O preço da responsabilidade escrita por ChattBug


Capítulo 3
Capítulo 3 - Verdades


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como prometido, aqui está o último capítulo desta fanfic. Espero que gostem e boa leitura!



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Novamente, Marinette acordou antes do despertador, mas desta vez não foi por conta da ansiedade, como no dia anterior. A azulada dormira muito mal, seus pensamentos a atormentaram durante a noite e, quando viu um raio de sol invadir seu quarto, percebeu que deveria se levantar. A palavra que Adrien dissera na noite anterior não saía de sua cabeça, assim como o beijo que ela trocara com Chat Noir naquele beco. Por que com Adrien, seu amor secreto, ela era apenas uma amiga? Essa pergunta rondava em sua mente durante a madrugada. Assim que se levantou, a menina começou a se arrumar para ir ao colégio e, quando iria sair do quarto, viu a caixa de seu diário sobre a mesa, lembrando-se que deveria levá-lo para onde fosse, até que consertasse o mecanismo que se fecha sozinho quando alguém tenta ler seus segredos. Marinette encontrou a bolsa que levara para a casa de Adrien no dia anterior e começou a procurar seu diário, mas não o encontrou. O desespero tomou conta de seu coração, será que tinha deixado cair? Começou a procurar pelo quarto, mas também não achou, desceu as escadas e tomou seu café da manhã. Perguntou aos pais se tinham visto o objeto, mas estes responderam que não. A azulada continuou a procurar pela casa.

 

— Filha, acho melhor deixar isso para depois. Você não falou que a apresentação do trabalho é hoje? — Disse Sabine.

— O trabalho! Tinha me esquecido! Preciso ir, obrigada mãe! Tchau!

— Tchau!

Assim que chegou ao colégio, Marinette encontrou Alya e as duas foram juntas para a sala de aula, seguidas de Adrien e Nino. Os quatro amigos, assim como o restante dos alunos, apresentaram o trabalho de literatura e a professora elogiou a todos. As aulas seguiram normalmente, sem nenhuma interrupção de akumas. Porém, o loiro encarava a azulada diversas vezes.

— Então, o que aconteceu ontem? Pelo visto foi coisa boa, ele não para de te olhar — disse Alya para a amiga, mas esta não respondeu — Terra chamando Marinette! Em que planeta você está, amiga? Não falou nada do Adrien e nem respondeu minha pergunta.

— Desculpa, Alya, é que eu perdi meu diário e não encontro em lugar algum. — Nenhuma das duas percebeu mais um olhar do loiro.

— Você não guarda naquela caixa que fecha sozinha?

— Ela quebrou e eu fiquei com medo de deixar o diário em casa. Lembra quando a Chloé mandou a Sabrina ir lá?

— Sim, eu lembro, mas o que você fez?

— Eu levei para a casa do Adrien ontem. — Escutaram o sinal anunciar o fim das aulas.

— É sério? Você não podia simplesmente ter escondido no seu quarto?

— É, mas alguém podia ler. Preferi evitar, mas não deu muito certo. Bom, eu vou procurar melhor em casa. Tchau!

— Tchau!

Assim que chegou, Marinette cumprimentou seus pais e subiu as escadas. Procurou o diário em todos os lugares possíveis, foi então que se lembrou do Place des Vosges, antes de ir para a casa de Adrien, ela foi ao local para esperar Alya. Sabia que era praticamente impossível o diário ainda estar lá, mas não custava tentar. A azulada chegou ao parque e procurou perto de onde ficou no dia anterior, mas não o encontrou. Como estava muito cansada, resolveu sentar-se no banco.

— Marinette, não desista! Continue procurando. — Disse a kwami.

— É impossível, Tikki! Eu nunca vou achar!

— Por que você não volta para casa e procura mais?

— Daqui a pouco eu vou. — Por algum motivo, a menina queria permanecer ali. Seus olhos percorreram o lugar e ela viu o beco. Novamente, lembrou-se de Chat Noir e da voz de Adrien dizendo "amigos". Por que tudo começou a ficar tão confuso depois daquele beijo no beco? Por que, no dia anterior, ela não conseguiu dizer um simples "eu te amo" ao amor de sua vida? Sem perceber, deixou cair uma lágrima.

O loiro fazia mais uma sessão de fotos, porém, sua mente não estava ali. Precisava devolver o diário para Marinette, mas não conseguiria encará-la sem dizer que o leu e descobriu que a menina era Ladybug. Quando o fotógrafo percebeu a distração do modelo, pediu um intervalo, para que ele pudesse beber água. Adrien sabia que não aguentaria mais nenhum segundo ali e, ainda sem saber ao certo o que iria fazer, encontrou um lugar seguro e se transformou. Pulou sobre os prédios da cidade e passou pelo Place des Vosges. Foi então que a viu, estava levantando do banco, preparando-se para ir embora. O loiro percebeu que esta era a sua oportunidade, estava segurando o diário nas mãos, assim ninguém o leria. Chat Noir desceu dos prédios e parou ao lado de Marinette, segurando seu braço.

— Chat, que susto, o que você… — a azulada foi interrompida.

— Preciso falar com você. — O gato encarou os olhos da azulada, estavam vermelhos. — Você… estava chorando?

— Isso não importa, apenas… diga o que você quer me dizer.

— Precisamos ir para um lugar mais reservado. — Disse o loiro, fazendo a menina perceber que todos os olhares estavam voltados para eles. Os dois foram para um lugar no parque que tinha poucas pessoas.

— Agora você pode me falar o que é tão importante? — A azulada perguntou.

— Bom, é que… — disse Chat Noir, pegando o diário — eu… encontrei isso. — O menino entregou o diário para Marinette, que o encarou assustada. — Acho que é seu, quer dizer, combina com a bolsa.

— Nossa, Chat Noir, muito obrigada. Eu nem sei como agradecer. — A menina percebeu que o felino estava com um semblante preocupado. — O que foi? Está tudo bem?

— É que… não foi só isso. Eu… — Marinette temia escutar o que estava imaginando — Eu li. Me desculpa, de verdade, sei que isso é errado, que é invasão de privacidade, mas não resisti, quando li meu nome eu… — Suspirou — precisava saber o que você achava de mim, me desculpa mesmo. Eu… sei o seu segredo, sei que você é a Ladybug. — A azulada não disse nada, continuou encarando o parceiro, ainda não acreditava que ele tinha feito aquilo. Enquanto estava sentada no banco do Place des Vosges, lembrou que, durante todo o percurso até a casa de Adrien, sua bolsa permaneceu fechada, então, se o diário caiu, deveria estar na casa dele. Quando se levantou, iria até o local, perguntar ao loiro se ele tinha encontrado. Então, se o diário estava na casa de Adrien, como Chat Noir o encontrou? — Eu sinto muito, Marinette, sei que desrespeitei sua decisão de manter nossas identidades em segredo. Eu sinto muito mesmo. — Disse o menino, colocando suas mãos sobre as da azulada, que seguravam o diário. Foi então que ela lembrou. O anel. Ela já tinha reparado que Adrien sempre estava com um anel prata, seria muita coincidência Chat Noir usar seu miraculous na mesma mão, não seria? A menina levantou o rosto e encarou o parceiro, seus olhares se encontraram e foi então que ela teve certeza.

— Você… você é o Adrien, não é? — O loiro a encarou, surpreso.

— Sim. — Os dois estavam muito próximos, suas mãos ainda estavam juntas e conseguiam ouvir a respiração do outro. Chat Noir, lentamente, aproximou seu rosto ao da azulada, finalmente descobriu quem era o amor de sua vida. Queria se declarar, beijá-la, abraçá-la e viver ao seu lado. Seus lábios estavam quase se tocando, quando ouviram um estrondo. Os dois suspiraram e afastaram-se. A menina o encarou, como se estivesse pedindo algo. — Pode ir, eu vou distrair o akumatizado. — A azulada assentiu e encontrou um local para se transformar.

Logo, Ladybug e Chat Noir estavam lutando contra mais um vilão de Hawk Moth. Durante a batalha, os dois heróis mal se falaram, ainda estavam pensando no que aconteceu, por essa razão, demoraram mais do que o normal para derrotar o akuma. Depois da luta, Chat Noir chamou a azulada para conversar, os dois foram para o beco e suas transformações chegaram ao fim, Plagg e Tikki dormiam sobre as mãos de seus respectivos mestres.

— Marinette, eu realmente sinto muito por ter lido seu diário.

— Sentir muito não vai mudar o que aconteceu. — A azulada suspirou e colocou a kwami em sua bolsa — Me desculpa, eu… estou muito confusa, é muita coisa para absorver em um dia só.

— Tudo bem, você precisa de um tempo para pensar. — Os dois ficaram se encarando em silêncio durante alguns segundos. — Marinette, eu realmente não queria que as coisas fossem assim, preferia que você me contasse.

— Mas acontece que as coisas são assim. Infelizmente, não podemos mudar o passado.

— Eu já entendi, não precisa ficar repetindo. — O silêncio permaneceu durante alguns minutos — Por que, Marinette? Por que tudo ficou tão complicado depois daquele dia no beco?

— Não sei, talvez porque você me beijou sem motivo ou porque leu meu diário. — Respondeu em um tom sarcástico.

— Caramba, eu não pedi desculpas por causa do diário?

— Você não entende, Adrien? Não foi só o diário! Foi tudo, a discussão, o beijo, os sentimentos confusos, tudo aconteceu de uma só vez.

— Eu não disse que o beijo… — O loiro foi interrompido.

— Por que você fez aquilo? Eu pensei que amasse a Ladybug, e não a Marinette!

— Vocês são a mesma pessoa!

— Você não entende mesmo, não é? Chat Noir é apaixonado pela Ladybug e eu sou apaixonada pelo Adrien!

— O quê? Mas… nós sabemos que… — Foi interrompido novamente.

— Os sentimentos de Chat Noir pela Ladybug não são segredo para ninguém, eu sabia que você gostava do meu alter ego, mas nunca imaginei que me beijaria como Marinette. Isso fez com que meus sentimentos pelo Adrien ficassem muito confusos e… ainda teve aquela garota.

— Que garota?

— A que te beijou no parque, provavelmente você nem deve se lembrar dela, assim como todas as outras.

— O quê? Eu nem conheço aquela maluca, ela que me beijou e eu a empurrei. Quando fui olhar, você nem estava mais lá.

— Acha que eu vou acreditar nisso?

— Está dizendo que eu estou mentindo?

— Sim, é isso que eu estou dizendo! Eu… pensei que você me amasse, mas… — suspirou. — Quer saber, não importa, isso nunca daria certo mesmo. — Antes que o loiro respondesse, a azulada se transformou e desapareceu sobre os prédios. Ele gostaria de ir atrás dela, mas, ao contrário da menina, não tinha alimentado seu kwami, que ainda dormia.

Os dois mal se falaram durante aquela semana, tanto na escola como nas batalhas contra os akumatizados.

— Marinette, posso te perguntar uma coisa? — Disse Alya.

— Claro. — Respondeu a azulada, distraída, enquanto copiava o que a professora escrevia no quadro.

— O que aconteceu entre você e o Adrien? Depois daquele dia do videogame, você nem fala mais dele, toda hora ele fica te encarando e, quando você olha, ele disfarça. Vocês brigaram?

— O quê? Não, quer dizer, não aconteceu nada, Alya, isso é coisa da sua cabeça. — Mentiu. A menina queria muito contar tudo o que aconteceu para sua amiga, mas não podia. Às vezes, sentia vontade de lhe dizer tudo, que era Ladybug, que Adrien era Chat Noir, o beijo no beco… Mas sabia que não podia.

— Olha, quando quiser contar, pode falar comigo tá? — A azulada assentiu.

Os dias foram passando, Marinette e Adrien continuavam falando o mínimo possível um com outro. Nenhum dos dois aguentava mais aquilo, porém ambos não sabiam o que dizer. A menina estava deitada sobre sua cama, pensando no que fazer para resolver esse problema quando ouviu batidas na janela.

— Adrien?

— Marinette, precisamos conversar.

— Filha, vem jantar! — Gritou Sabine, do andar de baixo.

— Agora não dá, se eu não descer, meus pais vão acabar subindo aqui e te ver. E vai ser muito difícil explicar o que Chat Noir está fazendo no meu quarto.

— Tudo bem, me encontre no Place des Vosges, às 23:30h. — A azulada assentiu, vendo o parceiro sair pela janela de seu quarto e desaparecer na noite parisiense. Logo em seguida, desceu as escadas e jantou com os pais. A menina quase não tocou na comida, estava pensando nos acontecimentos dos últimos dias, quando a mãe perguntou o motivo de sua distração. Marinette respondeu que estava com sono e iria dormir cedo, os pais assentiram e ela foi para o quarto. Sabine e Tom sabiam que não era aquilo, mas resolveram deixar a filha contar o que estava acontecendo quando se sentisse à vontade. A azulada deitou-se sobre a cama e começou a pensar no que diria para Adrien. Depois do desentendimento no beco, as coisas ficaram estranhas entre eles, os dois mal se falaram nos últimos dias. Sem perceber, adormeceu.

Assim que acordou, olhou no relógio digital de seu celular e, rapidamente, levantou-se, faltavam apenas cinco minutos para que encontrasse Adrien no parque. Arrumou-se depressa e se transformou, saindo pela janela. Quando chegou ao local, viu que o loiro ainda não estava lá, então sentou-se no banco e desfez sua transformação, pois achou estranho estar sozinha com o traje de Ladybug, principalmente naquele horário. Alguns minutos depois, Adrien chegou, trajado de Chat Noir, e se desculpou pelo atraso.

— Bom, o que queria me dizer? — A azulada perguntou, secamente.

— Eu… não aguento mais.

— Não aguenta mais o quê?

— Esse clima estranho entre a gente.

— Você sabe os motivos das coisas estarem assim.

— Eu sei, mas… não é só isso, eu… — suspirou — eu te amo, Marinette, não aguento ficar longe de você. — O loiro se aproximou da azulada e selou seus lábios com um beijo.

— Eu também não aguento mais.

— Então, por que estamos assim? Por que não ficamos juntos de uma vez?

— Porque nos apaixonamos apenas por uma parte de cada um, precisamos aprender a amar a outra parte.

— Por você, estou disposto a fazer tudo. — O silêncio permaneceu no local durante alguns minutos e ambos conseguiam ouvir suas respirações, estavam muito próximos.

— Nada disso adianta, não podemos ficar juntos.

— O quê? Por que não?

— Adrien, querendo ou não, ainda somos super-heróis, temos responsabilidades, prometemos proteger essa cidade, um relacionamento poderia complicar as coisas.

— Complicar? Temos que pensar na nossa felicidade.

— Eu sei, mas… e se começarmos a namorar, anunciarmos para todos que Ladybug e Chat Noir estão juntos, assim como Adrien e Marinette, e alguém descobrir que Chat Noir visita Marinette ou que Ladybug visita Adrien, podem começar a desconfiar da nossa verdadeira identidade, ou pior, podem usar nossos sentimentos para nos atingir, tentar usar a Marinette para que o Chat Noir entregue seu miraculous ou vice-versa. Lembra da Volpina? Quase entreguei meus brincos quando ela falou que jogaria o Adrien da torre Eiffel.

— É, você tem razão, pode complicar as coisas, mas não podemos pensar apenas na cidade.

— Somos super-heróis, temos responsabilidade pela segurança de cada cidadão, não podemos deixá-los em perigo por conta de um desejo egoísta.

— Marinette, você será feliz?

— O quê? Mas…

— Você será feliz? — A azulada suspirou pesadamente — Sei que somos responsáveis pela vida das pessoas, mas e a nossa? Vamos viver infelizes por conta disso? — O silêncio voltou a permanecer no local e, novamente, os dois conseguiam ouvir suas respirações.

— E os perigos que nós mesmos vamos correr?

— Vamos enfrentá-los juntos, pois, como você mesma disse, somos super-heróis. — A menina sorriu — Não sei como consegui viver todos esses dias sem ver esse sorriso lindo. — Sabe que, daqui para frente, todo cuidado é pouco não é?

— Sim, eu sei. — Os dois selaram novamente seus lábios com um beijo.

Quando aceitaram ser os protetores de Paris, Adrien e Marinette sabiam dos perigos que iriam enfrentar, mas nunca imaginaram que o preço da responsabilidade seria tão alto, principalmente agora, seis meses depois do acontecimento no Place des Vosges, o medo de perder o amor de suas vidas em uma batalha era constante e manter suas verdadeiras identidades em segredo das pessoas era muito mais difícil, porém, o amor que sentiam um pelo outro os fortalecia e incentivava a não desistir. 


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Notas finais do capítulo

E… fim. Obrigada por todos os favoritos, comentários e todos os que acompanharam a fanfic até aqui. Ah, quase esqueci do "então, o que acharam?" (risos)



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