Trustiness escrita por Lilykah


Capítulo 2
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Cada capítulo vai tratar do ponto de vista do narrador, mas próximo a um personagem protagonista.

Comentem =)



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Quando esse jogo acabar, bem ou mal eu vou matar aquela vaca!

Praguejava Ginny Weasley, em pensamento, enquanto conduzia a Goles e tentava uma infiltração pela direita do goleiro das Catapultas de Caerphily. Falhou. De novo. Este estava sendo de longe seu pior desempenho da temporada, trinta pontos em mais de quarenta minutos de jogo.

Culpa daquela vaca da Skeeter

 Pensou iniciando uma lista mental dos principais culpados da situação em que se encontrava.

Primeiramente, lógico, culpa daquela cretina, depois dos seus observadores, um bando de fofoqueiros mentirosos, na sua opinião, que ela enviava para os eventos que não tinha intenção de se fazer presente, ou que não lhe interessavam totalmente ou, riu de canto, aqueles eventos em que ela não podia entrar.

Pra piorar o seu sentimento de revolta, Skeeter não se interessava por partidas de Quadribol ou pelos eventos esportivos, se interessava e muito pela vida pessoal dos jogadores e jogadoras. Interesse especial pelas meninas do elenco da  Harpias de Holyhead, principalmente desde que sua presença fora proibida pela cúpula do time. No ano em que Ginny entrou, a reporter decidiu invadir a concentração para conseguir alguma informação do casamento de Eva Margulies atacante do Harpias com Rogier Van Buren, representante interino Belga do Ministério da Magia. O que gerou um belo processo para a loira.

Ficou claro então que o verme rastejante que era Skeeter, palavras de seu irmão Rony, só se interessava por jogadores ou jogadoras que estivessem em um relacionamento. Mais que isso, só se interessava por jogadores ou jogadoras que estivessem em um relacionamento noticiável, ou seja, com alguém com requisitos como: status, fama ou dinheiro. Tratava em especial as jogadoras como abutres interesseiros, como se suas carreiras dessem certo somente pelos relacionamentos.

Por Merlin, ela ia fazer da minha vida um inferno se soubesse de mim e dele no início

Ele. Seu estômago afundou. Não conseguia parar de pensar nele. Balançou a cabeça como que para afastar estes esses pensamentos.

Se concentra, volta pro jogo.

O jogo estava uma porcaria, as Harpias de Holyhead estavam perdendo de cem a cento e trinta, quando precisavam ganhar de no mínimo cento e oitenta pontos de diferença para conseguir a classificação para as finais. Afastando momentaneamente seus problemas da cabeça, conseguiu se interceptar um lançamento no meio do campo e partiu para cima do goleiro, fazendo sua melhor jogada: simulação de ataque, giro no eixo e ataque infalível.

Cento e vinte à cento e cinquenta.

— Reação Harpias! Vamos conseguir! –  ouviu ao longe a treinadora Guga Jones, enquanto sua cabeça continuava elencando o passo a passo daquela matéria desastrosa.

Parte da culpa, obviamente era sua. Não seria infantil de tirar o seu da reta. Afinal após a divulgação das joias feitas pelas jogadoras, com fotos para a imprensa na área externa e da finalização do evento formal, cedeu aos pedidos insistentes do Senhor Terence Boot,  para que dançasse a valsa com o seu filho Jason, abrindo o evento.

E ela só aceitou com a confirmação que os jornalistas e fotógrafos não podiam fazer fotos ali. O Senhor Boot a havia vencido pelo cansaço, uma insistência que chegara a lhe incomodar, como as palavras do seu filho durante a valsa, que ainda lhe ecoavam à memória.

“ – Você é sempre tensa assim ou está tímida? – Perguntou o jovem louro lhe conduzindo pela dança. Sorria de lado parecendo a Ginny uma pretensão irritante.

— Timidez não faz parte das minhas características Senhor Boot – Ela rebateu e sorriu em desagrado.

Acho que ele entendeu como um flerte

— Jason, meu nome é Jason – continuou com uma voz arrastada e um olhar que tentava lhe decifrar os pensamentos.

— Vou continuar chamando de Senhor Boot. Estou representando o time da Harpias aqui, apenas profissionalmente. – Lhe disse soando menos incomodada do que ela se sentia no momento.

— E pessoalmente? – Ele era bom no flerte, assentiu. Qualquer uma cairia fácil. Ela não.

— Pessoalmente não é da sua conta. – rebateu. Nem de ninguém. — Mas para as coisas ficarem claras, tenho um noivo e...

— Olha só, temos um relacionamento secreto. – ele riu e frisou o secreto, quase como se achasse que fosse uma mentira dela – Ele existe mesmo? Qual o nome dele? Ele é casado?

— Não é da sua conta Senhor Boot.

 - Ele é um idiota de não estar aqui com você.

— Ele não é um idiota, e se não parar com este assunto eu vou embora.

— Ok, você venceu, vamos terminar essa dança segundo o protocolo. Relaxe que não estamos fazendo nada demais, é só uma dança. Afinal como diz meu pai, jovens, bonitos, famosos e com brilho próprio. Que mal há nisso?”

Burra, burra! Tava na cara que iriam falar! Burra!

 Flagelava-se com a falta de malícia que teve na situação. Viu Brittany, sua colega perder a posse da Goles e dar mais dez pontos  pro adversário na jogada seguinte. Agora o placar estava cento e trinta para as Harpias e cento e noventa para as Catapultas.

—*-

Sua cabeça não parava de relembrar às circunstâncias do evento que foi obrigada por contrato a ir. Lembrou-se de Hermione que não a acompanhou aquela noite, como fazia quando era possível. E lembrar-se da cunhada a fazia lembrar-se de Rony, o irmão e as oito semanas em missão sigilosa que tinha se enfiado junto com Ele. Pronto, sua cabeça dava voltas e sua cabeça lhe guiava novamente pra ele: Harry Potter.

Na cabeça de Ginny, Harry também tinha culpa. Tudo bem que ele estava em missão há cinco semanas e incomunicável.  Ele tinha que ter culpa. Afinal ele lhe deixara sozinha nessa, não? Ele e essa mania de protegê-la, essa situação ridícula de relacionamento ultra discreto de três anos, por bom... Por ser Harry. Por ser a única pessoa que precisava ver para se sentir bem desde que aquela maldita matéria saiu no dia anterior. Seu pensamento foi ainda mais longe, ponderando sobre seu relacionamento.

No início tudo fácil, eles voltaram a ficar juntos após a guerra e passaram o verão daquele ano e seus aniversários praticamente grudados. Ele morava na Toca naquela época e se sentiam seguros nos terrenos da família Weasley. Quase não saiam, e quando o faziam, sob forte esquema de segurança do Ministério, era somente para prestarem depoimentos e esclarecimentos dos eventos da guerra. Haviam concordado à época que quanto menos pessoas soubessem era melhor para eles. Tudo ainda estava muito recente e dolorido naquele tempo. Continuaram com este acordo quando ela voltou para Hogwarts com Hermione para terminar os estudos e ele foi para o treinamento de aurores com Ronald, uma benesse para os heróis de Guerra.

O primeiro ano de treinamento de aurores funcionava como na escola, internato com aulas e treinos, o que fazia com que eles tivessem praticamente o mesmo calendário, somente com feriados para estarem juntos. Somente uma única vez coincidiu de  uma folga deles ser junto com uma visita a Hogsmeade. E embora tenham passado a maior parte do tempo embaixo da capa, àquela visita havia sido bem proveitosa, assim como seus feriados naquele ano.

Quando ela terminou Hogwarts entrou imediatamente para o time das Harpias e o relacionamento continuou em privado. Aquele era o momento de se firmar como jogadora, não de ter um relacionamento publico com Harry Potter, algo que com certeza  garantiria passagem e permanência direta no Hall de Interesseiras da Rita Skeeter.

Enquanto isso, Harry ainda tinha mais um ano de treinamento. Porém este sendo menos rigoroso, ele já não era mais obrigado a morar no alojamento do Ministério, então junto á Rony, compraram cada um seu próprio apartamento, em um mesmo edifício próximo ao Ministério, para ficar mais pratico.

E como era prático. Todas as folgas possíveis de  Ginny eram calculadas para passar com Harry no apartamento dele, ou deles, como ele dizia. Sua mãe sabia e acobertava, seu pai se fingia de cego e Hermione distraia Rony muito bem pra ele não perceber que a irmãzinha dormia um ou dois dias da semana no apartamento trinta e dois, na cama do melhor amigo.

Somente quando noivaram – um lindo pedido feito por ele de surpresa, em um jantar a sós na Londres trouxa, com direito a pedido oficial para seus pais no dia seguinte – ela se viu tão feliz que tinha a necessidade de mostrar isso pro mundo todo. Ele não.

Deveriam te chamar de Harry Potter, o Teimoso, não o Eleito

 Pensava, enquanto voava desviando de um balaço arremessado pelo batedor adversário, perdendo sua Goles no processo. Um apito soou.

Ginny percebeu que a treinadora Guga Jones pediu intervalo técnico para a equipe se recompor. Já havia passado mais de 1h30 de jogo. Cento e noventa para as Harpias contra duzentos e cinquenta. Ela não havia nem percebido quando os adversários passaram dos duzentos e vinte pontos. Caminhou até o vestiário com a equipe, o clima pesado, suor, lágrimas e pesar. Parecia um enterro.

O vestiário era branco com tons amadeirados. Uma grande sala onde as paredes eram preenchidas com as cabines individuais para organização dos atletas. Cada um tinha seu espaço assinalado com o numero correspondente do uniforme, e seus pertences pessoais como uniforme reserva, roupas e produtos para o pós-jogo ficavam ali junto à mala com o logo das Harpias.

Ginny sentou na sua área de apoio, em cima das suas coisas. Guga gritava, vermelha, no centro da sala. O rabo de cavalo totalmente desfeito. O som da treinadora batendo no banco central a sobressaltou e a fez segurar no banco. Tocou em um pedaço de papel que sem perceber tinha sentado por cima.

Um recorte de jornal, reconheceu como do Profeta. Sabia o que era aquilo. Não precisava olhar o verso pra saber o que era. Algum engraçadinho tinha colocado um recorte daquela maldita matéria nas suas coisas.

Desgraçado, filho de uma...

Seus pensamentos foram interrompidos ao perceber pela transparência que havia algo escrito naquela matéria que não queria rever. Pensou em jogar fora, mas algo a deteve.

Virou a matéria. Seus olhos quase saltaram da órbita. Aquilo não podia ser, ou podia?

— Weasley!

Seus pensamentos foram interrompidos por Jones. Ela bufava.

— Weasley! Puta merda! Eu nunca pensei que chegaria nisso, mas eu vou te tirar do jogo! Você não está jogando, fez só 60 pontos! Você sai, vou por a...

— Não! - ela interrompeu a treinadora -  Não Senhora! Eu não vou sair, eu vou jogar.

Agora mais do que nunca.


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Notas finais do capítulo

Betado em 24/06



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