Ele me olhou com fúria nos olhos, tremi ao vê-lo com aquele olhar medonho.

— Julian, eu fui fazer um show em Dallas com minha antiga equipe. – ele se levantou e veio em minha direção. Nunca senti tanto medo em estar perto dele. Ele chegou bem perto do meu ouvido e sussurrou:

— Pensei que tivesse largado sua carreira por mim... Amor. – ele disse passando suas mãos pelos meus braços e em seguida pegando em meus pulsos.

— Larguei. Mas como eu vejo que você trabalha bastante, não vai se incomodar com os meus shows. – disse com medo e confusa. Julian nunca foi assim.

— Mas eu me incomodo Kate. – pela primeira vez ele me chamou pelo nome. – hoje eu cheguei e você não estava em casa. Ai eu pensei... Cadê minha esposinha linda e dedicada que era para estar em casa!? – ele disse a ultima palavra com voracidade e em seguida deu-me um tapa na cara.

Ninguém fora os meus pais havia me batido antes, e isso aconteceu apenas quando eu era criança. Não podia estar acreditando que Julian tinha me batido. Não dava para aceitar. Não podia crer que o suposto homem perfeito de minha vida, era na verdade um canalha.

Se você jogar, você jogue para ganhar

Senti ódio, senti uma vontade repugnante de reagir da mesma forma. Mas as mãos dele ainda me prendiam contra a parede. Ele ainda cheirava meu pescoço. Súbita vontade de ter mais força que ele e o jogá-lo longe. Depois desse tapa, eu estava começando a sentir nojo dele.

— Para Julian. – comecei a gritar. Eu não queria fazer nada agora, não estava afim, estava cansada. Num impulso eu dei uma joelhada em sua parte intima e corri. No corredor eu só consegui ouvir seus gemidos de dor e xingamento vulgares que eu não conseguia nem imaginar.

Escondi-me no banheiro do andar de baixo. Tentei pensar no que fazer agora.

Pegue uma arma, e conte até três...

Em apenas alguns minutos ele estava batendo na porta com força que eu pensei que fosse quebrar. Ele começou a gritar.

— Kate... Amor sai daí. Vamos conversar eu juro que não farei nada com você. – sua voz parecia mais amena. Fiquei desconfiada, mas decidi confiar nele, podia ser que ele estava nervoso e que agora aquilo havia passado. Sai do banheiro.

Ele pegou um dos meus braços e o colocou para trás. Dor... Aquilo doía. Eu já até imaginava a mancha roxa que haveria na manhã seguinte.

Ele me levou para o quarto e me jogou na cama como um objeto. Como isso aconteceu? Como eu trouxe um monstro para dentro da minha vida assim?

continua...