Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 28
Meias conversas


Notas iniciais do capítulo

Oláááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? Eu só queria dizer uma coisinha antes de começarem a ler:

Lembram-se que disse "contem as aparições de Dylan a partir daqui"? Pois bem... Alguém contou?

BoA leitura ^^



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Já passara muito da hora do almoço e ele sequer avisara ao pai que não estaria em casa para comer com ele, o que o obrigaria a pedir várias desculpas a ele quando se vissem na hora do jantar. A conversa com Peggy povoava a sua mente e ele tentava encaixá-la na sua atual situação, tentando também arrumar um meio de consertar tudo e descobrir porque seus dois amigos estavam escondendo coisas de si. Soltou um longo e demorado suspiro quando parou em frente à sua porta, olhando para a casa ao lado. Steve dissera coisas ao moreno das quais não se orgulhava e sabia que o Barnes passaria o dia remoendo aquilo tudo, como se fosse mesmo culpado pelo mal humor do Rogers. Ele precisava se desculpar em algum momento, Bucky não tinha culpa de nada.

Steve perdeu um tempo em frente à porta, procurando sua chave. Não era algo difícil perdê-la e, normalmente, era sempre Bucky quem abria sua porta quando o fazia, porque seu pai lhe dera uma das cópias para momentos assim, sabendo que o filho era um cabeça oca. O loiro suspirou de novo e pegou a chave reserva de um dos vasos, adentrando a sala vazia. Ele nem passou perto da cozinha, seguiu diretamente para seu quarto, a fim de fazer todas as suas tarefas antes que seus pais chegassem. Trocou de roupas e se sentou na sua mesinha de estudos, saindo de lá somente ao terminar tudo, quando o sol já se punha lá fora.

Decidiu que seria melhor se banhar antes do jantar, e foi exatamente o que fez, e enquanto a água escorria pelo seu corpo, levando consigo todas as preocupações do dia, ele se pegou pensando se Bucky realmente viria jantar em sua casa naquele dia como havia prometido no anterior. Não poderia culpá-lo se não aparecesse, Steve extrapolara em tudo naquele dia e entenderia se o Barnes estivesse furioso consigo. Merda! Ele entenderia se o Barnes lhe enchesse de porrada. Steve merecia. Suspirou derrotado e desligou o chuveiro.

Vestiu-se com uma bermuda de algodão e uma camiseta confortável antes de sair de seu banheiro e quase sofreu um ataque cardíaco ao encontrar o objeto de seus pensamentos sentado confortavelmente em sua poltrona, lendo algum livro. O Barnes não o encarou, sequer falou com ele enquanto o loiro andava de um lado a outro no quarto, reorganizando objetos que não estavam realmente fora de lugar.

— Você chegou cedo pro jantar. – Ele soltou quando não suportou mais o silêncio.

— Achei que deveria vir mais cedo para me desculpar com os seus pais. – Deu de ombros, sem erguer os olhos do livro.

— Você poderia ter vindo um pouco mais tarde. - Estúpido, Steve! Não era isso o que queria falar. Não era isso o que deveria falar.

— Bom, neste caso. – Ele se levantou num rompante, fechando o livro e o depositando na poltrona. – Volto mais tarde então.

— Buck, espera. – Steve soltou numa lufada desesperada, dando um passo na direção do outro. – Não foi isso o que eu quis dizer. - Controlou-se.

— Então você pode me explicar que porra tá querendo me dizer? Porque tá ficando difícil adivinhar, Stevie, você tá parecendo um quebra cabeça de cinco mil peças que eu estou perdendo a vontade de montar.

— Eu só quis dizer que não precisava vir mais cedo por esse motivo. – Suspirou. O que mais diria naquele momento quando sequer conseguia organizar as palavras de maneira coerente?

— Beleza, vou deixar uma nota na minha agenda para as próximas vezes. – Bucky zombou, revirando os olhos.

— E eu também queria pedir desculpas pelo modo como falei hoje, eu tava de cabeça quente. - Falou de uma vez, esperando que funcionasse.

— Da próxima vez que estiver de cabeça quente, vê se lembra de me avisar que vai sair por aí falando um monte de merda pra eu poder me preparar antes. – Bucky bufou. – Eu não tô saindo com a Natasha, seu energúmeno, ela foi me ajudar num problema que eu precisava resolver ontem pra um pessoal que ela também conhece da Rússia, se eu não te disse nada é porque eu não queria te meter nessa porra toda.

— Beleza, eu aprendi a lição, dá pra parar de usar esse palavreado? Meus pais logo chegam e eu não quero que eles ouçam esse monte de lixo que sai da sua boca. – Steve riu soprado, fazendo o Barnes rir um pouco também. Ele odiava brigar com o Barnes, afinal.

— Ah, Stevie, às vezes eu só queria quebrar alguns dos seus dentes. – Ele passou um dos braços pelos ombros do garoto e o encarou de sobrancelhas unidas por um momento. – Andou ganhando uns músculos, Rogers?

— Andei trabalhando em uns durante as aulas de karatê. – Steve assumiu num riso soprado.

— Quantas vezes eu tenho que te dizer que a gente só faz crescer algo que já existe, hein?

O clima melhorara, mesmo que aquela conversa não tivesse resolvido toda a situação que se acumulara, pelo menos servira para amenizar a tensão entre os dois antes do jantar. Como esperado, Steve precisou ouvir uma bronca pela falta do almoço, mas foi perdoado quando a mãe ouviu que se alimentara e que estivera com Peggy durante à tarde. Aquela informação não ajudava com o Barnes, no entanto, mas não discutiriam esse assunto na mesa de jantar naquele momento. Depois de terem se alimentado, Steve sugeriu ir até à sorveteria na esquina de sua casa buscar alguns picolés e Bucky decidiu ir com ele.

O caminho foi silencioso e desconfortável enquanto eles assistiam o céu se tornar azul marinho. Bucky ainda usava o moletom e o Rogers chegou a tocar no assunto, mas não recebeu uma resposta longa como esperava, então desistiu de falar. Dali da esquina eles conseguiam ver o parquinho onde brincavam quando crianças, então Steve teve outra ideia. Ignorando o fato do Barnes ter ficado plantado feito um babaca para trás sem entender nada, ele atravessou a rua e caminhou até o balanço, sentando-se ali enquanto observava saudosamente a caixa de areia. O Barnes não tardou muito a se sentar ao seu lado.

— Lembra-se da primeira vez que estivemos aqui? – O loiro começou saudosista.

— Lembro da surra que levou quando tentou desafiar Dylan só porque ele não deixava os mais novos se aproximarem da caixa de areia. – Bucky riu soprado. – Você sempre foi meio idiota.

— Alguém tinha que fazer alguma coisa, certo?

— E esse alguém tem sempre que ser você, certo? – Ele arqueou uma sobrancelha, suspirando cansado em seguida. – Eu realmente não sei como foi que sobreviveu por tanto tempo na minha ausência.

— No final das contas, eu não arrumava tanta encrenca quando você não tava por perto. – Steve deu de ombros. – Acho que ter você por aqui meio que me dava uma falsa garantia de que eu viveria para sempre, então eu não tinha receio de enfrentar ninguém, mas quando você partiu, eu meio que desisti de muita coisa por um tempo, passei a ficar mais tempo dentro de casa ou na casa de alguém. – Deu de ombros novamente.

Bucky assistia aquela cena e parecia não ser ele ali, ouvindo aquilo tudo. Ele queria muito poder dizer tudo o que estava passando na sua cabeça naquele momento, mas Steve não iria querer ouvir e certamente sairia correndo de novo. O Rogers era uma caixinha de surpresas, sendo aquele que dizia todas as coisas que o moreno mais queria ouvir, mas também aquele que dizia todas as coisas que ele menos queria saber. O Barnes ainda não conseguia entender como ele poderia ser aquelas duas pessoas ao mesmo tempo de vez em quando. Suspirou pesado e passou a observar a caixa de areia também, fantasiando sobre uma época muito antiga, na qual bastava apenas um sorriso e uma provocação para que ficassem por horas brincando naquele lugar.

— Buck? – O loiro chamou baixinho. Bucky reproduziu um som que indicava que estava ouvindo. – Sobre aquele dia, aquilo que me disse antes da Peggy chegar, eu só queria dizer qu...

— Olha que ceninha mais romântica! Aproveitando o pôr do sol enquanto recordam os tempos da infância? Recordando-se do momento em que se apaixonaram na caixinha de areia? – Os olhos de Bucky estavam fervendo antes mesmo de encontrar aquele maldito sorriso estúpido de Dylan estampado naquela cara que ele estava doido para quebrar por inteiro.


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Notas finais do capítulo

Vamos fazer uma matemática básica rapidinho?

Bucky tá muito puto + Dylan é muito provocador e dissimulado + Steve ainda tá puto por conta das últimas coisas que Dylan disse + Dylan tem mais coisinhas cruéis pra dizer + Bucky já não tem mais paciência

Independentemente de tudo isso... Que será que Steve ia dizer antes de ser interrompido? Vamos aguardar ^^

Obrigada pela companhia e até breve ♥ XoXo ;*



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