Uma ponta de excitação se passou por mim, me dando as sensações mais estranhas que já senti em toda minha vida. Pude sentir um grande choque com o menor contato de sua pele com a minha e não senti nada abaixo de mim, nem mesmo o chão em que pisava.

POV. Edward

Fiquei fulo quando me lembrei que ela ia queimar minhas coisas e tive de deixar Bella para voltar para casa e parar a pestinha, antes que ela cometesse o ato. Subi as escadas bravo como nunca, e assisti pasmo, quando ela pulou da janela do segundo andar da minha casa. Fez um grande barulho e eu realmente pensei que ela ia se machucar, mas quando olhei pela janela, ela mandou um beijo cheio de sarcasmo pro mim. meu súbito ódio por ela cresceu, e eu saltei dali também.

A bobinha ainda tentou correr, mas facilmente a segurei pela cintura. Inexplicável foi o que senti com este simples toque. Sua pele quente e macia, mesmo através das roupas que usava. Algo me eletrizou por completo e me deixou sem rumo, apenas minha mente vagando até me encontrar com seus profundos olhos azuis, que agora eram tão expressivos.

Me peguei fitando sua boca, que estava entreaberta, enquanto ela me olhava pasma. Devo estar ficando fora de mim, mas acho que só agora percebi o quanto a visão desta garota era diferente de qualquer outra visão que eu já tinha tido, a não ser a de minha Bella. É besta, comparar essa mal caráter com minha frágil Bella, mas não pude deixar de fazê-lo. O silencio já estava se tornando constrangedor entre nós e os pensamentos dos que nos observavam, idiotas, então quebrei o gelo, tentando voltar ao meu nervosismo.

Edward: Você é louca?

Angel: Sua avó que é louca. Me solta, cretino.

Edward: Não vou te soltar, vou te levar AGORA pro meu quarto e você vai organizar TUDO.

Angel: AHAHAHAHAHAHAHAHAHA – gargalhou na minha cara, graciosa. – Você vive de brisa, não é? Nem que me paguem subo lá no teu quarto de novo, Edgayzão.

Eu nunca quis dar um tapa em uma garota antes... Até agora!

Mas este não era eu. Eu não batia em mulheres, isso era contra todos os meus princípios, mas essa merecia uns tabefes sim.

Edward: Se eu pelo menos achasse você ‘bonitinha’, mostraria quem é o gay por aqui. – falei sério.

Isso em parte era mentira. Ela era incrivelmente linda. Muito, muito, muito mais do que Rosalie quando humana e até poderia ser comparada com uma vampira. Pra mim mesmo, ela era mais bonita do que todas que eu já tinha visto, mas isso não importava.

Embora ela aparentasse estar com muita raiva, seus olhos se encheram de água, e a mesma deixou uma escapar enquanto me mirava com ódio. Por que ela estava chorando? Eu não a magoei, magoei? Ela deu um solavanco e eu a soltei.

Angel: Pouco me importa o que acha de mim, Edward. Sabe por que? – uni as sobrancelhas, pronto para ouvir seus insultos. – Você é só um rostinho bonito, mas no fundo, é um cara infeliz e sabe o que vai acontecer? Vai acabar assim: só. Eu pelo menos tenho alguém e você hem? Fica ai se martirizando e deixando todos ao seu redor com peninha de você, sendo que você não merece isso. Se sofre agora, é muito bem feito, pois fez suas escolhes e realmente espero que ainda quebre muito a cara! – ela saiu correndo em direção a floresta e eu por impulso, a segui facilmente.

Mesmo quase todas as suas palavras sendo verdadeiras, ela ainda não tinha o direito de dizer tanto sobre mim, sem nem mesmo me conhecer. Ela gostaria que eu a julgasse dessa forma? Não que eu já não a julguei, mas deixei tudo só no pensamento...

Edward: Aonde você vai? – parei na frente dela.

Angel: Não te interessa. – ela secou sua lagrima.

Edward: Interessa sim. – fui sincero, mesmo odiando tendo que fazer isso. Ela me encarou. – Olha garota, é pela Bella que eu...

Angel: Tudo pra você é pela Bella, não é? Então vá para o inferno. – me mostrou o dedo do meio. – E apodreça por lá. – me deu as costas.

Segurei com força em seu braço, mas ela não se virou pra mim. Peguei em seu queixo com muito cuidado e a fiz olhar para mim. seus olhos ainda estavam marejados.

Edward: Também odeio você, mas nem por isso quero que vá para o inferno... Você é má. – falei calmo.

Ela não respondeu. Isso definitivamente não era normal.

Edward: está me ouvindo? Eu disse que te odeio... – tentei de novo. Acho que no fundo, eu gostava desse gênio explosivo dela. Porém ela não respondeu. – Você ta bem? – me preocupei. Com um simples vacilo que dei, ela chutou o meio de minhas pernas, me fazendo a soltar.

Demonia!

Ainda mantive minhas mãos a segurando com firmeza. Isso não a impediu de puxar meus cabelos de um jeito maluco. A proximidade entre nós, foi perturbadora. Nossos rostos ficaram a centímetros de distancia, e eu a fitei, enquanto com raiva, ela tentava arrancar meus cabelos fora. Minha boca ficou aberta e meus olhos não deixavam de observá-la. Tão diferente e tão incomum...

Por um segundo, achei que fosse grudar meus lábios nos seus. . . Mas me contive em apenas apreciar seus movimentos descontrolados, na busca incansável de me machucar. Tadinha, isso nunca aconteceria! Ela sabia perfeitamente disso, mas não desistiu.

Isso durou até que ela percebeu meu olhar de idiota nela.

Angel: POR QUE TÁ ME OLHANDO DESSE JEITO?- esbravejou.

Eu nunca tinha ficado sem fala antes.

Edward: Só vendo como você é feia... – menti.

Ela quis falar alguma coisa, mas mordeu a língua.

Angel: AAAAAAAAHHHHHH Eu machuquei minha língua. – falou estranho. Gargalhei alto. – Não tem graça, ta doendo... – continuou falando estranho.

Edward: Deixe eu ver. – meio que mandei.

Coloquei de volta uma mão em seu queixo, a puxando para mais perto, e a outra, coloquei sob seu lábio inferior, analisando. Tinha ficado meio vermelha, mas com um belo contraste em sua pele clara. Eu não queria tirar minhas mãos de sua boca mais! Tão carnuda e macia, que conseguia me deixar tonto. Será que ela percebeu o quanto eu estava me demorando nela? Decidi que isso não importava.

Completamente sem noção, comecei a me inclinar para ela. Angel, me encarava com os olhos arregalados, temendo minha reação. Acho que não tinha se decidido ainda sobre o que devia fazer. . . Quando faltava menos de 5 centimetros de distancia para meu paraíso – ou para meu inferno -, Emmett veio gritando.

Emmett: HÁ, eu sabia que era tesão reprimido!

Isso foi o que precisou para Angel se afastar de mim, e eu a deixei. Acompanhei seus passos até a sala, onde a ouvi pedindo a Rosalie que lhe desse uma carona. Quando vi que ela estava saindo, fiquei constrangido por tudo e me escondi no alto de uma arvore. Mesmo depois que ela se foi, permaneci ali, apenas refletindo sobre o que quase tinha feito.