A Batalha Final escrita por Paula Mello


Capítulo 22
O que aconteceu




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Shacklebolt duelava com um comensal mascarado, Hydra e Peter ainda tentava deter mais dois gigantes, tentando escapar de suas pisadas mortais, Jorge tinha sumido na multidão, mas não havia muito tempo para se preocupar, a cada momento mais jatos de luzes cruzavam o ar, Hydra já tinha perdido muito sangue e se sentia fraca, porém não parada.

— Você está bem? Você precisa parar, Hydra – Disse Peter, depois de terem derrubado um gigante.

— Não posso agora, mesmo se eu quisesse – Disse Hydra que corria enquanto atirava feitiços no outro gigante que tentava derrubar.

Com a ajuda de dois alunos da corvinal e um da lufa-lufa, finalmente conseguiu derrubar o gigante e então a voz que ouviram antes recomeçou a falar.

"Vocês lutaram", disse a voz, "valorosamente. Lorde Voldemort sabe valorizar a bravura.

"Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isto aconteça. Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício.

"Lorde Voldemort é misericordioso. Ordeno que as minhas forças se retirem imediatamente.

"Vocês têm uma hora. Deem um destino digno aos seus mortos. Cuidem dos seus feridos.

"Eu me dirijo agora diretamente a você, Harry Potter. Você permitiu que os seus amigos morressem por você em lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida. Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçará. Desta vez eu participarei da luta, Harry Potter, e o encontrarei, e castigarei até o último homem, mulher e criança que tentou escondê-lo de mim. Uma hora."

Todos os comensais começaram a se retirar, os alunos e professores finalmente começaram a se reunir e contar seus mortos, Hydra ajudou a levar alguns corpos de alunos que pareciam jovens demais até o salão principal quando Peter disse que precisava olhar seus ferimentos.

Os dois foram até uma sala próxima, Hydra tirou as vestes e Peter administrou algumas poções que tinha trazido nas vestes nela e nele, suas feridas começaram a fechar e o sangue a estancar, então ela recolocou as vestes.

O castelo estava anormalmente silencioso. Não havia clarões agora, nem estampidos, nem gritaria. As lages do deserto saguão de entrada estavam manchadas de sangue. As esmeraldas continuavam espalhadas pelo piso ao lado de pedaços de mármore e lascas de madeira. Parte do balaústre fora destruído.

Hydra voltou para o Salão principal, os mortos estavam enfileirados e muitas pessoas se consolovam, ela olhou ao redor e o mundo parece que parou por um segundo.

Ela vira a família Weasley rodeando um corpo, Jorge estava ajoelhado à cabeça de alguém; a sra. Weasley se deitara sobre o corpo falecido, e o seu corpo estava sacudindo, o sr. Weasley acariciava os cabelos dela e as lágrimas desciam em cascata pelo seu rosto.

— Hydra, eu... – Disse Peter, percebendo o que estava acontecendo antes dela.

— Não... - Disse ela baixo no começo, depois as lágrimas caindo descontroladamente do rosto – NÃO, NÃO, NÃO, NÃO!!! – Gritava cada vez mais alto, caiu de joelhos no chão, as mãos nos olhos, Peter tentava segurar ela, mas ela o afastava, todos pareciam a olhar, era ele, era Fred...

Ela levantou, viu que vários olhos realmente a olhavam, saiu correndo em direção ao corpo, então viu, Fred, seu amigo, seu irmão, uma das pessoas que ela mais amava na vida, estava morto, no chão sua mãe ainda chorando sob ele e Jorge também, ela se tacou no corpo chorando, segurou sua mão e começou a beijá-la.

— Não, por favor, não, não, você não, por favor, pelo amor de Deus, Fred, não me deixa, eu não devia ter te deixado sozinho, eu não devia ter saído do seu lado, meu irmão, eu te amo Fred, não, não!!! – Dizia ela chorando.

Hydra sentiu a mão de Peter nas suas costas, ela levantou o rosto e deu um longo abraço apertado na sra. Weasley.

— Eu sinto muito – Disse Hydra com a pouca voz que sobrava.

Ela olhou novamente Fred e então viu Jorge, ele precisava dela, assim como ela precisava dele, o olhar de Jorge encontrou com o dela, sem falar nada, Hydra se levantou e foi até o seu encontro, foi o abraço mais demorado que já deu na vida, os dois choravam descontroladamente e Hydra acariciava os cabelos de Jorge, nenhum dos dois precisava falar nada, acabaram de perder uma das pessoas mais preciosas em suas vidas, não tinha o que ser falado, a dor que Hydra sentia era maior do que qualquer palavra e tinha certeza que Jorge sentia o mesmo.

Depois de largar Jorge e abraçar os outros Weasleys, Hydra notou que Fred morrera usando as pulseiras que ela fez para ele, morrera com um pedaço seu, levaria ele para sempre e para sempre um pedaço de Hydra morrera.

— Hydra... – Disse Peter delicadamente chamando atenção para os corpos ao lado de Fred.

Mais uma vez, parecia que uma grande facada foi dada em seu coração, ela recomeçou a chorar e caiu novamente no chão, os corpos de Lupin e Tonks, sem vida, pareciam dormir, juntos, lado a lado, Hydra chorou, chorou muito, se debruçou na prima e em Lupin, Peter chorava ao seu lado.

— Aí minha prima, eu sinto muito, eu achei, eu achei que iríamos criar nossos filhos juntos, aí minha pobre tia, perdeu o marido e agora, o que você estava fazendo aqui? Você não ficou em casa... – Hydra não conseguiu completar a frase, a dor era imensa demais, depois de um tempo continuou se virando para o corpo de Lupin - Lupin, meu querido amigo Lupin, eu sinto muito Lupin, você era tão especial, é tão especial... - Disse Hydra chorando descontroladamente.

— Hydra, venha comigo – Disse Peter a levantando.

— Não, não, eu não vou a lugar nenhum.

— Hydra, olha para mim – Disse Peter com um tom autoritário – Você não vai ajudar ninguém no estado que está, nem a você mesma, por favor, vamos sair.

Hydra olhou mais uma vez para os corpos de Fred, Tonks e Lupin, então para Jorge que ainda chorava, mas doia ver Jorge naquele momento, seu rosto tão igual ao de Fred...

— Eu vou, mas fique aqui, ajude a cuidar dos feridos, você é curandeiro, certo? Eu vou dar uma volta e ver se consigo ajudar alguém e volto, ok?

Peter concordou relutante, começou a circular entre os feridos e Hydra se retirou do salão principal.

Cada passo que dava, era uma tortura, pensava em Fred, em Jorge, nos momentos bons que tiveram juntos ali dentro, pensava em Tonks e Lupin e em como estavam comemorando o nascimento de Teddy poucas semans antes, Hydra parou em uma coluna de pedra semi distruída do lado de fora.

— Eu sinto muito pelo Fred... E pela sua prima e pelo Lupin... – Disse uma voz masculina, Hydra abriu os olhos e viu que se tratava de Olívio Wood.

— Sim, obrigada... – Disse Hydra sem saber o que falar.

— Você está bem? – Perguntou ele.

— Você sempre me pergunta isso – Respondeu ela.

— Mas dessa vez eu realmente tenho um motivo, não acha? – Disse Olívio se aproximando.

— Eu estou bem, eu estava ferida, mas o Peter me ajudou.

— Ele é um bom homem, o Peter, ele está lá dentro ajudando os feridos, eu fico feliz que você tenha ficado com um bom homem.

— Você também é um bom homem, Olívio.

— Mesmo assim, eu fico feliz em ver a família que você formou, você merece.

— Obrigada – Disse Hydra, sem muita vontade de conversar, só queria naquele momento sr encontrar mais uma vez com Fred, Tonks e Lupin.

— Hydra, vem, é a mamãe... – Disse Jeniffer com as vestes rasgadas e cabelo em pé.

Hydra nem se despediu de Olívio, apenas correu seguindo Jeniffer, no salão principal, Mezra estava caída, não estava morta, mas parecia quase.

— Ela precisa ir para o St Mungo's – Disse o Sr Macmillan.

— Não temos como sair agora, mas eu acho que a ala hospitalar ainda está inteira – Disse Abbas, - vamos levar ela até lá!

— O que ela tem? – Perguntou Hydra.

— Um feitiço forte a atingiu, ela precisa de poções, eu vou levar ela até a ala hospitalar, fique aqui e tenta ajudar alguns feridos mais leves – Disse Peter, saindo correndo com o pai para levar a mãe até a ala hospitalar, sendo seguido por Jeniffer.

Hydra viu Jorge, sentado em um canto com a mãe e o pai, ela foi até ele, sentou ao lado de Jorge, os dois encostaram a cabeça um no outro.

— E agora? – Perguntou Jorge.

— E agora, a gente honra a vida do Fred, a gente acaba com tudo isso, por ele...

Percy se sentou ao lado de Hydra, ele parecia extremamente arrasado.

— O que houve com o Fred, Percy?

— Uma explosão, teve uma explosão e... – Percy começou a chorar – Ele morreu rindo, rindo de algo que eu falei... Ele morreu feliz Hydra...

Hydra também voltara a chorar, abraçava forte o braço de Jorge, ela vira o comensal que provocou a explosão, apesar da alegria de saber que seu amigo morreu rápido, bem e feliz, um ódio subiu em seu corpo, ela iria fazer ele pagar pelo que fez...

— E Tonks e Lupin? – Perguntou ela tentando disfarçar o ódio que sentia agora.

— Bellatrix matou Tonks – Respondeu o Sr. Weasley.

— Maldita... – Disse Hydra, pensando que não se importava se ela era sua tia ou não, só queria ver ela morta na sua frente.

Peter retornou algum tempo depois dizendo que conseguiram medicar a mãe com poções, mas que tiveram que deixar ela perto da ala hospitalar que estava lotada, seu pai ficara com ela.

— Ela vai ficar bem? – Perguntou Hydra.

— Sim, vai ficar bem... eu fico pensando na Libra, será que ela está bem? – Perguntou Peter.

Nesse momento, o estômago de Hydra novamente se remexeu, ela provavelmente teria que encontrar a tia em breve, ela teria que contar que ela nunca mais veria sua filha ou genro.

— O que vai ser da tia Andrômeda? – Perguntou Hydra chorando.

— Ela é forte Hydra e ela tem você, mais do que nunca ela vai precisa de você e do neto dela e de todos nós, de Libra, de sua família e amigos... – Disse Peter.

— Espero ser forte o suficiente para ajudá-la – Hydra olhava para Jorge, que descansava a cabeça em seu ombro e pensava que as exatas mesmas palavras também serviam em relação a ele.

A hora que Voldemort dera para atacar novamente se aproximava, os corpos eram colocados juntos em uma outra parte do castelo, todos sabiam e temiam que haveria luta novamente, Hydra foi até a antiga sala de Snape (agora de Slughorn) e fez algumas doses de poção para curar feridas e revigorar, a ala hospitalar estava lotada demais para Madame Pomfrey fazer tudo sozinha.

— Excelente, você é realmente boa nisso – Disse Slughorn enquanto ela fazia as poções junto com ele – Uma pena que não teve chance de ser minha aluna, gostaria muito de ter você no meu clube.

Hydra olhou para ele e forçou um falso sorriso, nada a alegrava de verdade agora, mas sabia que tinha que prosseguir.

— Hydra? – Disse a voz de Draco enquanto ela e Slughorn subiam para o salão principal. Hydra se virou e viu o irmão que também parecia ferido.

— Professor, você pode ir subindo com as poções? – Perguntou ela.

— Claro, claro, vejo você lá em cima – Slughorn subiu como uma expressão desconfiada no rosto e sumiu.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntou Hydra confrontando o irmão com ódio – Veio matar algum dos meus amigos?

— Hydra, eu não...

— O Fred morreu! Morreu! – Gritou ela, - ele morreu por causa de uma explosão que um comensal, um amigo seu comensal provocou! E o Lupin e a Tonks, a pobre Tonks morreu pelas mãos da tia, da nossa tia!

Draco não ousava dizer uma palavra e Hydra tirava tudo do peito, todo ódio, toda dor, tudo, sabia que estava descontando tudo, talvez até meio injustamente em Draco, mas ele tinha culpa por estar lá ao lado dos inimigos.

— Eu sinto...

— Você sente o que? Muito? Sério, Draco? – Perguntou Hydra agora chorando – você sente muito que dezenas de jovens morreram hoje? Você sente muito?

— Se o Potter...

— ELE NÃO TEM CULPA! – Gritou Hydra ainda mais alto – a culpa é do Voldemort e seu exército de idiotas o qual você faz parte, por quê você faz parte Draco, por quê?

— Eu não tive escolha, Hydra, você sabe que não tive! – Hydra balançava a cabeça em negativa – você tem razão, a culpa é dele, mas eu vou fazer o que, Hydra? Eu não quero matar ninguém, muito menos alunos, muito menos meus colegas ou os seus! Eu quero ir embora daqui, mas eu não posso! – Gritava dessa vez Draco.

— Pode sim, Draco e também pode lutar do lado certo.

— Não, mamãe e papai poderiam ser mortos na mesma hora.

— Então eles que venham para o nosso lado também – Disse Hydra.

— Eu... eu sinto muito, pelo Fred, pelos seus amigos, eu sinto muito – Disse Draco se afastando rapidamente e deixando Hydra sozinha.

Depois de se recuperar de mais uma onde de choro, Hydra subiu para ajudar Slughorn com os feridos, quando foi ouvido um grito.

— COMENSAIS, SE APROXIMANDO, COMENSAIS! – Disse uma menina da Lufa-Lufa.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, alguns correndo para o lado de fora, outros chorando, Hydra encontrou Peter, Jorge e os Weasleys e eles foram para o lado de fora do castelo, esperar o que aconteceria.

Eram centenas de comensais, parados em linha na frente dos portões, entre eles, o próprio Voldemort, o que fez com que alguns gritinhos de medo surgissem, Hydra levou as mãos a boca ao ver ele ali, Hagrid também estava com eles, aparentemente preso e levando um corpo nas mãos, mais um corpo...

— NÃO! – Gritou McGonagall de uma forma terível, Hydra não entendeu no começo o porquê do grito, mas logo viu, o corpo... O corpo nos braços de Hagrid, era de HARRY POTTER!

— Ai, não, não! – Disse Hydra arrasada abraçando Peter.

Então, novamente o ódio subiu em seu corpo, Bellatrix ria, ria do desespero de McGonagall, "maldita", pensava Hydra, "maldita assassina da própria sobrinha, maldita mulher cujo sangue corre nas minhas veis, maldita!". Voldemort se aproximou do corpo de Harry e mexeu na sua enorme Cobra de estimação que também poderia causar pavor em qualquer um só de olhar.

—Não!

—Não!

— Harry! HARRY!

Gritavam Hermione, Rony e Gina, Hydra sabia exatamente o que sentiam, já que sentiu o gosto de perder um melhor amigo poucos minutos atrás. Os gritos dos três geraram uma espécie de gatilho para que todos os outros sobreviventes gritassem e chorassem em desespero e tristeza.

— SILÊNCIO! – Exclamou Voldemort. Em seguida, um estampido, um forte clarão, e o silêncio se impôs a todos. – Acabou! Ponha-o no chão, Hagrid, aos meus pés, que é o lugar dele!

Hagrid colocou o corpo de Harry na grama.

— Estão vendo? – Disse Voldemort, e Harry sentiu-o andando de um lado para outro, paralelamente ao lugar em que ele jazia. – Harry Potter está morto! Entenderam agora, seus iludidos? Ele não era nada, jamais foi, era apenas um garoto, confiante de que os outros se sacrificariam por ele!

Hydra chorava com o rosto enterrado no peito de Peter e depois olhava novamente para a cena.

— Ele o derrotou! – Berrou Rony, e o feitiço se rompeu, e os defensores de Hogwarts voltaram a gritar e a insultar até que um segundo estampido mais forte tornou a extinguir mais uma vez suas vozes.

— Ele foi morto tentando sair escondido dos terrenos do castelo – disse Voldemort, e, na sua voz, havia prazer com a mentira –, morto tentando se salvar...

Algo de muito impressionante aconteceu, Voldemort foi interrompido por ninguém menos que Neville Longbottom que dava passos para frente e investiu contra Voldemort que o desarmou e o fez cair no chão, Hydra soltou um pequeno grito de susto.

— E quem é esse? – Perguntou Voldemort. – Quem está se voluntariando para demonstrar o que acontece com os que insistem em lutar quando a batalha está perdida?

Belatrix deu uma gargalhada prazerosa e o ódio voltou a correr nas veias de Hydra, só queria acabar com aquela mulher, com ela e com o homem quer causara a explosão que matara Fred, mas não o via agora na multidão de comensais, apesar de tristemente, ver seus pais, ali parados, olhando para ela em desespero e procurando por Draco com o olhar.

— É Neville Longbottom, milorde! O garoto que andou dando tanto trabalho aos Carrow! O filho dos aurores, lembra?

— Ah, sim, lembro – disse Voldemort, baixando os olhos para Neville, que fazia força para se pôr de pé... – Mas você tem sangue puro, não tem, meu bravo rapaz? – Perguntou.

Voldemort a Neville, que o encarava, as mãos vazias fechadas em punhos.

— E se tiver? – Respondeu Neville em voz alta.

— Você demonstra vivacidade e coragem, e descende de linhagem nobre... você dará um valioso Comensal da Morte. Precisamos de gente como você, Neville Longbottom.

— Me juntarei a você quando o inferno congelar. Armada de Dumbledore! – Gritou ele e, da multidão, ouviram-se vivas em resposta, inclusive de Hydra, que se soltara de Peter e inflava o peito de orgulho e coragem e Jorge, que gritavam em resposta ao chamada de Neville, nem os Feitiços Silenciadores de Voldemort pareceram incapazes de conter.

— Muito bem – Disse Voldemort, e Harry detectou um perigo maior na suavidade de sua voz do que no feitiço mais poderoso. – Se essa é a sua escolha, Longbottom, revertemos ao plano original. A culpa será toda sua – disse ele, calmamente.

Voldemort acenou com a varinha. Segundos depois, das janelas estilhaçadas do castelo, algo voou e pousou na mão de Voldemort. Ele sacudiu o objeto mofado pelo bico e deixou-o pender vazio e roto: o Chapéu Seletor.

— Não haverá mais Seleção na Escola de Hogwarts – disse Voldemort. – Não haverá mais Casas. O emblema, escudo e cores do meu nobre antepassado, Salazar Slytherin, será suficiente para todos, não é mesmo, Neville Longbottom?

Hydra olhou para o lado e viu Abbas ao lado de Jeniffer, ele parecia completamente envergonhado, Hydra sabia que ele estava envergonhado de alguém tratar da sua casa desse jeito, mas também sabiam que nem todos, assim como ele, sua chefe e sua tia Andrômeda, concordavam com esse método e esse novo regime.

Voldemort apontou a varinha para Neville, que ficou rígido e calado, então forçou o chapéu a entrar na cabeça do garoto, fazendo-o escorregar abaixo dos seus olhos. A multidão que assistia à porta do castelo se movimentou e, sincronizados, os Comensais da Morte ergueram as varinhas, acuando os combatentes de Hogwarts.

— Neville agora vai demonstrar o que acontece com quem é suficientemente tolo para continuar a se opor a mim – anunciou Voldemort e, com um aceno da varinha, fez o Chapéu Seletor pegar fogo.

— NÃO! – Gritou Hydra e centenas outros de gritos foram ouvidos.

E então, ouviu-se um clamor nas distantes divisas da escola, dando a impressão de que centenas de pessoas escalavam os muros fora do campo de visão de todos e corriam em direção ao castelo, proferindo retumbantes brados de guerra. Nessa hora, Grope apareceu contornando a quina do castelo e berrou "HAGGER!". Seu grito foi respondido por urros dos gigantes de Voldemort: eles avançaram para Grope como elefantes estremecendo a terra. Depois vieram os cascos, a vibração de arcos distendendo e flechas começaram repentinamente a chover entre os Comensais da Morte, que romperam fileiras, gritando, surpresos.

Com um único movimento rápido e fluido, Neville se libertou do Feitiço do Corpo Preso que o imobilizava; o chapéu em chamas caiu de sua cabeça e, do fundo dele, o garoto puxou um objeto prateado com um punho cravejado de rubis.

— Hydra, vamos entrar no castelo – Dizia Peter a puxando, mas ela antes de correr, se virou e viu algo mais incrível ainda.

O ruído da espada de prata cortando o ar não pôde ser ouvido acima do vozerio da multidão que se aproximava, ou o estrépito dos gigantes se enfrentando, ou a cavalgada dos centauros, contudo, pareceu atrair todos os olhares. Com um único golpe, Neville decepou a cabeça de Nagini, que girou no alto, reluzindo à luz que vinha do saguão de entrada, e a boca de Voldemort se abriu em um berro de fúria, que ninguém pôde ouvir, e o corpo da cobra bateu com um baque surdo aos seus pés...

— Meu Deus! – Exclamou Hydra surpresa, de novo levando as mãos até a boca. Voldemort, pela primeira vez, parecia realmente surpreso e por um segundo, sem ação.

Por algum motivo, ele não conseguiu investir contra Hagrid, então, Hydra ouviu um barulho mais alto do que todos na multidão.

— HARRY! – Gritou Hagrid. – HARRY... ONDE ESTÁ HARRY?

Reinou o caos. A investida dos centauros dispersava os Comensais da Morte, todos fugiam das pisadas dos gigantes, e, cada vez mais próximos, estrondeavam os reforços que ninguém sabia de onde tinham vindo; Hydra viu um hipogrifo, rodeando as cabeças dos gigantes de Voldemort, gadunhando seus olhos, enquanto Grope os esmurrava; e agora os bruxos, defensores de Hogwarts, bem como os Comensais de Voldemort, estavam sendo empurrados para dentro do castelo.

— Vamos, temos que ir – Disse Peter a puxando, mas ele nem precisava, a multidão já fazia isso por ele.

Hydra disparava feitiço contra comensais enquanto era empurrada para dentro do castelo.

E agora havia mais, muito mais gente irrompendo pela escadaria da entrada, e Harry viu Carlinhos Weasley alcançar Slughorn. Pareciam ter reassumido a liderança dos familiares e amigos de cada estudante de Hogwarts que ficara para lutar, acompanhados dos lojistas e habitantes de Hogsmeade. Alguns centauros invadiram o saguão em um forte tropel, no momento em que a porta que levava à cozinha era arrancada das dobradiças.

Uma enxurrada de elfos domésticos de Hogwarts adentrou o saguão, gritando e brandindo seus trinchantes e cutelos, e à frente deles, vinha Monstro, sua voz de rã audível, apesar da zoeira:

— À luta! À luta! À luta pelo meu senhor, defensor dos elfos domésticos! À luta contra o Lorde das Trevas, em nome do corajoso Régulo! À luta!

Era algo incrível demais para seus olhos acreditarem, agora, todos pareciam querer lutar, por um momento, Hydra pensou que poderiam então ganhar, que tudo poderia ter fim! Lutou com mais vigor, derrubando todos os comensais que via pela frente e se protegendo com feitiços escudos silênciosos e poderosos.

Os elfos enquanto isso, cortavam e furavam os tornozelos e canelas dos Comensais da Morte. Os comensais pareciam finalmente estar sendo abatidos, estavam em menor número e em todos os cantos, pessoas lutavam vigorosamente.

Hydra entrou no salão principal, ela viu enquanto Jorge e Lino duelavam com Yaxley, ela correu para perto deles, Yaxley estava prestes a lançar um feitiço em Jorge quando ela lançou um poderoso feitiço escudo, se jogando na frente dele e o jogando para o lado. Yaxley pareceu assustado, a sra. Weasley, que estava perto, a olhava grata, ela ia continuar o duelo com Yaxley junto de Jorge e Lino, mas então, viu... ela viu o comenal que causara a explosão, ele estava tentando atacar um aluno da Lufa-Lufa que parecia pequeno.

— Continuem, meninos... – Disse ela, deixando o lado deles e indo em direção ao comensal.

Jorge e Lino derrubaram Yaxley pouco depois, pelo que Hydra viu quando se virou e Hydra lançou um feitiço silencioso que fez o comensal que agora perseguiam cair no chão.

— Corre, se protege! – Disse ela para o pequeno aluno, que a olhou asssutado e então saiu, atacando outro comensal perto deles.

— A Malfoy, não? Filha de Lúcio? – Perguntou o Comensal.

— Você matou o meu amigo... com a sua explosão, você matou o meu amigo, VOCÊ MATOU UM DOS MEUS IRMÃOS! – Respondeu Hydra, cheia de ódio.

— Matei? Oras, bem... se ele mereceu – Disse ele sorrindo.

Os dois começaram a duelar, luzes das suas varinhas saiam furtivamente, o homem ria, como se achasse muita graça em tudo aquilo, Hydra não aguentou mais, sentiu o ódio subir em seu peito com muita força, mais do que jamais julgaria ser capaz, então lançou um feitiço que fez o homem parar por alguns segudos e logo depois, o feitiço final...

— Avada Kevadra! – Disse Hydra, apontando a varinha para ele, um jato de luz verde saiu de sua varinha e o atingiu o cheio, ele caiu no chão, duro... morto...

"Eu o matei" pensou Hydra, voltando subtamente a si, recuperada de todo ódio, eu matei uma pessoa, eu o matei, mas espera, continuou Hydra, ele mereceu talvez, ele era um comensal, ele já tinha matado gente e provavelmente iria matar mais se pudesse, isso é uma guerra, ele mereceu talvez ... Ele mereceu...

Com esse pensamento, ela saiu de perto dele, do corpo que estava caído no chão e sendo pisoteado por centenas de pessoas que ainda duelavam e foi atrás de Peter e Jorge.

Hydra então viu seus pais, correndo entre a multidão, sem sequer tentar lutar, chamando, aos berros, por ela e por Draco, Narcisa a olhou e foi correndo em sua direção, seguida de Lúcio.

— Minha filha, ai minha filha, você está viva! – Dizia ela chorando e a abraçando.

— Não, vá, vão procurar o Draco – Disse Hydra, se libertando de Narcisa e correndo para o meio da multidão a ponto de ouvir um "não, por favor, volte" de Narcisa.

Mais uma vez, Hydra voltou a duelar com um comensal, grande e ruivo, mas queria mesmo era encontrar Bellatrix... aparentemente o ódio e sede de vingança não a deixara totalmente.

Hydra viu que Voldemort estava no centro da luta e duelava contra três ao mesmo tempo, McGonagall, Slughorn e Kingsley e Bellatrix, perto dele, depois de derrubar um comensal, ela foi em sua direção.

Bellatrix duelava com três de uma vez: Hermione, Gina e Luna, todas empenhadas ao máximo, mas Belatrix valia por todas juntas, Hydra estava se aproximando para ajudar elas quando uma Maldição da Morte passou tão perto de Gina que por menos de três centímetros não a matou...

— A MINHA FILHA NÃO, SUA VACA!

A sra. Weasley atirou sua capa para longe enquanto corria, deixando os braços livres. Belatrix girou nos calcanhares, às gargalhadas, ao ver quem era sua nova desafiante.

— SAIAM DO MEU CAMINHO! – Gritou a sra. Weasley às três garotas, e, fazendo um gesto largo com a varinha, começou a duelar. Hydra, parou, ela sabia que não devia se intrometer, ela observou a varinha de Molly Weasley golpear e girar, e o sorriso de Belatrix Lestrange vacilar e se transformar em um esgar. Jorros de luz voavam de ambas as varinhas, o chão em torno dos pés das bruxas esquentou e fendeu; as duas mulheres travavam uma luta mortal.

— Não! – Gritou a sra. Weasley quando alguns estudantes correram, em seu auxílio. – Para trás! Para trás! Ela é minha!

Hydra não sabia se temia pela vida da Sra. Weasley ou não, ela parecia tão determinada que não conseguiu ter medo.

Centenas de pessoas agora se encostaram às paredes observando as duas lutas, Voldemort e seus três oponentes, e Belatrix e Molly.

— Hydra, não faça nada... – Disse Peter surgindo atrás dela, como se lesse seus pensamentos, porque ela iria se juntar aos que atacavam Voldemort.

— Que vai acontecer com seus filhos depois que eu matar você? – Provocou Belatriz, tão desvairada como o seu senhor, saltando para evitar os feitiços de Molly que dançavam ao seu redor. – Quando a mamãe for pelo mesmo caminho que o Fredinho?

Hydra foi contida por Peter, porque se preparou para correr em direção as duas.

— Não, não Hydra! – Dizia ele.

— ME SOLTA! – Gritava, Hydra, cheia de ódio pela menção ao seu amigo Fred.

— Você... nunca... mais... tocará... em... nossos... filhos! – Gritou a sra. Weasley. Belatrix deu uma gargalhada.

O feitiço de Molly voou por baixo do braço esticado de Belatriz e atingiu-a no peito, diretamente sobre o coração.

A risada triunfante de Belatriz congelou, seus olhos pareceram saltar das órbitas: por uma mínima fração de tempo, ela percebeu o que ocorrera e, então, desmontou, e a multidão que assistia bradou, Hydra apenas sorriu e aplaudiu, Peter finalmente a deixou livre de seu braço e Voldemort deu um grito.


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