Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 43
Você vale o esforço


Notas iniciais do capítulo

Oláááááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^ Então, meus caramelinhos, eu só queria dizer que, como têm percebido, não tenho muito postado no dia certo, por isso venho aqui dizer que as atualizações agora estão dependendo da minha inspiração e dos meus planejamentos, por isso tenho atrasado Ç_Ç Esse capítulo eu só consegui finalizar agora, por exemplo, mas pode ser que ocorra de só conseguir atualizar uma vez a cada duas semanas, não sei como vai funcionar ainda. De qualquer forma, só queria dizer que estou aqui, me esforçando bastante pra vocês ^^ E talvez Toská fique um pouquinho maior do que eu imaginava :S Será que chegaremos aos 60 capítulos? Não sei, só sei que talvez eu tenho começado a digitar duas limonadas que derreterão almas - talvez ;D
Por hora...

BoA leitura ^^



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Steve parecia outra pessoa quando Bucky o viu parado em frente à sua porta com aquele sorriso encantador nos lábios naquele sábado nublado. Usava uma camiseta branca com as iniciais CK floreadas no peito e uma jeans rasgada nos joelhos. Nos pés usava uma espécie de botina num tom de terra ocre e carregava consigo um casaco no mesmo tom. Ele parecia muito um daqueles modelos saídos diretamente de uma revista de moda, Bucky precisou de uns segundos para recuperar o oxigênio no cérebro depois de ter se sentido completamente vazio ao suspirar.

Assim que recobrou o controle de sua mente, se sentiu meio idiota por ter escolhido toda aquela roupa preta, como se não tivesse sequer se esforçado, como se não tivesse saído minutos mais cedo da escola no dia anterior somente para dar tempo de passar em alguma loja e comprar uma calça nova e uma jaqueta porque descobriu que não tinha roupas boas o suficiente para o encontro que teria no dia seguinte. Steve parecia uma espécie de celebridade de Hollywood e ele parecia muito um baixista de alguma banda underground que acabou esbarrando numa figura imponente e se conectado a ela por interesse.

— Então? Nós vamos indo ou tem alguma coisa que queira fazer primeiro? – Steve começava a ficar nervoso com aquele silêncio.

Depois da conversa com Peggy, chegou em casa e se deparou com o seu guarda-roupa sem graça de sempre e precisou tomar outra decisão desesperada. Por sorte, Tony estava sempre disposto a ajudá-lo e realmente mantinha um arsenal imenso de roupas que não serviam mais num quarto separado da casa. Se sentira meio patético ao vestir aquelas calças no começo, quem diabos pagava por coisas que já vinha rasgadas? A humanidade era uma coisa completamente esquisita para o loiro, mas funcionara muito bem com o Stark, então imaginou que também funcionaria com Bucky – não que estivesse mesmo comparando os dois, mas imaginou que todos os elogios de Pepper não lhe deram confiança o bastante para convencê-lo de que ficara realmente bom naquelas calças.

— Podemos ir. – Bucky sorriu um pouco desconcertado, o que aguçou algo no peito do loiro.

— Aconteceu alguma coisa? – Steve instigou verdadeiramente curioso.

— Eu só estava pensando no quão bonito você ficou e no quão babaca eu devo estar parecendo ao seu lado agora. – Estalou a língua. – Parece que sou um roqueiro fracassado procurando ajuda do melhor amigo modelo que se deu bem na vida. – Steve riu enquanto Bucky o alcançava na calçada.

— Se te serve de algum auxílio, eu também estou me sentindo meio babaca nessas roupas. Quero dizer, quem paga por uma calça que já vem toda cagada? – Apontou para os rasgos nos joelhos.

Certamente aquelas calças caíram muito bem no Stark em algum momento do passado, ele tinha músculos e tinha um corpo muito bem construído afinal. Nele, as calças deveriam ficar apertadas nos lugares nos quais – suspostamente – deveriam ficar. Em Steve parecia somente um invólucro jeans em um pedaço fino de madeira, e os joelhos pareciam pequenas rodelas róseas que surgiam enquanto caminhava. Bucky riu soprado com aquele comentário e passou um dos braços pelos ombros do loiro, que não era assim tão pequeno quanto ele mesmo imaginava.

— Você não está nada babaca nessas roupas, Stevie, ficou muito, muito bonito em você. – Bucky sorriu, selando a têmpora do garoto. – E tem mais, eu pensei que você tivesse pagado por essas roupas.

— Tony me emprestou. – Deu de ombros. – Eu não fazia ideia do que vestir ou do que comprar, não sou bom nessas coisas e ele entende bastante, tem um quarto repleto de roupas novas que não usa mais simplesmente por não servirem.

— Lembre-me de agradecer ao Stark por isso. – Sorriu outra vez.

Começaram a caminhar vagarosamente pela calçada, Bucky com as mãos nos bolsos e Steve com o pensamento muito longe dali. Aquelas roupas eram bonitas, sabia disso, mas era estranho pensar que se arrumara para passar a tarde inteira dentro de um galpão lotado de pessoas desconhecidas com aquelas roupas que pareciam ser da última moda – por mais que Stark tenha lhe jurado serem de coleções passadas e antigas. Nada na casa de Stark parecia verdadeiramente velho, essa era a verdade. Soltou um longo suspiro.

— É muito esquisito? – Questionou depois de muito tempo em silêncio. O Barnes o encarou confuso.

— O que é esquisito?

— Eu ter me arrumado pra ir até uma feira de ciências só porque te chamei pra sair depois, é muito esquisito?

— Você está fazendo a pergunta errada para a pessoa mais errada do mundo, meu bombonzinho. – Bucky zombou, mas acabou sorrindo depois. – Sou meio suspeito a falar, porque realmente gostei disso, mas acho que eu não teria escolhido exatamente essas roupas para uma feira de ciências se eu fosse você. O que Stark disse?

— Que eu deveria ter escolhido algo mais chamativo. – Ele revirou os olhos. – É só que esse é tipo, o nosso primeiro encontro encontro, sabe? Achei que valeria o esforço.

— Eu poderia mesmo te comer inteirinho numa só mordida aqui mesmo, Stevie. – Bucky sorria largo. – Fico muito feliz em saber que pensou em mim, eu não tava esperando por isso. – Riu soprado. – Pra falar bem a verdade, imaginei que sequer se daria ao trabalho e acabaria em uma das suas roupas casuais. Não me leve à mal, eu gosto das suas roupas, é só que ninguém nunca se vestiu para me impressionar antes e eu meio que tô explodindo aqui. – Riu desconcertado, porque já não sabia mais o que fazer.

Steve uniu as sobrancelhas por um momento, mas acabou sorrindo em seguida. O que dissera era parcialmente mentira, e agora não poderia voltar atrás, Peggy o fizera jurar que jamais diria a Bucky que fora ideia sua que ele se arrumasse para aquele encontro. Era verdade que a ideia partira dela, mas não era como se Steve não tivesse se interessado pela possibilidade. Quando chegara em casa naquele dia, abrira o guarda-roupa e se deparara com suas camisetas sem graça e suas camisas de flanela desgastadas. Pegou-se imaginando no que usaria no sábado e no que tudo aquilo significava, então se lembrara e Peggy e da conversa que tiveram. O que Bucky estava fazendo para mantê-lo interessado? Ele realmente não tinha uma resposta, nunca precisara pensar a respeito antes.

Quando crianças, Bucky agia exatamente como qualquer outro colega de classe dos dois, a diferença era que os Barnes eram seus vizinhos e o moreno estava – quase – sempre em sua casa. Depois de um tempo, ganharam confiança um no outro e também intimidade. O Barnes parecia sempre muito preocupado consigo e com seu bem estar e fazia tudo o que estava em seu alcance para manter-se sempre presente no seu dia a dia. E então veio a mudança para a Rússia e tudo ficou meio fora de lugar. Nos primeiros anos o amigo se esforçava para falar consigo todos os dias, às vezes Steve amanhecia com o celular ainda grudado à orelha, em outras, desligava a chamada com um riso soprado ao ouvir os roncos do Barnes do outro lado da linha. A troca de mensagens era infinita, quase fora repreendido diversas vezes por usar o eletrônico no horário de aula. Naquela época, era como se Bucky não estivesse assim tão longe, e era bom saber que podiam sempre se comunicar.

Depois de alguns anos, a frequência das conversas começou a decair. Bucky parecia mais ocupado e evasivo, pouco falava e quase nunca tocava em assuntos particulares demais. Steve continuava a ligar e a mandar mensagens, mas as respostas vinham incompletas – isso quando vinham. Até o momento em que tudo parou. As respostas, as mensagens, as ligações... Nada. Era como se ele não existisse mais. Steve quase ficou louco naquela época.

Abandono. Era nisso que pensava o tempo todo, era isso o que sentia. Não compreendera o motivo, mas sentira intensamente em seu peito aquela dor que parecia lhe dizer que o amigo já não estava mais lá porque não queria estar, como um lembrete diário de que não fazia diferença, de que para Bucky tanto fazia. Era claro que não sabia o que estava se passando na vida dele naquela época, e por várias noites desejou espancá-lo e culpá-lo por algo que Steve sequer podia compreender. Um ano inteiro se passara até ele ter alguma resposta, e fora olhando para o seu guarda-roupa que Steve entendera o que foi que sentiu quando viu as esmeraldas do Barnes outra vez, e ter compreendido aquilo fora razão suficiente para se dedicar especialmente àquele encontro, porque Bucky valia tudo aquilo. Bucky valia o esforço e queria que ele entendesse isso.

E enquanto viravam uma esquina, Steve enterrou as mãos nos jeans e sorriu largamente, olhando na direção do Barnes até que ele percebesse que estava sendo observado. Bucky sorriu de volta, mas acabou unindo as sobrancelhas quando percebeu que Steve não desviaria sua atenção.

— Que houve, Stevie?

— Eu só senti vontade de te olhar, oras. – Deu de ombros. – Não posso, por acaso?

— Ah, claro que você pode, meu bombonzinho. – Bucky zombou outra vez, mas perdeu o semblante de zombaria quando percebeu que Steve não comprara. – Aconteceu mais alguma coisa?

— Sabe, você vale todo esse esforço.

— Todo esse esforço? – Bucky uniu as sobrancelhas, que raios aquele garoto estava querendo dizer agora?

— Me preocupar em escolher uma roupa bacana, me arrumar para enfrentar horas dentro de um jaleco num lugar cheio de pessoas e passar a tarde toda explicando o funcionamento de uma máquina que eu nem sei exatamente como funciona só porque quero sair com você depois. – Steve suspirou e encarou o céu por um momento. – Você vale tudo isso.

Bucky arregalou os olhos por um breve momento, mas suavizou a expressão logo em seguida.

— E eu posso saber como foi que chegou a essa conclusão genial? – Estavam entrando na estação do metrô quando o moreno questionou mais curioso que tudo.

— Quando estava encarando as roupas de cowboy fã de quadrinhos no meu guarda-roupa e percebi que estava tentando encontrar ali alguma coisa que fizesse jus ao encontro que teria com um cara que me olha como se eu fosse um ator de Hollywood. – Sorriu.

— Que bonitinho, Stevie. – Bucky tentou transformar a situação numa piada, mas sorria tanto que não sabia se convencera. Concluiu que não quando Steve riu soprado.

— Como disse antes, você vale todo esse esforço.


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Notas finais do capítulo

Eu vejo um Steve demonstrando seus primeiros sinais de amor incondicional? Porque acho que estou vendo exatamente isso, socoooorr

Muito obrigada pela companhia e pela paciência ♥ Nossa, se tem pessoas que merecem o ovo de Páscoa de 6kg da Cacau Show, essas pessoas são vocês ♥

A propósito, Feliz e Santa Páscoa a todos ♥ Até o próximo e XoXo ;*



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