Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 28
Just for a minute




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— Brady! - sibilei ao ver a garrafa de bebida em suas mãos.
— Vai ser uma brincadeirinha. - ele reclamou, colocando-a para fora de meu alcance quando tentei pegar. - Vamos aproveitar e dar uma esquentada no corpo. - me deu uma piscadela pelo trocadilho da neve.
Fomos a sua casa, que conseguia abrigar um número grande de amigos em sua sala. Graças a Deus não havia ninguém ali de adulto para nos repreender.
— Eu não acredito. - lamentei. - Emily virou nossa babá? Mandamos Claire e Emma para lá.
— Brenda também foi. - lembrou Jacob, fuzilando Brady com os olhos. Brenda era nossa sobrinha por parte da Rachel.
— E eu achando que nossa irmã mais velha poderia ter mais juízo do que nós... - olhei para ele, descrente com o que acontecia no momento.
Todos os lobos e suas imprintings - menos Sam e Emily, que pareciam os únicos responsáveis e lúcidos nessa história - marcaram de se reunir. Brady ofereceu sua casa. E eu estava mortalmente arrependida de ter trazido Ness assim que vi as bebidas alcóolicas. Se Edward visse isso...
— Vamos lá! - Paul falou, vendo minha cara e de Jacob. - Quero ver do que nosso metabolismo é capaz.
Ness arregalou os olhos em minha direção, num olhar acusatório. Oops. Eu que despertei essa curiosidade em Paul, quando mencionei que fiquei com vontade de testar meu organismo para bebida, mas havia prometido a Charlie que seria responsável.
— Edward confia em mim. - rosnei para Brady, que arrumava a sala para nos sentarmos no chão. - Se ele souber que teve bebida...
— Estamos mortos. - Jake e eu exclamamos.
— É só explicar. - deu de ombros.
— Você aceitaria essa explicação de um filho se ele chegasse em casa cheirando a bebida alcóolica? - indaguei, e ele apenas me ignorou.
Nota mental: pendurar Brady em uma árvore de cabeça para baixo por uma hora.
É uma maravilha ser a beta. Por direito, Leah renunciou para mim, como neta de Ephraim Black. Achei legal da parte dela. Meu irmão perguntou para mim, se eu queria. Eu aceitei, e agradeci a Leah.
Jared apertou minha bochecha, seu sorriso contagiante. Teria rido, se não tivesse me irritado.
— Vai ser divertido. - prometeu. - Kim está empolgada para ficar bêbada. - revirou os olhos. - Logo não vai poder.
Eles estavam planejando ter um bebê lobo. As duas matilhas ficaram felizes por nosso irmão e Kim.
Era feriado. Ninguém tinha aula ou trabalho.
Brady nos fez sentar em círculo na sala. Alguns com uma garrafa de bebida na mão, para colocar no copo de quem estivesse perto. Realmente tinha bastante gente ali.
A estúpida brincadeira se chamava "Eu nunca".
— Aposto que já ouviu falar. - Quil arqueou uma sobrancelha em minha direção.
— Lógico que já. E estou com medo da mesma forma.
— Relaxe. - Kim sussurrou para mim. - Só entre no clima do jogo.
Camila topou na hora que soube que Embry estaria lá. Eu tive outra sincera vontade de matá-lo.
— Ok. - me rendi. - Vamos começar logo essa droga.
Eu fiquei com uma garrafa para as pessoas ao meu lado. A bebida não cheirava tão ruim...
— Vamos lá. - gritou Paul. - Eu nuca beijei mais de uma pessoa no mesmo dia.
Me sentindo envergonhada com a lembrança, virei a pouca bebida. Era gostosa, mas não deixava de queimar. Poucos ali fizeram isso.
— Lavine? - Jared caiu na gargalhada. - Sério? A menina certinha doa bandos?
— Lavine? - repetiu Jacob, me olhando rabugento.
Não encontrei o olhar de Seth, pois sabia que doeria. Era algo de que eu me arrependo.
— Não foi algo que eu planejei. - resmunguei, enchendo meu copo. - Seus machistas.
— Próximo, não vamos encher Lav com isso. - Kim falou, vendo meu embaraço. - Agora minha vez.
A brincadeira foi indo, algumas perguntas pesadas que revelaram coisas íntimas que Seth e eu nos esforçamos para esconder.
— Lavine e Seth com esses rostinhos de santo não enganam ninguém. - riu Paul, mesmo sendo um dos que virou o copo. Ou melhor, poucos deixaram de beber por essa última rodada.
— Você fala como se eu fosse a única. - acusei, me sentindo solta. Eu estava longe de ficar bêbada, mas a bebida ainda fazia um efeito no meu organismo.
Rachel riu de mim. Ela era totalmente o oposto de Jacob. Não ficava rude comigo por achar que fiz algo errado. Ela colocava pilha, isso sim.
Renesmee era a única que não estava bebendo, entretanto eu não duvidava que o cheiro do álcool iria ficar impregnado em sua roupa e seu corpo. Eu teria que dar uma explicação a Edward, e torcer para que ele não proibisse Ness de sair comigo.
— Eu nunca me apaixonei por alguém e fiquei com outra pessoa.
Em minha mente passou tantoo palavrões e maldições para Brady. Como eles podiam adivinhar coisas assim?
— Lavine? - indagou Jacob. Isso o deixaria mais desconfiado.
— Você não sabe sobre meu passado, irmãozinho. - falei sarcástica, encobrindo a situação com uma verdade de outro contexto.
Alguém falou algo que foi extremamente engraçado, mas eu só via Seth. Nossos olhos se encontraram, e eu percebi que ele tinha achado graça também, só que meu olhar fez perder a graça. Parecia que uma linha invisível estava nos conectando, e ela era inquebrável. Apenas em olhar em seus olhos, eu podia me sentir em casa.
Ahh que saudade dessa sensação. De poder me entregar para ele sem medo. Sem ameaças, sem restrições.
Mordeu o lábio inferior, atraindo meu olhar para sua boca. Tive de fazer um esforço para não me levantar e ir ao seu encontro para roubar-lhe um beijo.
Será que se eu contasse, ele poderia...
Não, Lavine! Esquece isso.
— Cara, vocês são o casal... - o "casal" saiu engasgado da boca de Collin, ao mesmo tempo que um barulho de tapa nas costas encheu o cômodo. - digo, vocês dois são sem graça.
Olhei para ver. Todos já se recuperavam do ataque de riso, e disfarçavam com as palavras de Collin.
— Culpa do Brady. - acusei. - Me deixou brava ao me trazer para isso com Renesmee no meio.
— Não coloque sua covardia como minha culpa, e nem use Ness como desculpa. - provocou.
Covardia? Ahh, mas ele vai ver agora.
Olhei dois segundos para a garrafa que agora estava nas mãos de Kim, a peguei e tomei vários goles.
— Uooou, calma aí, Lav! - Brady disse. - Eu estava... brincando...
— Ai.
Rodou tudo por um segundo antes de voltar ao normal.
— Lavine! - gritou Camila. - O que vou dizer a Charlie e Sue se chegar em casa com você bêbada? Seth está frito também.
Um calafrio veio com a menção do seu nome.
— Eu realmente gostei dessa bebida. - falei, a alteração voltando por um instante. - Ela tem gosto de morango.
— Ela é de morango, sua bêbada. - Jared disse.
— Queria estar. - lamentei para ele, entregando a garrafa quase vazia de volta para Kim.
— Lavine! - gritou ela.
— Relaxa, Cam. - falei, fechando os olhos, um cansaço mental vindo de repente. Embry estava ao meu lado, então pousei a cabeça em seu ombro. - Eu estou bem. Só um pouco exausta. Não dormi direito.
Jacob queria garantir que vampiro não voltasse. Então ficamos a noite vigiando. Voltamos já era quase de manhã. O espertinho do meu irmão quis aproveitar que era madrugada de sexta para sábado, e que eu supostamente não acordaria cedo. Ainda estou tentando me acostumar com isso.
— Chega, pessoal. - minha melhor amiga falou. - Lavine está dormindo de bêbada.
— Não está, não. - Jake garantiu. - Ela é muito mole para ficar a noite acordada e aguentar uma bebida no outro dia.
Eu sabia que ele estava dizendo isso por causa do nosso segredo, o que não impediu de eu ficar brava com ele.
Deixei meus olhos fechados até a brincadeira acabar, e ser finalizada com conversas jogada fora.


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Droga. Não dá certo ficar a sós com Seth em casa. Não separados. Esse menino me deixa nervosa, capaz da minha temperatura aumentar, se possível. Ainda mais depois das encaradas que dei nele. Dei muito mole. Mas a culpa foi total e unicamente dele. Quem o manda ter um sorriso daqueles. Deveria ser ilegal. Droga, droga.
Por que Sue e Charlie tinham que trabalhar? Por que Leah tinha que ir ver Jaiden na casa de Sam e Emily? Eles não podiam trazê-lo para cá? Por que Embry tinha que aparecer com Quil e Claire para levar Camila e Emma para o shopping? Como se ninguém soubesse que Quil seria babá enquanto os dois conversavam apaixonadamente. Pelo menos não perdi a oportunidade de quase esmagar a mão de Embry num "casual" aperto de mãos. E lhe dar um soquinho de "divirta-se" que o fez trincar os dentes para não reclamar. Camila ficou confusa quando terminou de se arrumar.
— Não é nada. Estava apenas dizendo para terem cuidado com as pequenas. Não é, Embry? - apertei seu ombro com mais força que o necessário.
— S-sim, isso. - deu um sorriso amarelo. Achei engraçado que Cam não notou nada realmente errado.
— Isso é um bônus do que não consegui descontar naquele dia. - sibilei, sorrindo torto.
— Você é louca, garota. - falou, de olhos arregalados. - Você me dá medo. Não é a toa que é irmã do Jake.
— Lav?
Gelei, e tentei ao máximo não demonstrar. Há possibilidade de a posição que eu estava na cama ter ajudado, já que eu estava virada de costas para o mesmo. Ou eu... Eu simplesmente não disfarcei e deixei óbvio que só de ouvi-lo me chamar me travou.
— Diz. – o convidei para entrar, largando o celular na cama e me virando.
Que saco. Ele deve saber que me deixa vulnerável quando está seminu. O filho da mãe se aproveita. Não consegui me segurar quando meus olhos correram pela sua definição, desejando poder tocá-lo.
Fiquei sem graça com seu sorriso satisfeito.
— Talvez seja coisa da minha cabeça, ou não. Eu já desconfiava, e agora tenho certeza. Não tem como você me olhar daquela forma sem sentir algo por mim.
A cada palavra dita, seu corpo se encontrava mais próximo de mim. Deveria ser proibida uma aproximação como essa. Oh, Deus, meu coração acelerado já me entregou. Tenta acalmar, tenta acalmar... Tarde demais. Ele não é idiota, ainda mais por ser lobo.
— Por que está nervosa, amor? Eu não mordo.
Atrevido!
Isso fez meu coração perder uma batida.
— Só essa situação toda é confusa. Mas tenho certeza que isso tem uma explicação.
Engoli em seco, me lembrando das palavras ameaçadoras que ecoavam em minha mente desde o dia da boa notícia, que acabou se tornando um dia não tão bom quanto deveria. Ah, isso fazia meu cérebro dar um esporro no meu coração, e relembrar que eu não podia esquecer de que o que eu fiz foi para protegê-lo.
— Clearwater, o que você está fazendo? - indaguei. - Não há explicação nenhuma além do meu querer. Isso é tudo.
Me apressei para sair do quarto, só que ele segurou meu braço e me virou, deixando nossos corpos quase colados.
— Você acha que eu não sei o efeito que ainda causo em você?
Estreitei os olhos, tentando ignorar a droga da proximidade enlouquecedora.
— Desde quando se tornou tão presunçoso?
— Não é presunção quando se tem certeza.
Devia mesmo estar tatuado na minha testa, pois não havia sinal de blefe em sua voz. Ele não me provocaria assim sem motivo algum.
— Seth, eu...
— Há uma explicação, certo? Eu sabia. Você ainda gosta de mim.
— Seth...
Minhas palavras se perderam no ar com isso. Chegava a dar raiva de como esse menino tinha tanto efeito em mim. Sua boca estava tão a uma distância tão curta da minha, que eu já podia sentir o gosto do seu beijo em minha língua.
— Me beija.
Meu queixo caiu. Jamais em uma discussão imaginaria que de repente viesse isso. Era como se ele tivesse lido minha mente. Nosso tempo junto deve ter sincronizado nossas vontades e pensamentos.
— Me abraça. Me pega do seu jeito.
Me pegando de surpresa, seu rosto de afundou em meu pescoço. Meu corpo se arrepiou por inteiro. Dei um passo para trás, deixando-lhe um olhar confuso em seu rosto.
— Sou intocável por você. – provoquei. Arqueou uma sobrancelha.
— Sério que disse isso? – sorriu um pouco de lado, duvidoso.
— Sim. – dei de ombros.
— Mentira.
— Prova que é mentira.
Com um sorriso malicioso nos cantos dos lábios, segurou-me pela minha anca e me puxou com um pouco de força para seu corpo.
— Adoro quando me prova que estou errada.
Seu sorriso se tornou metade divertido, metade malicioso.
— Me diz que você ainda sente algo por mim. – sussurrou, espalhando beijos pelo meu pescoço. Nessa hora que agradeci por Camila ter levado a pequena para passear com Embry, Quil e Claire. – Diz que sente falta do meu beijo. Dos nossos momentos juntos.
Meus olhos fechados me deixavam absorta. Só conseguia sentir o que seus lábios causaram contra a minha pele. Como se moviam de uma forma deliciosa. Meu corpo parecia que havia acendido labaredas, e eu estava sendo dominada pelas chamas. Não demorou para que minhas mãos fossem parar em suas madeixas macias, e segurá-las com um pouco mais do que o necessário de força. Bem, não ouvi reação negativa. Mas também suas mãos apertavam minha pele de uma forma que deixaria marcas temporárias.
— Seth, meu amor...
Escapou por entre meus lábios, e eu gelei por um instante. Opa, eu estava espontânea demais. Não queria dar a impressão certa, porém errada para ele.
— Menina, me beija. – pediu, olhando nos meus olhos. - Esqueça por uns minutos de tudo. Do mundo, do Jackson.
Algo que eu admirava profundamente nele é que ele respeita meu espaço. Se estava me pedindo, é porque não se sente no direito de invadir meu espaço por eu estar com outra pessoa.
— Fica comigo. Se não gostasse mesmo de mim, já teria me afastado.
— Não posso. - foi minha resposta automática. - Vou estar sendo egoísta.
— Não veja por esse lado.
— É esse lado que conta.
— Olha, eu sinceramente te amo. E não consigo viver sem você. Não me importo se você vai ser egoísta ou não, se ainda gosta de mim o suficiente, fica comigo.
Meu olhar caiu em sua boca, que parecia tão suculenta...
Levei minha cabeça para frente, lambendo os lábios.
You’ve got a hold on me, don’t even know your power...
Como se um choque elétrico tivesse passado pelo nosso corpo, nos separamos de imediato.
— Droga, droga, celular, celular... – resmunguei, a procura do mesmo.
Segui o som, e como mágica, a porcaria havia parado quase debaixo do travesseiro quando o joguei.
— Laaaaaavi, vem buscar a gente? Está uma garoa chata, e não quero que as pequenas fiquem doente. Quil também não sairia com Claire, e Embry disse que um guarda-chuva não nos protegeria direito nessa chuva de vento.
— C-claro. – engoli em seco. – Estaremos logo aí.
— Ok. Até logo.
E desligou.
Respirei fundo e me virei, tendo a visão do lobo parado no mesmo lugar.
— Pode pegar o carro de Sue? - pedi, com a voz trêmula.
Sem dizer uma palavra, se aproximo indiscreto de mim, quase por me fazer dar um passo para trás por ser pega desprevenida, e ele ficou a uma distância tão curta que dava para notar nitidamente o delinear de seus lábios finos que tanto despertavam desejo em mim. Desta vez deu para ouvir vergonhosamente alto o "glup" da minha garganta engolindo a seco. Me encarou, e eu sem ter para onde fugir. Minha respiração já ficava ofegante novamente.
— Posso. - suspirou e franziu os lábios. - Vou pegar um casaco e um guarda-chuva.
Minha cabeça foi para cima e para baixo de forma exagerada. Droga.
Pigareei e fui procurar o meu melhor moletom, e minha calça preta que ele dizia que ficava um simples muito lindo. Arrumei meu curto cabelo de lado, que eu sabia que Seth adorava. E coloquei meu coturno.
Fui para frente do espelho e não gostei. Droga. Com a bota de salto ficaria melhor. A peguei e fui sentar na cama. Troquei rapidamente. Está melhor.
Mas... para que tudo isso? Para que estou me arrumando para Clearwater? Quer dizer, é errado. Estou com Jack. Que egoísmo meu querer que Seth me note, sem nem ao menos poder ir além disso.
Ahhh, como isso me desgasta. E eu não sei como sair dessa.
Abri os olhos ao ouvir passos caminhando para o meu quarto. Me levantei e fui para a porta.
— Sua irmã é um amor. Minha criança favorita em todo mundo.
Não consegui evitar de rir. Devia ser a milésima vez que ele dizia isso.
— Olha, se você quer conquistar ela, deve dizer para ela. Mas se quer me conquistar, não precisa mais dizer. - sorri de canto.
Sorriu mostrando seus perfeitos dentes. O que me pareceu extremamente sincero, e aqueceu meu coração. De uma forma que eu não senti uma gota de tensão em meus nervos como ultimamente estava sendo.
— Sabe que eu te amo, não sabe? - perguntei, sem medo.
— Sabe como eu queria que isso fosse suficiente, não é?
— É mais complicado do que eu posso dizer. - suspirei.
— Se for algo que me envolve...
— Nem pense em começar algum discurso. - avisei.
Franziu os lábios, e eu sabia que era isso que estava prestes a fazer.
— Desculpa se eu te pressionei no quarto... Só... Você me confundiu.
— Você não pressionou. - quase me atropelei nas minhas próprias palavras. E então as arrumei. - Não de uma forma que eu tenha considerado por um momento socar seu nariz.
— Bem, suponho que isso esteja ok. - disse num tom aliviado.
— Sim. - sussurrei.
Olhei através da janela. A chuva caindo pacífica nas árvores e no asfalto. As folhas se balançando pelo leve vento que batia nelas. O céu estava num cinza claro, nada de novo na chuvosa Forks. Porém tão diferente de onde eu vim. Nada é igual a minha antiga vida, e apesar de sentir falta, eu sou feliz aqui. Mesmo com algumas decisões dificeis no caminho, e algumas batalhas, tudo vale a pena.
Um chiado chamou minha atenção.
— Droga, falei para minha mãe comprar um novo rádio. - resmungou, tentando arrumá-lo.
— Deixa comigo. - me ofereci, o fazendo voltar a atenção para a estrada. Tentava apertar os botões, só parecia piorar. E não parava com o barulho irritante. O problema é que eu tenho audição aguçada, então incomodava mais do que o necessário.
— Tem que apertar o do lado do meio.
Confusa, tentei achar.
— Esse daqui... - e esticou a mão para onde iria.
De repente uma buzina forte soou a nossa frente, fazendo os dois ficarem alertas.
— Seth, cuidado! - berrei, por impulso peguei o volante e girei com ferocidade.
A frente do caminhão estava apavorantemente bem na nossa frente. A um centímetro do capô do carro.
Porém... era tarde demais. Nosso pequeno carro bateu contra um caminhão gigante em alta velocidade. Não sei o que houve, mas senti o carro capotar várias e várias vezes com nós dois dentro. Eu conseguia ouvir o baque de seu corpo batendo em tudo, assim como o meu. Vidros voando contra meu corpo, lataria se amassando.
Minha mente estava num desespero e numa confusão que eu não conseguia colocar nada em ordem. Só sentir meu corpo ir para lá e para cá enquanto capotava por onde seja que estivesse indo.
Minha cabeça bateu forte em algo, e de repente começava a ver tudo preto. Olhei para o lado, para me certificar do estado de Seth. Desacordado, e não consegui ter certeza se respirava.
Tentei pronunciar seu nome, só que estava fraca demais para qualquer coisa.
Uma lágrima rolou pelo canto do meu olho antes de a escuridão me fisgar totalmente.

Senti meu corpo sendo sacudido, porém não sozinho. E alguém o carregava. Em algo não tão macio, mas meu corpo dolorido agradecia pelo repouso.
— Ela está tentando dizer algo! - ouvi um homem exclamar. Ela quem? Eu mal sentia meus lábios se mexendo. - Chegue mais perto, doutora. Veja o que ela quer dizer!
Será que era eu? Droga, eu só conseguia pensar em duas pessoas no momento. Nada mais era importante.
— Ela está dizendo os nomes... Seth e Carlisle.
— Carlisle? É o doutor Cullen!
— Sim. Agora é o turno dele?
— Chamem o doutor Cullen!
Não podia deixar outro alguém me examinar ou a Seth. Eu consegui com alguma dificuldade ver que ainda tentavam desamassar o carro para lhe tirar dali.
— Chame algum Cullen. - pedi, afastando sua mão de mim. - Quero algum dos Cullen.
— Sim, eles estão quase aqui, mas tem que ficar...
Não prestei mais atenção quando vi uma Mercedez chegar perto. Fiquei aliviada.
— Seth precisa de ajuda, por favor. - engasguei, já que o doutor não estava mais tão perto para me ouvir. Edward, Bella e Carlisle saíram do carro.
E o cansaço vinha novamente. Sei dessas coisas o suficiente para ter em mente que eu não podia ceder. Só que era tão convidativa...
— Lavine, não durma! - era Edward. - Sinais vitais?
— Ela não me deixou. Insistiu para ser examinada por vocês.
— Fez bem. - sussurrou com seu rosto próximo. - Bella e Carlisle vão trabalhar em Seth assim que tirarem ele de lá.
— Ajudem... ele...
— Lavine, fique comigo...
Seu sussurro foi a última coisa que me lembro antes de cair no escuro.


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