Naruto - Final Alternativo escrita por João Renato


Capítulo 48
Quem Sou Eu?


Notas iniciais do capítulo

O nome desse capítulo junto da numeração são uma referência ao volume 48 do mangá, o volume final do Arco de Invasão a Konoha, o qual é considerado por muitos (incluindo eu mesmo) o final ideal para Naruto.



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Todos se foram, exceto Karin, que tocou Naruto nos ombros e perguntou:
— Por que não está usando a vestimenta de um Hokage?
Naruto, cabisbaixo, a respondeu:
— Não me sinto digno dela.
— Sabe, quanto àquela história de reestabelecer o clã...
— Agora não, Karin. Agora não.
Naruto então deixou Karin, que entendeu que levaria certo tempo até Naruto voltar a ser como antes.

Naruto caminhou, em meio às pessoas e ninjas que tentavam construir comércios, parou em frente ao que um dia foi o Ichiraku, agora apenas um monte de entulho com a placa do restaurante ao chão em sua frente, se ajoelhou e encostou o rosto no chão. Em seguida, murmurou:
— O que eu sou? Se tudo na minha vida é reflexo de Ashura... Eu não sou ninguém? Ou não existo? Eu queria entender...
A voz no interior de Naruto tornou a falar:
— Não fique bitolado naquilo que o Velho disse. Independente de qualquer outra coisa, você é Naruto Uzumaki. É isso o que importa. Ou já se esqueceu daquele livro?
Naruto puxou pela memória:
— Contos... De um Ninja de Fibra...!
Naruto sorriu e murmurou novamente:
— Obrigado por me lembrar de quem eu sou, Kurama!
— Então... O Velho te contou...
— Eu te prometo, Kurama, assim que toda essa bagunça acabar, eu irei abrir o selo. Pois você não é uma raposa demoníaca, você é um membro da Vila da Folha!

Kyuubi sorriu. Ambos sorriram.

Nos dias que se seguiram, as instituições de Konoha foram se reestabelecendo, enquanto o mundo continuava perplexo com tamanha destruição que havia ocorrido. Em poucos meses, toda a estrutura básica de Konoha havia voltado a funcionar e as primeiras casas estavam sendo construídas.

Naruto foi ao que ainda havia do bairro dos Hyuuga falar com Hinata, que plantava flores num canteiro vestindo um quimono arroxeado. Naruto, que vestia uma blusa laranja e preto com uma calça preta, a cumprimentou:
— Você tornou esse lugar mais bonito.
Timidamente, Hinata respondeu:
— A flor ainda vai brotar, então eu ainda não o tornei mais bonito.
— Eu não falava da flor, mas de você. Como você sempre foi quieta, eu nunca reparei, mas, olhar para você me faz perceber que o mundo pode ser belo, apesar de tudo o que acontece de ruim nele.

Hinata ruborizou e passou a olhar para o chão ao lado de Naruto, ao que o mesmo agachou, tomou-lhe as mãos e conquistou seu olhar, voltando a dizer:
— Você me disse uma vez que meu sorriso te salvou, pois saiba que, quem me salvou de verdade foi você. Você salvou toda a Aldeia!
— Aquela vez do Pain?
— Não. Todas as vezes que chegou perto de mim. Eu passei por momentos difíceis, e te olhar, sentir a sua energia, me ajudou a superar todas as dores. Talvez eu nunca tenha feito nada por vontade própria, mas ainda há tempo de mudar isso!

Naruto se levantou, ajudando Hinata a se erguer. Sem entender, Hinata o questionou:
— Obrigada por tudo o que disse, mas, como assim não fez nada por vontade própria?
— Não importa mais. Nunca mais importará!
Naruto então envolveu as costas de Hinata com seus braços e, dando a ela tempo de reagir, a beijou.

Naquela tarde, a líder dos Hyuuga não beijou a Criança da Profecia, nem o Jinchuuriki da Nove Caudas, muito menos o Sétimo Hokage. Naquela tarde, Hinata Hyuuga beijou Naruto Uzumaki.

Na casa dos Yamanaka, cuja qual foi construída para dar suporte à floricultura, Karin, Ino e Sakura tomavam chá ao redor de uma mesa, descontraidamente, quando surgiu na janela Rock Lee, vestido como sempre, disse:
— Ei, Sakura, será que podemos conversar um pouco mais tarde? Um tempo antes do pôr-do-sol?
Sakura recebeu um olhar malicioso de Karin e Ino, sendo coagida a aceitar:
— Podemos, claro. Pode ser no parquinho?
— Claro. Nos vemos lá.

Assim que Lee saiu dali, Ino comentou:
— Dá uma chance pra ele. Faz tempo que ele gosta de você.
— Sei lá, ele é meio... Esquisito!
— Se julgar ele por ser diferente dos outros pode acabar perdendo um bom partido. Como o Sai.
— Sai? Um bom partido? Faz me rir.
Ino moveu seu olhar para os lados e admitiu:
— Ele é meio esquisitinho em alguns momentos, mas eu sei que ele compensa em outras partes!

Karin riu e Sakura a indagou:
— E você? Não tem nenhum pretendente? Vai acabar ficando pra titia.
Karin brincou:
— Solteirona talvez, mas ficar pra titia? Isso tenho certeza que não.
— Isso, continue sonhando, enquanto nós nos divertimos com os esquisitos.
Sakura e Ino riram, até que Sakura admitiu:
— Eu tô rindo, mas tô preocupada!

Durante a noite, enquanto a maioria dos habitantes de Konoha dormia, Naruto subiu o Monumento aos Hokage e se postou na cabeça do Quarto Hokage. De pé, observou a bandana riscada que outrora fora de Sasuke e olhou para a lua cheia que se mostrava em seu resplendor total. Naruto falou alto e em bom tom:
— Me ilumine, pai. Eu queria ter a sua ajuda, a ajuda do Mestre Jiraya, mas infelizmente não posso. Tenho tantos medos, tantos receios... Nem sou um adulto ainda e já tenho que lidar com os deveres de um Hokage, ainda que, eu não me sinta digno de ser um. Todos os kages morreram, todos pelas mãos de Sasuke... De um jeito ou de outro, ele evitou que uma nova guerra ocorresse pelo nosso território, mas a que custo? Depois de tudo o que ele fez, não consigo o perdoar, apesar disso, preciso arrumar a bagunça que ele causou, preciso ser forte, e ainda estar preparado para os Akatsuki remanescentes que devem estar por aí... Pai, Mestre, Itachi, Professor, até mesmo a mãe que eu não conheci, eu prometo a vocês que, irei fazer Konoha prosperar e jamais fraquejarei. E também, não carregarei mais este remorso!

Naruto encarou a bandana, vislumbrou seu brilho prateado e a atirou contra o mato que rodeava Konoha. A bandana desapareceu naquela vegetação, assim como a culpa que Naruto carregou na consciência por tanto tempo.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o capítulo final, o próximo será o epílogo.



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