O poder das estrelas escrita por capi


Capítulo 10
Sentimentos




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Seguiram a conversar sobre coisas cotidianas, sobre como o novo álbum dos Three Lights estavam indo bem e os eventos que eles tinham marcado para os próximos meses. Depois que terminaram e limparam tudo, Mina foi a primeira a ir embora.  Meia hora depois, Serena começou a se arrumar para partir.... Desejou boa-noite a todos e Seiya a acompanhou até a porta.

        Ficaram parados do lado de fora, com a porta fechada. Maya, Taiki e Yaten trocaram olhares por alguns segundos e quietamente encostaram seus ouvidos na porta tentando escutar.

        A brisa balançava os cabelos de Serena e Seiya, houve um momento de silêncio, sem que olhassem um ao outro.

       - Seiya.... Está tudo bem entre nós? – Serena perguntou quebrando o silêncio. – Sei que não tivemos muito tempo a sós para conversar depois daquele dia.

       Ele a olhou surpreso e suspirou. – Sabe, bombom, eu acho que você nunca vai entender o quanto significa para mim. Desde o primeiro momento que te vi, eu nunca parei de pensar em você, nunca consegui te tirar da cabeça. Nem mesmo quando voltei para meu planeta.

      Serena ficou vermelha. – Eu estava certa de que você esqueceria de mim – Suspirou. – Afinal porque se lembraria de alguém como eu? – Segurou a barra da saia com força.

      Seiya suavemente colocou a mão em seu rosto. – Bombom, você não é alguém fácil de esquecer.

     O coração de Serena bateu rápido. – Eu te machuquei, não foi? – Olhou para o chão e sentiu o coração apertado.

     Seiya sorriu levemente e encostou as costas na porta. – Durante todo esse tempo tudo que passava pela minha cabeça era “o que eu fiz de errado? ”, “porque eu não sou bom o suficiente para ela? “, “o que ele tem que eu não tenho? “.— Uma expressão triste tomou conta de seu rosto.

     Serena olhou para ele sem saber o que dizer.

    - E agora eu sei as respostas para essas perguntas.... – Olhou Serena nos olhos. – Agora eu sei sobre Neo Queen Serenity, King Endymion, Tóquio de Cristal e.... Rini. – Seus olhos encheram-se de lágrimas novamente.

    As palavras de Seiya atingiram Serena como uma flecha. Ela não sabia como se sentir com o fato de que ele sabia sobre tudo isso.... Ela mesma havia tendo dúvidas sobre o futuro, e Seiya saber do que vai acontecer.... Ela mal podia imaginar o quanto isso o deixou mal e mais ainda, não sabia se isso faria com que ele fosse embora. Afinal, ele não merecia passar por tudo isso. Nunca trouxe nada mais do que segurança e felicidade para a vida dela e em troca, ela apenas o machucou.

    Sentindo seu coração partir, ela olhou para Seiya, chorando. – Quem foi que te contou sobre isso?

    - Isso não importa. – Sorriu entre lágrimas. – Acho que mais cedo ou mais tarde, viria à tona.

   Serena fechou as mãos em punho. – Foi ele, não foi? Darien? – Agora ela também estava chorando.

   Seiya respirou fundo e acenou com a cabeça. – Mas para ser justo, eu perguntei.  – Complementou.

   Ela suspirou.

   - Mas eu sou um tolo. – Seiya disse e sorriu levemente. – Mesmo tendo toda essa evidência, todos esses sinais de que você ficará com ele.... Eu ainda tenho esperanças. Eu ainda tenho fé. E eu ainda lutarei por você. – Olhou-a nos olhos. – Eu lutarei porque é você quem eu quero e porque lá no fundo, temo que nós sentiremos a falta um do outro para o resto de nossas vidas. – Disse num tom que era misto de paixão e melancolia.

   As lágrimas corriam livremente pelo rosto dela, ela entendia o que Seiya quis dizer. O que ela nunca tinha tido para ninguém é que quando ele foi embora, ela sentiu como se ele tivesse levado uma parte dela com ele. Como se ela nunca mais fosse se sentir inteira se ele não estivesse ali.

   Serena o abraçou forte. – Seiya. – Disse com voz de choro. – A verdade é que eu não sei se sou ela. – Pausou. – Eu não sei se sou aquela rainha que conheci tempos atrás e além disso, eu não sei se quero ser.

   Ele retribuiu o abraço e acariciou os cabelos dela. – Ô meu doce bombom.... Eu não me importo se você se tornará aquela rainha ou outra, eu amo você do jeito que é, sem tirar nem por. Não viva por obrigação. – Ele sussurrou em seu ouvido.

   Serena ficou nas pontas dos pés e beijou Seiya ternamente nos lábios. Ela então sorriu levemente e aos poucos foi se afastando, sumindo na distância.

   Seiya ficou parado ali por alguns minutos. Notando que a conversa tinha acabado, Taiki, Yaten e Maya correram e sentaram-se no sofá amarelo-mostarda que ficava no meio da sala, tentando disfarçar.

    - Então.... Como foi? – Yaten perguntou em tom sarcástico quando viu Seiya entrar.

    Taiki e Maya riram. Seiya aproximou-se da poltrona branca que estava do lado esquerdo do sofá, pegou a almofada que ali estava e jogou no Yaten. – Quieto. – Disse e ficou vermelho.

     Os três riram.

    - O que vocês estão fazendo aqui, afinal?  - Seiya perguntou tentando mudar de assunto.

    - Eu não estou muito cansada então os meninos resolveram me fazer companhia. – Maya respondeu como desculpa.

    Seiya pensou e então sorriu. – Tem um lugar bem melhor em que todos nós podemos relaxar.

    Os quatro dirigiram-se até o segundo andar da casa, onde tinha uma outra escada que levava para o terraço. Eles levaram travesseiros e cobertores, então deitaram-se no chão observando as estrelas e o luar.

    Maya e os meninos estavam brincando de nomear as constelações que conseguiam avistar. Durante esse tempo, eles não conseguiam evitar e sentiam a energia que exaltava dela.

 - Maya.... – Taiki disse calmamente. – Não quero que se ofenda com essa pergunta, mas qual é a sua história?

    Ela ficou em silêncio por alguns minutos, então sentou-se e sorriu. – Meus pais são pessoas de bem. Eles são gentis, generosos, possuem corações puros e um poder magnifico que eles usam para promover paz e amor. – Disse olhando para o céu. – Nós vivemos num lugar de paz e luz e contamos com a ajuda de incríveis guardiãs bondosas e tão bondosas quanto eles.

     Os meninos a olhavam intensamente.

     Maya sorriu levemente. – Meus pais se amam muito. Sabe.... Mesmo sendo casados por muito, mas muito tempo, eles ainda ficam acordados a noite toda de vez em quando apenas conversando, rindo, e fazendo piadas sobre coisas aleatórias, aproveitando a companhia um do outro. Às vezes eu ouvia eles rindo e continuava deitada em minha cama pensando em quão sortuda eu serei se um dia tiver algo que nem eles têm. Outras vezes, eu os observava de longe.  Eu podia jurar que estava sendo discreta, mas eles sempre sabiam que eu estava lá. – Riu. – Papai sempre sorria para mim, o sorriso mais bondoso que tinha, e estendia os braços em minha direção. Eu sempre ficava parada sem me mover e então mamãe sorria e dizia “venha! Junte-se a nós! ”. E então eu corria na direção deles, deitando minha cabeça no colo de mamãe e esticando minhas pernas sobre meu pai.

     Maya pausou e olhou para os meninos envergonhada.

     Seiya sorriu para ela. – Continue, por favor.  – E Taiki e Yaten concordaram.

     Ela sorriu novamente. – Nós então ficávamos acordados até tarde, construíamos barracas feitas de lençóis e riamos. Eles me contavam histórias de quando eram mais novos, nós jogávamos algum jogo e/ou dançávamos e cantávamos. E então sempre acabamos adormecendo e acordando dentro da barraca improvisada no meio da sala principal do castelo.

     A expressão no rosto de Maya então ficou um pouco sombria e triste. Ela envolveu seus braços na volta de suas pernas. – Mas mamãe e papai, junto com as guardiãs, são soldados que protegem a paz e a ordem e toda essa luz e poder que eles carregam consigo, causa inveja e discórdia em seres de corações escuros.

     - Maya.... – Yaten disse com empatia.

     Ela fechou os olhos. – Depois de várias tentativas falhas, alguns desses seres finalmente conseguiram nos atacar. Tudo aconteceu tão rápido.... – Ela abriu os olhos que agora estavam cheios de lágrimas. – Eu lembro de ouvir uma explosão e ver as guardiãs e meu pai correrem naquela direção. Mamãe chegou logo após, me implorando para me afastar e então foi atrás deles.

     Maya começou a tremer. – Momentos depois, teve outra explosão seguida de uma luz ressonante extremamente clara. Essa luz formou uma barreira na volta de meus pais e das guardiãs, seus corpos ainda estavam de pé, mas eu podia ver que estavam inconscientes. E mesmo assim, toda vez que eram atacados, seus corpos brilhavam intensamente fazendo com o que o escudo refletisse o ataque.

     A energia de Maya começou a ficar muito triste e Yaten colocou a mão no ombro de Maya, tentando a confortar.

     - Eu tentei lutar. Eu juro que tentei. – Uma lágrima escorreu. – Mas mamãe sempre disse que nosso poder depende dos nossos corações e.... E meu coração estava completamente partido e confuso. O líder dos inimigos, juntou grande parte de sua energia e tentou atacar o corpo de meu pai que estava protegido pelo escudo, mas a energia de papai refletiu o ataque sem hesitar. – Respirou fundo. – O líder caiu com o golpe que levou, eu corri até o escudo tentando achar alguma maneira de acordá-los, mas não tive sucesso algum. Eu vi o inimigo escapando e sem pensar duas vezes, corri atrás deles e os segui até aqui. Eu preciso salvá-los, acordá-los! Eu não sei como quebrar o escudo mas sei que derrotar esse inimigo é um bom começo. – Disse e começou a chorar.

    Taiki sentou-se a seu lado e fez com que ela descansasse a cabeça em seu peito.

    - Maya.... – Seiya disse calmamente. – Você é Sailor Janus, não é? – Sorriu levemente e olhou para o céu.

    Maya secou as lágrimas e ficou vermelha. – Sim.... Mas eu juro que não sou um inimigo.

     - Nunca achamos que fosse. – Yaten disse.

    - E.... – Ela disse baixinho. – Será que vocês poderiam guardar isso entre nós? Sem falar para as outras, pelo menos por agora?

     Eles então decidiram que Maya já tinha passado por muito por uma noite só e tentaram a distrair. Eles tinham um pequeno evento marcado para o outro dia e a convidaram. Depois de um tempo, ela caiu no sono e eles a carregaram para cama.

    Ficaram parados na porta, observando ela dormir.

    - Pobre menina. – Taiki disse.

   - Ela já sofreu demais. – Yaten disse. – Ela certamente estava falando sobre Akane.

   - De qualquer forma, iremos ajudá-la a salvar essas pessoas que tanto ama e não contaremos para as meninas. Pelo menos não até ela estar preparada. – Seiya disse e todos concordaram.

 

 

   --

  Serena andou lentamente até em casa, parecia que isso tinha se tornado algo rotineiro.  Ela entrou em casa, subiu até seu quarto e sentou-se na cama. Lembrou de quando viu Darien pela primeira vez, de tudo que passaram no meio tempo e de quando conheceram Rini.... Lembrou de todas as vezes que ele terminou com ela, mas que ela mesmo assim foi atrás e tentou reconquistá-lo.

   Lembrou da vez, quando Rini já tinha aparecido e estava passando muito tempo com Darien e eles tiveram uma briga e ela foi até o apartamento dele para se desculpar. E ele foi tão frio com ela, dizendo que não sentia mais nada. Ela, desesperada, tentou lembrar ele de como seu amor era verdadeiro e de como eles eram Endymion e Serenity.... “Eu já estou de saco cheio disso Serena, porque é que eu tenho que ficar com você só por causa do que aconteceu no passado? “. Foi essa a resposta que ele deu a ela que saiu aos prantos e de coração partido.

    É claro que agora ela sabe que ele só estava tentando a proteger, mas.... Mas essas palavras agora estavam começando a fazer sentido.


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Notas finais do capítulo

Nessa parte final do capítulo, estou me referindo ao episódio 61 da temporada R ♥



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