Emmett: HÁ, eu sabia que era tesão reprimido!

 

Isso foi o que precisou para Angel se afastar de mim, e eu a deixei. Acompanhei seus passos até a sala, onde a ouvi pedindo a Rosalie que lhe desse uma carona. Quando vi que ela estava saindo, fiquei constrangido por tudo e me escondi no alto de uma arvore. Mesmo depois que ela se foi, permaneci ali, apenas refletindo sobre o que quase tinha feito.

 

 

 

POV. Angel

 

Idiota, cretino, babaca, infeliz. Eu odeio Edward Cullen. O bom de ter sido levada por Rosalie até em casa, foi que não precisamos conversar. Pude guardar minha raiva só para mim mesma.

 

Quando entrei em casa, fui direto para meu quarto. Peguei minha pasta de desenhos e comecei a vasculhá-la até encontrar o desenho que fiz meu e dele. Edward Cullen. Desde quando tenho 13 anos, sonho com ele e nem ao menos gosto deste cara. Todos os dias, eu acordava com a imagem de seu rosto e o desenhava na primeira folha que encontrava. Este, também foi um dos motivos que me fizeram o reconhecer.

 

Sempre fui boa desenhista e já tinha até o pintado em um grande quadro. O olhando agora, decidi que este não merecia estar em minha parede, mas também não merecia ser jogado no lixo. Poxa, me deu o maior trabalho fazê-lo. Simplesmente o atirei de baixo na cama.

 

Exausta, acabei me jogando na cama e dormindo de tênis mesmo.

 

 

POV. Edward

 

 

Eu não sabia bem o que estava fazendo, mas uma vontade incontrolável de ver ela outra vez, foi crescendo dentro de mim, e só parei para pensar no que estava fazendo, quando já tinha escalado a janela de seu quarto.

 

Dormindo, ela parecia um anjinho. Acordada, era pior que o capeta! Desleixada do jeito que era, não me surpreendeu vê-la dormindo de tênis e sem nenhuma coberta para se aquecer. Cocei a cabeça, imaginando se ela descobriria que fui eu quem a arrumei, se eu o fizesse. Dei por mim que não.

 

Tirei seu tênis e o atirei do outro lado do quarto. Passei meus dedos em seu rosto, com suavidade. Ela estava mais que gelada. Peguei em sua cômoda, todos os cobertores que encontrei e a cobri.

 

Vi no pequeno criado mudo, uma pasta de desenhos dela. Ultimamente, ando muito curioso, então a peguei e comecei a ver seus desenhos. Menina louca! Eu já devia saber que a maioria dos desenhos daqui eram de coisas sem noção. Tinha muitos desenhos de homens com arma na mão, atirando em outros. Tinha de pessoas mortas no chão, ensangüentadas... Tinha de vampiros – tudo desenhado com lápis grafite -, abocanhando o pescoço de pessoas. Tudo muito estranho.

 

Foi quando virei o próximo, que vi um desenho, que julguei ser o mais normal. Era EU e ela juntos. A data em baixo, revelada que tinha sido desenhado quando ela tinha apenas 14 anos. Acho que Bella, me descreveu muito bem...

 

Aquele não era o único, tinha vários desenhos meus...

Na ultima página, uma coisa me chamou ainda mais a atenção:

 

 

Lista de coisas para fazer antes de morrer.

 

Hãn? Ela já pensa na morte? Que tenso!

 

1-    Nadar com golfinhos selvagens – eu sorri lendo isso.

2-    Escalar uma montanha

3-    Fazer um test drive em um Ferrari

4-    Tomar um banho a luz de velas – bem a cara dela mesmo.

5-    Saltar de bungee jump

6-    Conhecer Paris

7-    Ficar a noite inteira acordada e ver o sol nascer

8-    Ir a um grande acontecimento esportivo

9-    Tocar um iceberg

10-                      Dormir sob as estrelas

11-                      Fazer um passeio de balão.

12-                      Ficar embriagada com champagne

13-                      Olhar o céu noturno por um telescópio

14-                      Convidar um estranho pra sair

15-                      Fazer uma guerra de bolas de neve

16-                      Roubar uma placa/sinal de transito.

17-                      Visitar o japão

18-                      Fingir ser uma super heroína

19-                      Dormir um dia inteiro

20-                      Posar nu na frente de estranhos

21-                      Brincar na lama

22-                      Visitar a muralha da China

23-                      Me apaixonar, mas não ficar de coração partido

24-                      Ser penetra em uma festa

25-                      Fazer uma tatuagem

26-                      Receber flores sem razão

27-                      Conhecer Las Vegas

28-                      Dar nome as estrelas

29-                      SOBREVIVER A UMA DOENÇA QUE SE PODIA TER MORRIDO – estava escrito grande. Não entendi.

30-                      Pilotar um avião

31-                      Partir o coração de alguém

32-                      Disparar uma arma – bem louca, mesmo.

33-                      Andar a cavalo

34-                      Mudar a opinião de alguém sobre algo que realmente acredito

35-                      Ser DJ

36-                      Salvar a vida de alguém

37-                      Ver um jogo de futebol no estádio

38-                      Voar de helicóptero por uma cidade inteira

39-                      Pintar o cabelo de uma cor anormal.

40-                      Comprar uma ilha com um vulcão no meio, construir uma base subterrânea e planejar a dominação mundial. - --‘

41-                      Dizer ‘eu te amo’.

 

É! Porque alguém tem uma lista de coisas para se fazer antes de morrer? Pra mim é bem maluco, mas vindo dessa garota, pode se esperar qualquer coisa. Eu estava tão perdido em meus pensamentos, ou em sua face adormecida, que só notei que tinha alguém ali, quando Bella pigarreou.

 

Olhei atordoado e envergonhado por ser pego naquela situação, ainda mais pela única mulher que amei e amo.

 

Bella: O que faz aqui? – passou de leve a mão em meus cabelos

 

Edward: Sua neta não tem NADA a ver contigo. Ela é o capeta...

 

Bella: Não diga isso. Ela é uma boa menina, Edward.

 

Edward: Boa menina? Porque ela só tem desenhos de terrorista na pasta? – mostrei para ela.

 

Bella: Ah... – ela suspirou e se sentou ao meu lado. – Eu não sei qual o verdadeiro propósito deste reencontro, depois de tanto tempo... Meus dias estão praticamente contados, mas eu não lamento isso, pois já sou velha...

 

Edward: Não diga isso. – pedi. – Ainda vai viver muito, tenho certeza disso.

 

Bella: Eu não me importo com ‘isso’. Me importo com ela... Há duas semanas, ela completou 16 anos e não pudemos lhe dar uma festa... Nem a de 15 anos ela teve... Ela SEMPRE sonhou com a imensa festa de 15 anos e no entanto, não a teve. Eu ia ligar para Alice hoje, para ver se ela pode me ajudar com uma festa atrasada.

 

Edward: Alice vai adorar isso, e sabe que também estou disposto a ajudar. – Bella, olhou para a lista, em minha mão.

 

Bella: Quero que ela tenha o melhor, Edward. – uma lagrima escapou por seus olhos, e eu a abracei. – Talvez ela também não tenha muito tempo de vida! – olhei para ela.

 

Edward: Como assim? Ela é jovem...

 

Bella: Ela tem leucemia. – quase cai para trás. – Descobrimos há quase 3 anos e ela não tem reação nenhuma com os tratamentos. Estávamos pagando muito caro para ela ser hospitalizada, mas ela não quis mais, por não surgir efeito e por estarmos ficando pobres... – engoli um seco. – Ela é jovem e tem muitos sonhos, por isso não sou rigorosa com ela, ao contrário da mãe, que não tem paciência com sua doença.

 

Edward: E o pai dela? Não ajuda? – nunca ninguém tinha me falado nada dele.

 

Bella: Não, Edward. Ele mora na exterior. Ninguém o encontra e isso também não adiantaria. Se ler esta lista, - ela apontou para onde estava – vai ver que a maioria das coisas que ela quer, são tolas para a maioria das pessoas, mas são significativas pra ela. Se me ajudarem a fazer esta festa, eu juro que lhes pago depois.

 

Edward: É claro que não. Será um presente meu! – decidi. – Mas... ela não gosta muito de mim, então é melhor deixar isso em segredo, está bem? – ela assentiu e eu beijei a palma de sua mão. 

 

Ela se levantou e foi graciosamente até a porta.

 

Edward: Se importa se eu ficar aqui com ela?

 

Bella: Está tudo bem. Obrigado, Edward.

 

 

Meu súbito ódio por ela, parecia ter sido quebrado assim que Bella proferiu as palavras que me fizeram entender o motivo de tanta chatice e rancor que ela guardava no coração. Pobre Angel! Tão jovem e já com o destino marcado assim... Mas talvez Carlisle poderia ajudá-la. Segurei em sua mão gelada, e velei seu sono por quase a noite inteira. Ela estava quase acordando, mas como ainda eram 5:12 da manha, supus que ela ainda fosse voltar a dormir. Como eu não pretendia ir embora agora, corri até o seu guarda roupas e me escondi ali mesmo.

 

De onde estava, havia uma pequena brecha que me possibilitava de ver cada movimento seu. Ela parecia surpresa ao olhar seus pés e ver que só estava de meia, sem o tênis. Angel, se sentou na cama e colocou as mãos na cabeça. Respirou fundo e... se deitou de novo. Não demorou nada e já estava em sono profundo outra vez.

 

Sai de lá e permaneci ali por mais um tempo, até amanhecer. Agora, eu precisava ir até em casa e acertar com Alice, tudo para a festa da pirralha.

 

 

 

POV. Angel

 

 

Acordei de manha, com a desgraça da cortina aberta. Meus pés, apenas de meia, meu tênis jogado do outro lado do quarto, e cobertas por cima de mim, denunciavam que minha avó, estivera ali. Grande mulher!

 

Me levantei com a maior preguiça, e cambaleei para fora da cama, em direção ao banheiro. Passei doze minutos INTEIROS escovando os dentes, com a maior calma, afinal eu não estava com nem um pingo de pressa de enfrentar meu dia chato de hoje. Mais cinco minutos penteando o cabelo, até que decidi que queria tomar banho. Depois de meia hora no chuveiro, pensei em como era errado acabar assim com a água do mundo... Mas então me lembrei que eu não sou a única a fazer isso, então voltei a relaxar.

 

Minha garganta começou a ficar irritada e eu acabei tossindo. Para variar, saiu um pouco de sangue, que eu limpei facilmente. Eu já estava acostumada com isso. Minha leucemia era a aguda, e mesmo NECISSITANDO de tratamentos, eu já não me importava o suficiente para me cuidar nem um pouquinho.

 

Sai do banho e vesti um vestido branco, um pouco acima do joelho. Eu não estava muito afim de ir a escola hoje, sacomé, né? Se fosse, não teria como não encarar o babacaCullen e cara, não estava com animo para brigar com o infeliz hoje. Ainda descalça, desci as escadas, desanimada, e me deparei com os Cullens na MINHA sala.

 

Angel: Tem festa aqui e não me chamam? – coloquei as mãos na cintura.

 

Bella: Por enquanto, não tem festa, mas terá. – animou-se.

 

Angel: Que festa? – bocejei.

 

Bella: Primeiro cumprimente a visita, Angelina.

 

Angel: Ata... – fui até cada um e dei um aperto de mão, ou um beijinho no rosto. Nem olhei para Edward. Ainda estava com raiva dele.

 

Edward: Não vai me cumprimentar? – ergueu as sobrancelhas. Balancei a cabeça negativamente.

 

Odeio admitir, mas ele estava muito mais bonito que o normal... Seu cabelo desgrenhado, sua palidez incomum, seus lábios repuxados em um sorriso malicioso, seus olhos esperançosos... Que ódio!

 

Bella: Anda, não seja mal educada... Queremos te dar uma noticia muito boa.

 

Angel: Edward vai sair da cidade? – fiz figas e sorri, com entusiasmo. Ele revirou os olhos. Minha avó me lançou um olhar reprovador. – Ta bom, que seja. Fui até Edward. – Salve! – fiz sinal de paz.

 

Edward: Não seja infantil. – ele jogou os braços em volta de meu pescoço. – Agora, seja boazinha e ouça o que Bella tem a dizer.

 

Angel: Puto! – me virei para minha avó. – O que é assim tão bom, e que não é Edward estar de mudança. – tentei fingir que não me importava com ele ainda tão próximo de mim, me segurando.

 

Bella: Bom, lembra-se de sua festa de aniversário?

 

Droga, eu sempre fingi que não liguei pra isso, e até já tinha aceitado que não podia ter uma, porque ela estava voltando neste assunto?

 

Angel: Meu niver já foi, vó. Sabe que não to nem ai...

 

Jasper: Ela está blefando!

 

Angel: Fica quieto, maconheiro. – eu e ele rimos.

 

Bella: Ta, vou dizer de uma vez: VOCÊ TERÁ UMA FESTA DE 15 ANOS.

 

Angel: Quando? Onde? Quem?

 

Bella: É por isso que eles estão aqui, Alice, vai organizar a festa, com tudo o que se tem direito em uma festa de 15 anos.

 

Angel: É sério? – ela assentiu. Eu pulei de alegria. – Cara, isso é incrível! – Edward sorriu. Ta, eu fiquei meio tonta com isso.

 

Sério, fiquei muuuuito tonta, bem mole mesmo. Eu ia cair, mas ele me segurou.

 

Edward: Você está bem? – perguntou fingindo preocupação. – Talvez Carlisle deva te examinar...

 

Angel: Me examinar? – ele deu a entender, que sabia o que não devia saber. – Por que? – olhei para minha avó. Ela abaixou a cabeça, culpada.

 

Edward: Você está tonta. Acho que isso é normal, você é realmente muito tonta. – deu de ombros, indiferente.

 

Angel: Me solta! – yes, foi uma ordem. Ele o fez.

 

Bella: Vem, precisa comer alguma coisa.

 

Angel: Sem fome...

 

Rosalie: Você está muito magra, precisa se alimentar.

 

Angel: Não sinto fome... – isso era bem verdade. – Mas e a festa? Quando vai ser?

 

Alice: Em dois dias. – saltitou.

 

Puxa vida! Dois dias, a dar tempo preparar tudo?

 

Alice: Não e preocupe com nada, está bem? Tudo vai ficar perfeito. A propósito, quem vai dançar valsa com você?

 

Angel: DOOOUGIE! – sorri. Edward bufou.

 

Edward: Nem pensar... Eu to aqui pra que? – deu seu sorrisinho que eu odeio

 

Angel: Pra me encher o saco. Mas tudo bem,eu já te perdoei... – ele gargalhou.

 

Edward: E posso saber pelo que?

 

Angel: Por existir, né? – revirei os olhos.

 

Edward: Você disse que ele nem era se namorado.

 

Angel: E daí?  Eu nem conheço você... – minha avó pigarreou.

 

Bella: Querida, acho justo Edward ser seu acompanhante. Sabe que não gosto nada daquele rapaz, o tal do Dougie.

 

Angel: Não o conhece... – cruzei os braços.

 

Edward: E você conhece? – cínico.

 

Rosalie: Não seja chato, Edward. Vem Angel, precisa comer alguma coisa. – me puxou pela mão.

 

Angel: Ta bom então. O que tem para rangar? – me sentei em cima da pia.

 

Bella: Panquecas. – respondeu enquanto colocava duas em meu prato.

 

Relutante, peguei o garfo e respirei fundo. Não vai ser tão difícil, eu acho. E não é que estava bom? Na verdade, estava perfeito.

 

Angel: Caprichou vó.

 

Bella: Ah meu bem, foi Edward quem fez.

 

Empurrei o prato na mesma hora.

 

Angel: Ta mó trampo de pedreiro... Não gostei, não.

 

Edward: Deixe de ser frescurenta! Bella comeu e disse que ficou bom.

 

Angel: Ela não quis ser mal educada. – me jusifiquei.

 

Eu não queria mesmo comer, porque NÃO estava com fome, porém estava delicioso. Eu só não queria admitir isso a ele.

 

Edward: Besta. Tudo bem, mas eu me esforcei e dei meu melhor nisso, que tal uma demonstração de gratidão? – rápido, veio até mim.

 

Confesso que temi o que ele faria. Edward Cullen era muito estranho e estava sempre me surpreendendo.

 

Angel: Certo, o que quer?

 

Edward: Um beijinho. – aproximou seu rosto do meu, para que eu lhe desse um beijo na bochecha. Dane-se.

 

Tentei ser rápida, mas quando meus lábios estavam quase encostando em sua pele gelada, ele se virou e me deu um selinho molhado. Aquele choque me inundou e eu fiquei perplexa com seu ato, mesmo depois que ele se afastou sorrindo, malicioso.

 

Angel: Retardado. – comecei a lhe distribuir socos em sua carinha bonita, mas o traste só ria. – Eu te odeio, sabia?

 

Edward: Claro que sim. Mas eu já amo você, ta? – gargalhou.

 

Eu tinha certeza que havia um faca dentro da gaveta. Será que eu teria algum sucesso na tentativa de esfaqueá-lo, ou só estragaria o objeto? Todos os presentes, pareciam se divertir com a situação, principalmente minha avó. Para se sincera, acho que nunca a vi tão feliz antes. Não sei porque isso agora...

 

Edward: Não diga isso, Emmett. – acho que estava respondendo a pensamentos do outro.

 

Emmtt: Por que não? Ah, vocês dois são muito escrotos... – olhou para mim e para Edward. – Aposto minhas bolas que vocês se pegam nessa festa!

 

Que insulto. Ta, pode-se dizer que perdi o controle, porque eu atirei  faca no idiota. Eca, eca, eca. Beijar Edward seria nojento e sem duvidas, estranho. Nem dançar com ele eu queria. ELE SIM, é escroto!

 

Alice: Ah, você vai dançar com ele sim. – estreitei os olhos. Emmett não se machucou quando lhe atirei uma faca, então o mesmo aconteceria a ela. – Anda, vamos começar a organizar tudo.  

 

 

 

POV. Edward

 

 

Eu não ia permitir que ela dançasse com Dougie. Nunca fui egoísta, mas EU estava bancando a festa, e mesmo sem ela saber, acho que sentia ciúmes. Bem idiota da minha parte, eu sei disso.

 

Seus lábios ao entrar em contato com o meu, me causou as mais diferentes reações, que nem me esforçando MUITO, não saberia descrever. Depois de ler sua lista, e descobrir sua doença, fiz uma promessa pra mim mesmo: Vou realizar cada desejo seu, não importa como.