Coração de Fogo escrita por Pietra Le Fay
Notas iniciais do capítulo
what's up, lil' sugars!
venho vos agraciar com mais um cap. um pouquinho maior, mas nem tanto, ainda sim, no meu word deu 1.061 palavras '-'
nada demais pra falar agr. muito muito obrigada a quem comentou. amo vcs ♥
Um falcão branco pousou ao lado de Elide, enquanto eles preparavam seu acampamento. Feéricos, mas não invencíveis. Tinham que parar, mesmo que isso significasse enfrentar os demônios que os assombravam; significasse ter que encarar a ausência de sua corte. De sua rainha. O caminho até ela, tão incerto e perigoso quanto a guerra que havia se instalado em Erilea.
“Acampamento” era muito sofisticado para chamar a fogueira, os troncos e a proteção mágica em volta deles. Mas era melhor do que continuar andando; eles não seriam de uso algum exauridos. Duas das treze de Manon os deixaram nos limites da costa de Eyllwe, em Banjali, daonde eles pegariam – ou roubariam, não sabiam ainda – uma embarcação que os levaria para Wendlyn. De lá, resgatar Aelin. Essa parte guiada apenas pela certeza de que Maeve não a deixaria morrer. Não, ela faria de tudo para que Aelin sentisse cada fração do tormento que planejara. Tormento esse para proteger Elide do mesmo destino, e ela não sabia como reagir. Na verdade, sabia. Sentia raiva, medo, ódio; se sentia agradecida e penosamente triste; sentia tanto ao ponto de se confundir e direcionar o sentimento certo a pessoa errada, então simplesmente ficava silenciosamente no seu canto, como todos os outros.
Não era difícil se perder em sua agonia ali. Todos, ao que parecia, tinham feito o mesmo. Lorcan e Gavriel, sentados lado a lado, compartilhando da mesma dor, silenciosos como a morte, providenciando a barreira protetora. Rowan empoleirado em um dos troncos, ainda em sua forma de falcão, tinha mergulhado tão profundamente em seus sentimentos que era possível senti-los. Parceira. Ele tinha perdido não só uma, mas duas parceiras de uma vez. Afinal, até alguns dias, ele acreditava que Lyria havia sido sua parceira e que tinha morrido por sua causa, com seu filho não-nascido. Agora, não só tinha conhecimento de sua parceria com Aelin, como também sabia que ela se estabilizaria em alguns anos e que também a tinha perdido. Não a surpreendia que a forma animal tivesse sido escolhida como fuga.
Como ninguém parecia disposto a se lembrar de que morreriam de frio sem uma fogueira – Elide principalmente, sendo dolorosamente humana – e muito menos a se levantar pra procurar lenha, ela ficou de pé em um pulo, atraindo a atenção de Lorcan – o que não passou despercebido pela garota, mas foi devidamente ignorado. Ele fez menção de segui-la, mas com apenas um gesto de Elide, estagnou no lugar. Já era horrível o suficiente estarem no mesmo lugar, ela não queria interações além das necessárias.
Andou devagar, tentando não deixar seu mancar transparecer, até o limite da barreira mágica, não ousando se aventurar além. A última coisa de que precisava, de que todos precisavam, era mais uma surpresa indesejada.
Apesar das circunstâncias, era bom ter alguma coisa pra ocupar a mente, se sentir útil. Talvez isso a fizesse uma pessoa horrível, mas uma pequena parte dela se sentia... Não exatamente feliz, mas satisfeita com o fato de que era a única com capacidade – se não física, mental – para fazer algo que era preciso à sobrevivência do grupo.
Não foi difícil achar madeira viável para fazer uma fogueira, o verdadeiro teste foi carregar tudo de volta ao acampamento sem perder o equilíbrio. A cada passo que dava, seu tornozelo reclamava, mas Elide apenas trincou os dentes e continuou.
Por oito passos.
Até que se recostou em árvore e deixou um suspiro pesado escapar. Tão perto de seu objetivo. Perto o suficiente para os ouvidos feéricos a escutassem. Em poucos segundos, um macho de olhos negros estava ao seu lado, com os braços estendidos, e aquela magia que usava para engessar o tornozelo de Elide o rondando.
— Me deixe ajud...
Mas Elide já estava andando, dolorida ou não, mal reconhecendo sua existência, passando por Lorcan como se ele fosse apenas mais uma árvore.
Já irritada, simplesmente largou o que carregava no centro de onde iriam dormir e começou a montar a fogueira. Sem vacilar nenhuma vez. Foram precisas algumas tentativas, mas por fim conseguiu acender um fogo decente o suficiente para aquecê-los e não grande o suficiente para entregá-los.
Tinha a atenção de todos a essa altura, mas se recusou olhá-los de volta.
O único som ouvido naquela noite foi do crepitar da madeira e depois, nada. Eles conseguiram comida em uma estalagem quase abandonada antes de seguirem para o litoral, não ousando passar a noite. Assim que a fogueira estava pronta, ela se retirou para um canto para conseguir, no mínimo, uma noite de sono decente.
Seu tornozelo definitivamente sentiu o preço daquele orgulho e teimosia, mas até que todos estivessem dormindo, não fez menção alguma de massagea-lo ou qualquer expressão que revelasse seu verdadeiro estado.
~*~
Lorcan sabia que ela estava com dor. Também sabia que ela era muito orgulhosa para revelar ou pedir ajuda, mas nunca recusara a tala mágica, que ele tinha certeza que aliviava consideravelmente sua dor. O peso do que havia feito recaia em seus ombros, mas nada doía mais do que o nojo no olhar de Elide. Pior, a ausência de qualquer sentimento naqueles doces olhos.
E ele sabia que grande parte do peso que recaía sobre os ombros dela, era culpa dele. Elide confiara em poucas pessoas na vida, devido ao que havia sido feito ela e a família; E justo quando começara a confiar nele... Amor guiara as decisões que ele tomara, mas era a traição à rainha que Elide via. Sentia.
Ele simplesmente não sabia o que fazer ou por onde começar. Então não fazia nada.
Todos eles deveriam realmente agradecer Elide. Nos últimos dois dias, fora ela quem impedira o instinto de autodestruição dos três machos prevalecer.
Lorcan tentara dormir, mas o som da respiração pesada de Elide não permitia. Só conseguia pensar na muralha que ela, tijolo por tijolo, erguia novamente.
Ela permanecia acordada, massageando sua perna. A floresta estava tão anormalmente silenciosa, que ele conseguiu escutar quando duas lágrimas rebeldes escorreram pelo rosto da menina. Ele ficou completamente imóvel, e não relaxou até a respiração da lady de Perranth normalizasse, indicando que ela finalmente, fora dormir.
Ele se perguntou como os outros não acordaram com o som de seu coração quebrando. Antes de adormecer, prometeu a si, às estrelas e a quaisquer deuses que se importassem em ouvir, que consertaria as coisas entre os dois.
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gnt gnt gnt
espero que tenham gostado. O próximo cap n tem previsão de postagem, sorry. Ele tá escrito pela metade no caderno, mas posso dizer que será pov Lysandra e Aedion *-*
(perdoem quaisquer errinhos)
recomendem pras pessoas que leem esse livro, favoritem, comentem, me deixem saber o q vcs estão achando ou o que gostariam de ver no próximo livro(quem sabe eu n dou um jeito de escrever aqui?)
enfim, até a próxima
xoxo
Pietra