Eu entrei em casa derrubando tudo o que eu via pela frente.

 

 

 

-Mãe! - Gritei assim que coloquei os meus pés na sala.

 

 

 

-O que foi, garota? - Perguntou o meu irmão gêmeo, César.

 

 

 

-Não enche! - Falei correndo para o quarto da mamãe.

 

 

 

Ela estava com o facão dela.

 

 

 

-O que ouve, Valeria? - Perguntou ela colocando o facão atrás do guarda-roupa.

 

 

 

-É o seguinte, eu dormi na aula da professora Lilith... - Minha mãe me interrompeu.

 

 

 

-Muito bonito senhorita Valeria, dormindo nas aulas... - Eu interrompi ela.

 

 

 

-Como eu estava dizendo, eu dormi na aula dela e tive um sonho com Rosalinda. - Falei.

 

 

 

-Pode ser uma premonição. Como foi o sonho? - Perguntou ela.

 

 

 

-Eu estava numa caçada e eu acabei sendo rendida, ai Rose apareceu e derrubou o cara, só que eu me distrair e acabei sendo morta. - Dei uma resumida legal no sonho.

 

 

 

-Você só caça acompanhada agora. Nada de sair sozinha. - Agora deu!

 

 

 

-Mãe! Eu tenho 15 anos, já posso sair em caçadas sozinha! - Eu morria, mas morria sozinha.

 

 

 

-Nada disso mocinha. Quando eu tinha a sua idade a sua avó nunca me deixava sozinha. - Comigo não cola!

 

 

 

-Tchau mãe, vou dar uma volta. - Falei.

 

 

 

Eu fechei a porta com bastante força e fui para o meu quarto pegar uma arma.

 

 

 

Eu fui no meu guarda-roupas e peguei a melhor 9mm que eu tinha.

 

 

 

-Mamãe não vai gostar de saber que você esta caçando sem a permissão dela. - Falou Margarida da porta.

 

 

 

-Você vai querer o que para ficar de bico fechado? - Ela sempre me pedia algo. Ela podia ser mais parecida com Rosalinda, a irmã gêmea dela.

 

 

 

-Quero caçar com você. - Falou ela já se animando.

 

 

 

Eu pensei por um minuto e depois...

 

 

 

-Não, você é muito nova. - Falei arrumando a minha bolsa.

 

 

 

-Mas a Rosalinda sempre ia quando a mamãe e o papai estavam juntos! - Falou ela batendo o pé e jogando o cabelo loiro dela para trás.

 

 

 

-Mas o seu pai descobriu e se separou da minha mãe quando descobriu. - Falei.

 

 

 

-Mas Val! - Ela bateu o pé novamente.

 

 

 

-Mas Val nada! - Falei batendo o pé igualmente.

 

 

 

-Vou contar para ela. - Ela falou e apontou para a porta do quarto da mamãe.

 

 

 

-Ok, mas você vai que ser a isca! - Falei jogando um revólver para ela.

 

 

 

-Ta! - Falou ela toda empolgara.

 

 

 

-Vou ligar para a Rosalinda para ver se ela vai querer ir. - Falei pegando o meu celular dentro da mochila.

 

 

 

-Eu vou pegar as minhas coisas. - Ela saiu saltitando do meu quarto. Abestalhada, eu vou deixar ela parada em algum lugar e ir sozinha caçar.

 

 

 

Eu liguei para ela e quem atendeu foi o Tulio, o irmão mais velho dela, ele tinha 16 anos e era bem bonito, mas um cabeça oca:

 

 

 

-Tulio, passa para a para a Rose.

 

 

 

 

-Ela não estar, mas eu posso ficar aqui conversando com você... - Eu interrompi a cantada dele.

 

 

 

-Tchau. - Eu desliguei na cara dele.

 

 

 

Homens!

 

 

 

-To pronta. - Falou Margarida.

 

 

 

 

-Então vamos. - Falei jogando a minha bolsa pela janela.

 

 

 

...

 

 

 

A casa estava bem escura e eu não conseguia ouvir nada, a não ser a minha respiração.

 

 

 

-Ma, fica aqui e não sai por nada. Isso é perigoso. - Falei fazendo ela ficar na sala da casa abandonada.

 

 

 

Ela ficou sentada e eu comecei a subir as escadas. Então eu ouvi um barulho. Era uma respiração e estava bem atrás de mim.

 

 

 

Eu destravei a arma e apontei para ele.

 

 

 

 

-Calma gatinha! - Falou um cara muito lindo, ele me lembrava alguém.

 

 

 

-Calma é a mãe, seu transmorfo! (N/A: A historia é tipo sobrenatural, então já deu pra entender) - Eu sussurrei.

 

 

 

-Calma... - Ele falou e pegou os meus pulsos.

 

 

 

-Me solta... - Então eu olhei nós olhos dele e não senti medo nem nojo, apenas ternura e paixão.

 

 

 

Ele me puxou para perto dele e me beijou. Isso mesmo o que você leu. Me beijou! E foi o meu primeiro beijo. E com um garoto que nem é humano, eu mereço!

 

 

 

Ele passou a mão no meu rosto e depois me soltou.

 

 

 

Eu olhei para ele e ele estava surpreso, então o meu transe se quebrou.

 

 

 

 

-Sai pra lá! - Voltei a apontar a arma para ele.

 

 

 

-Você ainda vai me ver, Valeria. - O jeito que ele falou o meu nome me arrepiou.

 

 

 

-Se tem amor a vida, é melhor não cruzar mais o meu caminho. - Falei apertando gatilho e ele desapareceu.

 

 

 

Eu ouvi uma respiração no meu pescoço e quando eu me virei para ver quem era, a respiração desapareceu.

 

 

 

Eu fiquei um pouco triste por ele ter sumido, eu queria outro beijo.

 

 

 

Quando eu estava no meio da velha escada, ela se quebra e eu cai no chão, eu acabei desmaiando...

 

 

 

PDV. Margarida:

 

 

 

Cadê a Val? Ela ta demorando mais do que o de costume, poxa veio! Eu nunca vou a nenhuma caçada e quando eu vou fico de isca!

 

 

 

 

Eu ouvi um estrondo e vi a Val caída e desmaiada.

 

 

 

-Val! - Gritei indo para cima dela.

 

 

 

-Deixa que eu cuido dela. - Falou alguém atrás de mim.

 

 

 

Eu me virei e vi um cara lindo de olhos azuis.

 

 

 

-Quem é você? - Perguntei.

 

 

 

-Sou um amigo da sua mãe. - Ele falou.

 

 

 

-Então pode levar ela, e não conta nada para a mamãe. Ela vai matar nós duas se descobrir isso. - Falei.

 

 

 

-Ok. - Falou ele pegando ela nós braços.

 

 

 

Ele foi para fora e eu me liguei que ninguém sabia que estávamos aqui. E aquele cara podia ser um transmorfo e minha irmã ser morta.

 

 

 

-Ei, deixa a minha irmã! - Gritei indo para fora da sala.

 

 

 

Mas quando eu cheguei na rua já era muito tarde, ele havia desaparecido.

 

 

 

-Droga!