Time for Us escrita por The Deserters


Capítulo 10
Into It


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores queridos.
Tudo bem com vocês?
Como vão as metas para este 2018?
E outra: vocês já ouviram o álbum maravilhoso da Camila Cabello?
Em todo caso, eu recomendo que escutem a faixa Into It para esse capítulo.
Espero que gostem!



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A batida viciante ecoava na atmosfera carregada da boate. A euforia e o compasso frenético dos corpos se destacavam pelos contornos na penumbra, o jogo de luzes os denunciando sutilmente.

A mulher engolira em seco ao adentrar no espaço que exalava tanta tensão e energia lasciva, mas persistira em seu trajeto, cortando o mar de corpos com dificuldade até alcançar o bar na lateral direita do estabelecimento.

O som se distorcia nas estrondosas caixas de autofalantes, embora os que dançavam pouco pareciam se incomodar. O ritmo impregnava até mesmo o bartender que manuseava as bebidas como se fosse um dançarino de salsa profissional, as garrafas voluptuosas de vodca e whisky eram suas parceiras fieis.

A ruiva rira com o pensamento, mas não conseguira evitar e agora notava o delineado dos músculos dele na camisa branca, as mangas dobradas de qualquer forma liberavam a pele bronzeada até os cotovelos e a gola v permitia ainda mais da visão provocativa. O rubor no rosto dela se tornara ainda mais aparente quando percebera que havia sido descoberta em sua apreciação silenciosa.

O homem sorriu cheio de dentes e fizera um gesto sinalizando as garrafas à disposição atrás dele. Ela assentira envergonhara e se aproximara tímida para fazer seu pedido. “Uma vodka com tônica”, dissera com a voz fraca.

“Jurava que você era do time tequila, mas tenho certeza que esses cabelos de fogo ainda guardam muitas surpresas”, ele respondera sorridente, piscando para a mulher que agora corava com a constatação.

“Talvez”, ela se resumira a responder, mordendo nervosa o lábio inferior.

“Belvedere, Sminorff ou Absolut?”, ele perguntara curioso, enquanto preparava o drink.

“Acho que a moça gostará mais se o drink levar a Stoli Elit. Não acha, Oberyn?”. A voz em seu encalce despertara arrepios em sua pele, era tão familiar como se pertencesse a um sonho distante e, ainda assim, irreconhecível em suas notas graves e roucas.

A ruiva se virou em busca da dona daquela melodia peculiar e se deparara diretamente com olhos penetrantes que faziam questão de capturar todo o cintilar azulado dos céus. Se o sorriso do bartender havia demonstrado certas características predatórias, este agora lhe apresentava novos significados para a palavra.

Sansa ofegara subitamente, acompanhando o corpo da morena à sua frente – uma verdadeira obra de arte em seu vestido justo e sobretudo pretos, ambas as peças que abraçavam sua forma perfeitamente. O pigarro a chamara à atenção e a ruiva fora recebida por dois pares de olhos intrigados, um deles abrigava uma derrota conformada, já o outro, vitorioso e divertido, a prendia.

“Oi! Tyrell, por que você sempre tem que roubar as boas chances de mim?”, resmungara o homem que antes despertara a atenção de Sansa, mas que agora lhe parecia apenas uma charmosa introdução à entrada principal. O pensamento a fizera sorrir envergonhada e o brilho nos olhos da morena se intensificara - certamente demonstrava seu deleite ao ver os lábios da ruiva contorcidos em divertimento.

 “Desculpe pela falta de modos desse brutamontes”, ela dissera, aproximando-se de Sansa. As duas riam em cumplicidade da cara amarrada do homem, mas o riso morrera na garganta da nortenha quando a morena fizera menção de sussurrar em seu ouvido.

“Me chamo Margaery Tyrell. A quem devo a honra de comprar este drink?”, o calor e o frescor do hálito dela embriagavam sua mente de tal sorte que Sansa tivera que se deter antes que pusesse a prova suas conjecturas sobre aquela boca. A corrente elétrica que permeava a conexão entre as duas era demais para suportar.

A ruiva poderia jurar que a mulher à sua frente já havia lhe perseguido em pensamentos, ainda que estes não fossem de todo conscientes. Era a exata sensação de relembrar algo muito querido que há tempos não se pensava. Ou algo perdido em memórias tão antigas e desbotadas, mas despertado pela familiaridade dos sentidos.

Contudo, ao recobrar sua atenção e tentar respondê-la, Sansa fora interrompida pelo bartender que se negava a ser esquecido.

“Você sabe que terá que comprar a garrafa, não é? É o protocolo, essa marca só vale pra caixa selada”, ele falara pensativo, arranhando a barba por fazer. A mulher respondera com um leve revirar de olhos e em questão de segundos deslizara o cartão de crédito black para a bancada do bar.

Oberyn estava a um passo de fazer a transação quando Sansa se desvencilhara de seu torpor mental e irrompera timidamente. “Eu agradeço a gentileza, srta. Tyrell. Mas creio que comprar uma garrafa dessas seria um exagero, eu aceito qualquer das outras opções sem problema algum”, ela dissera nervosa, desviando o olhar daqueles orbes aguçados. “Afinal, quanto custa essa garrafa?”, perguntara a Oberyn e o brilho divertido no sorriso irônico dele gelara sua espinha.

“Ah...essa coisinha”, ele dissera, brincando com a caixa estilizada de madeira. “A edição que temos aqui é a do Himalaia e essa belezura custa apenas 5 mil dragões de ouro”. O semblante do homem agora era sério, as sobrancelhas se arqueavam em desafio ao colocar o objeto na bancada em frente às duas.

“Mas Margaery pode pagar, docinho. Eu se fosse você, aceitaria”. Agora, o sorriso dele voltava com força, como se nunca tivesse desaparecido e Sansa tivera a vontade de xingá-lo.

“É verdade”, a mulher ao seu lado assentia com um leve toque de presunção em seus lábios carnudos e avermelhados. “Além de que nada me faria mais feliz do que dividir esta elegante bebida com uma bela, enigmática e igualmente elegante companhia”, ela dissera com os olhos escurecidos, marcando suas intenções nem um pouco sutis.

Sansa sentira a boca ficar seca, os arrepios em seu corpo eram incentivados pelo toque elétrico dos dedos da morena em suas costas. Tal toque e a inegável eletricidade entre as duas, tornara a nortenha mais curiosa do que cautelosa. E, ainda que a contragosto, abandonara seus receios ao ver aquele maldito sorriso se alargar e cedera com um aperto incisivo de suas mãos na bancada do bar, mantendo o equilíbrio que lhe fugia no momento.

“Oberyn, peça a Ellaria que leve as bebidas ao saguão privado. À cabine de sempre”, ela dissera com firmeza sem retirar os olhos da boca de Sansa, o que não passou despercebido pela ruiva, que corava novamente.

Enquanto seguiam pelas escadas e ao acesso para à área reservada da boate, a nortenha se perguntava a quantas garotas Margaery já teria feito esse pedido e quantas garrafas extremamente caras aquele cartão já teria comprado com a maior facilidade do mundo.

O sentimento a deixara ansiosa e trouxera um misto ilógico de ciúmes em seu estômago. Não sabia explicar porque este pensamento a afetava tanto, ainda mais com alguém que supostamente acabara de conhecer. Era verdade que a morena lhe parecia tão familiar e a conexão entre elas era surreal, mas nada racionalizava a tranquilidade que a companhia dela trazia ao seu corpo e ao mesmo tempo a violência de reações perante o corpo dela. Ainda, sentia-se na presença de alguém querido e isso bagunçava sua mente.

Chegaram ao saguão privado e, no centro do cômodo espaço e circular, o DJ tocava uma setlist menos agitada e mais sinfônica, as notas de jazz e hip hop se misturavam em graves agradáveis. Margaery a direcionava para uma das cabines que cercavam a pista de dança. Era curioso como a boate parecia tão pequena e lotada no andar abaixo, mas o seu espaço parecia aumentar e se abrilhantar neste setor.

Entraram na cabine e a morena fizera menção para que Sansa se sentisse à vontade para se sentar no sofá semicircular. A Tyrell fechara as cortinas de seda e a iluminação da luminária à mesa deixara a atmosfera mais íntima, as cores avermelhadas do cômodo realçavam o contraste entre pele alva e os lábios da morena, o que fizera a temperatura de Sansa subir ao pensar no quão suculenta seria a boca dela.

Margaery notara, é claro. Não parecia existir coisa alguma que esta mulher tão misteriosa e familiar não poderia perceber. E com o conhecimento da evidente atração da ruiva, a morena se aproximara felinamente, sentando-se quase em seu colo, apesar de todo o espaço disponível para elas.

“Sabe...esses seus olhos e essa sua expressão ingênua estão me atormentando desde que te vi entrar no clube”, a voz dela era sôfrega e percorrera todo o âmago de Sansa até apertar em seu núcleo. A ruiva unia as pernas com violência em uma vã tentativa de aliviar a dor do desejo em suas partes íntimas.

“Quer dizer que você me observou a noite toda?”, ela conseguira arguir com a respiração pesada. Era difícil fingir confiança perante a aproximação de seus rostos.

“Mmmhmmm”, gemera Margaery enquanto roçava seu nariz e os lábios pelo pescoço de Sansa. “Eu ainda não sei se me irrito com o fato de suas amigas terem lhe abandonado ao primeiro sinal de uma transa acessível ou se eu as agradeço por terem me permitido estar aqui com você...e talvez...algo a mais...se você estiver a fim”.

A voz rouca da Tyrell a enlouquecia e as evidências iriam desde os seus pelos arrepiados e o bater descompassado de seu coração até a concentração de certa umidade cálida entre suas pernas. Sansa respondera com um gemido e encontrara o ponto de ebulição de seu autocontrole na sedução líquida que transbordava em cada palavra da mulher ao seu lado.

“Eu estou a fim...se você estiver a fim”, rosnara a nortenha, despertando sua agressividade ao sentir os dentes da morena fincarem no ponto de pulso de seu pescoço. Depois deste momento a eclosão entre elas era inevitável. Sansa puxara a Tyrell para si em um beijo explosivo e desesperado, ambas sedentas pelo sabor da outra, as respirações rarefeitas enquanto suas línguas lutavam efusivas pelo controle. Margaery parecia vencer a disputa e surpreendera a ruiva ao subir suas mãos pelas suas coxas, o que causara arfares e tremores nesta.

As mulheres estavam tão perdidas em si que pouco notaram quando a sua bolha de intimidade teria sido invadida pela chegada das bebidas. Ellaria Sand rira e passara a posicionar os drinks e o balde de gelo com a terrivelmente cara garrafa de vodca na mesinha ao centro, o que assustara as duas.

“Oh. Não parem por minha conta”, ela dissera cínica e completara: “Aproveite, meu bem. Você deve ser uma garota e tanto se esta daqui...”, falara apontando para Margaery, que bufava a contragosto, “...está pagando em uma noite o que ela não gastaria em um mês aqui com o irmão dela”.

Sansa notara divertida o rubor se espalhar pelo rosto da morena e acera em resposta à despedida risonha de Ellaria.

“Quer dizer que você não gastaria 5 mil dragões de ouro por qualquer transa, hein?”, a ruiva perguntara casualmente com a súbita coragem que seu estado de excitação lhe causava. A morena rira constrangida e escondera-se na curvatura do pescoço da nortenha, aproveitando para mordiscá-lo.

“Eu disse que você estava me atormentando”, Margaery soltara rouca em seu ouvido e Sansa a jogara no sofá bruscamente, as duas presas em mais um encontro eufórico entre suas bocas, os membros em desespero por cada toque e o contato entre seus pulsares aumentava ainda mais o desejo e a eletricidade entre elas.

Sansa posicionara sua perna entre as da Tyrell e sentira a morena se desvencilhar do beijo em sua busca tão necessária por ar. O arfar desta em seu ouvido a mergulhava em mais um de seus estados de torpor, seu corpo reagia por conta própria e Sansa se embrenhava mais uma vez naquela sensação de familiaridade.

O choque desencadeado pelo encontro de sua pele e a umidade da morena, ainda que sentida através de suas roupas, a fizera perder a linha e a nortenha soltara um gemido de apreciação.

“Lobinha”, Margaery sussurrava em seu ouvido e mais uma onda de reconhecimento percorria seu corpo. Sansa decidira por ignorá-lo e suas mãos agora desabotoavam o sobretudo da morena às presas, pressionando-lhe a carne e lhe tirando mais gemidos. Mais uma vez viera o mesmo apelo da mulher e a nova onda de familiaridade a emergia em uma névoa paralisante.

“Lobinha, acorda”

A névoa se dissipava e Sansa acordara sobressaltada, o suor em sua testa e o aperto entre suas pernas a desorientavam. Ao seu lado, o mar de cabelos castanhos ainda caía pelos seus ombros, a mão da mulher lhe acariciava o rosto. Margaery, a dona daqueles olhos azuis sonolentos a olhava atentamente.

“Lobinha, você está inquieta e choramingando. Foi outro pesadelo?”, ela perguntara suavemente com o rosto contorcido em preocupação.

“Não”, a voz saíra quebrada e rouca em virtude da mistura de sono e excitação. O pulsar de querer se intensificava ao constatar o abraço entre os corpos das duas naquela cama king-size. O perfume de Margaery lhe invadia as narinas com violência e a sensação da perna da morena entre as suas, próximo ao lugar que a ansiava tanto, eram suficientes para retirar o pouco de sanidade que restava na mente de Sansa após aquele sonho. “Definitivamente não era um pesadelo”.

“Mas amor...Oh”

Sansa sentiu que sua sina se completara no momento de epifania da morena. Naquele exato momento, qualquer traço de preocupação e cuidado no semblante da Tyrell se transformara em uma expressão de pura travessura e desígnios malignos.

A nortenha não pode conter o gemido alto que escapara por seus lábios quando o corpo de Margaery se movimentara e o joelho dela se encontrara justamente com seu núcleo pulsante. Os choques de excitação e eletricidade lhe nublavam a mente mais uma vez, era impossível pensar com tanto querer.

Os olhos cintilantes da morena denunciavam sua empolgação, mas os dizeres proferidos enquanto esta começara a se despir marcaram Sansa com arrepios por toda sua extensão.

“Bem...se você estiver a fim, eu estou muito a fim”


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Notas finais do capítulo

Desculpem se eu fui muito má em ter cortado as coisas por aqui!
Gostaria muito da opinião de vocês se querem ou não capítulos mais explícitos.

P.s.: O feedback de vocês é amado, apreciado e me ajuda muito a melhorar na escrita. Um abração de urso em todos vocês, principalmente nessas pessoinhas que comentam e me deixam saber se o que eu estou fazendo não é uma loucura mal feita :3



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