Fui arrancada de meus devaneios com os berros de Julian que já estava à espreita na porta a minha espera. Sai do banheiro disfarçando a minha descoberta. Ele nem percebeu, pois passou os olhos por mim e nem disse nada.

No dia seguinte enquanto estive sozinha pensei que eu tinha que ter a certeza do que eu já esperava. Como eu não podia sair pela porta da frente por que o Julian havia colocado um cadeado... Vesti um jeans velho, um moletom preto pra tampar minhas marcas, um tênis surrado e um pouco de perfume. Cobri minha cabeça com o capuz do moletom e coloquei um óculo para disfarçar minha mancha roxa em volta do meu olho devido ao soco que Julian havia me dado por que eu tentei me defender jogando água fervida nele, mas em vão, pois ele conseguiu esquivar-se.

Fui ate a farmácia e comprei um teste. Estava tão ansiosa que corri para casa e entrei da mesma forma que sai, pela janela da cozinha. Fui para o banheiro e fiz o teste.

Para minha alegria e tristeza o teste deu positivo. Eu estava grávida.

Estou apavorada, mas não vou sair

Horas depois eu parei para pensar no que fazer. Vendo a reação do Julian ao falar em filho, já tinha o que esperar se ele soubesse da minha gravidez. Tive que pensar em mil coisas.

• Em abortar.
• Em me matar...

Passaram um turbilhão de coisas em minha mente. Mas os últimos foram os melhores.

• Fugir.
• Fugir e denunciar o Julian.
• Matar o Julian e ir embora do meu país com meu filho.

A última alternativa foi a minha decisão.

Eu ia... Eu vou matar o Julian pelo meu filho. Mas não poderia ser um assassinato aberto, eu teria que fazer parecer um suicídio ou um acidente. Sei lá... Esperar ele dormir, trancá-lo lá dentro e depois incendiar a casa. Enfim mil alternativas se passaram na minha mente sedenta por liberdade e principalmente sedenta por poder ter o meu filho com o maior conforto possível... E livre.

Quando Julian chegou em casa eu já tinha um plano perfeito.

Sei que preciso passar nesse teste

Continua...