The Fire escrita por 001


Capítulo 2
Fire Meet Gasoline


Notas iniciais do capítulo

Fire Meet Gasoline é uma música da SIA, achei o título apropriado pro capítulo
Eu dei uma revisada corrida e fiz alguns ajustes antes de postar (editei no spirit também, porque, né), mas por favor, podem falar se acharem qualquer erro
No mais, eu devo demorar pra postar outro capítulo dessa história porque vou começar uma long, mas um dia sai!
Boa leitura!



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1.

 

Midoriya ficou atônito e observou Todoroki andando, distanciando-se cada vez mais, sem olhar para trás. Sem um pingo de palavra após aquilo, talvez Todoroki não tivesse coragem de recriar a situação. Aliás, não tinha processado direito as informações de como chegou até aquele ponto. Era para ser algo guardado, um segredo mínimo sobre algo irreal.

 

Entretanto, ele sabia de algumas coisas: seu corpo não havia se movido sozinho, estava ciente do que estava fazendo. Sabia o motivo, sabia o caos que estava dentro de si. Sabia o quanto Midoriya pareceu apavorado diante da situação.

Afinal, o que é que ele não sabia? Tudo já estava virando uma bagunça, e o sentimento de vergonha, tão raro para Shouto, foi uma surpresa que o tirou instantaneamente daquele lugar.

 

 

Ah, que confusão...

 

 

Lembrava-se de tudo enquanto treinava seus poderes, tentando concentrar-se.

 

 

Izuku pensava naquilo feito um louco: O que aconteceu?!

Sua mente não estava no modo de ver algo fora da lente “heróis, vilões, escola e poder”. Para ele, a conversa que levava com Todoroki estava sendo normal... Até certo ponto. Quando ele tinha fechado os olhos, Midoriya mudou a perspectiva com a qual enxergava o assunto.

— Não pode ser, não pode... — E ficou sem reação alguma.

Estava hipnotizado por ver Shouto tão de perto assim. Seus cílios eram mais compridos do que pensava e a cor de seus fios se misturava um pouco na raiz, dado que o vento bagunçava seus cabelos. A cicatriz parecia dolorosa, mas era uma parte incontestável dele. E seu rosto... Um pouco rosado. As duas metades estavam levemente aquecidas e sabia disso porque suas mãos estavam nelas.

Pensou muito que não poderia ser aquilo, vindo de Shouto... De alguém que ele tanto admirava e reconhecia, que finalmente usou todo o seu potencial, vir algo como aquilo? Aquela boca, tão perto? O coração disparou!

Não lhe fez muita lógica. Nem precisava.

O fato era: deu a entender que ele tinha achado tudo estranho e recusara a premissa do outro. O que não era bem assim. Sua admiração pelo filho de Endeavor levava a vários outros sentimentos; inclusive, levava-o a sujar suas mãos à noite, preso em devaneios do outro lado do irreal. Nunca nem imaginaria que aquele garoto também gostasse de garotos.

Perder-se em devaneios era fácil e solitário, não havia vergonha e nem ninguém para julgar ninguém. Como pensava que as coisas nunca fossem chegar a esse ponto, seu corpo e sua mente estavam travados, sem coragem, pensando no que fazer.

Óbvio que não rejeitaria nada. Só tinha que colocar os pés na Terra novamente.

Seu treino já estava fadado. Levou tempo para que levantasse da grama, mais ainda para que raciocinasse o que deveria fazer.

 

 

Todoroki...

 

 

Midoriya chegou à quadra e não encontrou ninguém. O sol estava quase se ponto completamente; o azul escuro se sobrepunha sobre o laranja do céu. Algum tempo havia se passado e, por mais que não parecesse, era muito. Nada mais poderia ser perdido. Jurou para si mesmo que tentaria ser o mais eficaz possível. Seus assuntos pessoais eram importantes, e em prol de sua licença de herói, que era uma grande responsabilidade, resolveria tudo ali.

Como não viu Todoroki saindo pela via principal da U.A., Deku decidiu olhar nos banheiros da quadra para ver se ele estava lá. Caso não, restava procurar pelos arredores. Tinha esperanças de que ele ainda não tinha partido.

Andou lentamente até lá. Abriu a porta e prosseguiu por não ter ouvido nenhum chuveiro ligado (ficaria constrangido demais, depois do que houvera mais cedo, se chegasse justamente nessa hora). Encontrou Todoroki com os braços apoiados na pia, a torneira ligada. Ele estava olhando para baixo e tinha uma toalha ao redor do pescoço.

Midoriya respirou fundo e usou toda a coragem que juntou até aquele momento.

— Todoroki! — chamou-o, alto.

Ele ficou surpreso e envergonhado ao ver Midoriya. Não sabia se pedia desculpas ou se tentava se explicar de alguma forma... Estava nervoso, por mais que não expressasse.

— Midoriya... — foi a única coisa que conseguiu dizer naquele momento.

Não conseguia encará-lo. Não por muito tempo.

Izuku correu em seu rumo, fazendo-o andar alguns passos para trás e chocar as costas contra a parede, sem escapatória. Ele não sabia o que viria a seguir. Um sermão? Uma grosseria? Um tapa, talvez?

Deku colocou as mãos no rosto de Shouto novamente e, sem aviso prévio, beijou-o.

Todoroki quase deu um pulo. Susto, sim ou claro? Entretanto, rapidamente fechou seus olhos e deixou seu coração se aquecer de esperança novamente.

— Me... Desculpa por não ter reagido. É isso. Desculpa mesmo — Deku suplicou.

Era o primeiro beijo de sua vida e não planejou o que faria depois. Como seus pensamentos todos sumiram, Izuku recuou, porém foi abraçado pelas costas, com força, pelo maior.

— Você voltou aqui pra isso? — questionou, baixinho, com a cabeça encostada no ombro do outro.

— Sim... Eu não podia deixar aquilo do jeito que tava, porque, sabe... Eu gosto de você. E você tem que gostar de mim pra ter feito aquilo. Não tem outra explicação.  — Acabou dizendo tudo o que pensava. Mesmo embaraçado, não tinha outras palavras para dizer, ainda que não tivesse sido nada romântico.

Todoroki virou-o e beijou-o de volta. Quando achou que tudo iria de mal a pior, acabou ganhando o dia. Dessa vez, foi prontamente correspondido. Ambos envolveram-se e compartilhavam do que achavam inalcançável. Perderam a noção do resto do mundo sem nem saberem direito como se beijarem.

Ligeiramente, algo começou a queimar o rosto de Midoriya.

— Ai! Isso dói!

Era o lado esquerdo de Todoroki agindo por conta própria. Ele parou aquilo instantaneamente.

— Desculpa... Eu não vi — respondeu, um pouco perdido.

— Cuidado... Isso acontece sempre?

Então, Shouto disse o que gostaria de ter dito mais cedo:

— Mais ou menos. Como foi você quem me fez usar esse lado, acho que é normal que ele reaja a você.

E vendo tanta atenção sendo voltada para si com olhos tão adoráveis, continuou.

— Meu coração queima por você, Midoriya.

 

 

 

Izuku teve de conter suas lágrimas para não parecer tão frágil, mesmo que isso não fosse mudar nada. Foi exatamente naquele momento que ele soube o quanto se apaixonar por alguém é rápido e instantâneo.

 


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Notas finais do capítulo

And so?



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