Segredo de família escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 7
Jessica Olson




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P.O.V. Kol

Eu estava caminhando pelo Castelo de Edimburgo.

—Já faz tanto tempo desde que estive aqui a ultima vez. As coisas são diferentes.

Então eu ouvi passos vindo na minha direção. Já era noite e o lugar era um breu. Para os humanos pelo menos.

Então, eu vi aquela figura. Ela estava com uma camisola branca comprida de seda e um roupão branco que arrastava no chão, segurava um candelabro com três velas para iluminar o caminho.

Eu fiquei olhando pra ela, ela parecia uma miragem.

—Você também se perdeu? 

Perguntou ela.

—Davina?

—Não. Eu sou a Jessica. Você tá bem moço? Parece que viu um fantasma. Você não viu um fantasma viu?

—Ainda não tenho certeza.

—Ai credo. Soube que esse é o Castelo mais mal assombrado do mundo. Porque tá aqui sozinho no escuro? Está passando bem moço? Moço?!

Ela segurou a minha mão.

—Nossa! Como você ta gelado. Vem, vamos procurar alguém pra te ajudar.

—Você é real?

—Você é?

Nós caminhamos pelos corredores.

—Credo, esse lugar parece um labirinto.

—Pra onde quer ir?

—De volta pro meu... aposento.

Disse ela dando risada.

—Dá pra acreditar que Príncipes e Princesas de verdade já dormiram aqui?

—Dá. Mas, eles não eram lá essas coisas, eram uns balofos.

Ela deu risada.

—Onde fica o seu aposento Princesa?

—Na ala Oeste. Era o quarto de uma Princesa ai.

—Vem comigo.

Nós caminhamos por mais dez minutos até chegarmos á ala oeste.

—Como foi que você fez isso?

—Eu já estive aqui antes em 1470. Não mudou muito desde então.

—Você é... vampiro?

—Sou.

—Oh!

Vi o medo nos olhos dela.

—Não, por favor não me olhe assim. Por favor não fique com medo.

—Olha, se você fosse um dos vampiros que estudam comigo eu não ficaria, mas você é de fora e a maioria dos de fora matam gente.

—Eu nunca poderia machucar você Davina.

—Jessica.

—Jessica. Você é uma bruxa Jessica?

—Como você adivinhou?

—Eu senti.

—É. Consegue voltar pro seu quarto sozinho?

—Consigo.

—Espera, eu vou te arrumar umas velas. Essas estão quase acabando. 

Ela trocou as velas do candelabro.

—Phasmathos Incendea. Pronto.

—Jessica?

—O que?

—O que você sabe de uma bruxa chamada Davina Claire?

—Nada. Só que ela era tipo uma super bruxa.

—Eu sou Kol. Kol Mikaelson.

—Deus me livre de você. Eu ouvi as histórias... você é...

—Um maníaco psicótico. Mas, você. Vale a pena ser um alguém melhor por você.

—Por mim? Uau! Não sabia que eu era essa coca cola toda.

Ela ajeitou o cabelo e eu vi. Eu vi as marcas no pescoço dela.

—Quem foi o responsável por isso?

Eu toquei o pescoço dela.

—Tira a mão.

Ela bateu na minha mão.

—É uma marca de nascença. Parece marca de mordida de vampiro, mas não é.

—Bom, boa noite.

—Espera. Eu não te conheço de algum lugar?

—Eu receio que não.

—Olha, eu sei que eu provavelmente não devia pedir isso, mas eu tenho medo do escuro. Pode por favor ficar comigo? Só até eu dormir depois você pode ir se quiser.

—Claro.

—Obrigado.

Eu adentrei o aposento e realmente ele era digno dela. Digno de uma Princesa.

—De que linhagem você vem?

—Eu não sei. Sou adotada, meus pais não são bruxos. Minha mãe disse que eu sou tipo, a versão feminina de Jesus.

—Porque?

—Porque eu não tive pai.

—Todo mundo tem pai.

—Eu não. Mas, depois eu descobri como vim a existir. Eu sou nascida das midiclorianas.

—Midiclorianas?

—É tipo magia. Eu nasci da magia. É como se eu fosse a encarnação da magia.

—Midiclorianas.

—É como a Doutora Cullen batizou as coisinhas brilhantes que em raras ocasiões geram crianças. As coisinhas brilhantes, as midiclorians estão no meu D.N.A.

—Interessante.

—Todas as bruxas tem alta contagem midiclorial, mas não tão alta quanto a minha. Quando eu era bebê, eu fazia coisas que os outros bebês não faziam então os meus pais chamaram um padre. Ficaram com medo de eu ser tipo o bebê de Rosemary, o padre me exorcizou, mas não funcionou. Então eles me trancaram até eu fazer seis, sete anos e a Doutora Cullen me achar. Ela me salvou. Ela é uma pessoa incrível.

—E os seus pais?

—Nunca mais soube deles. Nem da Sarah.

—Sarah?

—Minha irmã. Eu sinto falta deles ás vezes.

—Eles te trancaram.

—Eles ficaram com medo. Não sabiam o que fazer, fizeram o melhor que podiam. Ás vezes a Sarah ia me visitar lá no Instituto.

—E quanto a um namorado?

—Eu nunca tive um namorado. Todo esse poder assusta as pessoas. Eu era bem tratada e bem recebida no Instituto e aqui, mas alguns dos alunos ainda tem medo. Ser uma ocorrência milagrosa é meio... solitário. Ser um bebê mágico e milagroso é um porre.

—Eu acho você linda.

—Obrigado. Mas, eu não vou transar com você.

—Foi só um elogio.

—Você acha mesmo que eu sou bonita?

—Não. Eu acho você linda.

—Obrigado. Eu... não sei como responder.

—Você deveria dizer que eu sou bonito também.

—Eu acho você bonito. Pra um vampiro.

Nós rimos e logo ela estava dormindo. Seu sono foi tranquilo, até certo ponto. Ela mesma se beliscou e acordou suada, assustada.

—Calma Davina.

—É você. Foi você. Você fez isso em mim!

Ela afastou o cabelo e praticamente esfregou a marca na minha cara.

—Eu não queria.

—Você me matou.

Todos os móveis do quarto começaram a flutuar.

—Eu estava enfeitiçado. As ancestrais fizeram alguma coisa comigo, me marcaram.

—Você disse que conseguia controlar mesmo sabendo que não conseguia. Você olhou pra mim e mentiu na minha cara. Colocou a minha vida em risco, me forçou a te esfaquear e dai... me matou.

—Davina...

—Não! Eu sou a Jessica! Sai!

—Por favor.

—Sai!

Ela me jogou pra fora e fechou a porta.


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