A Batalha Final escrita por Paula Mello


Capítulo 23
O fim da guerra




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Mais rápido do que ela conseguiu agir, McGonagall, Kingsley e Slughorn foram arremessados para trás, debatendo-se e contorcendo-se no ar, quando a fúria de Voldemort pela morte de Bellatrix, explodiu com a força de uma bomba. Voldemort ergueu a varinha e apontou-a para Molly Weasley.

— Protego! – Berrou uma voz, e um Feitiço Escudo expandiu-se no meio do Salão Principal, e Voldemort olhou admirado ao redor, procurando de onde viera.

— AI MEU DEUS! – Gritou Hydra.

Harry Potter aparecia do nada, aparentemente se despindo de uma capa de invisibilidade, COMPLETAMENTE INTEIRO, VIVO!

O berro de choque, os vivas, os gritos de todos os lados de "HARRY!", "ELE ESTÁ VIVO!" Foram imediatamente sufocados. A multidão se amedrontou, e o silêncio caiu brusca e completamente quando Voldemort e Harry se encararam e começaram no mesmo instante a se rodear.

— Não quero que mais ninguém tente ajudar – disse Harry em voz alta e, no silêncio total, sua voz ecoou como o toque de uma trompa. – Tem que ser assim. Tem que ser eu.

— Você ouviu, Hydra? – Perguntou Peter, - temos que deixar eles duelarem...

— Eu sei, eu entendo isso agora... – Disse Hydra, vendo que Harry Potter é que teria que terminar aquela guerra por eles, não ela e ninguém mais.

Voldemort sibilou.

— Potter não está falando sério – disse ele, arregalando os olhos vermelhos. – Não é assim que ele age, é? Quem você vai usar como escudo hoje, Potter?

— Ninguém – respondeu Harry, com simplicidade. – Não há mais Horcruxes. Só você e eu. Nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver, e um de nós está prestes a partir para sempre...

— Um de nós? – Caçoou Voldemort, e todo o seu corpo estava tenso e seus olhos vermelhos atentos, uma cobra armando o bote. – Você acha que vai ser você, não é, o garoto que sobreviveu por acaso e porque Dumbledore estava puxando os cordões?

— Acaso, foi? Quando minha mãe morreu para me salvar? – Desafiou Harry. Eles continuaram a se movimentar de lado, os dois, em um círculo perfeito, mantendo a mesma distância entre si, e para Harry só existia um rosto, o de Voldemort. – Acaso, quando decidi lutar naquele cemitério? Acaso, quando não me defendi hoje à noite e, ainda assim, sobrevivi e retornei para lutar?

Hydra apenas observava chocada, encontrou Jorge e Lino que pararam perto dela, ela abraçou Peter e segurava a mão de Jorge forte, mantendo Lino também perto dela, observando toda a cena.

— Acasos! – Berrou Voldemort, mas ainda assim não atacou, e os circunstantes permaneceram imóveis como se estivessem petrificados, e, das centenas de pessoas no salão, ninguém parecia respirar, exceto os dois. – Acaso e sorte e o fato de você ter se escondido e choramingado atrás das saias de homens e mulheres superiores a você, e me permitido matálos em seu lugar!

— Você não matará mais ninguém hoje à noite – disse Harry, enquanto se rodeavam e se encaravam nos olhos, verdes e vermelhos. – Você não será capaz de matar nenhum deles, nunca mais. Você não está entendendo? Eu estive disposto a morrer para impedir que você ferisse essas pessoas...

— Mas você não morreu!

— ... mas tive intenção, e foi isso que fez a diferença. Fiz o que minha mãe fez. Protegi-os de você. Você não reparou que nenhum dos feitiços que lançou neles são duradouros? Você não pode torturá-los. Você não pode atingi-los. Você não aprende com os seus erros, Riddle, não é?

— Uau! – Disse Hydra admirada com as palavras e a coragem de Harry Potter naquele momento.

— Você se atreve...

— Me atrevo, sim. Sei coisas que você ignora, Tom Riddle. Sei muitas coisas importantes que você ignora. Quer ouvir algumas, antes de cometer outro grande erro?

Voldemort não respondeu, continuou a rondá-lo em círculo, e Harry percebeu que o mantivera temporariamente hipnotizado e acuado, detido pela tênue possibilidade de que Harry pudesse, de fato, conhecer o segredo final...

— É o amor de novo? – Disse Voldemort, a zombaria em seu rosto ofídico. – A solução favorita de Dumbledore, amor, que ele alegava conquistar a morte, embora o amor não o tivesse impedido de cair da Torre e se quebrar como uma velha estátua de cera? Amor, que não me impediu de matar sua mãe sangue-ruim como uma barata, Potter; e ninguém parece amá-lo o suficiente para se apresentar desta vez e receber a minha maldição. Então, o que vai impedir que você morra agora quando eu atacar?

— Só uma coisa – respondeu Harry, e eles continuavam a se rodear e Hydra sentia seu coração bater mais forte a cada segundo, esperando o que iria acontecer, esperando o fim da guerra...

— Se não for o amor que irá salvá-lo desta vez – retrucou Voldemort –, você deve acreditar que é dotado de uma magia que não tenho, ou, então, de uma arma mais poderosa do que a minha?

— Creio que as duas coisas – replicou Harruy. Voldemort começou a rir, e o som era mais apavorante do que os seus gritos; desprovido de humor e sanidade, o riso ecoou pelo salão silencioso.

— Você acha que conhece mais magia do que eu? Do que eu, do que Lorde Voldemort, capaz de magia com que o próprio Dumbledore jamais sonhou?

— Ah, ele sonhou, sim, mas sabia mais do que você, sabia o suficiente para não fazer o que você fez.

— Você quer dizer que ele era fraco! – Berrou Voldemort. – Fraco demais para ousar, fraco demais para se apoderar do que poderia ser dele, do que será meu!

— Não, ele era mais inteligente do que você, um bruxo melhor e um homem melhor.

— Eu causei a morte de Alvo Dumbledore!

— Você pensa que causou, mas se enganou.

Hydra e todos agora olhavam curiosos, do que Harry estava falando afinal? Centenas de pessoas prenderam o fôlego, estaria Dumbledore então vivo? Pensou Hydra chocada demais para falar qualquer coisa.

— Dumbledore está morto! – Voldemort atirou as palavras para Harry como se pudessem lhe causar uma dor insuportável. – O corpo dele está apodrecendo no túmulo de mármore nos jardins deste castelo, eu o vi, Potter, e ele não irá retornar!

— Dumbledore está morto, sim – respondeu Harry, calmamente –, mas não foi você que mandou matá-lo. Ele escolheu como queria morrer, escolheu meses antes de morrer, combinou tudo com o homem que você julgou que era seu servo.

— O que? Do que ele está falando? – Falou Hydra agora pela primeira vez, mas não alto o suficiente para Harry ouvir.

— Que sonho infantil é esse?! – Exclamou Voldemort, mas, ainda assim, ele não atacou, e seus olhos vermelhos não se afastaram dos de Harry.

— Severo Snape não era homem seu. Snape era de Dumbledore, desde o momento em que você começou a caçar minha mãe. E você nunca percebeu, por causa daquilo que não pode compreender. Você nunca viu Snape conjurar um Patrono, viu, Riddle?

Voldemort não respondeu, Hydra estava confusa demais para pensar qualquer coisa ou fazer qualquer sentido daquilo.

Eles continuaram a se rodear como dois lobos prestes a se estraçalhar. – O Patrono de Snape era uma corça – disse Harry –, o mesmo que o de minha mãe, porque ele a amou quase a vida toda, desde que eram crianças. Você devia ter percebido – disse Harry quando viu as narinas de Voldemort incharem –, ele lhe pediu para poupar a vida dela, não foi?

— Ele a desejava, nada mais – desdenhou Voldemort –, mas, quando ela se foi, ele concordou que havia outras mulheres, de sangue mais puro, mais dignas dele...

— Naturalmente foi o que Snape lhe disse, mas ele se tornou espião de Dumbledore a partir do momento em que você a ameaçou, e dali em diante trabalhou contra você! Dumbledore já estava morrendo quando Snape o matou!

— Snape! – Sussurrou Hydra, agora chorando, compreendendo que estava certa sobre ele desde o começo, ele era um homem bom no fundo, ele não traiu Dumbledore ou os seus amigos, ele não era o monstro que ela achou que ele era nos últimos tempos, ele tinha seus defeitos, muitos erros, mas no final, ele era mesmo um herói para ela... E para eles...

— Não faz diferença! – Guinchou Voldemort, que acompanhara cada palavra com extasiada atenção, mas, em seguida, soltou uma gargalhada demente. – Não faz diferença se Snape era meu seguidor ou de Dumbledore, ou que mesquinhos obstáculos ele tentou colocar em meu caminho! Eu os esmaguei como esmaguei sua mãe, o pretenso grande amor de Snape! Ah, mas tudo isso faz sentido, Potter, e de modos que você não compreende!

— Não, pobre Snape... – Dizia Hydra, soluçando no ombro de Peter, agora chorando pela morte de seu mentor, Peter acariciou seus cabelos e Jorge ainda segurava firme em sua mão.

Voldemort continuava falando:

"Dumbledore tentou me impedir de possuir a Varinha das Varinhas! Queria que Snape fosse o verdadeiro senhor da varinha! Mas passei à sua frente, garotinho: cheguei à varinha antes que você pudesse pôr as mãos nela, compreendi a verdade antes que você a percebesse. Matei Severo Snape há três horas, e a Varinha das Varinhas, a Varinha da Morte, a Varinha do Destino é realmente minha! O último plano de Dumbledore falhou, Harry Potter!"

— É, falhou. Você tem razão. Mas, antes de você tentar me matar, eu o aconselharia a pensar no que fez... pensar, e tentar sentir algum remorso, Riddle...

— Que é isso? – Perguntou Voldemort, parecendo realmente muito surpreso.

— É a sua última chance – continuou o garoto –, e é só o que lhe resta... vi em que se transformará se não aproveitá-la... seja homem... tente sentir algum remorso...

— Você ousa...

— Ouso, sim, porque o último plano de Dumbledore não saiu às avessas para mim. Saiu às avessas para você, Riddle- Harry observava Voldemort e continuou falando - A varinha não está funcionando corretamente para você, porque você matou a pessoa errada. Severo Snape jamais foi o verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas. Ele jamais derrotou Dumbledore.

— Ele matou...

— Você não está prestando atenção? Snape nunca derrotou Dumbledore! A morte de Dumbledore foi planejada pelos dois! Dumbledore pretendia morrer sem ser derrotado, o último e verdadeiro senhor da varinha! Tudo correu conforme ele planejou, o poder da varinha morreria com ele, porque jamais foi arrebatada de suas mãos!

— Mas, então, Potter, Dumbledore praticamente me entregou a varinha! – A voz de Voldemort tremeu de malicioso prazer. – Roubei a varinha do túmulo do seu último senhor! Retirei-a, contrariando o desejo do seu último senhor! O seu poder é meu!

— Você ainda não entendeu, não é, Riddle! Possuir a varinha não é o suficiente! Empunhá-la, usá-la, não a torna realmente sua. Você não escutou o que Olivaras disse? A varinha escolhe o bruxo... A Varinha das Varinhas reconheceu um novo senhor antes de Dumbledore morrer, alguém que jamais tinha posto a mão nela. O novo senhor tirou a varinha de Dumbledore contra sua vontade, sem perceber exatamente o que tinha feito, ou que a varinha mais perigosa do mundo lhe dedicara a sua fidelidade... – Harry fez uma pequena pause e continuou - O verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas era Draco Malfoy.

— Não! Ele vai querer matar meu irmão! – Disse Hydra procurando agora desesperadamente por Draco e o viu em um canto, junto com sua mãe e pai que o abraçavam, o protegendo, sentiu um alívio em ver o irmão protegido por aqueles que nunca foram capaz de proteger ela de verdade, pelo menos é o que ela achava, ela ia atrás dele, mas viu que não precisava com o continuar da conversa...

— Que diferença faz? – Perguntou Voldemort, brandamente. – Mesmo que você tenha razão, Potter, não faz a menor diferença para você nem para mim. Você não possui mais a varinha de fênix:

— Duelaremos apenas com a perícia... e depois de tê-lo matado, posso cuidar de Draco Malfoy...

— Não! – Disse Hydra, procurando novamente o irmão que não estava mais no mesmo canto, ela queria correr atrás dele para proteger o menino, não queria perder mais nenhum irmão naquele dia... Nenhuma mais família ou amigos...

— Mas é tarde demais. Você perdeu sua chance. Cheguei primeiro. Subjuguei Draco faz semanas. Arrebatei a varinha dele.

— Calma, Hydra, calma, espere, ele pode perder, ele pode perder tudo agora – Dizia Peter e Jorge reforçou o pedido.

Hydra sentiu o alívio em seu peito, Draco não corria tanto perigo assim afinal, não mais, mas já o Harry...

Harry girou a varinha de pilriteiro, todos prestaram atenção, totalmente absortos na cena a seguir.

— Então, a questão se resume nisso, não é? – Sussurrou Harry. – Será que a varinha em sua mão sabe que o seu último senhor foi desarmado? Porque se sabe... eu sou o verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas.

Um brilho ouro-avermelhado irrompeu subitamente no céu encantado e incidiu sobre eles, quando um retalho ofuscante de sol surgiu no parapeito da janela mais próxima. Com a luz do sol brilhando em seus rostos, um apontou a varinha para o outro.

— Avada Kedavra!

— Expelliarmus!

O estampido foi o de um tiro de canhão e as chamas douradas que jorraram entre as duas, no centro absoluto do círculo que eles tinham descrito, marcaram o ponto em que os feitiços colidiram. Harry viu o jato verde da maldição de Voldemort ir de encontro ao seu próprio feitiço, viu a Varinha das Varinhas voar para o alto, escura contra o nascente, girar pelo céu encantado como a cabeça de Nagini, girar pelo ar em direção ao Harry Potter, que com facilidade, agarrou a varinha com a mão livre ao mesmo tempo que Voldemort caía para trás de braços abertos e bateu no chão com uma finalidade terrena, seu corpo fraco e encolhido, as mãos brancas vazias, o rosto de cobra apático e inconsciente. Voldemort estava morto, atingido pelo ricochete de sua própria maldição, e Harry ficou parado com as duas varinhas na mão.

— Ele morreu! Acabou, acabou! Nós ganhamos! Nós ganhamos! O Harry Potter ganhou! - Dizia Hydra chorando, agora, pela primeira vez na noite de felicidade, abraçando e beijando Peter e logo depois o Jorge e Lino.

Os gritos e vivas e brados dos circunstantes rasgaram o ar. O intenso nascente ofuscou as janelas, e eles correram com estardalhaço para Harry, Hydra, Jorge, Lino e Peter se juntaram a multidão.

A manhã surgiu em Hogwarts e toda uma mistura de luto e comemoração permanecia entre os sobreviventes, Hydra abraçou cada um dos Macmillans e dos Weasleys, seus amigos, Lino, Angelina, Olívio, Kate, Alicia e Lino.

As notícias que agora chegavam aos poucos de todos os lados ao longo da manhã eram animadoras, parecia que os que estavam sob o efeito da Maldição Imperius no país tinham voltado a si, que os Comensais da Morte estavam fugindo ou sendo capturados, que os inocentes de Azkaban estavam sendo libertados naquele exato momento, e que Kingsley Shacklebolt fora nomeado ministro da Magia interino...

O corpo de Voldemort foi retirado e posto em uma câmara ao lado do Salão Principal, longe dos corpos de Fred, Tonks, Lupin, Colin Creevey e cinquenta outros que tinham morrido, combatendo-o. McGonagall havia reposto as mesas no salão, mas ninguém estava sentado de acordo com as Casas: todos estavam misturados, professores e alunos, fantasmas e pais, centauros e elfos domésticos, e Firenze convalescia deitado a um canto, e Grope espiou para dentro, por uma janela quebrada, e as pessoas estavam atirando comida em sua boca sorridente.

— Acho que vamos poder voltar a viver direito – Disse Hydra, em um pequeno momento de alegria, reunida com sua família e amigos no salão principal.

Gina descansava a cabeça nos ombros da mãe, Peter e Hydra se abraçavam e Jorge estava ao seu lado, aos poucos, ela sabia, eles teriam que voltar a lidar com a morte de Fred e todos os que haviam perdidos, mas não agora.

— Hydra – Disse a sra. Weasley - seus pais estão ali, juntos com o seu irmão, por que não vai falar com eles?

Hydra viu os três Malfoys, seus pais e irmãos juntinhos em uma mesa, eles tinham o olhar de quem não sabia se deviam estar ali ou não, mas no final, não lutaram, não lutaram contra eles, devia Hydra perdoar eles afinal?

— Eu não sei... – Disse ela.

— Hydra, se tem uma lição que aprendemos aqui hoje, é que não devemos deixar para depois nada, nenhuma palavra não dita, perdoando ou não, vai lá, fala com eles – Disse Peter.

— Nunca se sabe quando você vai poder voltar para a sua família Hydra... - Disse Percy, completando e Hydra soube o que ele queria dizer.

Hydra olhou para eles e concordou com a cabeça, levantou e caminhou vagarosamente em direção a eles, ninguém parecia estar dando atenção aos três, mas Narcisa levantou a cabeça, abriu os olhos e deu um grande sorriso ao ver Hydra.

— Você veio... – Dizia ela.

Hydra se sentou ao lado dos três.

— Eu vou... Eu vou deixar que vocês conheçam a Libra, eu vou deixar que convivam socialmente com ela, eu vou deixar que sejam avos, mas eu não vou perdoar vocês dois por tudo que vocês fizeram, não completamente, não agora, eu não consigo, não consigo ainda, ok? Apesar de estar orgulhosa de vocês não terem lutado no final – Disse ela decidida, enquanto Lúcio e Narcisa olhavam arrasados.

— Eu sei que erramos, Hydra, mas tudo que fizemos foi tentando te proteger – Disse Narcisa calmamente, com lágrimas nos olhos.

— Nós não queríamos te perder – Disse Lúcio, em uma das poucas palavras realmente carinhosas que já dissera para Hydra em muito tempo.

— Eu sei, eu sei que iríamos roubar a sua filha e essa ideia não foi nossa, acredite, eu nunca ia querer roubar a sua filha, nunca, jamais, eu quero ela com você, eu sei que eu errei e errei muito em confiar na Bellatrix totalmente, hoje eu vejo que ela estava errada e cega, mas eu juro, eu juro que sempre pensamos que estaríamos te protegendo da morte e protegendo a sua família também. - Disse Narcisa meio desesperada.

— É verdade, Hydra – Disse Draco, - eu também sempre achei que estava fazendo a coisa certa.

— Você é o mais inocente de vocês três, Draco, não que não tenha culpa pelos seus atos, mas muitos cometeu coagido, eu sei, mas você nunca foi coagido a ser cruel com as pessoas antes de Voldemort voltar, espero que se lembre diso e mude de agora em diante... Eu te amo e eu nunca deixei de te amar, apesar de sempre me envergonhar de algumas atitudes suas com os outros, mas eu espero sinceramente, como eu disse, que elas estejam no passado, seja seu próprio homem Draco, de agora em diante, esquece o papai e a mamãe e o que eles pensam, seja seu próprio homem e eu estarei sempre aqui para você.

Draco ficou calado e olhou para baixo com vergonha.

— Quanto a você, papai, para mim o grande vilão da minha história e a de Draco sem foi você e sua ambição, seu preconceito e seu egoísmo, eu acredito que tenha querido o melhor para mim r que até me ame do seu jeito, não se preocupe e eu vou mudar as minhas palavras agora, eu estarei aberta para poder um dia voltar a te olhar com respeito e quem sabe te perdoar, mas esse dia não será agora.

Lúcio também olhou para baixo triste, mas Hydra não sabia se era tristeza de verdade pelo que ela falou ou orgulho ferido, medo de admitir um erro muito grande que cometeu, ou até mesmo falta de arrependimento dele.

— E quanto a você, mamãe – Narcisa olhou com medo, - eu vou mudar minhas palavras também, eu sei que você sempre me amou, eu também sempre te amei, eu só espero que você se prove para mim como a mulher que eu sei que existe aí embaixo, sem a influência do papai ou da família Black, se prove mamãe e quem sabe um dia, eu venha a te perdoar totalmente, eu te amo mamãe, eu realmente te amo e eu sempre te amei.

Com essas palavras, Hydra saiu satisfeita da mesa e voltou para junto de sua verdadeira famíla e amigos.

— O que vai ser de nós agora? – Perguntou Jorge para ela.

— Agora, nós recolhemos os pedaços que sobraram e recostruímos tudo, provavelmente não vai ser fácil, não sem o Fred, a Tonks e o Lupin e todos o que perdemos nessa guerra, mas acho que vamos conseguir.

— Eu não sei se... – Disse ele com lágrimas nos olhos.

— Eu vou estar do seu lado, eu acho que vai porque eu te amo e toda a sua família também te ama é porque Fred não ia querer ver você devastado e nem a mim, eles não morreram em vão, eles morreram heróis e tudo que eles vão querer agora é que sejamos felizes com a vida que eles morreram para nos dar.

Jorge esboçou um sorriso, os dois se abraçaram e ele foi conversar com a família.

— Precisamos ir ver Libra, pegar ela, contar para Andrômeda... – Disse Peter quando ela se virou para ele.

— Eu sei, eu só não sei se aguento – Disse Hydra.

— Aguenta sim, você é uma das mulheres mais fortes que eu já vi, Hydra Malfoy – Disse ele sorrindo.

— Macmillan – Corrigiu ela – Eu nunca mais quero ser chamada de Malfoy na minha vida...

— Então não será, não por mim pelo menos... E quanto a sua tia, eu vou estar lá com você, ok? Vamos contar juntos.

— Ok... – Respondeu Hydra.

— Será que vão reconstruir Hogwarts, do jeitinho que era? – Perguntou Angelina, que estava perto deles.

— Acho que sim, eu só não acho que um dia vá ser como antes... - Respondeu o sr. Weasley.

— Acho que Dumbledore estaria orgulhoso... – Disse Gui Weasley, que abraçava agora Fleur.

— Acho que o Olho-Tonto também... – Concordou o Sr. Weasley.

— E o Sirius e todos que perdemos acho que também... - Disse Hydra.

— Espero só poder consertar tudo que eu fiz de errado – Disse Percy, absorto em seus pensamentos.

— O passado ficou para trás, - Disse a sra. Weasley, acariciando os cabelos do filho – eu só quero agora paz e meus filhos junto comigo, todos os que eu ainda tenho.

A multidão foi ficando menor com o tempo, todos foram se retirando, prontos para voltar para suas casas e viver as suas vidas, enterrar os seus mortos....

— Vamos, Hydra? – Perguntou Peter, que estava perto da sua família.

A vontade de ver Libra, abraçá-la e beija-la e dizer que ela finalmente era livre para viver a vida de uma criança normal era grande, mas ela não queria ir embora ainda sem se despedir mais uma vez de Jorge, ela pediu um momento e foi proucurá-lo, ele estava com Lino, que também tinha ficado arrasado pela perda do amigo Fred e com sua família, Hydra o chamou, depois de se despedir de todos, prometendo ver cada um deles em breve.

— Isso sai agora, sabia? – Disse Jorge, se referindo a pulseira que representava Fred.

— Eu sei, quando a pessoa morre, a pulseira solta, mas acho que não vamos querer tirar ela de verdade, vamos? – Perguntou Hydra, olhando nos olhos do amigo.

— Não, acho que jamais – Respondeu ele.

— Eu vou estar com você, você sabe disso, né?

— Eu sei e eu vou precisar – Disse ele chorando.

— A sua alegria vai voltar, Jorge, eu sei que parece impossível agora, mas vai voltar, a nossa vai.

— E se ela morreu junto com o Fred?

— Não acho, Fred não ia deixar isso, não iria permitir, ele amava demais você para isso, ele nos ama demais para isso... Não acho que o amor acabe depois da morte. - Disse Hydra segurando o choro.

— Então, agora acabou? Sem mais guerra?

— Sem mais guerra eu acho... - Disse Hydra, abraçando o amigo mais uma vez.


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