Eles não sabem sobre nós escrita por Fernanda


Capítulo 9
Capítulo 9




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Álvaro aborrecido, estava determinado a levar Montserrat a qualquer custo de volta para a sua casa. Ela, no entanto, estava profundamente magoada e decidida que não iria voltar atrás na sua decisão de não morar mais com ele.

— Pegue suas coisas, estarei esperando no carro. – Ele ordenou.

— Álvaro, que parte do “eu não vou voltar”, você não entendeu? – Ela questionou sarcástica.

— E você, que parte não entendeu do “eu vou levar você, nem que seja à força”? – Ele perguntou no mesmo tom que ela.

— Eu não vou Álvaro! – Ela esbravejou.

— Montserrat, você já está bem crescidinha para ainda estar agindo como uma criança mimada. – Ele se irritou.

— Eu já disse que não voltarei. Quero ver você me forçar a ir. – Ela o desafiou.

— Bem, você não me deixou outra escolha. – Ele disse indo em direção a ela. Em seguida, ele a jogou em seus ombros e foi para o carro.

— Solte-me Álvaro! – Ela gritava enquanto debatia-se.

— Katherine, leve as malas da Montserrat para o carro, por favor. – Ele disse calmamente com Montserrat ainda em seus ombros. Álvaro parecia não se incomodar com o peso ou os berros da garota.

— Álvaro, me põe no chão agora! Não sou mais criança para você me tratar dessa maneira! – Ela dizia furiosa.

— Foi você quem quis assim, meu bem. Estou tratando você como a criança que você é. – Ele disse enquanto a colocava no carro. – Mimada e desobediente. – Ele dizia enquanto observava Katherine trazer as malas de Montserrat. – Obrigada Katherine! – Ele agradeceu após pegar as malas.

— Tchau, Montse! – Katherine disse e em seguida riu.

— Tchau! – Montserrat disse ainda com raiva, mas não de Katherine.

Eles permaneceram em silêncio durante o caminho. Montserrat estava muito zangada com Álvaro. Ele a fez sentir-se uma menina indefesa na frente de seus amigos. Já ele estava furioso por ela ter ido embora, especialmente por que não o avisou nada.

Quando chegaram, Montserrat subiu para o quarto sem falar nada. Álvaro retirou as malas do carro e as levou para cima. Ele bateu na porta e ela abriu dando espaço para que o mesmo entrasse. Colocou as malas em um canto do quarto e antes de sair, ele disse:

— Não pense que acabamos aqui, Montserrat. Tome banho e desça.

— Mas já está tarde Álvaro. Já são quase onze horas. Estou cansada. – Ela reclamou.

— Tudo bem. Amanhã a primeira coisa que faremos será ter essa conversa. – Ele cedeu. – Boa noite Montserrat.

— Boa noite Álvaro.

No dia seguinte, Montserrat acordou cedo, entretanto ficou na cama fingindo ainda estar dormindo. Álvaro queria conversar com ela e como a mesma não apareceu para o café da manhã, ele resolveu levá-lo para ela e aproveitar o momento para fazer o que tanto desejava.

Bateu três vezes na porta antes de entrar. Colocou a bandeja em cima do criado mudo e a observou por alguns segundos.

— Vamos Montserrat. Sei que você não está dormindo. – Ele disse com ironia.

— Tudo bem Álvaro. Eu não estava dormindo. – Confessou. -Será que dá pra gente não ter essa conversa? – Ela sugeriu.

— Você foge de casa e acha que isso não é tão importante? – Continuou ainda irônico.

— Você vive me acusando Álvaro. Parece que não confia em mim. – Ela defendeu-se.

— Você me enviou aquele e-mail, Montserrat. Por quê? – Ele perguntou. Dessa vez, Álvaro não estava irritado, parecia compreensivo.

— Álvaro, se eu for te explicar tudo, talvez você não entenda. – Ela disse com a cabeça abaixada. Ele sentou-se ao seu lado na cama e levantou sua cabeça com os dedos permitindo que ela olhasse profundamente em seus olhos.

— Conte-me tudo. – Ele disse calmo.

— Katherine mandou aquele e-mail para você pelo meu contato. Não porque ela quis, mas porque foi obrigada. É tudo que eu posso te dizer no momento. – Ela disse enquanto ele a observava atentamente.

— É só isso? – Ele questionou indignado. – Tem mais dessa história, e você não quer me contar.

— Álvaro, eu não posso. Você não entende! – Ela alterou-se.

— Não entendo Montserrat. Antes você me contava tudo. Parece que não confia mais em mim. – Ele disse triste.

— Álvaro, eu confio plenamente em você. E também – Ela deu uma pausa e respirou fundo. – Eu amo você. Não quero te colocar em perigo.

— Confia mesmo em mim? Você realmente me ama? – Ele questionou a olhando atentamente.

— Sim e sim. – Ela respondeu calma, porém seu coração batia acelerado.

Álvaro aproximou-se lentamente dela e beijou seus lábios pequenos. Montserrat fechou os olhos imediatamente se entregando ao beijo. Calmo e lentamente, seus lábios deslizavam-se nos delas. Quando ela tentou aproximá-lo mais, ele afastou-se e ficou de pé com as mãos na cabeça.

— Eu queria isso há muito tempo. Mas eu não posso Montserrat! Eu vi você crescer! – Ele estava desesperado.

— Acalme-se Álvaro. Eu também sinto o mesmo. – Ela disse e levantou-se indo em direção a ele, colocando suas mãos em seu rosto que imediatamente foram tiradas.

—Pare Montserrat! Não quero cometer uma loucura. – Ele disse e saiu deixando-a sozinha.

Montserrat não sabia se deveria se sentir feliz por finalmente ter beijado Álvaro ou se ficava triste por ele não querer se relacionar com ela. Ela entendia seus motivos, mas o desejava há tanto tempo.

Tentando esquecer o que aconteceu, ela trocou de roupa e foi para a casa de Katherine. Lá estavam suas amigas reunidas em volta do computador. Montserrat aproximou-se e Keena disse:

— Consegui hackear o celular de M.D.

— E o que você descobriu? – Perguntou Montserrat.

— Veja você mesma. – Disse Keena dando espaço para que Montserrat se sentasse na cadeira.

Havia milhares de fotos dos diários dela e de suas amigas, todas as mensagens que M.D tinha enviado e um endereço.

— E esse endereço? – Perguntou ela.

— Rastreei e o resultado foi isto aqui. – Disse Katherine mostrando uma foto de hotel.

— Um hotel? – Perguntou confusa.

— M.D mora nesse hotel, Montserrat. – Informou Débora.

— Então vamos até lá! – Disse e levantou-se.

— Não! É perigoso. – Alertou Keena.

— Vamos contar tudo à polícia, mas antes precisamos bolar um plano para pegar M.D. – Contou Katherine.

— Certo. O que vamos fazer? – Perguntou Montserrat.

— M.D sabe que estamos com seu celular, com certeza ela irá voltar aqui para pegá-lo. Só precisamos nos preparar para ver seu rosto. – Explicou Keena.

— Seria perigoso ela vir de dia, então presumimos que seria à noite. – Completou Katherine.

— É um bom plano! – Concordou ela.

— E você e o Álvaro? – Perguntou Débora tentando conter o riso.

— Ah, não vamos falar disso, por favor. – Disse Montserrat constrangida, mas rindo.

— Sendo assim, nós temos que ir embora. Vamos Keena? – Chamou Débora.

— Também vou. – Disse Montserrat.

— Tchau! – Despediu-se Katherine.

Montserrat caminhava pela rua quando notou que iria chover, então apressou o passo. De repente, percebeu que um carro preto a seguia. Pensando ser M.D, ela começou a correr e para despistá-la, ela entrou em uma rua sem saída. No entanto, seu plano foi um fracasso. O carro entrou naquela rua a cercando. A porta abriu-se e ela respirou aliviada.

— Álvaro! – Ela disse correndo para os braços dele.

— O que aconteceu Montserrat? – Ele perguntou assustando enquanto a abraçava. – Por que você correu? Está fugindo de alguém?

— Por favor, leve-me para casa. – Ela pediu nervosa.

Ele a colocou no carro e foram para casa. Durante o percurso, ele a olhava para ver se estava tudo bem enquanto ela olhava para o lado. Montserrat sabia que não conseguiria convencer Álvaro com uma mentira, ele era inteligente e parecia já estar sabendo um pouco do que estava acontecendo. Seu medo era pôr a vida dele em risco, pois M.D ameaçou matar qualquer um que soubesse sobre as mensagens.

Álvaro levou-a para seu escritório. Ela tentava criar alguma desculpa quando ele fechou a porta. Quando ela pensou que ele iria fazer-lhe milhares de perguntas, ele a prendeu contra a parede e a beijou. Dessa vez ele não recuou, mas se entregou ao momento. Separaram-se aos selinhos.

— Você não pode ficar me beijando toda vez que vamos iniciar uma conversa, Álvaro. – Ela brincou.

— Eu tentei não pensar em você o dia inteiro Montserrat. Mas a vontade de te beijar outra vez já era mais forte que tudo. Eu ainda estou muito confuso. Eu não posso te ver como mulher, mas eu não estou conseguindo conter o que estou sentindo aqui dentro. – Confessou ele enquanto apontava para seu peito

— Álvaro, não há alguém melhor do que você para estar comigo. Eu te amo e confio em você. – Ela disse acariciando o rosto dele.

— Eu estou apaixonado por você Montserrat. – Ele disse olhando-a atentamente. – Não consigo mais evitar não pensar em você. A única coisa que eu quero todos os dias é ver você. E agora, eu quero beijar você outra vez.

— Então me beije Álvaro. – Ela pediu. Ele pôs suas mãos na cintura da garota e a beijou.

— Precisamos parar antes que alguém nos veja. – Ele disse e em seguida deu-lhe um selinho.

— Sim, é claro. – Ela suspirou.

— Agora eu quero saber sobre o que aconteceu mais cedo. – Ele disse sentando-se na cadeira. – Tem alguém perseguindo você? Ou suas amigas?

— Álvaro, por favor. – Ela disse receosa.

— Achei que tinha dito que confiava em mim. – Ele disse fingindo estar chateado.

— Tudo bem. Mas, por favor, ninguém pode saber. Não quero colocar mais ninguém em perigo. – Ela cedeu. Mas antes que pudesse continuar, viu alguém na janela apontando uma arma na direção de Álvaro. – Eu preciso ir, Álvaro! – Ela disse apavorada e saiu correndo de lá.

Montserrat estava aterrorizada. Só de pensar que quase colocou a vida de Álvaro em perigo seu corpo tremia. Seu celular vibrou e ela já sabia do que se tratava.

“Você adora desafios, não é mesmo vaca? Pois bem, quero meu celular de volta em oito horas, caso contrário dê adeus a seu grande amor. E se contar para alguém, não duvide, mato qualquer um que ouse atrapalhar nosso joguinho.”

Seu coração estava acelerado. O medo consumia todo o seu ser. Ela corria de um lado para outro, sem saber o que fazer.


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