O preço da responsabilidade escrita por ChattBug


Capítulo 2
Capítulo 2 - Segredos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o segundo capítulo. Espero que gostem e boa leitura!



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O sol atravessava a janela do quarto de Marinette, formando pequenos pontos de luz coloridos no local. A menina acordou animada, hoje faria o trabalho de literatura na casa de Adrien. Não era bem um encontro, mas sabia que aquilo seria uma grande evolução para ela. Estava tão ansiosa que até levantou-se da cama mais cedo que o normal.
— Bom dia, Tikki! — disse a azulada.
— Bom dia! Nossa! Você acordou antes do despertador, deve estar muito ansiosa.
— Estou mesmo.
Depois de se arrumar para ir ao colégio, desceu as escadas e cumprimentou seus pais com um "bom dia" bem animado. Ao chegar na escola, encontrou Alya.
— Oi, Marinette! Está animada para visitar seu príncipe?
— Muito! Ainda não acredito que vou na casa do Adrien! — Disse a menina, dando pulinhos de tanta felicidade. As amigas escutaram o sinal tocar e foram até a sala de aula. Alguns minutos depois, Adrien e Nino entraram no local e cumprimentaram as meninas, lembrando-as do horário em que iriam para a casa do loiro.
Depois das aulas, os quatro amigos foram para suas respectivas casas. A azulada avisou aos pais que iria para a casa de seu amigo e fazer o trabalho em grupo, foi para o seu quarto e começou a se arrumar. Sem querer, esbarrou na caixinha que guardava seu diário, fazendo a mesma cair no chão e quebrar o mecanismo que fechava sozinho quando alguém tentava pegar o caderno em que escrevia todos seus segredos, desde amar secretamente seu colega de classe até ao fato de ser a super-heroína de Paris. A menina olhou para o relógio e percebeu que, se fosse consertar a caixa, chegaria atrasada na casa de Adrien.
— E agora, Marinette? — perguntou a kwami.
— Não sei, Tikki. Se eu deixar aqui, alguém pode pegar, como daquela vez que a Chloé mandou a Sabrina. Vou levar para a casa do Adrien. — Respondeu a azulada.
— Tem certeza? Não acha perigoso? Qualquer um que ler pode descobrir que você é a Ladybug.
— Não tem outra opção. — Disse a menina, procurando uma bolsa para colocar seu diário. Marinette se despediu de seus pais e andou até o Place des Vosges para esperar Alya e irem juntas. A azulada correu os olhos pelo local e encontrou o beco em que Chat a levou no dia anterior. Lembrou-se do beijo e do sentimento confuso que a atormentou antes de dormir. Ela sabia que gostava de Adrien, então por que não rejeitou o beijo do parceiro? Ainda estava perdida em seus devaneios quando Alya chegou e lhe deu susto.
— Alya! Já não bastava ter me assustado ontem na aula? — Perguntou, fazendo a morena rir.
— Vamos logo, Marinette, senão você chegar atrasada na casa de seu príncipe encantado. — A menina pronunciou as duas últimas palavras cantando, fazendo a azulada corar.
As duas andaram até a casa de Adrien e conversaram no caminho. A morena reclamou do fato de não ter filmado o ataque do akumatizado no dia anterior, pois foi atingida pelo vilão.
— Marinette, o que aconteceu depois que eu fiquei presa dentro daquele furacão? — Perguntou Alya, porém a azulada não respondeu, pois lembrou de Chat Noir a beijando no beco, mas logo sacudiu a cabeça levemente, tentando tirar aquele pensamento dali. "Marinette, você gosta do Adrien e vai para a casa dele!", dizia para si mesma. — Marinette? — Alya chamou a amiga, que não tinha respondido a pergunta.
— Oi. — Disse a menina, ainda pensando em seus sentimentos pelo parceiro.
— Você não respondeu.
— Não respondi o quê?
— A minha pergunta!
— Ah! Eu não sei o que aconteceu, também fui atingida pelo akumatizado. — Mentiu.
Quando chegaram ao local, Adrien e Nino as esperavam. O loiro levou os amigos até seu quarto.
— Fiquem à vontade. — Disse o menino. Logo, os quatro amigos começaram a pesquisar sobre Alexandre Dumas e suas obras. Confeccionaram um cartaz e ensaiaram a apresentação que iriam fazer para a turma. Apesar de ter sido um trabalho escolar, todos se divertiram.
— Agora que terminamos, vocês querem jogar Ultimate Mecha Strike III? — Perguntou o loiro.
— Não, acho que vou deixar para os profissionais, minha mãe pediu para cuidar das minhas irmãs, porque ela tem que resolver umas coisas. — falou Alya — Você não me disse que tinha um compromisso, Nino?
— O quê? De onde você tirou iss… — A morena pisou no pé do menino, arrancando um grito de dor do mesmo. Nesse momento, o moreno entendeu o que Alya quis dizer. — Ah! Eu lembrei que… vou levar o meu… cachorro para… vacinar. — A morena colocou a mão na testa.
— Bom, então nós estamos indo. Tchau Adrien, obrigada por oferecer sua casa. — Alya chegou perto de Marinette — É a sua chance, não desperdice! — Cochichou no ouvido da amiga.
— O quê? Mas… — A azulada foi interrompida.
— Tchau, Marinette! — Disse a morena, seguida por Nino.
— Então… acho que somos só nós dois agora. — Disse o loiro, fazendo a menina corar.
— Sim, só eu e você. — Gaguejou.
— Vamos jogar?
— Claro! — A azulada se levantou da cadeira e acabou deixando sua bolsa cair. Adrien ajudou a pegar algumas coisas, mas nenhum dos dois percebeu que um diário tinha caído embaixo da mesa. — Obrigada!
— De nada! — Os dois começaram a jogar videogame e, aos poucos, a menina perdia sua timidez, mas ainda gaguejava quando falava com o loiro.
— Nossa! Já está tarde! Eu… tenho que ir.
— Já? — Por alguma razão, Adrien queria que Marinette ficasse. Talvez, por se sentir sozinho naquela casa enorme ou por querer jogar um pouco mais de videogame, já que aquele jogo era mais divertido em dupla, ou… não, ele não poderia estar gostando de Marinette, poderia? Sabia que o amor de sua vida era Ladybug. De repente, o loiro lembrou do dia anterior, quando estava com a azulada no beco.
— É, eu… preciso ir. Amanhã tem a apresentação do trabalho no primeiro tempo e eu não quero chegar atrasada.
— É, você tem razão. — O menino percebeu que, se a azulada continuasse ali, seus sentimentos ficariam ainda mais confusos. Talvez fosse melhor ela ir para casa.
— Bom, então… tchau.
— Marinette, você… quer que eu te leve até sua casa? — Adrien perguntou e a menina o encarou surpresa. — Quer dizer… está tarde e é meio perigoso você ir andando sozinha. Vou pedir para meu motorista te levar.
— O quê? Não precisa…
— Não, eu faço questão de ir com você.
— Bom, então tudo bem.
O loiro conversou com seu motorista e Marinette explicou onde morava. Logo, os dois estavam dentro do carro. Durante o percurso, eles ficaram em silêncio, não sabiam bem o que dizer. Assim que chegaram, o menino desceu do veículo e abriu a porta para a azulada, que agradeceu.
— Adrien… — A menina lembrou das palavras de Alya "é a sua chance". Pensou em se declarar, dizer tudo o que sentia, mas algo a impediu. Talvez a timidez, o nervosismo ou a lembrança do beijo de um certo gato.
— Sim? — Disse o loiro. Por um momento, Marinette até esqueceu que tinha chamado o menino.
— Obrigada… por tudo. — Seus olhos se encontraram e os dois ficaram em silêncio durante alguns segundos. A azulada corou e desviou o olhar. — Ah, e agradeça ao seu motorista, ele… é meio quieto não é? — Os dois riram — É sério, muito obrigada mesmo.
— Não foi nada, é para isso que servem os amigos, não é? — Adrien não percebeu o impacto que a palavra "amigos" causou na azulada.
— É claro. — Disse a menina, forçando um sorriso.
— Bom, então… tchau!
— Tchau! — Marinette observou Adrien entrar no carro, que desapareceu pelas ruas de Paris. Ainda com a voz do loiro dizendo "amigos" em sua mente, azulada entrou em casa. — Oi pai, oi mãe!
— Oi filha, como foi o trabalho? — Perguntou Sabine, que assistia televisão ao lado de Tom.
— Foi bem. Eu… vou subir, a apresentação será amanhã e eu não quero chegar atrasada. Boa noite!
— Boa noite! — Respondeu o casal, em coro.
A azulada deitou na cama, ainda pensando no que o loiro disse. "Amigos, por que apenas isso?" era a pergunta que rondava na sua cabeça. Por um momento, pensou em Chat Noir. Por que ela não era como ele? Por que tinha vergonha de se declarar? Bom, Chat nunca se declarou oficialmente para Ladybug, mas qualquer um poderia perceber os sentimentos dele pela joaninha. Lembrou-se do beijo no dia anterior. Por que ele tinha feito aquilo com ela? Foi o calor do momento? Será que o felino também sentia algo por Marinette? Será que fazia isso com todas as garotas? Será que ele descobrira sua verdadeira identidade? Não, isso não era possível, ela tomou todos os cuidados necessários. Não tomou?
Adrien chegou em casa, agradeceu ao seu motorista, que chamava carinhosamente de Gorila, e foi para seu quarto. Andando pelo local, percebeu que seus pés chutaram algo no chão, quando foi ver o que era, se surpreendeu. Um caderno rosa, com pequenas bolinhas brancas.
— O que é isso? — Perguntou para si mesmo e, por curiosidade, puxou a fivela e abriu. Na primeira página leu rapidamente as palavras "querido diário" e imediatamente parou de ler. Olhou para a capa novamente e lembrou-se de Marinette, a estampa de sua bolsa era idêntica àquela.
— Nossa! Que bonito, o que é isso? É de comer? — Perguntou Plagg, quando viu o loiro segurando algo.
— Não! É o diário da Marinette. Não mexa, amanhã vou devolver. — Respondeu o loiro.
— E você não vai ler nenhuma página? Nadinha?
— Claro que não! Diário é uma coisa muito pessoal e ler seria invasão de privacidade.
— Ah, pare de tentar ser o garoto certinho — disse o kwami, tentando pegar o objeto da mão de Adrien, fazendo o diário cair no chão, aberto. — Querido diário, hoje o Chat Noir…
— Não! Pare de ler! — Gritou o loiro, segurando Plagg — Ficou maluco?
— Ah, fala sério! Não quer saber o que ela pensa sobre você?
— Não, isso é pessoal, já te falei. — O loiro se ajoelhou para pegar o diário que estava no chão e, quando foi fechá-lo, leu as palavras "Chat Noir".
— É só ler, Adrien. — Disse o kwami.
— Não! Eu não vou fazer isso. — Disse, fechando o diário. — Amanhã eu vou devolver para a Marinette. Boa noite! — O loiro colocou o objeto sobre sua escrivaninha, para não se esquecer de levar para a escola no dia seguinte. Tentou dormir, mas não conseguia, seus olhos sempre encaravam o caderno de Marinette. A curiosidade parecia ser mais forte do que ele. Apagou a luz, mas a luminosidade da rua atravessava sua janela, iluminando o diário. Não aguentava mais aquilo. Levantou-se da cama, pegou o objeto e abriu sua mochila, assim não olharia para ele, mas ainda queria saber o que a azulada pensava sobre Chat Noir. O loiro não resistiu, puxou a fivela que prendia o diário e começou a ler.
"Querido diário, hoje eu e o Chat Noir enfrentamos mais um akumatizado. O vilão era bem forte, mas nada que a dupla imbatível de Paris não pudesse resolver. No fim da batalha, eu tive que sair correndo, pois já tinha usado o talismã e faltava pouco tempo para que eu me transformasse de volta. Quase que o Chat Noir descobriu minha identidade, tive que encontrar um lugar seguro para que ele não me visse, mas no final deu tudo certo."
Adrien parou de ler. Não por sentir que era errado, mas por surpresa.
— A Marinette é a Ladybug?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo e último capítulo será postado depois de amanhã. Obrigada por ler!



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