da cama, ainda nua, e foi à procura de Ana. Encontrou esta deitada no sofá, que quando viu a loira, logo sorriu e ergueu a sobrancelha direita, e Carla chegou perto de Ana e deitou com ela no sofá. Ficaram abraçadas vendo filme, e quando este acabou, ambas resolveram sair para almoçar.

Tomaram um banho juntas, uma ensaboando a outra e deram risada, contaram piadas e conversaram. Ana roubou um dos vestidos da mãe para Carla, era lindo e confortável e era um dos mais simples que tinham no guarda roupa da dona Marina. Carla vestiu-o e se sentiu bem, este ia até a metade de suas coxas, perfeito! Odiava vestidos mais compridos do que isto, sem contar que a estampa deste era linda, não tinha cores fortes e chamativas. Carla ficou prestando atenção em como Ana se arrumava, esta nem pentear o cabelo penteava, acredita? Pois é. Colocou uma cueca boxer branca da Calvin Klein, uma bermuda jeans masculina da Oakley, um top preto, um tênis preto de skatista e, por fim, uma camiseta branca masculina de gola V. Ana aproveitou e pegou uma sandália da mãe para Carla, e as roupas da loira colocaram dentro de uma sacola, pois Carla pretendia ir embora, apesar da Ana ficar resmungando toda hora e falando para não ir.

- Olha, eu não quero discutir sobre isso, ok? Pega sua carteira e a chave da moto, vamos que estou morrendo de fome.

Ana ficou quieta porque sabia que seria muito ignorante, então bufando pegou sua carteira, conferiu os cartões e todos os documentos, pegou a chave da moto e o casal saiu. Foram para o shopping em silêncio, chegaram no estacionamento e desceram da moto. Ana pegou o capacete de Carla e começaram a conversar.

- Só vou ter que passar no caixa eletrônico antes de irmos pra praça de alimentação, ok? Estou com poucas notas aqui.

- Ah, tudo bem, Ana, a gente passa no caixa eletrônico antes então, aí você escolhe onde iremos comer.

- Não não, quem vai escolher será você, ontem eu escolhi o restaurante, hoje é sua vez. Nada mais justo.

Quando chegaram no caixa eletrônico, Ana passou os capacetes para Carla e andou até o caixa, tirou a carteira do bolso e pegou o cartão, e fez o que tinha que fazer ali: tirar dinheiro. Carla não viu exatamente quanto Ana tinha tirado de dinheiro, mas devia ser bastante, tinha jurado ver duas notas de R$ 100,00 ali na hora em Ana começou a sacar o dinheiro. Ana tomou os capacetes das mãos de Carla e deu um beijo na bochecha da loira, que logo ficou ruborizada com a demonstração de carinho. Resolveram ir no Giraffas mesmo e pediram um almoço, que por sinal estava uma delícia. Conversaram enquanto comiam, deixaram os pratos na mesa e só pegaram os refrigerantes, e logo saíram andando sorrindo e dando risada. Passaram por lojas e Carla ficava babando nas vitrines, por tudo: bolsas, sapatos, casacos, camisetas, calças. Ana só ria, mulher feminina é foda, né? Adora um shopping que é uma beleza! Entraram numa loja e Carla já foi vendo os preços e ficando triste, nunca teria dinheiro suficiente para comprar uma roupa linda daquelas! Nisso, enquanto a criatura loira quase chorava rios pelas roupas e seus respectivos preços, lá estava Ana já pagando por uma bolsa da Gucci para Carla.  Quando a loira desesperada percebeu a ausência de Ana, saiu procurando-a pela loja toda, e quando vê, a morena estava sentada num banco em frente à loja. Ela sai da loja meio triste, pois não podia comprar nada daquilo, e de repente Ana se levanta e tira a mão de trás dela, com um embrulho de presente. Carla arregala os olhos e só pergunta:

- O que é isso, Ana?

- Abra e descubra, Cacá... Não aceito devoluções, já vou dizendo.

Carla rasga o embrulho na hora, afinal era uma curiosa nata! Se mordia toda de curiosidade, e quando viu o que era até perdeu o ar e olhou pra Ana, sem acreditar que aquele objeto caríssimo estava em suas mãos.

- Meu deus, Ana, isso deve ter custado uma fortuna... como posso aceitar isso?

- É um presente pela noite maravilhosa e por me dado a honra de te conhecer, só isso... Aceite, tá?

Carla sorriu para Ana e a abraçou e deu um beijo na bochecha dela, toda contente. Logo sentou no banco e mudou de bolsa na hora! Guardando a bolsa velha, aliás, bem velha na sacola onde estavam suas roupas. Saíram felizes pelo shopping, se curtindo. Opa! Já eram mais de 16:30, Carla tinha que ir embora, ir pra casa, tinha faculdade e tarefas para fazer! Ela alertou Ana e ambas foram pro estacionamento, foi aí que o pavio curto da morena estourou...

- Acho isso uma palhaçada, por que você tem que ir pra casa? Porra meu, não tá me curtindo não?

- Ana, eu TENHO que ir. Aliás, devemos voltar pra realidade, ok? Presta atenção: eu não te conheço e você tão pouco me conhece! Pare e reflita, volte para a realidade, tá?

- Para com isso, meu, que realidade? A gente tá na realidade, para de ser louca e vá viver, porque o que você me mostrou até agora foi uma pessoa que vive a base de estudos e trabalho e que é a filhinha perfeita que não causa problemas e que provavelmente finge que dá pra homens.

Ana jogou o capacete para Carla, e esta logo olhou pra morena e bateu nela com o capacete. Sim, elas estavam se descontrolando.

- Você não tem o direito de falar isso, ok? Isso é problema meu, só meu! O que te interessa saber se finjo isso ou não, ein?

- A partir do momento que eu como alguém, me sinto no direito de saber muitas coisas, e apesar de tudo, você não me falou porra nenhuma além de que faz faculdade e trabalha. Se finge de inocente, mas é uma puta que deu pra mim na primeira oportunidade.

- Pra você, dona Ana, eu sou mais uma medalha, né? Mais uma comida, né? Sua filha da puta! Como se atreve? Eu me abri pra você de verdade, algo que nunca fiz por ninguém!

- Se toca, você deu pra uma pessoa que você viu na lan house. E se você for mais uma medalha, foda-se. Uma a mais ou uma a menos não faz diferença, mas vi de cara que você era alvo fácil, sabia que você cairia fácil na minha labia e no meu dinheiro.

- Vai... se fuder! Ok, então vai, sua cafajeste! Vai em-bo-ra e me es-que-ça! Sua... riquinha idiota!

- Não vai ser difícil, vou achar outra mina pra comer enquanto você se corrói aí por ser uma mulher falsa com a própria vida. E quer que eu vá embora? Então me dá a bosta do meu capacete e volte a pé pra casa, falou? Volte pra bosta da sua realidade, loirinha fácil, vou aproveitar e passar seu número 'pras' minhas amigas, quem sabe você topa fugir da tal realidade com elas também né.

Ana arrancou o capacete da mão de Carla, subiu na moto e deu a partida. Sim, ela realmente deixou a loira ali sozinha, e quem estava ali por perto a olhava com cara de desaprovação. Carla saiu do estacionamento e levou tempo até chegar em casa a pé, sem acreditar no que tinha acontecido. Sua mãe deu-lhe uma bronca pela irresponsabilidade de faltar na faculdade, então pediu desculpas e foi se arrumar enquanto sua mãe gritava histérica com a bolsa original da Gucci, perguntando o preço e tudo mais. Carla deu risada e falou que uma colega dela ganhou do namorado mas não gostou, e resolveu dar a bolsa para ela. Rosalie, palhaça, saía desfilando pelos corredores da casa, e Carla só gargalhava olhando pra mãe. Tirou aquelas roupas, tomou um banho, colocou uma calça jeans justa e uma camisa xadrez vermelha e teve uma guerra com a mãe até conseguir pegar a bolsa para ir à faculdade.

Por outro lado, Ana foi dar uma volta de moto pela praia, esfriou a cabeça e resolveu ir para a faculdade. Estacionou a moto na frente da universidade e foi direto para um barzinho que se encontrava na esquina da universidade. Música ao vivo, já, que delícia, quem não queria ficar na aula acabava por ficar ali, e depois voltava na aula seguinte. Bebeu um suco natural, afinal não beberia já que estava de moto, e partiu para a aula, no laboratório de computadores.

Ambas as garotas, já na aula, não conseguiam focar nos estudos... só pensavam na briga, no dia passado quando se encontraram e o que ocorreu na noite passada. Mas, principalmente, na briga, nas palavras ditas, nas ofenças e no que aconteceria dali pra frente. O que será que acontecerá? Veremos, a estrada ainda é longa...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor não Tem Jeito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.