Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 29
Don't leave me with a sunburn




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Murmúrios entraram em meus ouvidos, despertando meu cérebro. E agucei minha audição.
—Sem problemas, doutor. Eu cuido dela sozinho. Ela é da família.
—Se o senhor insiste...
E ouvi uma movimentação, seguida da porta batendo suavemente.
—Lav, querida, como está se sentindo?
Oops. Esqueci que a audição dele é tão aguçada quanto a minha. Meus batimentos devem tê-lo alertado.
—Estou bem. - respondi, abrindo finalmente os olhos. - Quero ver o Seth.
—O estrago do carro foi inacreditável. Não dá para reconhecer. Foi milagre você estar bem.
Me sentei, ainda trôpega da recente dormida. Eu me sentia apenas cansada. Como se tivesse acordado de um sono profundo. Está certo isso?
Eu lembro que tive costelas quebradas - Carlisle cuidou disso, agindo com a morfina com frequência, já que meu corpo anulava rapidamente - meu pulso fraturado e um corte na cabeça.
Levei a mão até a testa, mas não havia dor. Porém o curativo cobria toda a área supostamente machucada, para ninguém ver como cicatrizou em minutos. Eu ainda estava enfaixada, enquanto esperava que meus ossos curassem de vez.
—Seus exames estão prontos, e não parece haver nada de errado com você, doce. - sorriu para mim. - Suas costelas e seu pulso ficarão bem logo.
Estava errado. Aquele sorriso estava totalmente fora de seu padrão. Parecia tenso. Uh-oh.
—Carlisle, quero ver o Seth. - repeti, temendo o "errado" estar exatamente nessa parte.
Pareceu me ignorar por alguns intermináveis segundos, antes de se virar para mim. Odiei aquele olhar em seu rosto.
—Seth não está aqui.
Aquilo me deixou confusa. O olhei meio assustada.
—Ele estava comigo no carro... Eu vi ele antes de ficar desacordada. Vocês foram cuidar dele. Edward disse. Tenho certeza disso. - me levantei, me sentindo suja pelo acidente. Minha roupa de repente parecia ter uma tonelada de poeira e sujeira, e me incomodava demais.
—Ele está sob os cuidados de Bella e Edward. Eles são médicos também, não se preocupe.
Pisquei, confusa. Odiei o mau pressentimento que senti ao que viria.
—Por algum motivo especial?
Eu nunca temi tanto uma resposta na minha vida. Nem quando fiz a primeira pergunta arriscada para Seth, ou quando esperei ele explicar sobre imprinting pra mim.
—Lavine, querida. O acidente não foi o mesmo para ele. Seth está... Passando por complicações...
—Que complicações? - o cortei, sentindo meu coração acelerar de uma forma que parecia saltar da caixa torácica.
—Você vai ter que ser forte. Porque o que virá pode ser destruidor.
Minhas mãos tremiam quando ele as pegou nas suas.
—C-carlisle. Você-você está me deixando assustada!
Comprimiu seus lábios, e finalmente olhou em meus olhos.
—Seth está em estado crítico. Não podia ficar nos cuidados do hospital, pois obviamente ninguém sabe dele.
—Estado... estado crítico? - balancei a cabeça, meu cérebro se recusando a absorver a notícia. - Seja mais específico.
—Não sabemos se ele vai acordar.
E perdi meu chão. Se não fosse Carlisle, teria caído com um baque. Meu mundo caiu no instante em que me vi sem ele. Aquelas palavras pareceram deixar uma tonelada a mais dentro de mim.
—Me leva até ele.
Carlisle me deu alta, e como não tinha paciente no momento, deixou avisado que me deixaria em casa.
Me desliguei no caminho para seu carro. Só conseguia pensar no meu amor. Como?... Ambos estávamos com o cinto, como apenas ele pode ter ficado grave?
—Eu não devia ter pedido para ele ir comigo. Devia ter ido sozinha...
Meu corpo tremia que eu mal conseguia fazer um movimento certeiro.
—Você tem que ter em mente que não pode se culpar por isso.
—Carlisle, foi assustador! - solucei. - Aquele caminhão gigante de repente na nossa frente... E eu tentei tirar o carro da frente, tentei girar o volante... Mas foi tarde! E aconteceu tudo muito rápido, eu...
—Lavine, se acalme, por favor...
— E minha irmã? Eu ia buscar ela e Camila.
— Seu celular tocou e eu tomei a liberdade de atendê-lo, se não se importa. - fiquei quieta, apenas soluçando e ouvindo o que ele me dizia. - Falei para Camila sobre o que aconteceu e pedi para que não dissesse nada a Emma. E Alice foi buscá-los. Eles estão bem.
Isso me deixou um por cento menos nervosa. Os noventa e nove ainda martelavam em meu peito, agoniada sobre Seth. Eu tinta tanto medo de perdê-lo assim como tinha de perder minha irmã ou um membro da família. Eu o amava demais para pensar na possibilidade de não o ter mais. Pelo menos definitivamente.
Fiquei ansiosa por demais ao avistar a casa grande, e quase antes de o carro estacionar completamente, já pulei para fora e corri para a porta, onde Jasper agradecidamente segurava a porta. Mal o cumprimentei e adentrei, querendo ver Seth.
"Por aqui, Lav" ouvi a voz de Bella.
A segui, nem notei até qual andar subi, só sei que sua voz veio de um cômodo que parecia ser grande.
— Entre. - agora foi Edward quem se pronunciou.
Abri com cuidado a porta entreaberta, com receio de estar atrapalhando algum procedimento importante.
E o vi; deitado numa cama, com tubo de oxigênio e coisas monitorando seus batimentos cardíacos presos ao seu corpo.
—Se precisar de algo, nos chame. - Edward falou com a sua voz de veludo, colocando a mão em meu ombro antes de sair com Bella.
Sem palavras, me sentei na cadeira posta ao lado dele.
— Oh, meu Deus! - chorei, desabando completamente ao ver tal cena. - Seth, meu Deus, meu amor, o que houve com você?
Minha voz falhou, com minha garganta parecendo tampada. Engoli em seco, mas ela continuou com uma sensação desagradável de contração.
— Seth, você tem que viver, meu amor. Não tem sentido a vida sem você.
Acariciei seu cabelo, contemplando seu rosto desacordado e imóvel.
— Não pode me deixar...
Deitei meu rosto na beira disponível da cama, e fiquei o observando...
— Lav? Lav? Acorde, meu anjo...
Meus olhos se abriram aos poucos, e me assustei ao ver Esme ali. O que ela estava fazendo a minha casa? Notei que estava sentada, e fui uma cadeira que com certeza Charlie não comprara. E estava encostada a uma cama...
De repente tudo se clareou na minha frente. Num movimento brusco e doloroso, girei a cabeça.
— Ah.
Foi o que saiu.
— Querida? - sua mão pousou em meu ombro.
— Acho que minha mente teve esperança de ter sido apenas um terrível pesadelo. - sussurrei, vendo que ele não mexeu nem um centímetro do rosto ou do lugar. - Espero que um dia tudo isso vire apenas uma lembrança horrível.
— Eu lamento ter que ser indelicada, Lav, querida, mas você tem aula...
— Esme, por favor, não estou me sentindo bem. - pedi. - Será que Carlisle não podia me dar um atestado? O suficiente para me deixar alguns dias sem ir para a escola...
— Não sei...
— Por favor! Eu sou uma boa aluna, é difícil eu faltar, façam isso por mim.
Ela hesitou, mas no final acabou cedendo.

...

Eu desejei que de algum modo o tempo parasse. Não estava pronta para dizer adeus. E nem sabia se um dia estaria.
De repente nossos momentos juntos pareciam apenas meros sonhos da minha cabeça. Os deliciosos minutos e horas e dias compartilhados de repente... Fazia tudo parte da minha imaginação desejosa. Nunca acontecera o momento do imprinting, do primeiro beijo, da primeira discussão.
Fechei os olhos e me forcei a lembrar-me de que eram momentos reais. De que eu amava ele, e ele me amava. Eu queria acreditar que Seth sairia dessa.
Estava começando a sentir como é perder uma pessoa tão especial; não é nada de bom. Só um vazio, um aperto terrível no peito. A pior das angústias da vida. Preferia sentir qualquer dor para sempre do que lidar com essa dor mais que insuportável de não ter mais Seth definitivamente na minha vida. Eu suportei antes porque estava o protegendo. Mas agora... não tinha do que o proteger, e isso rasgava minha alma sem piedade.
Bocejei e levei meus dedos a acariciarem seus negros e macios, que agora não tinham o aspecto limpo e bonito de sempre. Parecia sem vida, assim como o dono.
Senti um gosto salgado na minha boca; funguei enquanto contemplava seu rosto adormecido. Como tinha saudade de seu sorriso, de seus olhos quase se fechando ao esticar os lábios de orelha em orelha numa risada tão feliz e contagiante.
Sue havia vindo logo depois que soube do filho. Edward e Jasper não souberam dizer quem de nós duas ficou mais devastada.
Quando meu corpo já estava dolorido por ficar na mesma posição, Jasper aproveitou e me carregou por um tempo para fora do quarto. A situação toda quase me fez esquecer que eu precisava comer. Meu estômago roncou ao cheirar o ar com delicioso aroma. Apesar da fome, só consegui comer porque pensei em Seth. Ele não ia gostar de me ver mal alimentada e fraca. Tinha que estar bem para quando ele acordasse.
Sem conseguir evitar de pensar essas coisas na mesa, derramei algumas lágrimas. E desabei quando Emmett me ofereceu um abraço caloroso (claro, modo de dizer).
—Ele vai sair dessa, baixinha. - disse numa voz suave, e muito reconfortante. - O cara é forte. Ele não vai nos deixar, acredite.
Não sei se foram as palavras, ou o jeito meigo, talvez o abraço. Só sei que isso me deixou menos pessimista. Graças a Emmett, meu choro diminuiu. Fiquei tímida ao ver Nahuel me olhando, parecendo decidir se falava comigo ou não. Até que o surpreendi com seu olhar em mim, se levantou sorrindo e sentou comigo.
—Eles devem gostar bastante de ti, hein. - disse, quebrando o gelo. - Edward ficou cozinhando de montão para você por um tempão.
Ri, terminando de tomar o suco.
Depois de eu não resistir as deliciosas comidas que o vampiro dos cabelos cor de bronze cozinhou, me dei por satisfeita. Viram que eu não conseguia responder muito a outras tentativas falhas de me animar, ou colocar um sorriso nos meus lábios. Deixaram eu voltar para o quarto em que Seth descansava e continuar ali.


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