Blossoming Heart escrita por Alyssa


Capítulo 14
A verdade que eu não queria ouvir


Notas iniciais do capítulo

Oie, povo lol
Oiá eu aqui de novo tan nan nan nan (8) /apanha

O capítulo de hoje ficou enooooorme e.e

Como posso dizer, esse capítulo tem dois lados. O titulo é sério mesmo e-é Então espero que gostem ♥
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E sobrevivam -q



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Capítulo 13 — A verdade que eu não queria ouvir

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— Murakami… — A mulher repetiu fraca. — Ele é realmente um Murakami?!

— Mãe? — Sango sentiu sua mãe respirar fundo.

— Senhora, está tudo bem? — Miroku ficou preocupado, mas se manteve longe ao perceber o olhar feroz no semblante da mulher.

— Vamos embora daqui. — Ela disse por fim.

— Mãe? — Sango ainda estava confusa. — Você está mesmo bem?

— Miroku. — Logo ouviu a voz de seu pai lhe chamar. — Podemos ir embora, gostaria de descansar em casa.

— Claro. — Miroku concordou, ainda olhando para Sango e sua mãe. — Eu já estou indo.

— Com quem você está falan… — O senhor parou no meio da frase ao reconhecer um rosto. — Sumiko…

— Masao! — Sumiko, a mãe de Sango murmurou. — Há quanto tempo, não é?

— Vocês se conhecem? — Sango estava confusa.

“Então realmente é desse Ikeda que ele estava falando.” — Miroku olhou de seu pai para a mãe de Sango. — “Sumiko… Ikeda!” — Estava a alguns passos, mas pode ler bem o nome nos papeis que Sango segurava. — “De repente eu estou com medo de saber a verdade por trás disso.“ — Seu olhar pousou em Sango. — “E das pessoas que podem sair machucadas…”

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Sumiko mantinha seu olhar feroz. Masao sentia seu peito pesar. Sango olhava confusa para todos. Miroku olhava para Sango… Aflito.

— Vamos embora, Sango. — Sumiko disse por fim. — Eu prefiro não cruzar meu caminho com esse tipo de pessoas.

— Mãe!? — Sango continuava confusa com a situação. — Tudo bem, vamos indo. — Deu um último olhar para Miroku antes de partir.

— Essa é aquela garota que você está gostando? — Masao, pai de Miroku, murmurou. — Ela é parecida com a mãe nessa idade.

— Sim, é ela mesmo. — Miroku ainda tinha um olhar aflito. — “O que foi isso agora?”

“Céus, que destino cruel é esse.” — Masao suspirou. — Vamos indo também.

— Pai, como conheceu aquela mulher? — Se virou para o homem. — Algo me diz que não é da melhor forma.

— Eu prefiro não tocar em assuntos passados. — Murmurou cansado. — Não dá para simplesmente mudar o passado.

“Ele não vai me contar facilmente…” — Miroku respirou fundo. — Vou buscar o carro, me espere na entrada. — Saiu simplesmente.

— Esses dois jovens realmente estão destinado a isso? — Murmurou Masao, batendo de leve no peito. — Talvez esse coração fraco não consiga aguentar mais um encontro como esse.

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Casarão Sakurai

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Apesar daquele fim de semana divertido ter acabado de uma forma nada agradável, Rin ainda estava feliz por ter passado junto com ele. Porém, após aquele dia notou uma certa distância de Sesshoumaru. Entretanto, Rin tinha plena certeza que ele estava apenas muito pensativo sobre a situação. De fato, jamais havia passado por algo assim. E agora lhe restava apenas esperar que tudo voltasse ao normal e quem sabe voltar com a tal ‘amizade rival’ com ele.

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Enquanto algumas semanas passavam, Rin esperava pela volta dele, mas não era o que estava acontecendo. Após algumas vezes tentando ligar, o celular simplesmente acabava na caixa de mensagens. Dentro de si, a garota sentia que algo estava muito estranho, mas ao mesmo tempo ela confiava nele. Rin nunca fora apegada a destinos, todavia desta vez algo estava diferente dentro de si. Lá no fundo ela sabia exatamente o que iria acontecer e temia não ter forças para mudar.

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Uma semana após o natal e todos na casa estavam mais calmos. Kagome passava horas trocando mensagens com InuYasha, enquanto tentava desconversar as indiretas de Rin. Afinal, segundo Kagome, eles eram apenas melhores amigos. Mesmo suspirando com a própria frase, Rin sabia que Kagome tinha medo de tentar algo e estragar de vez essa parceria que havia conseguido com ele. De fato, Rin a entendia muito bem, afinal as primas estavam de alguma forma relacionadas com ambos os irmãos.

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Kikyou era a pessoa mais distante das três. Ela não se abria e nem mesmo deixava nada transparecer, apesar de Kagome saber exatamente sobre o que ela estava passando. Kikyou sempre foi boa com expressões falsas, enganando até mesmo os que se vangloriava deste feito. Sua avó sempre dizia a neta para ter seguido a vocação de atriz.

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Na última semana do ano, as primas havia combinado de ir ao templo juntas. Apesar de planejarem isso, Kagome acabou chamando InuYasha para vir junto, o que resultou num convite direto a Sango e Miroku também. Rin ainda tentava se comunicar com Sesshoumaru, mas o mesmo parecia ter sumido da face da Terra, entretanto, não desistiu de ao menos deixar um recado na caixa de mensagens. Kikyou não convidou ninguém, desde que a pessoa que ela gostaria que fosse, praticamente a havia chutado.

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Templo Asakusa

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Apesar de ter sido marcado de se encontrarem em frente ao templo, Kagome chegou na frente de todos. Dentro de si existia uma ansiedade por vê-lo. Não que eles não se visse na faculdade, mas hoje era especial. Na verdade, Kagome estava ansiosa por vê-lo em trajes típicos. Ela prometeu ir de kimono se ele usasse um hakama. Por fim, ele havia cedido as vontades dela.

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De frente para uma vitrine, Kagome se olhava em seu novo kimono. O tecido num geral tinha um tom de verde turquesa, enquanto flores em alguns tons entre branco e rosa enchiam o tecido. O obi era um tom mais claro que o tecido principal, não sendo diferente para o obijime. Sua avó havia arrumado seu penteado no modo clássico, colocando uma kanzashi rosa para combinar com as demais flores. Se olhando assim, sentia como se vivessem nas eras antigas.

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— Acho bom mesmo que tenha cumprido a sua parte. — Kagome pulou ao ouvir a voz dele do nada.

— Boa noite, InuYasha. — Involuntariamente Kagome corou. — É claro que eu viria.

— Fica bom em você, Kagome. — InuYasha sorriu. — Eu também vim, veja.

— É, até que ficou bom. — Murmurou despreocupada. — Dá pro gasto.

— Como é? — Bufou. — Eu vou arrancar essa flor do seu cabelo!

— Fique longe de mim. — Kagome se apressou em subir as escadas.

— Volta aqui, sua pirralha! — Seguiu-a. — Quando eu te alcançar.

— Não se ache por seu um pouquinho mais velho. — Mostrou a língua pra ele.

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Na verdade, Kagome estava feliz por ele ter chegado. O hakama que ele prometeu vir, havia caindo muito bem nele. Vermelho. Basicamente era isso que enxergava ali. Kagome tinha consciência que ele gostava dessa cor, mas nunca achou que fosse tanto assim. Entretanto, a cor realmente realçava a sua beleza.

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Pouco tempo depois Rin chegou acompanhada de sua prima, Kikyou. Ambas também trajavam roupas típicas. Rin que sempre gostou mais de tons de laranja, por hoje escolheu azul. Na hora de escolher um kimono, aquele praticamente gritou para ser levado junto. O azul reluzia no tecido, enquanto as flores em alguns tons pasteis brilhavam no acabamento. Kikyou por outro lado escolheu um bordo mais vivo. O tecido no fim era simples, mas o acabamento dele chamava atenção de longe, deixando-o belo. Não se preparou animadamente, afinal só veio de kimono após sua avó implorar.

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— Kagome tinha que correr na frente. — Rin reclamou, enquanto ajeitava a kanzashi azul celeste no cabelo.

— Parece até que não a conhece. — Kikyou murmurou, caminhando ao seu lado. — Devemos encontrá-los perto da barraca de Amazake.

— Oh, eu amo Amazake. — Rin pulou animada. — Vamos logo então.

 Espere, Rin. — Kikyou tentou acompanhá-la, mas a mesma correu na frente. — Só não tome demais…

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Kikyou fora deixada para trás entre a multidão que crescia. Apesar de se separarem, ainda poderiam se encontrar no ponto de encontro. Entretanto, qual foi sua surpresa ao ver um rosto conhecido passar perto de si. Kikyou respirou fundo e voltou a olhar com calma, mas logo um suspiro de decepção escapou por seus lábios. É, de fato não era Naraku próximo a si.

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Deixando as frustrações de lado, optou por caminhar na direção que Rin havia ido. Encontraria com suas primas e amigos, fazendo deste um ano novo agradável. A única coisa que pediria para seu próximo ano seria alguma sorte nas suas próximas escolhas. Principalmente no quesito amor, desde que não era muito sortuda na área.

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Entretanto, o destino adorava pregar algumas peças...

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Próximo a barraca de Amazake

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Nos últimos dias, Sango pensou se realmente deveria aceitar o convite de todos e vir. Na verdade, sua mãe estava estranha desde aquele encontro com o pai de Miroku no hospital, apesar de sua mãe dizer que não era nada demais agora. Realmente preferia ter ficado em casa com ela, mas quando Miroku a convidou pessoalmente não conseguiu mais recusar. A cada novo dia que passava com ele, ela sentia algo dentro de si encher. Tinha certeza do sentimento de amor que nutria por ele e, graças a isso decidiu que lutaria ao lado dele… Seja lá qual fosse o passado.

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Sango vestia um kimono semelhante ao de Kagome, desde que haviam escolhido juntas. O tom púrpura brincava em contraste com o tecido cheio de flores nas barras, deixando um caimento perfeito em seu corpo. Com apenas um trança embutida no cabelo, ela sentia-se pronta. Entretanto, estava ali parada no lugar esperando Miroku voltar da barraca. O ar frio pedia um Amazake quentinho.

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— A fila está enorme lá. — Miroku chegou resmungando. — Não esperava tanta gente esse ano.

— É um templo famoso no fim das contas. — Lembrou Sango. — Devemos nos preparar para ir logo para a fila.

— A única parte chata do ano novo é essa. — Ele riu. — Não sou muito paciente com filas.

— Oras, então por quê escolheu ser advogado? — Sango soltou uma indireta, mas tinha um sorrisinho brincalhão no rosto. — Paciência é o que você mais vai precisar.

— Com pessoas eu ainda tenho. — Miroku coçou a nuca. — Agora com filas é outros quinhentos.

— Vamos conversando e você nem vai sentir. — Ela sorriu.

— Verdade, agora lembrei da linda companhia que tenho essa noite. — Afagou de leve alguns fios castanhos dela. — Você é a minha salvação, sabia?

— Vou tentar exercer bem o meu papel então.

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Miroku apenas sorriu com a resposta dela. De fato, estava feliz de tê-la ali consigo naquela noite fria. Quando Kagome comentou que ela não estava querendo vir junto, ele logo correu atrás também. Entendia por um lado o porquê de Sango está tentando se esquivar de todos. Na verdade, aquele encontro não havia saído de sua cabeça ainda. Nos últimos dias, Miroku tem tentado descobrir algo sobre o passado, apesar de seu pai fazer de conta que nada acontecia. E agora o que mais lhe incomodava era lembrar daquela voz misteriosa naquele dia, afinal Miroku tinha certeza que ele era a chave por trás de tudo.

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— Está mais frio que o normal hoje. — Sango tremeu levemente.

— Vem cá, eu vou te esquentar. — Miroku puxou Sango para si, abraçando-a. — Meu haori é grande o bastante para nós dois.

— A-As pessoas vão olhar… — Sango corou com a aproximação repentina.

— Dificilmente vão notar algo nesse cantinho. — Ele riu. — Azul marinho vai tampar um pouco desse púrpura reluzente ai.

— Oh. — Ela concordou se deixando levar. — Essa cor fica bem em você.

“Fique assim comigo para sempre, Sango…” — Miroku pensou apertando o enlace em torno dela.

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Depois de andar por alguns minutos Kikyou conseguiu se encontrar com o resto da turma, apesar de ainda sentir falta do casal de futuros advogados. Olhando a situação ao seu redor, viu Rin tomando Amazake toda animada, enquanto conversava com um senhora estranha sobre qualquer coisa. Kagome e InuYasha pareciam estar curtindo um com a cara do outro, apesar de notar um brilho diferente no olhar de ambos. Suspirou ao se ver sozinha entre eles.

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Kikyou pegou um copo de Amazake para se esquentar e, caminhou até um banco mais próximo. Sozinha, bebericava aos poucos, enquanto sua mente rodeava de pensamentos. Esse teria sido um bom momento se ela não começasse a buscar um copo atrás do outro. Apesar de dizer para Rin beber pouco, pois Amazake tinha um leve teor de álcool, a própria dona das palavras estava exagerando na bebida.

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— Argh, essa praga é muito boa. — Tomou outro gole. — Quero matar quem inventou isso… Malditos antigos!

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Com o novo copo ainda pela metade, Kikyou decidiu caminhar um pouco pelo templo. Nem mesmo pensou em avisar os outros, desde que haviam sumido do nada. E bem, ela já era adulta mesmo, não precisava necessariamente avisar a cada passo que dava. E foi com esse pensamento de liberdade que ela andava calmamente pela pessoas. Ficou irritada ao novamente ver alguém parecido com Naraku.

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 Maldito… — Apontava o dedo anelar para o estranho. — Você é igual a todos os homens no fim.

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Kikyou respirou fundo. Tomou todo o conteúdo do copo e o jogo na lixeira mais próxima. Em passos firmes caminhou até o homem que a enganou com sua semelhança. De fato, dentro de si estourava uma raiva crucial, mas que seria resolvida do jeito mais infantil possível; dando de dedo na cara dele.

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 Você aí, falso professor. — Kikyou caminhava atrás do homem. — Estou falando com você!

— Quem… — Parou de falar ao notar de quem se tratava. — Você.

 Eh?! — Kikyou deu alguns passos para trás, espantada. — Você é mesmo o Naraku?

— Não tenho nenhum irmão gêmeo que eu saiba. — Ironizou.

— O que faz aqui? — dia Kikyou, tentando se ajeitar um pouco.

— O mesmo que todas as pessoas nesse templo. — Suspirou. — Você está bêbada?

— Eu? De jeito nenhum! — Kikyou riu. — Estou em perfeitas condições. — Logo sentiu seu corpo desestabilizar.

— Não é o que parece… Ei! — Naraku se apressou em segurá-la ao vê-la quase cair.

— Acho que os sinos estão batendo já… — Kikyou sussurrou. — Está tudo batendo na minha cabeça…

— Isso só pode ser brincadeira. — Naraku murmurou incomodado. — Até fora da faculdade eu tenho que me incomodar com alunos.

— Ei, eu não sou qualquer aluna… — Kikyou protestou.

 O que eu faço contigo agora?! — Olhava em redor.

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Próximo a algumas lojas, Kagome andava ao lado de InuYasha. Em uma ideia de resistir ao frio, ambos decidiram que caminhar seria o melhor jeito. No fim Kagome estava feliz com isso, afinal poderia ficar mais tempo junto dele. Quando pensava nesses sentimentos, ela se perguntava onde exatamente tudo havia começado. Ainda se lembrava da quedinha que tinha por Kouga até então. Ao analisar melhor os últimos acontecimentos, ela se dava conta que talvez seu coração tivesse começado a mudar desde aquela madrugada no terraço.

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 Cuidado. — Diz InuYasha puxando-a no último segundo. — Essas crianças correm por tudo.

— Não tenho o que reclamar, fazia a mesma coisa. — Kagome deu de ombros.

— Você era uma criança muito levada então? — Perguntou curioso.

— Acredito que sim. — Confessou. — Ao menos minha avó contava que eu não conseguia parar quieta por muito tempo.

— Que inveja de ter uma liberdade dessa. — InuYasha suspirou. — Poder correr e fazer o que quiser.

— Sua infância não era uma… infância normal? — Com o semblante de InuYasha tenso, foi o único jeito que Kagome pensou em perguntar.

— Talvez um pouco. — Ele parou no lugar. — Há muitas coisas que eu gostaria de ter entendido melhor.

— Se esse tipo de conversa te deixa desconfortável, podemos mudar. — Kagome segurou a mão dele de leve. — Infância apesar de ser algo especial, passa rápido e depois vira apenas uma memória. — Continua. — No momento devemos viver o presente para não nos arrependermos no futuro.

— Obrigado, Kagome. — Murmurou apertando a mão dela. — Eu fico feliz de ter alguém ao meu lado assim.

— Eu sempre estarei ao seu lado de agora em diante. — Sorriu. — Não se esqueça disso.

— Não vou me esquecer… — O sorriso dela o chamava. Balançado por um sentimento forte, aos poucos se aproximava mais.

— … — Kagome ao sentir algo mudar no ar, virou o rosto sem perceber. — Vamos continuar a conversar em outro lugar?

— Claro. — InuYasha disse por fim. — Vá na frente. — Apontou para o local.

 Sim… — Murmurou fraca. — “O que deu em mim? Por que fui virar o rosto justo nessa hora?” — Kagome caminhava em passos lentos.

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A verdade é que estava irritada consigo mesmo. Entretanto, talvez ela tenha ficado assim por causa de seus ideais. Na sua última conversa com Rin acabou por confessar que tinha medo de perder essa amizade. E agora, estava a ponto de realmente perder até algo a mais.

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“Eu realmente sou uma idiota!” — Suspirou. — “Acredito que ele tenha ficado chateado.”

— Desculpe a demora. — InuYasha aparece, surpreendendo-a com algo. — É para você.

 Hã?! — Kagome desce o olhar para as mãos dele, onde tinha uma raposa de pelúcia. — Para mim…

— Tinha uma barraca de tiro ali. — Explicou, sentando-se ao lado dela. — Eu vi enquanto caminhávamos.

— Oh. — Kagome segurou a raposinha. — Que fofinho… — Abraçou forte. — Obrigada.

— Eu aceitaria um abraço desse como agradecimento também. — InuYasha murmurou corado.

— Você ficou com ciúmes disso? — Kagome sorriu. — E olha que foi você que deu.

— Eu sei. — Disse incomodado. — Eu… Eu não vou desistir de me expressar adequadamente.

— Huh?! Adequadamente? — Kagome estava confusa. — O que você?

— Eu gosto de você, Kagome… É isso. — Falou InuYasha, ainda mais vermelho.

 ...Eh? — Kagome encarou-o surpresa. — “Ele gosta de mim… Também…”

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Próximo a barraca de Amazake

Rin havia terminado de conversar com a senhora a alguns minutos e, só então percebeu que estava sozinha ali. Kikyou fora a primeira a lhe deixar, mas Kagome e InuYasha parecia ser algo recente. Murmurava irritada o fato de todos lhe deixarem, enquanto tomava mais um copo de Amazake. No fim, ela se sentia triste em estar largada desse jeito. Suspirou ao sentir que o álcool começava a lhe pegar.

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— Eles são tão maus… — Choramingou. — Ao menos eu tenho você, meu doce Amaza… — Parou a frase ao sentir alguém puxar seu copo. —  O que? Meu Amazake!

— Está bebendo demais já. — Aquela voz!

 Sesshoumaru! — Rin se virou furiosa para ele. — Devolva ele!

— De jeito nenhum. — Levantou o copo mais alto. — Se engana se vou cuidar de uma bêbada hoje.

— Eu estou bem, viu? — Sorriu confiante. — Agora pode me dar.

— Negado! — Dizendo isso, Sesshoumaru virou o copo de Amazake de uma vez. — Chega por hoje. — Jogou o copo na lixeira ao lado.

— Meu...Amazake… — Rin estava chocada com a ousadia dele. — Tão cruel…

— E depois diz que não está bêbada. — Sesshomaru revirou os olhos.

— Eu posso pedir outro. — Rin rapidamente se recuperou. — Tia, me vê…

 Nada disso. — Sesshoumaru segurou-a pela mão. — Vamos sair daqui agora. — Praticamente saiu arrastando-a.

 Não! — Rin gritou desesperada. — Eu preciso de mais!

— Vamos comer algo em vez disso. — Apontou para uma barraca. — É por tomar Amazake de estômago vazio que ficou assim.

— Sesshoumaru. — Rin o chamou.

— O que foi? — Ele parou, se virando para ela. — Por que está me dando esse olhar reprovador assim?

— Você sumiu por semanas e quer que eu te olhe como? — Rin perguntou não acreditando no que ele dizia.

— Estive ocupado, apenas isso. — Ele murmurou de qualquer jeito.

— Nem uma mensagem ou chamada? É isso?! — Rin estava mais triste do que irritada. — Eu fiquei preocupada, sabia?

— Rin… — Sesshoumaru tentou falar.

— Depois daquela situação… — Rin falava tão rápido que o ar fugia. — Eu realmente fiquei com medo que tivesse acontecido algo com você. — Respirou fundo. — E nem para a faculdade você tem ido.

— Eu estou bem, não se preocupe mais. — Ele pousou a mão levemente na cabeça dela. — Desculpe se te preocupei tanto assim.

— Você é realmente mau… — Rin baixou o olhar.

— Está tudo resolvido agora. — Ele voltou a falar. — Estarei de volta na faculdade após o feriado de ano novo, ok?

 Eu vou te caçar, se prepare. — Cruzou os braços, bicuda.

— Tudo bem, mas faça isso bem agasalhada. — Murmurou simplesmente.

— Como?

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Ao dizer isso, Sesshoumaru revelou um pequeno embrulho na outra mão. Na verdade, Rin nem havia percebido até então. Estava pronta para perguntar o que era, mas ficou quieta ao ver que se tratava de um cachecol de tricô. Ela apenas ficou observando, enquanto ele colocava com cuidado nela. O Cachecol que tinha um comprimento médio, mesclava em três tons de azul, indo do mais claro até um tom acinzentado escuro. Era todo feito com uma lã sedificada, usando o ponto dupla face, finalizando com a franja nas três cores presentes.

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— O que é isso? — Rin perguntou, segurando de leve.

— Um cachecol. — Sesshoumaru ironizou.

— Não me diga. — Rin bufou. — Eu sei o que é um cachecol.

— Estou brincando. — Ele deu de ombros. — É o seu presente de natal.

— Oh, um presente… — Rin ficou corada. — Eu não trouxe nada para você.

— Não preciso de nada. — Diz Sesshoumaru. — Sua presença hoje já é um grande presente para mim.

 E-Entendo. — Gaguejou. — Eu… Eu estou com fome!

— Eu te disse para comer. — Revirou os olhos. — Venha, tem espetinhos por ali.

— Ah, eu amo espetinho. — Rin ainda segurava o cachecol. — Já sinto o cheiro.

— Como cabe tanta coisa ai?

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~*~

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Após saírem da fila para o Honden, Miroku e Sango voltaram a caminhar pelo templo. Logo o sino daria a última badalada e, Miroku já planejava convida Sango para assistir ao primeiro nascer do sol do ano. Já por mensagens se desculpou com o grupo por nem aparecer, mas ao mesmo tempo ninguém havia ficado junto mais que 5 minutos. O que no fim tirou um peso das costas dele.

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— Estava pensando aqui. — Sango tentava puxar o tal assunto. — Nem me passou pela cabeça que nossos pais se conheciam.

— Sim, eu também não imaginava algo do tipo. — Miroku respondeu um pouco incomodado.

— Miroku? — Sango se virou para ele. — Você sabe de alguma coisa?

— Não. — Ele disse por fim. — “Apesar de realmente não saber nada… Entretanto, acredito que não diria mesmo que soubesse.”

— Entendo. — Sango suspirou. — Ela não me diz nada também.

— Sua mãe deve ter alguma razão. — Miroku arriscou. — Quem sabe eles não discutiram algo ou simplesmente perderam o contato.

— O jeito dela me faz parecer que é mais que apenas isso. — Confessou incomodada. — Minha mãe não é de esconder coisas assim.

— Ela deve estar com medo de algo então. — Miroku segurou as mãos de Sango. — Dê tempo a ela, afinal nem sabemos do que se trata.

— Eu não gosto de vê-la assim. — Lamentou. — Minha mãe tem me criado forte até hoje

— Ela ainda é forte, Sango. — Miroku a puxou para um abraço. — Chega um momento em que a pessoa precisa respirar.

— Eu preciso apoiá-la mais do que nunca. — Sango o abraçou de volta. — Seja lá qual for a verdade.

“Seja lá qual for a verdade… Eu pretendo descobrir o mais rápido possível.” — Miroku a apertava de leve. — Não importa o passado deles, eu não vou te deixar ir.

 Miroku… — Sango sorri leve. — Sim, vamos ficar juntos.

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Mais tarde

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Kikyou já havia perdido a noção de quanto tempo estava sentada naquele banco. Ao seu lado estava Naraku, apenas aguardando que sua tontura passasse. Apesar de ficar surpresa por ele não ter a deixado sozinha, também ficou feliz de tê-lo encontrado ali. Sua mente gritava que isso era apenas mais uma ilusão para fazê-la sofrer, no entanto, seu coração já estava palpitando descontroladamente. Mesmo que quisesse pará-lo sabia que era impossível, seus sentimentos por ele era ainda muito forte.

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— Achei que fosse me deixar aqui. — Diz Kikyou, enfim quebrando o silêncio.

— Não poderia deixar uma aluna sozinha assim. — Naraku murmurou calmo.

— Estamos fora da faculdade. — Lembrou Kikyou. — E você não é professor da minha turma.

— Parece que quando você está bêbada percebe melhor as coisas. — Deu de ombros. — Vivo dizendo que não temos nada em comum.

— Já eu acredito que não temos apenas a turma em comum. — Kikyou respondeu rápido. — A vida acontece mesmo fora da faculdade.

— Sua mente ainda não clareou? — Naraku desconversou. — Não deveria beber desse jeito.

— Precisava afogar as mágoas deixada por um fora.. — Cutucou. — Ah, nem sei se foi um fora.

— Vocês jovens tem tempo para isso. — Se virou para Kikyou. — Não adianta querer tropeçar nos próprios pés agora.

— Mesmo tropeçando… Eu ainda desejo seguir engatinhando. — Kikyou começou, mas terminou sussurrando.

 Jovens… — Naraku voltou a olhar para frente.

“Ainda tem algo dentro de mim queimando.” — Kikyou suspirou. — Ei, professor?

— Estamos fora da faculdade agora. — Ele corrigiu. — Não me trate como professor aqui.

— Então agora posso te chamar de Naraku? — Kikyou se animou no lugar.

— Tem me chamado assim desde início, se não se lembra. — Lembrou entediado.

— Oh, é verdade. — Kikyou sorriu. — Estou curiosa sobre uma coisa?

— Não vou te contar a minha idade. — Ele murmurou irritado. — Sempre com as mesmas perguntas.

— Eu já sei a sua idade. — Kikyou fez bico. — Não é sobre você mesmo.

 Como você? — Naraku se virou para ela surpreso. — Você andou me investigando?

— É segredo. — Kikyou deu de ombro. — É outra coisa que gostaria de saber. — Continuou. — Quem era aquela mulher que você foi ver?

— Isso é invasão de privacidade, senhorita. — Declarou firme. — De que mulher você está falando?

— No início do ano fui levar flores para os meus pais no ossário. — Kikyou explicou. — Na saída acabei encontrado você lá.

— Ah, isso. — Naraku relaxou no lugar. — Fui visitar a minha irmã.

— Sua irmã? — Kikyou repetiu confusa, mas então lembrou que ele havia comentado algo sobre. — “É verdade, ele tem um cunhado.”

— Naomi era minha preciosa irmã mais nova. — Naraku falava calmamente. — Ela era tão cheia de vida e sorrisos… — Um olhar melancólico narrava a dor que ele sentia. — A morte a levou cedo demais.

— Eu sinto muito. — Kikyou murmurou triste. — Eu não fazia ideia de quem era, apenas fiquei curiosa.

— Tudo bem, é raro alguém conseguir me ver fora da faculdade. — Suspirou.

— Pela foto diria que era muito bela. — Kikyou tinha um sorriso doce nos lábios. — Ela realmente parecia ser muito amada por todos.

— Talvez nem por todos… — Apesar de sussurrar, Kikyou foi capaz de ouvir o que ele dizia.

— Disse algo? — Kikyou perguntou confusa. — “O que ele será quis dizer com isso?”

— Não é nada demais. — Naraku desconversou novamente. — Vamos, a fila está menor. — Ficou de pé.

— Ah sim, parece que é um bom momento para ir. — Kikyou disse de qualquer jeito.

—  Venha. — Naraku estendeu a mão a ela. — A tira do seu zori parece estar apertando o seu pé.

— Hm, sim, um pouco… — Kikyou respondeu incomodada. — “Então ele percebeu.” — Aceitou a ajuda dele. — Obrigada.

— Vamos por ali. — Disse puxa-a junto.

“A mão dele é tão quentinha.” — Kikyou pensou sorrindo.

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~*~

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Mais tarde, próximo ao nascer do sol

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Aos poucos a multidão no templo ia diminuindo, desde que a parte deles com o hatsumode já havia sido cumprida. InuYasha após avisar o restante do grupo sobre a localização deles, convidou Kagome para ver o nascer do sol juntos. Caminhando lado a lado, eles optaram por subir em um prédio famoso ali perto para esse tipo de evento. Sabia a importância de assistir ao primeiro nascer do sol do ano e, assim decidiu que faria algo especial.

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— Ainda bem que existe elevadores aqui. — Kagome remexeu seu pé esquerdo. — Que vontade de ficar descalço.

— Por fim só é bonito para ser visto. — InuYasha comentava sobre o zori. — Pois deveria ficar, ao menos enquanto estivermos aqui.

— E se os outros ver? — Kagome estava mesmo incomodada.

— Vamos para o outro lado do terraço então. — Pensou um pouco. — Tem uma área que poucos vão.

— Menos mal. — Respirou aliviada. — Agora poderemos ver o nascer do sol em três. — Voltou a abraçar a raposinha.

— Que arrependimento de ter escolhido essa raposa. — InuYasha bufou. — Deveria ter escolhido aquele sapo verde, era bem feinho. — Brincou.

— Eu ia gostar do mesmo jeito. — Kagome sorriu. — Afinal foi um presente dado por você.

 Ah… — Dessa vez InuYasha havia sido pego de guarda baixa. — “Droga…” — Suspirou, todo corado.

— Chegamos. — Kagome diz, assim que abriu as portas do elevador. — Vamos!

— Venha, é por aqui. — InuYasha segurou-a pela mão. — Devemos ser os primeiro a chegar lá.

— Calma aí! — Kagome o seguia. — Meus pés não vão aguentar.

— Se quiser te levo no colo. — Sugeriu parando do nada.

 Que?! Não, nada disso. — Kagome ficou corada. — Não quero ser confundida com um saco de batata novamente.

— Eu estava brincando com você naquele dia. — InuYasha ri.

 Ei! — Kagome bufou. — Vamos logo ou o sol vai nascer.

— Vamos. — Voltou a caminhar.

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Caminharam alguns segundos até chegar a parte oeste do terraço. O local era amplo e totalmente seguro. Olhando em redor, Kagome percebeu algo que lembrou-lhe um banco, realmente necessitava sentar logo. Andaram até lá e se sentaram lado a lado. Kagome abraçou a raposinha com carinho com uma de suas mãos, enquanto a outra permanecia ainda enlaçada com a de InuYasha.

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— Os últimos meses na faculdade. — Kagome disse por fim. — Eu quero aproveitar cada dia lá.

— Eu ainda tenho um semestre a mais que o seu, mas eu devo aproveitar sua companhia até lá. — InuYasha lamentou.

— O que planeja para esse ano? — Kagome olhou para ele. — Algum plano de carreira?

— Algo assim. — Murmurou pensativo. — Comecei essa faculdade porque meu pai quis. — Revelou. — Depois comecei a tomar gosto por isso e agora quero seguir firme. — Continuou. — Por ora o plano é seguir os passos do meu pai com a sede aqui.

— Já é um início. — Diz Kagome. — Eu ainda terei que seguir atrás do meu sonho.

— O curso que você escolheu está em alta, acredito que tenha sorte no mercado de trabalho. — Comentou. — O nome da faculdade no histórico vai ajudar a abrir algumas portas.

— Então meu primeiro passo é um emprego. — Kagome concordou. — A vida profissional está indo bem.

— No entanto, essa não é a parte mais importante dela. — InuYasha sorriu leve. — Não deixe a sua vida emocional de lado tão facilmente.

— Não deixarei. — Kagome sorriu de volta. — “Esse ano eu certamente irei lutar por esse amor ou sei que vou me arrepender o resta da minha vida.”

— Vou ficar de olho para ver se irá realmente cumprir isso. — InuYasha voltou a olhar o céu. — Veja, as cores estão começando a mudar.

— Parece até que alguém está pintando ele agora mesmo. — Kagome se encantava pelo tons que começavam a aparecer. — Um ótimo ano para nós.

— Esse com certeza será excelente. — Concordou. — Um ótimo ano sim…

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Próximo ao parque Ueno

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Ambos caminhavam calmamente pelo estrada que dava na entrada do parque. Miroku deixou que Sango escolhesse o lugar, desde que ele mesmo não conhecia muito o local. Como morava do outro lado da cidade, este distrito era estranho para si. Ele contemplava Sango olhar tudo admirada, enquanto as cores do céu chamava atenção ao fundo. Em poucas horas finalmente veriam o primeiro nascer do sol. E ali mesmo ele planejava começar com seus novos planos para este ano.

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— Esse lugar é incrível quando as cerejeiras florescem. — Sango cortou o silêncio. — Quando menor, vinha todos os anos com meus pais.

— Realmente é um lugar bonito até mesmo no inverno. — Miroku concordou. — Deveríamos vir juntos no próximo Hanami?

— Devemos?! — Sango repetiu pensativa. — Se eu não tiver nada na minha agenda nesse dia eu te ligo.

— Não seja tão má comigo assim. — Miroku a puxou para si. — Eu te trago amarrada se precisar.

 Ei! — Sango o abraçou no susto. — Você com certeza será preso se tentar isso.

— Eu tenho uma ótima advogada de defesa. — Deu de ombros. — Não daria nem tempo de apreciar a sopa de tofu na prisão.

— De onde você tira essas ideias? — Sango murmurou dando alguns tapas nele. — Eu não vou defender ninguém lá.

— Oh, mas eu nem falava de você. — Miroku fez uma expressão de chocado. — Falava da professora mesmo. Ela tem uma lábia boa para convencer.

 Seu cretino! — Sango se soltou dele, caminhando na frente. — Fique com ela então.

— Ei, volta aqui, minha flor. — Miroku alcançou-a. — Eu estava brincando. — Abraçou para trás. — Você é a única que eu quero.

— Sei. — Sango se fez de desentendida. — Diz isso pra mim agora, mas é capaz de amanhã estar pedindo para ter filhos com as outras.

— Poxa, isso magoa. — Suspirou. — Os únicos filhos que quero ter é com você, entendeu?

 ...Quantos? — Sango perguntou corada. — Quantos filhos você planeja ter? — Refez a pergunta.

— Hm? Ah, no mínimo uns três. — Deu de ombros. — Eu gosto de casa animada, desde que é muito vazia só comigo e meu pai.

— Eu entendo bem. — Sango diz com um sorriso fraco. — Eu também preferia um lugar mais animado.

— Então vamos fazer isso. — Miroku virou-a para si. — O que acha?

— O que?! — Sango perguntou assustada. — Como assim fazer, Miroku?

— Desse jeito, ué. — Miroku ficou de joelhos na frente de Sango. — Quando nós terminamos a faculdade… Case-se comigo, Sango? — Em suas mãos havia uma caixinha preta de veludo com um anel dentro.

— Miroku?! — Sango abriu e fechou a boca várias vezes, mas nenhum som saia.

— Case-se comigo, Sango? — Miroku repetiu, sorrindo. — Meu maior plano deste ano será a nossa união.

— Miroku… — Sango sentia as lágrimas transbordarem os seus olhos. — Eu… Eu caso. — As lágrimas não paravam, mas a felicidade ainda estava em primeiro lugar no seu rosto.

— Que noiva mais sentimental que eu fui arrumar. — Miroku brincou, ficando de pé e a puxando para um abraço.

— Des-Desculpe por ser uma chorona. — Sango limpava algumas lágrimas. — Você apenas me pegou desprevenida.

— Eu estou brincando com você. — Ele falava, enquanto limpava o restante das lágrimas. — Eu te amo desse jeitinho mesmo… Não mude em nada.

— Eu também te amo, Miroku. — Sango por fim conseguiu dizer aquelas palavras com todo o seu sentimento. — “Meu coração dói de tanto que o amo… Por favor, Deus. Não o leve para longe de mim.”

— Eu realmente te amo, Sango. — Beijou-a carinhosamente. — “Não importa o que aconteça, vamos ficar juntos para sempre.”

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Colina atrás do templo

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Rin convidou Sesshoumaru para ver o nascer do sol, sabendo que ele não teria desculpas para recusar, ainda mais quando ela foi abandonada por todos. E inclusive até mesmo por Kikyou, esta que acabou ficando junto do tal professor o tempo todo. Kagome iria adorar a fofoca mais tarde. Rin ainda abraçava seu novo presente de natal atrasado, enquanto terminava de subir os degraus que dava para a velha colina. Apesar de ser um espaço amplo, poucas pessoas decidiram esperar ali, o que dava um pouco de privacidade para alguns casais. Com o tanto que se acumulava em alguns cantos, Rin fazia de conta que nem percebia nada acontecendo.

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— O céu está começando a ficar laranja. — Dizendo isso, Rin correu na frente. — Ah, que lindo.

— Faz tempo que não vejo um nascer do sol assim. — Sesshoumaru confessou. — Preferia dormir do que simplesmente sair.

— Qual é o seu problema? — Rin ficou chocada novamente. — A melhor parte da tradição do ano novo é o Hatsuhinode!

— Oh, achei que você gostasse da parte de se entupir de Amazake. — Sesshoumaru deu de ombros, tirando toda a atenção de si.

— Não pense que eu vou esquecer sobre isso. — Rin deu de dedo. — Farei você pagar para mim isso, hm, por pelo menos… Uns 10 anos!

— Não acha que a sua conta está demais? — Sesshoumaru reprimiu um sorriso.

— Eu sou de humanas, ignora. — Rin suspirou. — Enfim, você irá me pagar de qualquer jeito.

— Vou pensar no seu caso. — Sesshoumaru deu alguns tapinhas na cabeça de Rin. — Agora seja uma boa menina e assista ao nascer do sol.

— Não me trate feito criança. — Rin murmurou, fazendo bico. — “Ele é um idiota mesmo.”

— Começou. — Sesshoumaru murmurou ao ver os primeiros raios de sol. — Esse será um ano interessante.

— Finalmente chegou o novo ano. — Rin sorriu. — “Apesar de estar aqui com ele, sinto como se estivéssemos longe.”

— Vamos começar com os acertos do ano. — Sesshoumaru começou. — Primeiro de tudo, seu saldo está quitado.

— Hã?! — Rin voltou-se para Sesshoumaru confusa. — Você diz a aposta?

— Isso mesmo. — Confirmou. — Não precisará continuar com os passeios nos domingos.

— Mas eu gostei de caminhar com o Colin e o Orion naquele dia… — Rin lamentou. — São bons garotos.

— Podemos passear sem que seja uma aposta então. — Sesshoumaru refez sua frase ao vê-la triste. — Podemos marcar um novo dia.

— Certo, não vai se livrar de mim tão cedo. — Cruzou os braços séria. — E pare de ignorar as minhas chamadas.

— Eu vou mudar de número antes disso. — Brincou. — Me mande mensagens, é mais fácil de responder.

— Espertinho… — Sussurrou.

— Rin. — Sesshoumaru chamou-a, fazendo lhe olhar. — Obrigado por ter sido uma luz na minha vida ano passado.

— Como? — Rin estava confusa com o tipo de frase. — O que você quer dizer com isso?

— Quando nos conhecemos naquele dia, lá na biblioteca... — Ele lembrava claramente como se fosse ontem. — E depois quando nos esbarramos na secretaria também. — Reprimiu um sorriso com a lembrança. — Achei que seria uma guerra declarada.

— Ah, isso. — Rin lembrou também. — Eu te achei um cara muito metido. — Confessou. — Seco demais também…

— Que cruel essas palavras. — Ele revirou os olhos. — Eu te achei no máximo desajeitada.

 Oh. — Rin sorriu sem graça. — Ok, você era apenas um pouquinho seco… Existia um pouquinho de água lá no fundo, eu sempre acreditei.

— Ah é? — Ele se fez de ofendido. — E depois de tudo que passamos juntos, você ainda tem coragem de me dizer tudo isso?

— Hm. — Rin parecia pensar. — Bem, após tudo isso, posso dizer que o pouquinho de água na verdade era uma nascente.

— Uma nascente? — Repetiu, estava interessado na teoria dela.

— Uma nascente que aos poucos foi se tornando um grande lago. — Rin tentava medir o cumprimento com as mãos. — E agora é tão extenso quanto um oceano. — Sorriu por fim.

— A sua imaginação é mesmo infinita. — Sesshoumaru sorriu também. — Um oceano, é?!

— Exatamente. — Confirmou. — “Ainda assim sinto algo pesando.”

— Você é mesmo especial. — Despenteou a franja dela. — Guardarei essas memórias para sempre comigo.

— Huh?! — Rin olhou-o confusa. — O que você está querendo dizer…

— Para sempre! — Dizendo isso, Sesshoumaru beijou a testa de Rin delicadamente. — Nunca mude esse seu lado meigo.

 E-Ei. — Rin ficou toda corada com a ação dele. — “O que ele pensa que está fazendo agora?!”

— Olha, temos bons contrastes dessa vez. — Sesshoumaru desconversou. — Espero que isso seja algo bom.

— Que seja um bom ano para todos. — Rin sorriu olhando o céu, apesar de dentro de si algo pesar cada vez mais. — “Realmente o que é isso que estou sentindo?”

Os tons entre azul e laranja brincavam no céu, enquanto o sol reluzia com seu brilho mais uma vez.

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~*~

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Duas semanas mais tarde

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Alguns dias após a primeira visita ao templo, Sango sentiu que o tempo voava. Logo estariam novamente em épocas de provas e, desse jeito seu trabalho em casa ficaria um pouco de lado. Enquanto limpava a casa naquela tarde, pensava sobre Miroku e o seu pedido de casamento. Apesar de voltar feliz para casa naquele dia, não pôde dizer nada a sua mãe. Por alguma razão sentia que isso poderia deixá-la chocada, por isso, pensava mais em sua saúde em primeiro lugar. Sango certamente pensava em como contaria a ela num dia mais calmo.

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Terminando de ajeitar as coisas na cozinha, faltava apenas por a sala em ordem. Ao entrar no ambiente viu sua mãe sentada no sofá. A mesma mantinha um olhar melancólico, como se assistisse algo na mente sem parar. Se aproximou devagar para não assustá-la, mas foi pega de surpresa quando ela lhe olhou diretamente.

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— Mãe? — Sango respirou fundo. — Aconteceu algo?

— Estava apenas refletindo sobre algo. — Sumiko murmurou calmamente, enquanto observava o porta retrato em mãos.

— Você parece distante hoje. — Sango comentou preocupada. — Está assim há dias já.

— Eu tenho algo a revelar, mas não tenho certeza se devo dizer. — Sumiko guardou o porta retrato no lugar. — Seu pai saberia o que fazer se tivesse aqui.

— Mãe, o que de fato está deixando a senhora assim? — Sango sentou-se ao seu lado. — Sabe que eu não gosto de vê-la desse jeito.

— Você é uma boa menina, minha filha. — Sumiko sorriu fraco para ela. — O passado é um fardo pesado de se carregar.

— Que tipo de passado a senhora está dizendo? — Sango sentia uma aflição crescer dentro de si.

— A verdade sobre o seu pai. — Sumiko disse por fim. — A verdade sobre o Masao.

— Masao… — Sango repetiu confusa. — Você diz sobre o pai do Miroku?

— Sim. A verdade por trás desses dois homens. — Sumiko falou firme. — A verdadeira razão dessa família ter sido destruída no passado.

 Verdadeira… — Sango sentiu o ar fugir de seus pulmões.

— Como filha, está na hora de você saber o segredo dessa família, Sango. — Sumiko se virou para ela. — Sua mãe vai te proteger, mas eu temo não conseguir continuar com isso por muito tempo.

— Mãe… — Sango sentiu seus olhos começarem a arderem. — Você realmente quer me contar tudo isso?

— Eu queria proteger isso até a morte… — Sumiko falava calmamente. — Mas eu não vou suportar te ver com o filho daquele homem.

 Por que… — Sango sentia as primeiras lágrimas descerem. — O que tem o passado desses dois? Por que eu não posso ficar com o Miroku?

— Ficar… Você disse ficar? — Sumiko ficou de pé assustada. — Você está realmente gostando dele?

 E-Eu amo ele… — Sango dizia com a voz embargada. — Eu amo ele!

 Sango, minha filha. — Sumiko sentia seu coração apertar. — Como você pôde, Sango?

 Por que eu não posso, mãe? — As lágrimas desciam livremente já. — Me diga, por quê?

— Sango, você não pode amar esse homem... — Sumiko respirava fundo. — Você não pode amar o filho do homem que traiu o seu pai!

 Como... Traiu? — Sango soluçou alto. — Como assim, mãe?

— Masao o traiu! — Sumiko gritou, chorando. — Se dizia o melhor amigo do seu pai, mas o traiu!

 Mãe! — Sango chamou desesperada. — Mãe...

— Masao é o responsável por seu pai estar na cadeia, Sango. — Sumiko disse fraca. — Masao é o responsável pela acusação injusta contra seu pai.

— Não pode ser… — Sango caiu de joelhos.

Assim como as grossas lágrimas que caiam, Sango sentiu que o seu mundo havia desabado de vez.

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Notas finais do capítulo

Pois é, a treta deu as caras e bateu de jeito na Sango já x: ~a mãe dela é má no fim, certo? Ou será que é o contrário? 'u'
Agora muita coisa pode acontecer. Muito segredo sendo revelado. Coisas mudando, casais talvez se formando. Um misto de sentimentos no fim.

Escrever esse capítulo foi um desafio interessante. Porque é um jogo de sentimentos no fim. Eu mesma parava no meio de algumas cenas e respirava aqui. Sabe aquelas cenas tensas? Essa música é o que elevou tudo ao nível: https://www.youtube.com/watch?v=2p-UGsxLulE&list=PLkaUuJqTy25nTG3Nk54XJ50f-kwW_UpBE
/KDrama incrivel, recomendo u_u

Por fim só tenho a agradecer a todos que leram até aqui -w- De agora em diante vamos ladeira a baixo eee lol /apanha
Até o próximo capítulo -w-

—-
Ah, teve algumas palavrinhas no meio do capítulo xD

.:Significados:.

Hakama e Kimono: Roupas típicas japonesas.
Haori: Parte de cima do Hakama.
Zori: Um tipo de chinelo de palha.
Kanzashi: Presilha de flor, geralmente compõe a vestimenta feminina.
Obi: A faixa usada por cima do kimono.
Obijime: Corda que amarra sobre o obi.
Amazake: É um tipo de vinho de arroz japonês doce.
Hatsumode: Termo usado para se referir a primeira visita ao templo do novo novo.
Honden: É o edifício principal nos santuários xintoístas. Lugar sagrado onde oram.
Hanami: É o costume japonês de contemplar as flores.
Hatsuhinode: Primeiro nascer do sol no ano novo.



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