A Batalha Final escrita por Paula Mello


Capítulo 7
A Anti-Comissão




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— O que? – Perguntaram todos ao mesmo tempo.

— Ian, qual é a sua programação para chave de portal para o próximo mês? – Pergutou Hydra.

— Tenho várias viagens marcadas, Hydra, agora que só eu e aquela Letiza fazemos do nosso departamento – Respondeu ele parecendo extremamente desconfiado.

— Qual a possibilidade de você ir até algum país que você tenha planejamento para viajar que seja próximo daqui por transporte trouxa?

— Bem... eu acho que é possível, mas aonde você quer chegar, Hydra?

— Poção polissuco, o Gregor pode tomar uma e se tornar o Ian, entrar no Ministério, viajar pela chave de portal e fugir por outro país e o verdadeiro Ian estaria lá e voltaria no lugar dele.

Mais uma vez, todos, inclusive Peter, olharam chocados sem entender.

— Mas Hydra, isso precisaria ser uma viagem na qual eu pudesse sair do Ministério para encontrar o Gregor e trocar de lugar, não tem jeito de eu entrar no Ministério de outro país com o meu "clone" ao mesmo tempo.

— Sim, eu pensei nisso, tem um evento na Dinamarca que vai durar dois dias, só precisamos fazer com que você vá no lugar da Letiza, é perto daqui sua viagem por avião trouxa não seria monitoada pelo Ministério já que você não está sendo vigiado e podemos usar feitiços nos troxas que cuidam do aeloporto.

— Aeroporto... – Corrigiu Gregor.

— Isso, aeroporto para você entrar sem seus documentos, nesse dia o Gregor entra no Ministério com o seu corpo e atravessa por chave de portal, esse evento vai garantir que você possa sair do Ministério local sem problemas, vocês e encontram e trocam de lugar e de lá o Gregor pode ir para mais longe.

— É, é genial! – Disse Julie sem conseguir falar direito.

— Eu ofereci algo semelhante para o meu tio, mas ele não aceitou, não quer que ninguém se arrisque por ele... – Disse Hydra com tristeza lembrando do seu tio Teddy.

— O evento é daqui 1 semana, precisamos ter cuidado para planejar tudo então – Disse Ian – Eu acho que consigo o lugar no evento, a Letiza não fala Dinarmaquês pelo que eu entendi e eu falo fluentemente, além disso o representante de lá é grande amigo do meu pai.

— Eu preparo a poção, na verdade já tenho alguma pronta, só por preocação... Só preciso de um pouco de DNA do Ian – Disse Hydra.

— Vocês estão se arriscando, se alguém descobrir... não, eu não quero isso – Disse Gregor se levantando.

— Gregor, por favor! Nós somos todos adultos aqui, todos podemos te proteger, por favor, aceite! – Disse Julie com as lágrimas correndo nos olhos, puxando o braço dele.

— E se algo acontecer com você? Com a Hydra, o Ian? Como eu vou ficar? – Disse Gregor se sentando mais uma vez e chorando ao lado de Julie.

— Temos que pensar que vai dar tudo certo, é a nossa única chance! – Disse Hydra.

— Chegando na Dinamarca, eu vou falar com o Gustav, ele tem amigos que podem te levar até a Suécia eu acho, de lá você pode se esconder ou ir para mais longe se quiser – Disse Hydra.

— Só uma coisa, pessoal, vocês não vão poder ter contato com o Gregor durante esse tempo, talvez alguém mandar mensagem para a Julie de modo disfarçado, mas nada de muito contato, ele será um completo fugitivo.

— Eu que ir com ele... – Disse Julie chorando.

— Não, você não vem, iriam desconfiar se os dois sumissem, iriam desconfiar de ajuda de dentro do Ministério, você tem que ser forte Julie, quando tudo isso acabar, eu farei meu máximo e volto pra você, volto para nos casarmos!

Julie ficou em prantos, Gregor a consolava enquanto Ian, Peter e Hydra não sabiam mais o que falar.

— Julie, essa é a chance de Gregor ficar bem – Disse Hydra.

— Eu sei...

Os detalhes foram combinados nos dias seguintes, como planejado, Ian conseguiu garantir a vaga no evento na Dinamarca no lugar de Letiza (que ficou extremamente frustrada, mas segundo seu pai, ou ela aprendia a falar mais línguas ou ficaria para trás nesse setor). Eles se reuniram mais uma vez, dessa vez na casa de Gustav, que também estava agora no plano deles.

— Eu consegui uma licença no dia anterior, estavam me devendo um dia, eu disse que queria usar para levar Erick para comemorar aniversário de casamento, então eu vou viajar para Dinamarca – Disse Ian na casa de Gustav na sexta, eles evitavam se reunir no mesmo local sempre ou todos os dias.

— Meus parentes vão te encaminhar para a Suécia – Disse Gustav.

— E de lá você pode ficar com a minha família nos Estados Unidos se quiser, é mais longe – Disse Juliane que também estava com ele.

— Sim, mas é mais difícil de um bruxo entrar sem ser identificado pela MACUSA – Disse Gustav.

— Bem, esses detalhes ele pode decidir quando chegar na Dinamarca – Disse Hydra que agora se sentia mais esperançosa do que nunca.

— Se isso der certo, podemos ajudar mais nascidas trouxas, podemos fazer mais viagens dessas, com cuidado e com tempo, é claro, mas podemos – Disse Julie que estava de um jeito que Hydra nunca viu igual.

— Calma, um passo de cada vez – Disse Gregor também parecendo bem mais animado.

— Uuuu eu amo isso, esse grupo, isso tudo, deveríamos ter um nome – Disse Juliane, sua animação era a mesma de sempre, então Hydra não exatamente se surpreendeu.

— Que tal os ajudantes dos nascidos trouxas? – Perguntou Gregor, mas todos riram.

— Isso é um nome estranho - Disse Hydra brincando, não acreditando que faria parte de mais uma organização contra os planos de Voldemort.

— Eu tenho uma ideia... – Disse Juliane.

Todos olharam para a bruxa que tinha a aparência mais bondosa e simpática que Hydra já conhecera, Hydra também tinha reparado que era uma das mais bonitas.

— Qual? – Perguntou Hydra.

— Somos um grupo que luta contra a comissão de registro de nascidos trouxas, certo?

— Certo – Responderam todos.

— Então, somos a Anti-Comissão, o que acham? – Disse ela dando aplausinhos.

— É muito bom na verdade – Disse Julie.

— Eu gostei! – Afirmou Ian.

Gustav acenou com a varinha e 8 copos voaram no ar, ele encheu os 8 com chá, cada um pegou seu copo.

— A Anti-Comissão! – Disse Ele erguendo o copo.

— A Anti-Comissão! – Falaram os outros imitando o gesto.

Um barulho de choro de bebê imundou a sala.

— É minha filha – Disse Juliane – Deve ter acordado, quer vir comigo, Hydra? É bom para ir treinando.

— Claro – Disse Hydra sem jeito.

Hydra subiu pela escada até o segundo andar, um corredor pequeno ao lado direito tinha muitas fotos que se mexiam e acenavam, um papel de parede verde com flores brancas, Hydra seguiu até a terceira porta, aonde sorriu ao ver um lindo quarto de bebê quando Juliane abriu a porta, era branco com desenho de arco-íris na parede que se mexia as vezes, um bercinho branco e estrelinhas caiam do teto e desapareciam antes de cair no chão. Juliane pegava uma linda bebezinha de 8 meses do berço e a balançava no colo.

— Você já tinha conhecido ela, certo? – Perguntou Juliane para Hydra.

— Sim, mas ela cresceu tanto desde a última vez que a vi.

— Venha, vem segurar ela um pouco, voce precisa começar a acostumar, certo? – Disse Juliane com seu sorriso doce de sempre.

Hydra se aproximou como quem se aproximava de algum perigo, tamanho o medo de segurar a bebezinha que olhava para ela, inofenciva e inocente.

— Vem, não tenha medo – Disse Juliane rindo docemente.

Hydra segurou a bebezinha que vestia uma linda roupinha cor-de-rosa no colo, acima de sua barriga e a balançou.

— Viu? Não é tão ruim assim – Brincou Juliane.

— Eu não sei se vou conseguir ser boa mãe assim que nem você é – Confessou Hydra ainda embalando a bebezinha que ria e mexia em seu cabelo longo e louro.

— E por que não seria? – Perguntou Juliane ajeitando seu bercinho.

— Porque eu não sei nada sobre isso, eu nunca pensei nisso antes direito, não para agora, eu não me preparei direito com tudo isso que está acontecendo, nem o quartinho dela eu preparei ainda, acredita? – Disse Hydra olhando fundo nos olhinhos azuis da menina que era a cara de Gustav, com alguns traços de Juliane.

— A gente nunca se prepara direito Hydra, não de verdade, a gente só acha que sim, mas quando chega na hora só acontece, o tal institinto materno eu acho, se é que isso existe mesmo, ou pode chamar do amor de mãe, não sei o nome correr Hydra, mas só sei que funciona se você for de verdade para aquilo, quando você vai ver, já está sendo mãe, já está amando, a mesma coisa vale para os pais, é automático, é lindo e não é fácil, não é aquela fantasia comercial que vendem, mas eu não trocaria por mil vidas sem ela, pelo menos foi assim comigo e com a maioria das pessoas que eu conheci que tiveram filhos... - Disse Juliane apontando a cabeça para Lydia que agora a chamava com os bracinhos.

— Vem cá, bebê da mamãe – Disse Juliane pegando a menininha – Eu te amo, sabia? E a tia Hydra vai ter uma amiguinha para você brincar, é, ela vai sim.

— Ei meninas, incomodo? – Disse Gustav entrando pela porta e indo pegar Lydia que o chamava no colo.

— Nem um pouco papai, eu só estava mostrando para Hydra como nossa menina está grande! – Disse Juliane acenando para a menininha.

— Está mesmo, uma mocinha – Disse Hydra – Bom, eu vou descer, preciso falar com Peter, vejo vocês daqui a pouco.

Ela desceu correndo as escadas e procurou Peter que se divertia contando histórias para Ian, Julie e Gregor.

— Posso falar com você rapidinho? – Disse ela para Peter.

— Claro.

Os dois foram até a cozinha, aonde uma faca cortava sozinha alguns vegetais.

— Nós precisamos arrumar o quartinho da Libra.

— Ok..., mas por quê isso agora? – Perguntou Peter com um sorriso no rosto.

— Nós não fizemos nada, Peter, ficamos tanto tempo nos preocupando com Você-sabe-quem que não nos preparamos para nada, Peter, todos aqueles livros que ainda não li sobre ser uma mãe bruxa, todos aqueles presentinhos que não abrimos, o quarto que não montamos, sua mãe já até comprou os móveis e nada, não nos preocupamos com nada da Libra e o parto? Aonde vai ser? Vai doer? E...

— Calma Hydra! – Disse Peter rindo e a segurando nos braços – Nós vamos ver tudo isso esse fim de semana se você quiser, ok? Nós só realmente estivemos ocupados...

— Ok, mas não mais, esse fim de semana então, ok?

— Sim! Depois do seu aniversário amanhã, é claro...

Hydra lembrou de todas as grandes e fabulosas festas que seus pais deram em seu aniversário, esse ano, com todo o clima, seria só ela, Peter, Fred, Jorge e Fleur e Gui, teria que ser algo pequeno, era desencorajado que todos ficassem no mesmo lugar ao mesmo tempo, Tonks, Lupin e sua tia Andrômeda tinham ido no dia anterior desejar felicidades e entregar os presentes para Hydra separadamente e a sra. Weasley tinha ido hoje antes de Hydra ir ao trabalho junto com os Macmillans, Jeniffer e Abbas.

— Não sei porque comemorar, não estamos em clima para isso.

— Justamente por isso Hydra, cada comemoração é importante, mesmo que seja pequena.

A reunião terminou depois do jantar, eles combinaram então que Ian partiria no dia anterior ao evento na Dinamarca, Hydra pegou emprestado um produto da loja de Fred e Jorge que mudava levemente sua aparência, fazendo Ian difícil de ser identificado sem a necessidade de uma segunda poção polissuco.

Chegando em casa, Hydra abriu a porta do segundo quarto da casa, eram o total de quatro quartos na casa, a maioria ainda estavam decorados como quartos de visita, mas esse em especial, estava vazio e cheio de móveis desmontados e presentes para serem abertos.

— É bonito, grande, pode ficar ótimo para Hydra – Disse Peter a abraçando por trás, também parado na porta do quarto.

— Sim, eu andei tendo umas ideias, amanhã vou pedir uma mãozinha parao Fred e Jorge e acho que podemos deixar lindo – Hydra se virou e olhou para Peter – Com toda essa guerra Peter, você acha que iremos criar a Libra? Que iremos viver para isso? – Hydra tinha os olhos cheios de lágrimas.

— Se pensarmos que não, Hydra, isso vai adiantar alguma coisa? - Respondeu Peter colocando as mãos suavemente em seu rosto.

— Não, você tem razão – Disse Hydra o abraçando – Mas eu não vou deixar as coisas para o acaso, assim que a Libra nasceu, quero fazer um documento.

— Que documento? – Perguntou Peter a olhando espantado.

— Um documento dizendo que no caso da nossa morte a Libra deverá ser criada por seus pais, no caso da morte deles por Jeniffer e Abbas, no caso da morte deles pelos Weasleys, no caso da morte deles por Fred e Jorge e por aí vai..., mas não pelos meus pais, NUNCA, NUNCA pelos meus pais! Ou nem mesmo pelo meu irmão se ele continuar assim... – Hydra tremia só com a ideia de que sua filha pudesse se tornar igual a Draco.

— Ok, tudo bem, nós podemos fazer isso Hydra, sem problemas nenhum, nenhum só...

— Só o que? – Perguntou Hydra com lágrimas nos olhos olhando para ele, Peter era alto, apesar de Hydra também ser, perto dos seus 1,95, Hydra se sentia baixinha.

— Só que Fred e Jorge vão ficar bem chateados de saber que eles ficaram em quarto nessa sua lista – Disse Peter rindo, Hydra acabou rindo também, era naqueles momentos que ela lembrava o quanto ela amava Peter, ele a fazia feliz, mesmo quando tudo parecia estar desabando ao seu redor.

No dia seguinte, Hydra acordou com Fred e Jorge pulando em sua cama e cantando feliz aniversário, trocando a letra original da música por algumas palavras pouco convencionais.

— Muito engraçadinho, rapazes – Disse Hydra abraçando os dois.

— Peter saiu para trabalhar e nos deixou tomando conta de você – Disse Jorge.

— Tomando conta? – Perguntou Hydra sentada na cama.

— É só uma brincadeira, querida Palerma, nós só viemos fazer companhia mesmo – Corrigiu Fred.

— E a loja? – Perguntou Hydra.

— Está sendo cuidada por uma de nossas queridas funcionárias.

— Vem aqui, seus idiotas – Disse Hydra apertando os dois em um abraço.

Hydra passou a manhã fazendo panquecas para os gêmeos, conversando e jogando snaps explosivos, depois, os três começaram a arrumar o quarto de Libra.

— Já imaginou como os trouxas fazem isso sem magia? – Perguntou Jorge acenando a varinha e pintando o quarto de branco gelo enquanto Hydra e Fred acenavam as deles e montavam os móveis.

— A vida deles deve ser bem mais ocupada com tarefas, mas as nossas também antes dos 17, temos que fazer tudo sem magia fora de casa... – Disse Hydra.

— Não é a mesma coisa, eu acho temos nossos pais que fazem - Afirmou Fred, agora desenhando estrelinhas douradas com a varinha, elas enfeitavam as paredes e iam descendo até o chão.

Hydra conjurou um lustre feito de flores e fitas rosas que ficava magicamente pendurado entre o breço e o meio do quarto, um bercinho bege com pequenos detalhes rosas foi colocado no canto do quarto, na parede em cima, um quadro escrito Libra Macmillan mudava para a mágica está no amor e depois de novo para Libra Macmillan, o lado, uma poltrona azul, rosa e com flores, um tapetinho branco em forma de núvem que dava a impressão de se mexer deixava o quarto ainda mais vivo, no teto, foram pintadas outras núvens que realmente se mexiam em um falso céu azul, várias almofadas e brinquedos mágicos enfeitavam o lugar, em cima da cômoda e de prateleiras e no armário, várias roupinhas de bebê foram organizadas delicadamente.

— Uau, vocês são bons nisso!! – Disse Hydra analisando o quarto – Está tão lindo!

— Eu sei, nós somos muito bons – Disse Jorge olhando sua obra de arte.

— Eu sou bom, né? Você no máximo é legalzinho – Disse Fred, fazendo Hydra rir.

Pouco tempo depois, Peter chegou junto de Fleur e Bill, que agora eram seus vizinhos, eles tiveram um pequeno jantar e cantaram parabéns para Hydra em um bolo decorado com um pequeno hipogrifo que se mexia.

— Obrigada gente, foi um aniversário ótimo! Considerando tudo, foi bem melhor do que eu imaginava e bem melhor do que a muitos que tive antes... – Disse Hydra sorrindo e agradecendo aos convidados.

— Euu achiei muitu bom Rai-drá e sua cassa está linda, amiei u quartin du bebê – Disse Fleur.

— Você nos deve uma visita, Hydra, nossa casa é bem menor do que essa, mas mesmo assim... – Disse Gui olhando ao redor.

— Eu vou, me desculpe, essa semana foi uma total loucura – Disse Hydra lançando um olhar para Peter.

— Bien, qui tal amainhã? Euo estor mi sentindu mui suzinha naquêla casa, veinham almoçar – Disse Fleur.

— Claro, será um prazer! – Respondeu Hydra e Peter concordou.

— Vocês dois também – Completou Gui olhando para Fred e Jorge.

— Nós temos alguns negócios para cuidar, mas obrigada pelo convite – Disse Jorge.

— Além disso, ainda não é bom que fiquemos juntos no mesmo lugar – Completou Fred.

— Eu sei, essas proibições vão acabar me deixando meio desnorteada – Confessou Hydra enquanto comia mais uma fatia de bolo.

Fleur observava sua barriga curiosa.

— Di quantus mieses voocê está, Rai-Drá? – Perguntou Fleur.

— 8 Meses quase – Respondeu ela olhando para sua própria barriga que se mexia com os chutes que Libra dava.

— Uau, já eistá para nassér.

— Sim, final do mês que vem ela já deve estar por aqui – Peter deu um grande sorriso quando Hydra disse isso.

— Isso é completamente assustador – Disse Fred, Hydra notou que ele também encarava sua barriga.

— O que? Por quê? - Perguntou Hydra confusa.

— Porque você vai ter uma pessoinha e eu vou ser tio de uma pessoinha e isso é assustador!

Todos riram da reação de Fred, apesar de Hydra sentir que além de sincera, era exatamente a mesma coisa que ela sentia.

— Eu gosto de como vocês três são amigos, mesmo depois do casamento, de tudo, vocês três estão sempre juntos, isso é legal – Disse Gui bebendo um gole de chá e olhando para os gêmeos e ela.

— Vuucê nunca tieve ciumé, Peter? – Perguntou Fleur, deixando todos meio desconfortáveis.

— Não, na verdade não, talvez no começo, assim que Hydra entrou na escola, eu via ela sempre com os gêmeos, achava que tinha algo rolando, mas aí ela começou a namorar o Olívio e os três continuaram juntos, eu vi que era só amizade mesmo, agora do Olívio... esse sim eu senti muito ciúmes – Disse Peter rindo.

— Olívio tinha um verdadeiro amor antes de Hydra, Peter... O quadribol! – Afirmou Jorge.

— Sim, ele era um tanto demais com isso se você me perguntar – Disse Fred – Só com isso talvez, acho que nos faria treinar dia e noite se pudesse.

— Sim, até eu que não era do time de verdade tinha que treinar – Disse Hydra rindo – Mas ele era uma pessoa boa e legal.

— Sim, ele era legal, a gente tinha algumas aulas juntos, mas fazer o que se eu era apaixonado pela namorada dele, né... – Peter fez um gesto de "fazer o que" com os ombros que fez todos rirem. Apesar de Hydra saber que não foi por isso que ela e Olívio terminaram, realmente foi engraçado, o jeito como a vida deles mudou de dois adolescentes que namoravam para dois adultos casados e brevemente com um bebê nascendo por aí... bem, era bom poder lembrar do que passou forma alegre.

O jantar foi extremamente agradável, Hydra ganhou presentes para ela e para o bebê, parecia um dia normal e feliz em muitos outros caóticos, um alívio na dor, todos terminaram a noite na sala conversando.

— Como está o Ministério, Hydra? Papai diz que estão duras as coisas para ele – Perguntou Gui, que estava abraçado com Fleur no sofá.

— Está mesmo, a nova menina que colocaram no lugar de Gregor, um nascido trouxa que trabalhava comigo, é uma chata! – Disse Hydra pensando em Letizia – Ela é filha do meu novo chefe, um homenzinho preconceituoso que só liga para pureza do sangue.

— É, o Ministério está cheio de gente assim nos últimos tempos – Disse Gui.

— Em muitos lugares, infelizmente... – Completou Fred.

— Vocês leram o Profeta diário nos últimos tempos? É cada matéria ridícula sobre como a pureza do sangue é importante e como os nascidos trouxas roubaram a magia dos bruxos, isso é tão ridículo que não tem nem o que falar direito – Falou Jorge parecendo muito irritado.

— Sim, eles deviam conhecer melhor Hermione, a menina é irritante às vezes, mas é um gênio! Um gênio! Mão vou negar - Disse Fred.

— Sim e ela é nascida trouxa, mas é mais inteligente do que qualquer bruxa puro-sangue que eu já vi – Disse Hydra.

— E tem muitos iguais a ela, nascidos trouxas inteligentes, talentosos que de inferiores não tem nada, não sei porque alguém concorda ou acreditam nessas matérias ridículas! – Disse Peter, Hydra sabia que ele realmente pensa a isso e estava preocupado com seu amigo de escola que é nascido trouxa, assim como Hydra com o dela.

Os seis conversaram até tarde, então Fred e Jorge voltaram para casa e logo depois, Fleur e Gui se despedindo e combinando com os dois os detalhes do almoço.

— Meia-noite, feliz um ano de casamento! – Disse Peter a abraçando enquanto os dois estavam deitados na cama.

— Um ano? Já Peter? – Perguntou Hydra sorrindo.

— Um ano de casamento, quatro juntos, nada mal, heim?

— Nada mal meu amor, nada mal, casar com você... se tem algo que eu não me arrependo é isso – Disse Hydra antes de beijar o marido.

Antes de dormir, Hydra ficou um tempo calada olhando para o teto, fazia agora mais de um ano que não via de fato o pai, sem contar com o incidente no dia do casamento de Fleur e Gui, na verdade, parando para pensar, ela não falava direito mesmo com o pai desde o dia da grande briga que tiveram depois da final da Copa mundial de quadribol, já faziam três anos agora, só o viu depois brevemente algumas vezes, incluindo quando brigaram no Ministério, não via sua mãe e Draco desde que ele se machucou em Hogwarts, era tão estranho pensar o quanto sua família se tornou distante dela, ainda mais agora... Será que iriam ver Libra? Que a conheceriam? Que a amariam? Todas essas questões deviam estar estampadas no rosto de Hydra, já que Peter se virou para falar com ela.

— No que você está pensando? Parece ser algo sério – Disse ele deitado ao seu lado na cama.

— Nada demais, só na minha família mesmo e quanto tempo não os vejo.

— Sente falta? – Perguntou Peter segurando a cabeça com a mão.

— Às vezes sim, é complicado, eu sinto falta de ver eles, mas não sinto falta do que sofri com eles, mas mais do que tudo isso, eu queria ver Draco, eu acho que ele está sofrendo.

— Draco é um caso complicado, Hydra, as vezes eu acho que ele fez suas escolhas, as vezes eu acho que ele não teve escolhas, você foi forte Hydra, mas resistir a sua família não é a coisa mais fácil do mundo.

— Não, eu sei que não, mas sempre fazemos nossas escolhas, por mais difíceis que elas sejam... – Hydra se sentiu cansada e depois disso, dormiu abraçada com Peter, teve depois de muitos meses, sonhos agradáveis. Sonhou com uma linda bebezinha loura que descansava em seus braços enquanto ela a ninava e também com Peter anunciando que tinha sido promovido no trabalho.

O Domingo foi um dia mais tranquilo do que Hydra podia esperar, parecia um grande fim de semana de alívio antes de uma tempestade. Ela e Peter foram até o chalé de Fleur e Gui na parte de baixo da colina, era a terceira das únicas três casas da região, a primeira era de uma família de bruxos que Hydra nunca nem falaram, não eram exatamente muito de falar e ficava no topo da colina, a segunda de Hydra e Peter, era a maior, ficava no meio da colina e a terceira, de Fleur e Gui, na parte de baixo da colina, era a menor. A casa era aconchegante, havia muitas pedras grandes e brancas, polidas pelo mar, delimitando os canteiros, ficava bem perto da praia, isso agradava Hydra, lá dentro, A sala era bonita, tinha cores claras, Hydra gostou muito da casa e teve um almoço de muitas risadas lembrando da época da Beauxbatons com Fleur.

— Vucîe i aquielas tries amigas, estaavam semper par cimi e par baixo juntas – Dizia Fleur para Hydra, Peter e Gui.

— Gabrielle, Gisele e Desiré, as conheci, são boas pessoas – Disse Peter.

— Gabrielle realmen é si, Desiré er um puoucu metidi i aqueli Gisele, nunca gostiei muitu dela –Disse Fleur sacudindo os cabelos prateados.

— Quase nenhuma menina que não a conhecia gostava de Gisele, mas ela é uma das amigas mais leais que eu tenho, acredite – Disse Hydra lembrando com saudades das três amigas que não via já tinha tanto tempo.

— Rai-Drá era um misteirio, ninguém sabi purque uma minini Inglesa estava na Beauxbatons – Disse Fleur.

— E eu queria que continuasse assim, era o único lugar que não me conheciam direito pelo sobrenome Malfoy, só algumas pessoas infelizmente, mas era maravilhoso assim, eu era só a Hydra, não a Hydra Malfoy para quase todo mundo – Hydra, que estava sentada no sofá de Fleur e Gui, respirava fundo e tinha os olhos vagos, as lembranças do passado sempre a deixavam melancólica.

— Eu imagino que seja difícil, quando mamãe me disse que Fred e Jorge estavam andando com uma Malfoy eu...

— Você deve ter pensado que eu estava usando eles, assim como a sua mãe e todo mundo que gostava deles e conhecia os Malfoys, eu imagino isso – Completou Hydra para Gui, deixando ele muito sem graça e vermelho, ela então completou – Não se preocupe, eu não os julgo por isso, eu também acho que provavelmente pensaria o mesmo se estivesse no lugar de vocês.

— É, mas mamãe depois te elogiou tanto e eu também vi que era uma garota legal, Fred e Jorge gostam muito de você, de verdade, ele sempre diz que você é como uma irmã para eles – Disse Gui, com o olhar bondoso por trás de suas agora, muitas cicatrizes.

— Eu também sinto o mesmo por eles, acredite, nem sei o que aconteceria comigo se algo acontecer com eles com essa guerra toda... nem quero pensar.

— Então não pense, vamos mudar de assunto – Disse Peter rapidamente, Hydra sabia que ele queria evitar que a esposa tivesse pensamentos ruins, eram raros os momentos de pura alegria de Hydra ultimamente e ele sempre lutava para conservá-los assim.


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