Canary Cry escrita por ladyenoire


Capítulo 1
Fase Beta


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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— Você viu as notícias de hoje? – meu pai chamou minha atenção, me tirando da viagem que fazia pelos meus pensamentos.

— Não, o que tem demais? Mais algum político corrupto foi solto? – meu pai riu e jogou o jornal na minha frente.

— Quem dera fosse isso. – tomei o papel em minhas mãos e engoli em seco devido à notícia que estampava a primeira página.

Oliver Queen é encontrado em ilha oriental após ser dado como morto há cinco anos atrás.

Único sobrevivente do naufrágio, herdeiro milionário da família Queen “volta à vida”. Confira os detalhes em uma entrevista exclusiva!

— Não acredito nisso! Esse com certeza é um ótimo jeito de começar as manhãs. – amassei o jornal e arremessei a bola no lixo, por sorte acertei no cesto.

— Ei, podia ter arrancado só a primeira página, eu ainda ia ler isso.

— Ah, por favor. Eu compro outro para você se for o caso. Mas agora eu preciso ir para o trabalho, aquela papelada toda não vai sumir da minha mesa sozinha. Embora eu bem que gostaria que fosse assim. – levantei, dei um beijo na bochecha do meu pai e saí de casa com minha bolsa pendurada.

— Não se esqueça que hoje é seu dia de lavar a louça!

— E como esquecer se você vai ficar me lembrando a cada cinco minutos? – nós rimos e eu por fim saí, escutando um “Se cuida” do meu pai e gritando um “Você também” de volta.

A verdade é que esse era meu dia de folga, então obviamente eu não estava indo para o trabalho e sim procurar uma solução para o que estava acontecendo comigo.

Semana passada eu estava em Central City, uma cidade vizinha a trabalho, pegando alguns papéis sobre um caso. Acontece que o acelerador de partículas que ia ser ligado pelo Star Labs, simplesmente explodiu, criando uma onda de energia e muitas pessoas foram afetadas, inclusive eu.

Não houve mortes, mas sim algumas modificações. Pessoas apareceram com “super poderes”, obviamente os usando para o mal. A mídia os chama de “meta-humanos”. E receio que sou um deles.

Tudo começou quando quase fui assaltada assim que voltei para Star City. Eu gritei quando o ladrão me abordou por conta do susto, e fazendo isso, joguei o mesmo longe. Foi então que percebi que havia algo errado já que a potência sônica do um grito humano pode no máximo irritar os ouvidos de outra pessoa, mas não jogá-la longe.

Desde então ando evitando falar muito alto, já que não faço ideia de como controlar esse... Poder.

Peguei o metrô para Central City e após a não tão longa viagem, fui de táxi até o Star Labs. Entrei meio insegura do que encontraria ali, mas por enquanto é o único lugar onde acredito que tenham uma solução para o meu problema.

Estranhei por não ter nem um tipo de segurança. Tudo bem que o lugar havia fechado após a explosão, mas li que alguns cientistas ainda permaneciam no local estudando o que poderia dar de errado e tudo mais.

— Ei, quem é você? Porque está aqui? Por acaso é repórter? – um homem de cabelos pouco compridos, baixo e aparência meio latina veio até mim.

— Não, eu não sou repórter. Meu nome é Laurel Lance e eu vim porque preciso de ajuda.

— Uhum, sei... – ele fechou um dos olhos e me encarou como se eu estivesse mentindo – Os outros dois repórteres que vieram aqui também disseram que não eram repórteres.

— Eu realmente não sou repórter, sou advogada.

— Pior ainda! Então será que poderia se retirar? Se não serei obrigado a chamar a polícia.

— Ei, por favor, não faça isso! Eu estou aqui porque preciso da ajuda de vocês. – cheguei mais perto e falei baixo – Coisas estranhas estão acontecendo comigo.

— O que quer dizer? – ele também se aproximou curioso.

— Eu... Fui atingida pelo acelerador de partículas e... – algum dispositivo apitou, interrompendo minha fala.

— Meta-Humana! – uma mulher ruiva apareceu na porta e disparou algo em mim que fez uma onda de energia percorrer meu corpo, mais conhecido como choque. Obviamente gritei por conta da dor, o que não foi uma boa, já que graças ao me grito potente, quebrei alguns vidros do local.

— Caitlin? – o cara olhou para a mulher que se aproximou de mim.

— Eu só... – tentei ficar de pé.

— Ela vai levantar, cuidado! – novamente ela disparou em mim, mas dessa vez eu apenas vi tudo ficar preto e depois não me lembro de mais nada.

***

— Onde... Onde estou? – falei abrindo os olhos devagar, me acostumando com a claridade.

— Está no Star Labs. Você veio procurar por ajuda e a Caitlin sem querer eletrocutou você. Peço desculpas, é que nosso alarme de meta-humanos disparou e não costumamos receber os bons.

— Tudo bem. – levantei devagar, pois a minha cabeça parecia que ia explodir.

— A propósito sou o Cisco. E eu pesquisei sobre você, Dinah, não é?

— Dinah também é o nome da minha mãe. Prefiro Laurel, por favor.

— Ah sim, Laurel então. Pesquisei sobre você e vi que é confiável. Você disse que veio procurar ajuda, mas com que exatamente?

— Bem, você viu o poder do meu grito ali. Aliás, sinto muito pelos vidros quebrados.

— Nah! – ele balançou a mão.

— Eu queria saber se tem como você tirar isso de mim, quero dizer, tem como reverter o efeito desse acelerador de partículas?

— Hã...

— Cisco, me ajuda aqui. – a tal Caitlin entrou no cômodo com maca e um cara deitado nela. Cisco foi até ele e os dois posicionaram a maca dele ao lado da minha e em seguida começaram a ligar os aparelhos e tudo.

— Quem é esse? – levantei e fui até o garoto.

— Como sabe, você não é a única afetada pelo acelerador de partículas. – Cisco disse.

— Esse garoto entrou em coma após explosão.

— Nossa! – fiquei o encarando como se ele fosse acordar a qualquer momento. – Acho que o conheço de algum lugar.

— O nome dele é Barry Allen, especialista forense da polícia de Central City.

— Ah sim! – me lembrei. – Ele vai ficar bem?

— Esperamos que sim! Aliás, desculpe por ter te eletrocutado. – Caitlin parou na minha frente e deu um sorriso sem graça.

— Sem problemas.

— Cisco mencionou que veio procurar ajuda.

— Sim sobre, bem... Meus poderes.

— Eu vou fazer uns testes com você, ver se sua anatomia está normal. Depois Cisco fará testes de campo para sabermos a potência do seu grito e tudo mais. Pode ser? – assenti.

Parece que finalmente encontrei ajuda e isso é um alívio, pois não sei o que poderia fazer se estivesse sozinha.

***

— Agora! – gritei com toda força que podia durante alguns segundos e depois caí de joelhos. Aparentemente isso rouba muita energia. – Nossa! Isso foi muito legal, Laurel! – Cisco abriu a porta da salinha e entrou com um tablet na mão.

— É, nem tanto. – respondi ofegante.

— Bem, sua anatomia está saudável, mas há uma diferença nas cordas vocais. – Caitlin também entrou na sala - Elas ficaram mais... Potentes e emitem frequências diferentes, colocando em termos mais fáceis. Então se você fizer alguns exercícios com sua voz, conseguirá controlar bem melhor o grito para que ele seja emitido na frequência que você quiser. Mas não pode ser revertido, o máximo que pode fazer é controlá-lo.

— Obrigada pela ajuda. – Caitlin apenas acenou com a cabeça e saiu.

— Ei, o que acha de ser uma super-heroína? – Cisco cochichou.

— Eu? Super-heroína? – ri – Já sou advogada e tenho um pai policial, acredite, já tenho a dose de heroísmo suficiente na minha família.

— Tudo bem, mas se quiser eu posso fazer um traje legal e arrumar um nome.

— Certo, se eu por algum motivo me agradar dessa ideia suicida, eu falo com você. – ele riu. Nos despedimos e eu fui para o metrô para voltar para Star City.

Infelizmente não consegui reverter o efeito do acelerador de partículas em mim, mas pelo menos sei o que preciso fazer para controlar o meu grito e não machucar mais ninguém.

***

Logo que voltei a Star City, fui comer alguma coisa. Eu estava morta de fome, todos aqueles testes me cansaram.

Mas para minha sorte quem é a primeira pessoa que encontro na minha lanchonete favorita? Sim, ele mesmo. Oliver Queen. Obviamente ele estava camuflado em uma das mesas, e a primeira coisa que ele faz quando eu entrei é me puxar para sentar com ele.

— Me solta!

— Precisamos conversar Laurel!

— Não, não precisamos não.

— Mas...

— Oliver, você entrou em um navio com a minha irmã e ela morreu por sua causa...

— Ela embarcou porque quis, eu não a obriguei a nada.

— Por cinco anos eu acreditei que você estava morto, não me custa acreditar mais um pouco. – peguei minha bolsa e tentei sair, porém ele segurou minha mão.

— Me escuta, por favor!

— Não, me escuta você! Acabou Oliver, pra mim você morreu naquele navio. Junto com a Sara. – por fim saí. Acho que devo ir à outra lanchonete.

***

— Você parece distraída hoje, o que houve?

— Encontrei com o Oliver. – falei enquanto lavava a louça. Meu pai veio até mim preocupado.

— Ele te fez algo?

— Não precisa se preocupar, ele só queria conversar.

— E você conversou com ele?

— Óbvio que não. Mas me prometa que o senhor não vai ficar se metendo nisso. Eu posso lidar com a situação. – ele ficou quieto me encarando – Pai?

— Tá, Laurel eu prometo! Mas se ele fizer algo...

— Eu vou te falar, prometo.

— Certo, agora eu preciso voltar para o departamento de polícia.

— Ué, mas hoje não era sua noite de folga?

— Era, mas acontece que temos um Robin Hood na cidade. – fechei a torneira e voltei minha atenção para ele.

— Como assim?

— Um cara matou um traficante ontem com uma flecha. Um dos capangas descreveu a aparência dele e disse que ele usava uma roupa e capuz verdes, além do arco e flecha.

— Um tipo de herói?

— Não sabemos. Pode ser heroísmo, mas também pode ser vingança. O que sei é que não precisamos de alguém fazendo o trabalho da polícia. – por fim ele depositou um beijo na minha bochecha e saiu.

Fiquei pensando sobre o que Cisco me disse. Eu não poderia ser heroína, prender os bandidos é trabalho da polícia. Trabalho do meu pai.

***

— Ficou sabendo que Daniel Brickwell foi inocentado? – minha colega de trabalho, Megan, comentou parando em frente à minha mesa.

— O quê? Isso é pegadinha, não é? – perguntei indignada.

— Quem dera fosse.

— Como isso pode ter acontecido? Todos sabem que ele já cometeu vários crimes.

— É, acontece que isso não foi o suficiente. – respirei fundo impaciente. Daniel Brickwell é um criminoso e o lugar dele é na cadeia. Mas pelo visto isso vai demorar a acontecer.

***

Depois do dia cansativo de trabalho, ainda tive que ficar por último no escritório e sair quando já estava escurecendo. O que não é uma boa ideia, já que o Glades – local onde eu trabalho – não é tão seguro.

Tentei ligar para o meu pai, mas caiu na caixa postal várias vezes.

— Droga! – resmunguei guardando o celular na bolsa.

— Pra quê guardar o celular? Já pode me passar aqui! – um cara parou em minha frente e eu tentei ir para o lado oposto, mas outro cara parou atrás de mim.

— Está fugindo, gata?

— Fique sabendo que não vamos te machucar, a não ser que você queira. – eles foram se aproximando.

— Fiquem longe ou eu vou gritar e eu garanto a vocês que isso não dará boa coisa. – eles riram como se eu estivesse louca. Então quando eu ia gritar algo atinge os dois caras e eles caem no chão.

Olhei para os corpos e vi que em ambos havia flechas verdes. Em seguida desviei meu olhar para cima e lá estava um homem encapuzado com um arco na mão e uma aljava cheia de flechas nas costas. No momento não pensei em correr, fiquei ali o encarando.

Será que ele é o tal arqueiro que meu pai falava?

O cara de verde saiu correndo pelos telhados enquanto eu permanecia parada sem reação. Talvez ele realmente seja um herói, pois do contrário, não teria me salvado. Não é?

***

— Laurel, eu adoraria conversar e tudo mais, mas eu não tenho tempo. – meu pai dizia enquanto caminhava pra lá e pra cá dentro do departamento de polícia, comigo atrás dele. – O Robin Hood atacou de novo essa noite.

— Quem foram as vítimas?

— Dois bandidos nos Glades e mais um traficante dos grandes. Gostaria muito de entender o padrão desse cara. Achei que ele fosse do estilo Robin Hood mesmo, tirando dos ricos e dando aos pobres. Mas ontem ele assassinou dois ladrões sem-teto. – refleti sobre contar o que aconteceu na noite anterior, mas achei melhor não. Talvez meu pai tire conclusões precipitadas sobre esse arqueiro e até me proíba de ir trabalhar. – Mas enfim, o que você queria me dizer? Seja rápida, por favor. – ele finalmente parou e desviou sua atenção para mim.

— Não é nada importante. – sorri – Vejo você em casa. – dei um beijo na bochecha dele – Não esqueça que é seu dia de lavar a louça. – ele riu e eu saí.

É, pelo visto se eu quiser descobrir mais sobre o Arqueiro, terei que descobrir por mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Como não tive tempo de escrever novos capítulos, resolvi postar essa fanfic que já está quase pronta :)
Espero que tenham gostado ♥ Kittykisses xx



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