Vinte anos se passaram desde então. Konoha tornou a crescer, voltando a ser uma potência mundial. Com a ajuda das demais nações, foi reflorestada e teve seu solo fertilizado, além de aumentar a cooperação com outras vilas, em especial por sua redução populacional. Konoha se tornou um centro comercial invejável, de líderes jovens, agora não tão jovens, e habilidosos.

A Vila da Areia se tornou o maior aliado de Konoha, por conta do relacionamento amoroso entre a Kazekage e o Conselheiro do Hokage.

Paralelamente, com o apoio total da Areia e da Folha, pequenas vilas como a Aldeia da Chuva voltaram a ter sua independência financeira e militar.

O novo Escritório do Hokage se situava exatamente ao centro de Konoha, sendo completamente igual ao anterior em aparência. Dentro dele, Naruto recepcionava sua esposa e filhos. Hinata ainda conservava a mesma beleza de antes, mas ocupava um espaço maior com seu corpo e suas ideias. A filha mais nova de Hinata era praticamente uma miniatura dela com sete anos de idade, enquanto que o mais velho era idêntico à Naruto, apesar de seus cabelos serem mais elevados e volumosos e seus olhos serem brancos, e possuía doze anos de idade. Seus nomes eram: Boruto e Himawari. Boruto avisou:
— Tá na hora de brincar, papai!
Naruto lamentou:
— Não posso, tenho muitos papéis acumulados para resolver. Posso fazer um clone para brincar contigo.
— Mas assim não tem graça! Tem que ser o “você de verdade”!
— Sinto muito, mas os deveres de um Hokage são muito extensos. E então Hinata, sobre o que queria me avisar?
Hinata respondeu:
— Assim que acordaram, os dois tiveram um lampejo do Byakugan. Assim como nós queríamos, a família principal continua possuindo herdeiros!
— Que ótimo Hina.
Boruto tentou ganhar sua atenção:
— O que acha da minha roupa?
Naruto retirou o chapéu de Hokage, o posicionou sobre a mesa e avaliou o filho:
— É bonita, apesar de eu preferir laranja a preto. Ficou estiloso, até! Seu quimono lilás também ficou lindo, Hima!

Himawari corou levemente e sorriu de modo tímido ao pai. Enquanto Boruto pareceu decepcionado. Hinata acariciou a cabeça de ambos e falou:
— Bem, agora que já visitamos o papai é hora de voltar pra casa. Hoje é dia de Academia Ninja pra você, Boruto.
Naruto dirigiu a seu filho um olhar melancólico e prometeu:
— No dia da entrega das notas eu irei contigo, filho. Eu prometo!
Boruto, irreconhecível, discordou:
— Você nunca cumpre o que promete!
Naruto olhou seriamente para Hinata, que avisou:
— Quando chegarmos em casa teremos uma conversa séria, mocinho.

Acima de uma inscrição no chão a frente da mesa do Hokage, surgiu um ANBU. Ele vestia uma calça preta, camiseta também preta com um colete de aço cobrindo o peito e as costas, uma espada acoplada a suas costas e uma máscara branca com traços animalescos em vermelho. O tom monocromático de sua roupa contrastava com os seus cabelos ruivos. Ajoelhado, ele relatou com voz firme, porém benevolente:
— Não conseguimos encontrar o restante do rastro de Kabuto. Parece que ele nos enganou outra vez, ou então, está fugindo numa velocidade gigantesca. Sinto muito por falhar na missão, pai.

Naruto o falou:
— Sem problemas. Eu sabia que não seria fácil. Espero que ele continue nas sombras, mas caso ele se apresente, ainda será sua missão o capturar. Entendeu, Junsui?
— Entendido! E também, Suyoku encontrou um livro com informações sobre o nosso clã na extremidade do país do fogo. Ela e a mãe estão indo verificar se ainda há algo nos locais indicados. Seria melhor se o Senhor fosse, mas não parece ter tempo para isto.
— De fato, eu bem que gostaria, mas ando um tanto atarefado. Obrigado por me manter avisado.
— Não é mais do que a minha obrigação, como ANBU e como filho!

Junsui sumiu da mesma forma com que apareceu. Deixando Naruto sorridente. Boruto pediu:
— Quando vai me ensinar uma técnica como essa?
— Acho que seria melhor você pedir isso ao seu tio Neji, já que ele também tem o Byakugan.

Boruto pareceu não aceitar bem aquilo, imediatamente, Hinata e seus filhos deixaram o escritório, enquanto Naruto acariciava a própria testa buscando inspiração para lidar com Boruto.

No escritório da chefe do Esquadrão Médico, Ino conversava com Sakura:
— Meu filho é uma coisa linda, cabelo loiro e sedoso com aquela pele branca que ele herdou do pai.
— Me parece mais uma criança anêmica.
— Isso é puro despeito seu por ter aquele pirralho de sobrancelhas de taturana!
— Olha como fala do meu Sendoki! Ele vai ser forte como o pai quando for um pouco mais velho! E se a beleza dele não for o suficiente, a minha compensa, sua Tábua de Passar!
— Fala sério, temos 12 anos de novo? Até que a gente deu uma crescida, mas nada que chegue aos pés de Tsunade.
Sakura olhou cabisbaixa para o símbolo de sorte em seu jaleco branco e comentou:
— Acho que vou fazer uma visita ao túmulo dela, já faz um tempo que não vou...

Numa churrascaria, Chouji, Neji e Lee comemoravam. Chouji em plena forma física, assim como os demais. Lee era pura felicidade:
— Meu filho já consegue abrir o Primeiro Portão! E isso com 12 anos de idade! Imaginem quando chegar ao auge?
Neji comentou:
— O destino das gerações posteriores é superar as anteriores. Tenho certeza de que Tekume irá me superar.
Chouji explicou:
— Por isso que não quero ter filhos. Gosto de ser o maioral!
— Mas assim não vai dar sequência ao seu clã, Chouji. Acho que vou pedir a Shikamaru que te convença.
— Espera aí, isso já é covardia. Deixa o Shikamaru lá cuidando de seus deveres políticos que tá tudo certo.
Lee ponderou:
— Deve ser complicado pra ele viver indo de vila a vila, e ainda assim ter um filho pra criar...
— É nisso que dá querer um relacionamento à distância.

Na Academia Ninja, Juugo lecionava sobre Educação Moral e Cívica para sua classe de 25 alunos, entre eles, Boruto.

No Monumento aos Hokage, na terceira das seis cabeças, Konohamaru admirava a vista do horizonte:
— Vovô ficaria orgulhoso de mim se soubesse o quanto me esforcei para ser um grande ninja...
Moegi se aproximou e o chamou:
— Pare de sonhar acordado, temos que seguir a pista dos Akatsuki. Vai mesmo desobedecer uma ordem direta do Chefe?
Konohamaru riu:
— Não, claro que não. Só estava buscando inspiração no maior homem que já conheci. Que infelizmente, não valorizei enquanto pude...
Vendo a emoção crescer em seu amigo, Moegi falou:
— Não se martirize. Você era apenas uma criança. E ele sabia disso. Se quer honrar o Terceiro Hokage e o seu tio, então cumpra com excelência a sua missão. E acima de tudo, tenha um sorriso no rosto!

Konohamaru sorriu largamente e a abraçou, em seguida lhe disse algo em seu ouvido que a fez sorrir como ele. Logo em seguida, rumaram para o País do Ferro junto de Udon.

Naruto fez uma pausa para o almoço e desembalou um pote de ramen, enquanto uma voz em seu interior o aconselhava:
— Por que não faz um clone para cuidar do trabalho e vai brincar com o garoto?
— Você sabe que eu não posso inverter as minhas prioridades, Kurama. Está do lado dele?
— Não estou do lado de ninguém, só acho que está negligenciando o filho.
— Por que eu faria isso? Ele é meu filho.
— Talvez porque ele não é um Uzumaki, mas sim um Hyuuga.
— Acha que eu trato meus filhos de modo diferente por algo tão ridículo? Você me conhece Kurama, não sou assim.
— Talvez não conscientemente. Você pode ter uma predileção pelos filhos ruivos, talvez até uma ligação emocional maior.
— Não, são pelas épocas diferentes. Quando Junsui e Suyoku nasceram eu tinha muito menos trabalho...
— E mais disposição emocional. Não acha que está se estressando muito?
— Devo tratar meus deveres como coisas importantes. Ou quer que eu largue a vila para me divertir?
— Não. Eu só acho que se antes você exagerava na diversão, agora exagera no trabalho. Precisa curtir mais.
— Nisso você tem razão.

E assim o mundo seguiu, cada um com suas nuances, seus problemas e seus deveres.