Fox escrita por IsaS


Capítulo 5
Capítulo 4º


Notas iniciais do capítulo

Eis mais um capítulo, queridxs!
Obrigada a todos os acompanhamentos! Fico extremamente feliz que estejam gostando e espero por seus preciosos comentários que me motivam a continuar.
Um grande beijo! Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735062/chapter/5

CAPÍTULO 4º

                Foi uma viagem de trem silenciosa, a não ser quando Max ofereceu-me chocolate e eu bufei em resposta. Eu ainda estava brava com ela, mas não me lembrava bem por qual motivo. Saímos do trem andando lado a lado e, por um segundo, avaliei as chances de voltar para casa caminhando da estação, como fizera na ida a Londres. Antes que eu pudesse chegar a uma conclusão que não culminasse em Alice me enforcando ou Carlisle soltando um “eu avisei”, Max assobiou e acenou com a cabeça.

— Vamos lá, castradora. Vou te levar pra casa. – eu bufei, mas a segui, sentindo-me irritada demais com meu novo apelido para verbalizar alguma coisa.

                Ela andou mais alguns metros e parou ao lado de um Camaro antigo e vermelho. Eu a olhei confusa afinal, onde estava sua maldita moto? Ela não dissera que tinha uma moto?

— Entra logo, Renesmee! – ela rosnou enquanto eu lhe fazia uma careta e entrava no carro, receosa. Por um momento pesei o fato de que, talvez, ela pudesse querer me matar ou me sequestrar. Por outro momento, precisei me lembrar que eu era tão forte e rápida quanto ela.

                Apesar da escuridão dentro do carro, consegui distinguir bem um par de olhos escuros e atentos analisando-me curiosamente do banco da direção. Mesmo com minha evidente tensão e a vontade de perguntar se o enxerido não queria tirar logo uma foto, sorri amarelo. Ela sentou-se no banco do carona e suspirou pesado, enquanto apoiava a cabeça no encosto de couro, parecendo extremamente cansada.

                Ele virou-se para ela e murmurou algo numa língua rápida e estranha aos meus ouvidos; presumi que fosse árabe, assim como presumi, também, que aquele fosse Zayn. À fraca luz que vinha dos postes da rua, visualizei seu semblante sério, seu nariz comprido, sua barba escura e seus longos cílios; não que eu precisasse disso para tê-lo enxergado. Meus lábios formaram uma linha severa enquanto, naqueles três segundos que haviam se passado, eu aguardava que eles finalmente parassem de me xingar em árabe e me levassem para casa. De repente, ele se virou e eu pisquei atônita. Ele era lindo, o cavanhaque moveu-se levemente enquanto sorria, mostrando seus dentes perfeitos e as covinhas formando-se graciosamente em suas bochechas. Lindo como um vampiro, pensei irônica, imaginando-o como uma sheik árabe.

— Perdoe-me pela falta de educação. – ele sorriu sem graça, desculpando-se com um sotaque engraçado. – Não sabia que teríamos companhia. Eu sou Zayn, namorado de Max. – ele estendeu sua mão.

— Renesmee. É um prazer. – cumprimentei-o rapidamente e consciente de meu dom, sentindo-me culpada pela minha presença atrapalhando o casal. – Eu que peço perdão pelo incômodo, mas Max me forçou.

                Do banco da frente ela bufou e os olhos preocupados de Zayn fitaram o semblante da garota irritada no banco do carona. Ele sorriu sem graça novamente e arrumou-se rapidamente no banco de couro, sem se preocupar em colocar o cinto de segurança e girou a chave na ignição. Eu realmente esperava que não tivesse ilustrado nada em sua mente através de meu toque, mas não puder ter certeza.

— Onde você mora, Renesmee? – perguntou-me.

— Naquele antigo casarão de pedras, numa travessa da Alameda Smith. – disse despreocupada com o que aquilo significaria, perguntando-me se deveria descrever aquela velharia daquela forma. Max virou-se para mim rapidamente, me assustando.

Você mora na Grand Magna House?! — perguntou-me, boquiaberta.

— Aquela coisa tem um nome? – retruquei, sinceramente confusa. Era um pequeno detalhe que um morador deveria saber sobre sua própria residência, certo?

— É simplesmente a mansão mais conhecida de Bibury, Renesmee! – ela voltou-se para frente, parecendo inconformada.

— Ué, que diferença faz? – perguntei irritada, agarrando seu banco num ímpeto, que fez com que eu me sentisse envergonhada logo em seguida. – Eu nem sabia que aquela merda tinha um nome!

— Meu Deus! – murmurou novamente indignada, não sei se com minha ignorância ou com minha casa estrambólica; talvez, ambos. – É uma princesinha mesmo!

                Os próximos cinco minutos que se passaram, após meus resmungos infelizes sobre o comentário maldoso de Max, foram silenciosos e tranquilos. Tive a impressão que Max tinha cochilado no banco da frente e fiquei minimamente tensa com a presença de Zayn. Ele era incrivelmente bonito e pareceu simpático, mas eu quase podia arriscar que havia algo de ameaçador nos olhos dele. Agradeci mentalmente por ele não cismar em puxar conversa comigo durante a viagem.

                O carro entrou na viela coberta de paralelepípedos que separava o casarão da rua principal, numa diagonal seguida por árvores dos dois lados e iluminadas por postes; e passou pelo grande portão ornamentado que estava aberto. O portão estava aberto.

“Estão nos esperando.” – pensei e tentei engolir o pânico que subia em minha garganta ao imaginar a cara dos meus vampiros favoritos diante àquela situação, sentindo o motor do carro rugir como em resposta aos meus anseios.

                Alice já teria voltado de sua caçada para me dedar? Teriam todos eles – minha mãe, meu pai, Emmet, Rosalie e Alice – voltado depois de sua visão com meu pequeno imprevisto com o humano idiota naquele beco fétido? Iriam me matar pelo susto que eu havia dado? Só passando pela grande porta de mogno para saber. Limpei a garganta com dificuldade enquanto o carro parava em frente ao casarão.

                Respirei fundo e meus dedos hesitaram na porta do carro.

— O que foi? – fitei a expressão preocupada de Max. Ela parecia não entender minha hesitação, ou talvez a achasse exagerada. – Está encrencada?

— Mais ou menos. – consegui sussurrar, sabendo que todos estavam me ouvindo, desde os pensamentos até minha veia pulsante pelo nervoso, que devia estar dançando uma salsa em minha testa.

— Vamos lá. – ela saiu do carro num estralo e Zayn acompanhou seu movimento, como se quisesse protege-la de si mesma. Ela abriu a porta do Camaro e me puxou de uma vez, sem deixar de ser delicada. – Não pode ser assim tão ruim.

                Tentei esboçar um sorriso esperançoso, mas falhei miseravelmente. Max sorriu de lado me encorajando e colocou as mãos em meus ombros, firmando-me no chão.

— Como é, castradora? – sorriu-me debochada, enquanto Zayn permanecia imóvel ao seu lado, como seu guarda-costas, com uma expressão confusa. – Onde está sua braveza agora?

                Se Max tinha dito aquilo com o objetivo de me provocar, bem, ela havia conseguido. Quando meu queixo levantou-se minimamente e o desafio brilhou em meus olhos, ela me sorrira divertida e seguiu-me ao longe até a entrada do casarão, parecendo decidir se continuava ou não. É claro que a porta se abriu antes mesmo que eu pudesse tocar na maçaneta.

— Aí está ela! – Carlisle me recebeu com um sorriso sereno, mas consegui identificar em sua voz um leve toque de preocupação misturado ao alívio de me ver. Evitei desviar os olhos e parecer uma garotinha assustada, por mais que tivesse ficado na véspera.

                Meu nervosismo era resultado de anos e anos de superproteção desnecessária. Atormentava-me o fato de preocupar meus familiares depois de tanto esforço que haviam feito para manter-me segura e viva. Além do mais, eu suspeitava que minha família e eu houvéssemos ficado um tanto quanto paranoicos desde a visita dos Volturi, há alguns anos. Especialmente no que se referia a minha pessoa. Eu era a caçula, a mais nova, a mais inocente, o bebê da casa... Era um saco sentir que não podia me virar sozinha e, quando o fazia, precisava ser salva.

— Olá. – forcei-me a dizer, evitando contorcer minha boca num sorriso amarelo como quem se desculpa de algo. Não havia do que me desculpar.

— Vejo que trouxe visitas. – seus olhos escuros seguiram em direção a Max e Zayn, que continuavam mais distantes e paralisados, como se tivessem sido pegos roubando as flores do jardim de Esme.

Controlei-me para não desafiá-la em resposta às suas malcriações e abafei um sorriso vitorioso.

— Ah, sim. – disse virando-me lentamente para minha carona. – Eles me trouxeram para casa da estação de trem.

— Por favor, entrem. – Carlisle dizia a eles enquanto eu entrava na recepção daquele imenso palacete, arrancando meu casaco e jogando-o na poltrona mais próxima, junto com minhas sacolas. Por enquanto, nenhum sinal dos outros, pensei; apesar de ouvir o suave som do piano ao fundo.

— Obrigada, senhor. – ouvi Max dizer e corri para a porta novamente, parecendo uma criança, quase escondida pelo ombro de Carlisle. – Mas não queremos incomodar.

                Seus olhos cruzaram-se com os meus, que quase suplicavam mudamente para que ela entrasse. É claro que eu não verbalizaria que queria sua companhia por mais tempo; ainda estava brava.

— Imaginem! É o mínimo que posso oferecer depois de ter trazido nossa Nessie. – Carlisle escancarou a porta para eles pudessem passar. Eu podia ver no rosto dele a admiração e curiosidade brilhar por conhecer outra híbrida, como só um médico tem ao se deparar com um paciente precisando de seus dotes. – Não será incômodo nenhum.

— Obrigada. – Max murmurou meio sem jeito e parou para cumprimentar meu avô.

— Sou Carlisle Cullen. – ele sorriu, receptivo e cumprimentou Zayn, que correspondeu hesitante. – Sou avô de Renesmee.

— Sou Max. – disse mais relaxada, olhando-me de loslaio enquanto eu abafava um sorriso satisfeito. Talvez ela tivesse pensado o quão engraçado era Carlisle ser meu avô; eu também achava. – Este é Zayn. – disse ela, apontando para o vampiro que ainda parecia estar na defensiva.

— Sou namorado de Max. – ele completou rapidamente e, por poucos segundos, quase pude vislumbrar uma careta no rosto da morena.

— É, com certeza, um grande prazer conhece-los.  – ele sorriu e caminhou pelo corredor, supondo que deveríamos acompanha-lo, enquanto tentava puxar assunto com Zayn e, talvez, deixa-lo mais relaxado.

                Eles olhavam ao redor, visivelmente impressionados com o lugar em que se encontravam. Depois de saber que até nome aquela velharia tinha, eu devia acostumar-me a valorizá-la mais, certo? Era realmente encantador, ainda mais com Esme como decoradora. Acompanhei os passos de Max, que tinha o semblante franzido.

— Tudo bem? – era minha vez de perguntar.

— Só constatando mentalmente que nunca poderei te levar em casa. – ela balançou a cabeça, com um sorriso no rosto. – Você mora num castelo, porra!

                Não sei se pulei pelo palavrão de Max ou por ter, finalmente, chego à sala de estar e ter encontrado toda a família reunida. Mas assim, toda mesmo! Até...

— JAKE! – corri pela sala e colei meus lábios nos de meu lobisomem, ignorando os risinhos atrás de nós. Ele me envolveu em um abraço apertado enquanto cheirava meu cabelo.

— Senti sua falta, Ness. – ele sussurrou, parecendo quase emocionado.

                Ouvi alguém limpar a garganta e me separei automaticamente de seu corpo, com um secreto pesar, tratando de me recompor e voltar para o lado de Max, que assistia tudo com os lábios colados, abafando o riso. Havia me esquecido das visitas e não sabia quanto tempo estivera abraçada com Jacob.

— Então, gente. – murmurei meio sem jeito. – Essa é Max e Zayn, seu namorado.

                Ela me olhou quase com pesar quando o apresentei assim, mas tenho certeza de que, se eu não tivesse falado, ele teria. Desculpei-me com o olhar e dei de ombros; que diabos eu podia fazer? Ela foi cumprimentada por todos, assim como Zayn, que ficara mais tenso ainda no meio de tantos vampiros de uma vez. Ele parecia quase com medo quando cumprimentara Jacob, mas Max estava completamente relaxada, ou fingia muito bem.

— Então você é o sortudo! – ela sorriu para mim e voltou-se novamente para Jacob, com as mãos nos bolsos do jeans. – Ela me disse que você era diferente. Eu não podia imaginar o quanto, é claro...

— É o que os sanguessugas dizem, no geral. – ela gargalhou e eles sorriram abertamente, mesmo quando pensei que Max se sentiria ofendida pelo apelido carinhoso. Zayn, por outro lado, inflou as narinas, visivelmente perturbado com a presença de Jacob na sala. Ele pareceu tão prestes a atacar Jacob e, por um momento, todos ficaram tensos. Menos Max, que continuava com um sorriso no rosto, apesar das mãos de Jacob tremer minimamente com a atitude de seu namorado.

— Querido, não leve as coisas tão a sério, faça-me esse favor. – Max o repreendera casualmente e voltou seu sorriso para minha família que parecia levemente chocada com sua desenvoltura e, obviamente, com seu descaramento. Zayn pareceu meio sem graça, mas respirou fundo e voltou a seu posto de guarda-costas.

— Estávamos ansiosos para conhecê-la, Max. – Emmet passou seus olhos por mim, enquanto eu fazia uma careta. É claro que era eu que estava louca para conhecê-la. – Quase arranquei as unhas das mãos... e dos pés!

                Levantei o punho, alertando-o sobre um possível soco, mas só responderam-me com risadas abafadas.

—Sinto-me lisonjeada. – ela suspirou, fingindo que não tinha percebido a brincadeira de Emmet. – Mas estou mais impressionada com todos vocês. Com Jacob, nem se fala!

— Às ordens. – ele sorriu e ela correspondeu, dando de ombros.

— Eu confesso que faz muito tempo que não vejo uma família tão grande. E tão receptiva! – Max analisou meus pais por um momento, com o cenho franzido, e olhou novamente para mim. – Você se parece com seus pais.

                Sorri satisfeita; parecia que estávamos nos familiarizando com facilidade. Alice não perdeu a oportunidade de me repreender e me envergonhar pelo meu feito do dia e, naquele instante, todos pareceram se lembrar do motivo da presença de Max ali. Apesar de não ter atrapalhado a caçada de ninguém – Emmet, Rosalie, Alice e meus pais estavam com os olhos claros, como ouro derretido – fui obrigada a passar pelo constrangimento de ver minha família super-protetora malhando-me como Judas.

— Obrigada, Max. – disse meu pai, com o cenho franzido. – Você livrou Renesmee de um belo contratempo.

— Na verdade, - ela me olhou e sorriu. – eu tenho certeza de que ela poderia ter se livrado sozinha.

— Eu te disse isso. – resmunguei.

— Eu sei, castradora. – ela deu de ombros e suspirou. – Mas eu queria quebrar a cara de alguém do mesmo jeito. Meu dia foi difícil.

                Não demorou muito para que nos despedíssemos. Eu não lamentei tanto, porque sabia que ainda cruzaria com ela na escola e porque, bem, Jacob estava comigo! As coisas, em minha cabeça, pareciam mais fáceis agora que ela tinha chances de fazer parte dos conhecidos de minha família. Tínhamos muitos, mas nenhum híbrido.

— Aquele Zayn é meio estranho. – Emmet finalmente falou, quando não pudemos mais ouvir o motor do Camaro antigo. – Até parecia que ele pularia na frente da sua amiga pra defendê-la dos nossos cumprimentos.

— Eu também achei. – minha mãe comentou. – Eu acho que ele não gosta de você, Jacob.

— E quem gosta? – Rosalie bufou enquanto Jacob mostrava a língua.

— Eu gosto! – respondi sentindo-me ofendida e ela suspirou com pesar em resposta.

— O coração não escolhe...

— Zayn é paranoico, isso sim. – ignorei sua resposta e suspirei, enquanto enlaçava meus dedos com os de Jacob e, com meu toque, lhe dizia que Max não tinha a mesma sorte que eu por tê-lo. Ele mostrou os dentes brilhantes num lindo sorriso, que tive tanta saudade.

— Ele estava mesmo disposto a protegê-la. – disse meu pai, parecendo pensativo. Apesar de não verbalizar, eu sabia que ele estava desgostoso por não ler os pensamentos de Max, também. – Na cabeça dele, ela é uma princesa. Esse pensamento é bem claro pra ele: o dever de afastar Max de todos que ele julga perigosos.

— Não somos perigosos! – Alice reclamou ao lado de Rosalie, agarrada com seu tablet enquanto as duas projetavam um novo guarda-roupa pra mim. Revirei os olhos.

— Ela é uma princesa? – Rosalie perguntou, em dúvida.

— Não sei. – ele suspirou. – Não consigo ler os pensamentos dela. Mas, para Zayn, sim. Ela é uma princesa que não deve ser descoberta. É por isso que ele estava tão hesitante quanto a nós. Para ele, nossa existência é um risco para Max.

                Franzi o cenho; aquilo era estranho demais. Max não tinha nada de princesa, afinal. Na verdade, eu estava convencida de que ela era uma lutadora de UFC depois de tê-la visto nocautear aquele infeliz, no beco. Meu pai sorriu com a lembrança.

— Então Max tem uma bela direita. – os olhos dos meus tios brilharam e eu abafei uma pontadinha de ciúmes que senti com a admiração deles pela sua destreza nas artes de UFC. Lembrei-me com perfeição do som seco que escutei. – Ela quebrou o maxilar do cara.

— Ela parece ter habilidade. – Jasper finalmente murmurou, enquanto o resto de minha família parecia ter tomado seus próprios rumos.

                Ouvi mais algumas reclamações sobre minha saída à Londres, e comecei a suspeitar que minha família realmente acreditasse que eu tivesse atravessado a cidade por duas horas só pra comprar crack. Tentei não dar muita atenção a nada; Jacob estava ali, e parecia mais alto e mais forte do que eu me lembrava. Talvez fosse impressão minha por não vê-lo há algum tempo. Pensei em como seria interessante quando eu chegasse na escola com Jake – daquele tamanico de nada— encarando os marmanjos que me achavam “gata”.

                Conversei com Esme sobre sua pequena horta que estava morrendo, respondi algumas curiosidades de Carlisle sobre Max, mostrei meus novos exemplares de Jane Austen para minha mãe, fingi aprovar os modelitos que Rosalie e Alice me enfiariam no couro logo mais e lidei com as piadinhas de Jasper e Emmet sobre meu incidente, tudo isso em menos de meia hora. Meu pai era o único que parecia não querer satisfações porque ele sabia perfeitamente como minha mente funcionava e, por isso, ele era uma das minhas pessoas favoritas. Ele sorriu com o pensamento, mas o sorriso não parecia chegar aos olhos.

                Caminhei até o piano onde ele normalmente se sentava, simplesmente para pensar. Aproveitei que Jacob estava devorando a geladeira sendo assistido por Esme e Carlisle, e corri para seu lado, sorrindo. Segurei sua mão fria e branca.

— Por que preocupa tanto ao senhor o fato de não poder ler a mente de Max? — é claro que era isso que ainda o preocupava, eu tinha certeza.

— Não é só por isso, Nessie. – ele suspirou. – Era só isso até ver aquele vampiro, o Zayn. Max pode até ser amigável e o silêncio de sua mente pode ser, provavelmente, fruto de algum dom que ela tenha, como Bella tem. Mas a forma como aquele vampiro estava disposto a defendê-la me fez pensar que talvez ela seja mais importante do que saibamos.

— Não a conhecemos direito. Não podemos julgar nem a Max nem a Zayn. — tentei parecer convicta em meus pensamentos, mas meu pai sabia que minhas afirmações não tinham forma contra seu argumento.

— Exatamente. Ela parece ser encantadora e não tenho dúvidas que seja, mas eu sinto que aquele vampiro não é. E se ele é o namorado dela, estará com ela perto de você, perto de todos nós. – engoli seco, pintando o quadro assustador em minha mente através de suas palavras. – Se percebermos tarde demais que Zayn não é só mais um vampiro, simplesmente, ciumento, talvez tenhamos que eliminá-lo. E sua amiga pode...

— Já entendi. – travei o maxilar.

                Não podia culpar meu pai por sua preocupação. Talvez fosse só exagero, mas eu não tinha analisado as coisas daquela forma. Percebi como Zayn tratava Max, como seus olhos percorriam desesperados pela casa como se esperasse por algum de nós avançando numa batalha. Percebi como, talvez, estivemos perto de uma luta lobisomen X vampiro bem no meio da sala de estar e senti os pelos de meus braços eriçarem.

                Max era boa. Eu sentia dentro de mim que sim, e acho que poucas pessoas naquela casa não sentiram o mesmo que eu; talvez ninguém. Mas Zayn não parecia ser o vampiro mais amigável do mundo. Apesar de perceber que Max não gostava de tê-lo como namorado, apesar de tê-la visto verbalizando isso, o fato é que ele era o namorado dela. Como ela agiria se ele representasse um possível perigo para nós? Como ela agiria se tivéssemos que recorrer para algo tão extremo, como a morte dele?

                Naquela noite, tentei não pensar muito nisso. Com sorte, Zayn fosse apenas um daqueles vampiros ciumentos com suas parceiras, como meu próprio pai disse. Ele provavelmente recuaria ao perceber que éramos leais aos nossos parceiros tanto quanto ele era a Max, e tudo se acalmaria. Com sorte!

                Deitei-me com Jacob, rindo quando percebi que seus pés ultrapassavam a extensão da cama, e deixei que o cansaço me abatesse em seus braços, que eu sentira tanta falta. A partir daquela noite, não haveria mais a necessidade de acender a lareira.

~*~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso aí! Até o próximo capítulo! Espero pela opinião de vocês! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fox" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.