Sempre ao seu Lado escrita por Aquela Trouxa


Capítulo 24
23 de Julho ➶


Notas iniciais do capítulo

E aí gente, como vocês estão? Bora para mais um! Boa Leitura! Os aguardo aniosa no coments!!! ♥



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Sempre ao Seu Lado 

Capítulo 23 

 

Durante todo o período de observação que Carlisle impôs, eu passei desacordada, eu não fazia muita questão em entender sobre cada dosagem que ele introduzia em mim, apesar de possuir uma pequena noção. Eu mesma sabia que meu “quadro clínico” visível havia progredido, eu não estava mais com espasmos musculares, sem tremores excessivos nas pernas e nem nas mãos, agora me sentia um pouco mais no controle da minha coordenação motora, isso é, quando eu percebo estar lúcida. 

Além das aplicações ele também havia colocado mais uma sonda em mim, desta vez na uretra, para que não houvessem empecilhos na hora em que meu corpo pudesse fazer xixi. Só soube disso porque ele me avisou sobre a colocação da sonda vesical, pois em nenhum momento cheguei a sentir desconforto no local. Me senti um pouco tímida, principalmente por saber que minha intimidade já mostrava alguns pelos pubianos e que Rosalie havia se disposto e me dar uma ajudinha com a eventual situação antes de algum indício de parto, mas isso havia se tornado tão dispensável; o que me mais me importava era de que todas as medicações que ele pudesse aplicar beneficiassem meu bebê, o bebê que poucas vezes desde que entrei neste lugar havia feito algum mínimo movimento dentro de mim. O máximo que eu havia captado foram seus leves espasmos, o que havia me deixado ansiosa e estressada, o que ocasionou num aumento de algumas dosagens para que eu me mantivesse levemente letárgica. Nesse momento eu sabia que estava dando mais trabalho para Carlisle e Esme, mas eu não conseguia mais controlar. Não estou preocupada com o fato de estar em cima desta maca há um dia inteiro, o importante era a saber se a criança em desenvolvimento dentro de mim continuava saudável, recebendo todos os nutrientes que fossem capazes de disponibilizar. 

 Carlisle era eficiente e perspicaz. Como atuava na medicina a possíveis centenas de anos, ele sempre passava tranquilidade em cada informação a respeito do meu quadro clínico. Na verdade, a tranquilidade e compaixão são características que fluem naturalmente dele, sabendo transmitir muito bem esse talento. 

 

Fechei os olhos me lembrando dos acontecidos de horas mais cedo, no momento em que estive chorando nos braços da matriarca da família que me acolheu e não senti vergonha alguma, não houve fingimentos ou mentiras da minha parte e sabia que havia verdade em Esme também, não duvidaria jamais da sua honra. Virei meu rosto, tornando a abrir os olhos observando através da máscara de oxigenação, os monitores e toda as aparelhagens de monitoramento ininterruptos que estavam ligados no meu corpo por fios. A máquina de cardiotocografia continuava a demarcar cada alteração que ela conseguia captar do bebê nos papéis que ela expelia, havia também alguns monitores que Carlisle olhava incansavelmente, eu não sabia o que era registrado, apenas tinha conhecimento de serem registros do meu corpo, tanto que entre os períodos que eu voltava a estar lúcida percebi haver faixas envolvidas em meus braços, uma branca e outra preta que faziam a mesma função, monitorar. 

 

— Oi, Amberli? — a voz de Rosalie surgiu após a porta do cômodo ter sido aberta — Está acordada? — fez outra pergunta fechando a porta e ouvi seus passos caminhando para perto do leito. 

 

 — Acho que estou... — murmurei mexendo minha cabeça e abrindo os olhos encarei o teto — Não tenho muita certeza... 

 

 — Só de estar em dúvida já se torna uma confirmação. — parou ao meu lado e olhou-me de cima a baixo deitada na maca sem expressar nada — Está acordada. — pontuou como se apenas isso bastasse. Movi meus olhos na direção dos seus — Boa noite Amberli. — desejou — Hora do jantar. — ergueu a mão direita para que eu pudesse ver as duas bolsas de sangue AB+ cobertas com um tecido branco que trouxe para mim. — Confesso que não esperava te ver aqui até a essa hora. Mas pelo menos não estamos lidando com algo desconhecido. — caminhou ao suporte que mantinha a bolsa de soro, enganchando as duas nos suportes disponíveis. 

 

 — Como Hilary está? — perguntei sentindo falta da presença da minha filha, mas não permitiria que eles a trouxessem até aqui para que não visse o estado que eu estou agora, seria algo assustador. 

 

 — Ela acabou de jantar, agora está com Emmett na sala. — me respondeu apenas o necessário, conectando as entradas das sondas — Ele está decidido a apresentar o desenho favorito dele para ela. 

 

— Aquele pra lá de antigo? — palpitei. Me esforcei para me lembrar do nome, mas nada me veio na mente. 

 

 — É, aquele lá mesmo! — balançou a mão esquerda fazendo pouco caso. 

 

 — Tem alguma novidade? Perdi alguma coisa? — perguntei desejosa em me distrair com qualquer outro assunto que ela poderia relatar. 

 

 — Depende... — ergueu os ombros olhando para os fios que estavam conectados em mim. Parecia querer evitar o contato visual. 

 

 — Rose... —adverti com cuidado me atentando a sua postura austera — Por favor, não estou aqui dentro com todos esses fios em mim por diversão. 

 

— Está bem. — cedeu passando a mão por seus cabelos e falou rápido — Eu os expulsei daqui. 

 

 — Você fez o quê?! Como assim você teve que expulsar uma pessoa do lugar em que você mora? — me espantei. Movi meus braços contra o colchão da maca para que eu pudesse erguer meu tronco. 

 

 — Seus amigos quileutes estiveram aqui. — voltou seus olhos para mim ao proferir as palavras com certa ironia — Houve toda aquela comoção por você estar onde está agora. Nessie contou que estava sendo mantida sob efeito de medicamentos e que estava dormindo. Não queira ver o chilique que um bando de homens podem fazer, eu queria chutar o traseiro de cada um deles! — exclamou irritada apenas por ter me relatado. Sorri me contendo para não rir dela, ver Rosalie irritada por causa da preocupação deles era estranhamente engraçado, apertei meus lábios e desviei meus olhos dos seus, tentando me conter. 

 

 — Cole estava junto? — não consegui evitar perguntar sobre ele, apertei meu lábio inferior com os dentes, evitando que mais alguma coisa indevida saísse. 

 

 — Claro que estava! — revirou seus olhos e percebi que ela fechou ambas as mãos, se contendo — Como se não bastasse Jacob madrugando por aqui... — resmungou — prefiro inalar cada medicamento deste lugar... (do que estar presente no mesmo ambiente que eles) — resmungou mais alguma coisa que eu não entendi —...E sentir seu cheiro, mesmo que esteja poluído com os medicamentos. — franziu o nariz. 

 

 — Não sinto cheiro de medicamento nenhum... — comentei distraída passando minhas mãos sobre o volume crescente da minha barriga — Se bem que estou com essa máscara a tanto tempo que não devo estar inalando o que está fora... 

 

 — Já está no segundo cilindro. — observou ao direcionar seus olhos para algo abaixo do leito. 

 

 — Carlisle teve que aumentar a quantidade de oxigênio... — a informei. 

 

 Ficamos por mais um tempo em silêncio. Rosalie abriu a passagem dos tubos para que o sangue começasse a percorrer o fluxo da sonda, iniciando meu jantar sem alimento normal e sólido.  

Assim como Esme, ela se acomodou no espaço que havia na maca e passou a me ninar como se eu fosse uma criança e eu não negava suas demonstrações de afeto, pelo contrário, apreciava cada ação carinhosa que elas involuntariamente faziam. Como não havíamos mais mantido nenhum assunto, passei a divagar entre um pensamento e outro, enquanto de olhos fechados sentia os dedos frios dela percorrem toda a extensão do meu couro cabeludo. Meus pensamentos se estendiam apenas em duas forças maiores, a primeira sendo inteiramente minha filha amada, Hilary; eu estou preocupada, pensando em como estava sendo seu dia, se agora ela estava mais calma com os integrantes da família Cullen a entretendo e fazendo o possível para que ela não tornasse a chorar; pois sabíamos que a única opção era permitir que ela estivesse aos meus cuidados, mas o ambiente e os motivos que me mantém em cima dessa maca não é um local ideal para se manter uma criança num estado de sensibilidade e adaptação como minha filha se encontra. Estive orando e torcendo em pensamento para que ela tivesse melhorado. 

E a segunda parte que pulsava em meus pensamentos dava lugar a outra pessoa, mesmo que eu viesse a negar se me perguntassem, estava inevitavelmente concentrada em um dos nativos quileutes, cujo nome era Cole. Para ser ironicamente mais exata, se tratava diretamente Cole Brett Sawko Uley!  

Balancei a cabeça como se até o fato de ter memorizado seu nome completo fosse um incomodo, não pude evitar em deixar que meus lábios soltassem um gemido sôfrego pela constatação. Era como se eu estivesse gradativamente voltando ao começo da minha adolescência outra vez! 

 

 — O que foi? — Rosalie imediatamente parou o movimento de seus dedos pelos fios. Abri meus olhos vendo seu rosto preocupado — Está sentindo algum desconforto? — ergueu seu corpo para que pudesse me analisar melhor. 

 

 — Não, estou legal... É que não paro de pensar... — me interrompi, indecisa. Decidi não comentar diretamente — O que quis dizer sobre Jacob e Cole madrugarem na mansão? 

 

 — Ah... — revirou seus olhos murchando sua posição, o desagrado emoldurou suas belas feições, mas com certa compreensão ela voltou a se deitar fazendo carinho em meus cabelos — Está pensando nele agora? 

 

 — Eu não consigo evitar... — segredei ponderando se eu finalmente colocaria para fora todos os pensamentos que evito. Hesitei por duas vezes antes de respirar fundo a oxigenação fornecida através da máscara e decidi falar — Ele exala algo tão... — suspirei tentando encaixar alguma palavra que pudesse fazer sentido — Não como um perfume em sua pele, vem de dentro dele... Uma essência tão fascinante e prazerosa, fica difícil de não resistir Rose. E agora que estamos nos vendo frequentemente, percebo que a cada hora que se passa eu desejo que ele esteja cada vez mais presente na minha vida. — me abri com ela. 

 Rose se afastou um pouco de mim para que pudéssemos nos ver. Suas mãos foram para a máscara de oxigênio a puxando para baixo, afim de que pudesse analisar meu rosto devidamente. Traguei o ar, percebendo certa diferença entre eles, mas continuei com meus olhos fixos nos dourados que me analisavam profundamente. 

 

 — Está dizendo que... Não... Vamos supor que ele esteja no corredor, esperando por você e que eu estivesse disposta e sair deste local... — Rosalie começa apresentar seu raciocínio exemplificando. 

 

 — Se eu faria questão que ele estivesse no mesmo lugar que você está aqui comigo agora? — perguntei entendendo aonde ela queria chegar. Ergui meus olhos para o teto e passei a pensar na hipótese. Senti meu coração pulsar mais forte com a convicção que havia dentro de mim. — Desculpa Rose, mas eu não precisaria pensar duas vezes. 

 

Após a constatação das minhas palavras, Rosalie e eu ficamos em silêncio, apenas ouvíamos o som das aparelhagens a minha volta e minha respiração. Tanto eu quanto ela assimilávamos o peso que minhas palavras continham, pois eram verdadeiras, e essa verdade era tão palpável que minha pele se arrepiava apenas em imaginar que Cole poderia estar mesmo aguardando alguma oportunidade em estar me fazendo companhia.  

Senti meu coração pesar dentro do meu peito, e através de suas batidas densas eu consegui discernir que eu sentia falta da presença de Cole, eu o queira aqui comigo. 

 

— Sabe... — a voz dela soou no ambiente, me parecia hesitante — Não deveria resistir. Eu não preciso estar no mesmo cômodo que vocês para perceber que há uma conexão pairando e não posso negar que o modo que ele trata Hilary, tenha te deixado mais atraída. —  aconselhou me deixando surpresa — Amberli, entenda, eu lido com isso a muito mais tempo do que possa supor e não serei eu a pedra no caminho na vida de ninguém. Muito menos de alguém especial para mim. Como você mesmo têm vivenciado, Cole te faz bem; claro, são poucos dias de convívio entre vocês, mas confie, deixe o rio que os ligam seguir seu curso, que tudo dará certo. 

 

 — Mas é algo tão prematuro... — contestei, mesmo apreciando seu conselho — E se eu apenas estiver carente... Ou no final acabar dando em nada como houve da última vez... 

 

 — Confie em mim, — Rose não me deixou continuar voltando a se erguer para envolver seus braços o melhor que pôde ao meu redor. E até fico grata por isso — Se ainda está com dúvidas, pode procurar Renesmee também, ela saberá te ajudar.  

 

 — Não é apenas por deixar o rio seguir seu curso, preciso de convicção, não estou duvidando de suas palavras e além do mais, eu não posso nutrir um sentimento sozinha, eu já passei por um momento assim, não há expectativa alguma apenas uma pessoa manter. — desatei a falar não deixando intervalos para que Rosalie pudesse me interromper — Além disso, tenho outras questões importantes para lidar, uma paixonite não pode ocupar totalmente minha vida. Não agora, de jeito nenhum! — balancei minha cabeça negando e puxei mais uma longa respiração, antes que Rosalie pudesse falar alguma coisa outra vez — Tenho prioridades e pouco tempo pra essa gravidez, meu foco são minhas crianças e toda a ajuda que você e sua família dispõem para mim. Não há muito tempo para que eu venha lidar integralmente com duas crianças que prezam pela minha dedicação, muito menos espaço para me envolver com alguém durante esses próximos dias de gravidez e após o parto também. Se for para algo acontecer, que aconteça depois que essa criança estiver comigo e bem. — coloquei tudo para fora deixando Rosalie boquiaberta. Me calei depois de dizer tantas coisas de uma só vez. Traguei mais uma longa respiração me sentindo exausta de tanto falar. 

 

 — Tudo pode seguir conforme as tuas decisões. Não se aflija com isso. — Rosalie recolocou a máscara em meu rosto. Puxei o oxigênio distribuído com alívio, ouvindo-a atentamente — Apenas deixe o rio que os unem seguir seu curso Amberli. 

 

— Está bem... — aceitei seu conselho, por mais que houvesse muito ainda de mim que eu precisava contar. Mas me contentei em manter-me concentrada na estabilização da minha respiração.  

 

O assunto sobre relacionamentos, seja de qualquer intensidade, sempre me traziam à tona tudo que passei ao lado de Augustus o pai das minhas filhas; até porque ele havia sido o único com quem eu já me relacionei durante toda a minha adolescência até então. E para mim, Hilary mal havia nascido; que período de adaptação para iniciar uma vida ativa de solteira eu tive? Pois é, nenhuma. 

 Nunca vi problemas com isso e por esse entre outros motivos que eu não me sentia na obrigação de procurar algum relacionamento, minha vida já estava complicada estando sozinha, me envolver com alguém desconhecido não estava em nenhum dos meus planos. Me estabilizar e dar o melhor meio de vida para a minha filha era meu único foco diário e constante até a pouco menos de um mês atrás. Agora tenho mais outra boca para alimentar e no fundo tenho certeza de que irei depender da família Cullen por mais tempo do que previa, o que ocasionará minha estada por tempo indeterminado ou até mesmo permanente em Forks, a cidade mais chuvosa que eu já vi. 

 

 — Rose, — chamei. Para mim o assunto não estava resolvido, pois eu ainda continuava receosa. Ela mexeu sua cabeça atenta as minhas palavras — Minha resistência é por causa do que eu não tive vivência... Às vezes eu tenho a esperança de que Augustus volte, conheça Hilary e a assuma como filha. Mas ao mesmo tempo eu apenas quero seguir meu próprio conselho de esquecer seus pais e consequentemente ele também... 

 

 — Seu ex não sabe sobre a Hilary? — se espantou.  

 

— Meu ex-marido sequer sonha. — a fiz saber — Eu soube que estava grávida pouco tempo depois de repartirmos os bens, ele já estava longe e nunca fiz questão de saber onde. Foi a minha escolha, eu precisava deixá-lo para que seguisse seus sonhos. 

 

 — Você pediu o divórcio. — fez sua suposição. 

 

— Eu apenas havia repensado na alternativa que ele já havia me proposto. Mas tínhamos outras pendencias além dessa em questão... — apresentei meu motivo — Bem, de qualquer forma, hoje tenho Hilary comigo e estou muito melhor depois de descobrir que estava grávida dela. 

 

 — Nem havia me passado pela cabeça de quê houvessem realizado a declaração de divórcio, pelo visto você não mantém o documento junto com os outros no envelope cheio de adesivos. — comentou aparentando estar um pouco surpresa. 

 

 — É. — concordei mexendo meu corpo sobre o colchão — Eu o mantenho entre um álbum de fotos de Angie, ou melhor — me corrigi — do que restou dele, as demais fotos eu fiz questão que Augustus levasse com ele. Mas acho que já devo ter comentado a respeito disso... 

 

—Sim, disse que o álbum deve estar em alguma caixa que trouxe. — confirmou. 

 

 — Terei que procurar para que você e sua família possam vê-la. — comentei disposta a mostrar o rostinho avermelhado da minha primeira filha. 

Lembrar-me dela me fez sentir um aperto em meu tórax, o motivo dessa compressão dolorosa era a falta que eu sentia, a ausência de Angie ainda me afetava, até porque, eu sendo sua mãe, jamais imaginei passar tão poucos dias contados com ela. Engoli a saliva ao apertar minhas pálpebras me concentrando na presença de Rosalie ao meu lado para que meus olhos não começassem a derramar as lágrimas que surgiram instantemente. Apesar de ter superado a perda da minha menina, Angie seria sempre minha filha, minha primogênita e ainda que já tivesse se passado quase cinco anos desde seu falecimento, ela ainda era minha e jamais poderia me esquecer da experiência, dedicação e amor materno que é a melhor versão de mim vivenciada através dela. 

 

 — Se for desconfortável para você nos deixar olhar a foto dela, nem precisa... — Rosalie tentou voltar atrás ao perceber que meu ânimo havia mudado. 

 

 — Eu não preciso ver a fotografia revelada, Rose — pisquei meus olhos várias vezes para apartar o acúmulo de água que ainda havia em meus olhos — eu consigo visualizar cada detalhe dela, cada momento... 

 

— Ei, tudo bem!... — Rosalie me parou ao apertar-me um pouco contra seu corpo — Me diga em qual caixa está, que em uma oportunidade mais adequada nós veremos as fotos que manteve dela. 

 

— Ah... Sobre isso...Tenho que me lembrar primeiro em qual delas eu coloquei, —  me desculpei — porque eu apenas fui recolhendo meus pertences necessários nas caixas que eu mantinha naquela casa, não me atentei em quais delas está. —  ergui minha mão mais acessível para coçar minha cabeça — Mas não me importaria que alguém da sua família quisesse procurar. 

 

— Se você não se incomodar mesmo de procurarmos, por mim tudo bem. — concordou e tornamos apreciar a companhia uma da outra. 

 

— Hilary está realmente bem? — tornei a externar minha preocupação. 

 

— Está sim. — me afirmou — Nesse exato momento, Emmett está tentando ensiná-la a cantar a música do marinheiro Popeye. —  me informou convicta de suas palavras — É... Agora que Emmett teve a oportunidade de mostrar essa antiguidade, ele não irá parar até que ela consiga acompanhar frases completas da Olívia Palito! — riu. 

 

— Deveria me preocupar? — franzi a testa, não sabia se acompanhava sua risada ou se realmente o fato fosse alarmante. Ela apenas gargalhou mais e negou com as mãos. 

 

— Terá que se acostumar com a cantoria — respondeu depois que conseguiu parar de rir. — Emmett deveria nos ajudar com os estímulos da fala dela de uma maneira mais didática... 

 

— Pelo menos será uma distração. — me aliviei. Rosalie tornou a passear seus dedos por meus cabelos — Acho que ele não teria que se esforçar tanto para auxiliar nos estímulos dela. Ele consegue prender a atenção dela muito fácil.  

 

 — É verdade. — concordou — E como seu bebê está? Soube que hoje ele está quietinho. — abordou outro assunto. 

 

— Eu quero acreditar que você o bebê não está de bom-humor. — respondi um pouco chateada — Não se mexeu até agora, se não fosse pelo trabalho continuo dos sensores que estão na minha barriga eu nem sei como estaria agora, de tanta preocupação! 

 

 — Talvez ele também esteja estressado... — comentou tranquila — Até porque, ele sente tudo que a mãe passa, sem contar com os medicamentos que esteve circulando em suas veias, isso também afeta o bebê, pode estar dormindo. 

 

 — Espero que esteja apenas dormindo... — concordei, parando ao ouvir o barulho do trinco. 

 

A porta do cômodo tornou a se abrir e por ela Carlisle apareceu. Assim como nas horas anteriores suas mãos estavam ocupadas com papéis e debaixo do braço ele trazia uma embalagem de plástico vedada, possivelmente era mais algum medicamento. Seu rosto estava calmo enquanto andava pela sala com seus olhos atentos aos papéis, sequer precisava olhar por onde estava caminhando. 

  

 — Boa noite, Amberli. — ergueu seus olhos apenas ao se aproximar da maca — É bom retornar aqui tendo você lúcida. Seus exames estão estáveis, não há anemia, nem diabetes constados nos resultados, mas ainda te manterei aqui por mais poucas horas, farei o possível para que possa estar de volta ao quarto antes do próximo amanhecer. 

 

 — Isso é bom! — Rosalie comemorou. 

 

 — É maravilhoso! — comemorei e sorri. 

 

— São resultados satisfatórios, — concordou — Ouvi o que comentou com Rose a respeito do bebê — deu uma olhada rápida para a barriga volumosa — E em partes, concordo com ela. Você consegue manter-se estável por muito tempo, mas ainda assim seu corpo passa pelo estresse e isso também chega ao bebê. — começou a explicar — Anteriormente esteve desenvolvendo diálogos com ele também e estive te instruindo a ensiná-lo mesmo sem que soubéssemos se daria certo, para que o bebê evitasse seus movimentos intensos.  

 

 — Acha que o bebê está se contendo por todas essas horas? — perguntei surpresa. 

 

 — Suponho que sim. —  balançou a cabeça, concordando — Quando Nessie teve consciência de que seus movimentos machucavam Bella, ela tentou mover o mínimo possível dentro dela e não descarto a possibilidade de compreensão dele também, e levando em conta que estive te estabilizando com dosagens intravenosas que também são levados para o bebê... Ele possivelmente esteja, em palavras simples, dormindo. 

 

 — Menos mal. Isso me deixa mais leve. — me aliviei. Ergui meus olhos para Rosalie, e ela já estava me olhando com um sorriso em seus lábios compartilhando do mesmo sentimento que eu — Mas ainda assim eu não estou temporariamente de alta, não é? 

 

 — Como eu havia falado, tenho que te manter aqui por mais algum tempo, até ter certeza de que por ora, você esteja estável. — respirou e moveu as papeladas de sua mão esquerda para serem comportadas junto com as que já estavam na sua direita, com a mão agora livre ele retirou a embalagem de plástico debaixo do braço — Mas se quiser que o bebê seja estimulado, para que fique mais tranquila, visto que está acostumada com seu constante movimento visível no ventre, eu posso aplicar uma dosagem manipulada que não interferirá no seu metabolismo, levando a dosagem totalmente para o bebê, e é claro, não causará nenhum efeito colateral. 

 

— Sem efeitos colaterais? — perguntei franzindo as sobrancelhas pensando se deveria aceitar seu método de solução. 

 

— As chances são praticamente nulas. — Carlisle assegurou. 

 

 — Então não há porquê de não tentarmos. — consenti.  

 

 — Vamos aplicar então. — pôs-se a perambular pelo seu escritório coletando os materiais necessários — Não irei precisar realizar nenhuma nova perfuração, não se preocupe. Será colocado na entrada que há em sua mão junto com o soro. — informava enquanto espetava a agulha da seringa retirada do pacote que ele havia trago dentro de um pequeno vidro — Amberli, não conte que a mezinha tenha ação imediata, mas ela é eficaz e em horas fará seu devido efeito. — esclareceu ocupado com a preparação — Levando em conta a hora que já é, creio que até amanhã de manhã no máximo, você já esteja o sentindo bem disposto. 

 

— E já estará no quarto também! — Rose completou saindo de cima do colchão dando espaço para que Carlisle pudesse aplicar o medicamento. 

 

 Estendi minha mão esquerda para que ele aplicasse a dosagem de mais um medicamento que estaria percorrendo minhas veias. Vislumbrei Rosalie movimentar seu nariz quando a seringa nas mãos de Carlisle passou ao seu lado. Com destreza, Carlisle pegou minha mão e rapidamente expulsou o líquido da seringa pela segunda entrada que havia no tubo.  

 

— Prontinho. — descartou os itens utilizados — Agora você está nas últimas horas de observação, irei reduzir o fluxo do oxigênio e do soro. Em pouco tempo você já estará no quarto. — sorriu para mim, e como no início da manhã, ele ergueu sua mão direita passando-a ternamente sobre minha cabeça. Por trás da máscara eu sorri para ele também — Rose, — virou-se para ela retirando um celular de dentro do seu bolso — trouxe seu celular. Faça a ligação. — estendeu o aparelho. 

 

 — Tudo bem. — Rose envolveu o celular em suas mãos, desbloqueando e acessando algum aplicativo.  

 

Carlisle andou pelo local, ajustou o cilindro de oxigênio, analisou mais alguns dados fornecidos pelas máquinas de monitoramento, comparou alguns resultados; me instruiu com mais alguns laudos, se despediu de mim com um aceno silencioso e saiu do escritório. 

 

Rosalie ao meu lado, continuava a deslizar seus dedos pela tela flexível do seu aparelho, logo ela estava comigo de volta ao meu lado em cima da maca com a câmera do celular nos refletindo. Ela realizava uma vídeo chamada. 

 

— Meu Deus, Rose! — exclamei horrorizada virando a tela do celular para mais perto do meu rosto, que continuava com uma parte encoberta por causa da máscara — Credo, como vocês conseguem olhar para a minha cara?! Eu estou horrível! 

 

 — Abaixe um pouco essa máscara, irão querer ver teu rosto completamente. — olhou para mim erguendo sua mão na minha direção. 

 

 — Quê?! — afastei sua mão dura e gélida, antes que ela conseguisse arrancar a máscara — Quem vai estar nessa chamada? 

 

— Veja você mesma! — virou a tela na minha direção. 

 


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Notas finais do capítulo

AGUARDO-LHES NOS COMENTÁRIOOS!!!



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