Joy escrita por Aryella


Capítulo 2
2




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*Depois das aulas*
— Olha ele veio ! Seguinte garoto, como você chama ?
— Leonardo.
— Beleza Léo, cala boca e me segue, e tenta não parecer muito obvio.
Leonardo seguei o garoto mais velho até uma construção abandonada, eles entram por uma parta da grade que está aberta.
Dentro da construção há algumas crianças e adolescentes de todas as idades, todas alegres.
— Opa ! Quem é ?
— O nome dele é Leonardo, ele é da minha escola foi pego com Joy dentro da mochila.
— Dai, seu pai e sua mãe escondeu a deles e agora você precisa de mais ?
— Sim.
— To aqui seu premio Lucas - O homem mais velho entre um saquinho com algumas pilulas dentro
— Valeu - O menino mais velho vai embora.
— Seguinte garoto, deixa eu te explicar, ta vendo isso aqui - O homem pega um arma que estava no cinto da calça, Leo da um passo para trás - Não precisa fica com medo não, isso aqui é só pra quem fala de mais ou não tem dinheiro pra me pagar, se você não fizer nem uma dessas coisas, não tem porque você ficar com medo, vai se comportar né ?
Léo balança a cabeça positivamente.
— Beleza, você é novo então vou te fazer um desconto 5 por 10, o que acha ?
Léo entrega os 10 reais e o homem da as pilulas
— Fica a vontade, pode deitar ai sentar em algum lugar...
Leonardo pega a droga e decide ir andando até em casa, chegando na porta de casa.
— Sou eu que faço tudo nessa casa ! Você é um ...
O menino abre a porta com a chave
— Cala a boca um pouco e me escuta...
Sem ouvir mais nada ele corre até a quarto e tranca a porta, sentado na cama ele pega uma Joy no bolso e engole, todos os sentimentos ruins desaparecem, Leonardo se enche de alegria. Ainda é possível ouvir algumas palavras dos seus pais gritando na cozinha, mas isso não importa mais.
—_________ 5 Dias depois_____________________
— Tchau filho
— Tchau.
Leonardo espera o carro de sua mãe virar a esquina antes de seguir o caminho contrario ao portão da escola, com uma blusa de frio ele cobre o uniforme da escola e caminha em direção a construção.
— E ai Léo, quantos vai ser hoje ?
— Três
— Se quiser mais emprestado...
— Só 3 mesmo
— Toma, vai ficar hoje ?
O menino deita em um dos colchoes espalhados pelo chão, tira uma Joy da sacolinha e engole.
— Princesa ! Quanto tempo e ai ?
— Quero 20.
— Chega assim, não comprimenta...
Leonardo se levanta do colchão para olhar quem é a dona da voz familiar.
— 20, e nada de misturar com placebo.
— Nossa, a gente não faz isso aqui não, tó, pega logo e senta.
A menina que conversava com o traficante era a mesma que foi pega com Joy na mochila e não recebeu nem uma penalidade, eles trocam olhares e ela começa a caminhar na direção do garoto. Ela engoli um pilula.
— Você é o que foi pego lá na escola?
— Você também foi.
— Tecnicamente sim, mas como minha mãe diz, eu sou uma boa menina.
— Então era você mesmo que usava.
— Agora nessa situação fica meio obvio né.
Ela senta ao lado dele.
— O que a seus pais fizeram quando descobriram?
— Me deixaram sem computador. * ele da um sorriso
— Muito cruel, e depois de um tempo eles fingiram que nada tinha acontecido ?
— Foi bem isso.
— Igual aos meus, pais são todos iguais eu acho.
Os dois então começam a rir, continuam conversando até o efeito da droga passar.
—__________ 3 semana depois______________
Os 2 não se falaram na escola e fingem não se conhecer, eles se encontram na construção para conversam.
— Ou Leonardo, aqui !
Ela levanta a mão e faz sinal para ser notada, o menino pega suas pilulas e vai sentar ao lado dela.
— Porque você é tão quieto na escola ?
— Eu ?
— É, tão quieto que parece que vai desaparecer.
— Acho que eu sempre fui assim, eu não gosto da maioria das pessoas daquela escola, prefiro assim. Você é diferente também , toda comportada...
— Eu odeio...
Clara para de falar por um tempo
— Minha mãe acha que por eu ser menina, eu não posso fazer as coisas que os garotos fazem - Ela coloca 2 comprimidos da boca - Eu nunca joguei futebol ou brinquei na rua, eu sempre quis empinar pipa quando era mais nova, mas ela nunca deixou, minha mãe sempre escolhe por mim, até minhas amizades.
— Sua mãe é....
— Uma vaca sem sentimentos, que quer fazer da minha vida o que ela sempre sonhou pra ela ? * sorriso
— Eu ia dizer estranha, mas concordo totalmente com o que você disse.
Eles começam a rir
— Meus pais só conseguem enxergar meus erros...
— Pais são todos iguais eu acho. * sorriso
Eles continuaram a rir até o efeito da droga passar e depois seguem seus caminhos e vão para casa.
Léo está na sala jogando vídeo game quando seu pai chega do trabalho.
— Oi filho
—Oi pai
— E ai como anda a escola ? E as notas ?
— Tudo normal.
— Que bom filho, espero que se esforce mais na escola.
— Pode ficar tranquilo pai.
—________ Um mês depois ______
* Construção abandonada
Clara e Leonardo estão conversando em um canto, de repente o portão da construção é quebrado.
— Policia ! Todo mundo quieto.
Os policias começam a andar pela construção, muitas crianças começam a correr para tentar escapar, o traficante começa a atirar os policias revidam, ele corre e é baleado, a arma cai das mãos do traficando e vai parar nos pés de Clara, Leonardo pega a arma.
— Corre
Clara puxa Léo pelo pulso e começa a correr, na confusão eles ouvem tiros e gritos até que conseguem sair de dentro da construção, sem para de correr o menino chega até a grade e pula até chagar ao outro lado.
— Vem logo Clara!
Ela ainda está subindo a grade quando um policial aparece por trás.
— Policia ! saia da grade e coloque sua mãos para cima !
Léo observa enquanto Clara desce lentamente da grade e olha para ele aterrorizada, o menino tira a arma do traficante do bolso e mira no policial.
— Deixa ela ! - A mão dele treme sem para.
O policial olha para o garoto e levanta as mãos pra cima.
— Calma menino, isso ai não é brinquedo. - O menino não tem corage de atirar
Mais policias chegam correndo, ainda com as mãos tremendo ele abaixa devagar a arma e vai se afastando ainda olhando para a menina, dois dos policiais começam a escalar a grade, o garoto então da uma ultima olhada em Clara que agora está sendo algemada, guarda a arma no casaco da blusa e começa a correr.
Cansado ele olha pra trás e para as lados e vê se não está sendo seguido, senta na calçada de uma rua deserta, a droga vai aos poucos perdendo o efeito, o menino enfia a mão e bolso e sente que a arma ainda está lá, que tudo foi real, ele deita a cabeça nos joelhos e começa a chorar.
Léo volta para casa.
— Onde é que você estava ?
— Na casa do Nícolas.
— Porque você não me avisou ?
— Eu tentei ligar no seu celular, mas você não atendeu.
— Não recebi nem uma ligação sua hoje.
Leonardo entra no quarto tira a arma do bolso e coloca dentro de uma caixa de sapatos, deixa sua bolsa em cima da cama e vai tomar um banho, ele volta a chorar no banheiro. Toda fez que o telefone toca naquela noite ele se assusta com medo que possa ser a policia procurando ele.
* No outro dia*
— Acorda Léo, vai atrasar
— Não to me sentindo muito bem, posso faltar ?
— Levanta e toma um remédio, se você se sentir mal na escola sua mãe te busca, não pode ficar faltando com suas notas do jeitos que estão.
* Na escola*
Ele caminha sozinho até a sala.
— Léo, você não sabe o que eu acabei de ouvir.
O menino olha para o amigo.
— Fui entregar uma tarefa lá na sala dos professores e escutei eles falando que a menina riquinha foi pega de novo, só que dessa vez não tem como ela escapar.
— Ha é?
— Ela tava naquela construção abandona aqui perto usando Joy, parece que a policia prendeu todo mundo que tava lá.
— Não sabia que vendiam Joy lá - Ele abaixa para tirar os livros da bolsa e prende o choro na garganta.
— Ahaaam, sei Leonardo - Ele começa a falar mais baixo - Se você não foi pego, e ninguém descobrir Joy com você não tem como o policia provar que você tava lá, então relaxa.
—__________________ 3 SEMANAS DEPOIS______________
Léo vive sua rotina normalmente sem muitas mudanças.
A ultima pilular que ele tinha guardado acaba.
—________________ 1 SEMANA DEPOIS _________________________
O professor chega na sala de aula
— Hoje nós vamos descer um poco no patio para ouvir o que a diretora tem a dizer, deixem seus materiais.
Todas as salas descem para o patio da escola, a diretora pega o microfone.
— Eu tenho um assunto muito importante e delicado para falar para vocês hoje- Os alunos ficam em silêncio Como alguns já devem estar sabendo, uma aluna dessa escola cometeu suicídio ontem a noite em seu quarto, as autoridades acreditam que seja pela abstinência da droga, que todos nós conhecemos como Joy...
A voz da diretora começa a ficar mais abafada, a respiração de Léo aumenta, ele cerrar os punhos com a maior força que consegue.
— Clara era uma menina maravilhosa...
Léo vai em direção ao banheiro.
— ... E gostaria que todos vocês dessem o devido apoio ...
—___________________ 3 DIAS DEPOIS____________________
*Jantando com os pais*
— Filho é verdade que teve uma menina que se matou na sua escola ?
O menino faz um gesto positivos com a cabeça.
— Que horror ! Nossa imagina como os pais devem estar...
— Você conhecia ela ?
— Não.
No quarto depois que seus pais estão dormindo Leonardo tira de dentro da caixa de sapato a arma que havia escondido, senta na cama e a aponta em direção a cabeça, começa a chorar. Sem forças para apertar o gatinho ele guarda a arma novamente na caixa.
—_________________ 2 SEMANAS DEPOIS _____________________
— Leonardo, os professores me falaram que você não está entregando suas atividades extras, você vai repetir de ano desse jeito.
— Filho, você ta bem ? Ta parecendo tão tristinho.
—_________________ 1 SEMANAS DEPOIS _____________________
— Léo, que foi ? Ta estranho, aconteceu alguma coisa? Você só dorme em todas as aulas.
— O que ta acontecendo com você Leonardo ? Sua mãe e eu estamos preocupados.
—_________________ 1 SEMANAS DEPOIS _____________________
— Fala alguma coisa ! Qualquer coisa filho !
—_____________________ 1 SEMANA DEPOIS _____________
— Léo já pegou as malas querido ?
*Silencio
— Tudo bem pode ir para o carro eu pego.
O menino pega a bolsa em cima da cama e vai para o carro, a mãe vem atrás segurando 2 malas nos braços.
* Dentro do carro*
— Filho, nós estamos fazendo isso para seu bem... Eles vão cuidar bem de você lá.
— Você vai melhorar
— Vai ficar tudo bem, vai tudo poder voltar ao normal de novo. - A mãe fala quase chorando.
Léo não fala uma palavra.
Eles param no estacionamento de um edifício todo branco de 4 andares cheio de janelas, há barras de ferro em todas elas, ao entrar a placa do do prédio diz "clinica de reabilitação para menores" A família se dirige até a recepção.
— Oi esse aqui é o Leonardo Alvez, meu filho...
— Bom dia ! Só um minutinho, vou chamar uma pessoa para poder mostrar o lugar para vocês.
Um homem vestindo um jaleco aparece e mostra o lugar para eles.
— Bom, acho que isso é tudo nós já colocamos suas malas no quarto, então acho que você já pode se despedir dos seus pais agora.
A Mão abraça o garoto.
— Tchau filho, vamos fazer uma visita assim que puder, fiquei bem ta bom.
O pai o abraça.
— Tchau Léo, se comporta.
* Não a reação do menino*
Os dias passam, Leonardo continua sem falar ou expressar qualquer sentimento, com o tempo os médicos e enfermeiros param de tentar fazer com que o menino converse ou interaja.
—_________________ 3 SEMANAS DEPOIS_____________
— Qual o problema desse menino ?
— Joy.
— Não sei o que deu na cabeça dessas criançada de querer usar esse remédio de adulto - Ele encara o menino sem reação- É um campo de batalha lá fora pra gente, tem que aguentar chefe, família, conseguir dinheiro, tanta coisa pra pensar, eles só estudam, pra mim isso ai, é frescura de querer ser gente grande, dá nisso.
—_____________ 1 DIAS DEPOIS_______________
De noite enquanto todo mundo está dormindo o menino levanta, pega sua bolsa que fica aos pés da cama e tira a arma de dentro dela, ele abre a porta e toma cuidado para não ser visto pelos poucos guardas que tem no local, sobe até chegar a porta do térreo o garoto tenta abri-lá mas ela está trancada, ele levanta a arma e da um tiro na maçaneta o barulho ecoa por todo prédio, a porta abre, ele anda em direção a ponta do edifício, não exista grades ou qualquer proteção.
Os guardas chegam rapidamente armados, Leonardo já está na beira do prédio ainda segurando a arma ele aponta para os guardas, suas mãos tremem.
— Calma menino, isso ai não é brinquedo.
Ele começa a chorar.
As pessoas do prédio começam a chegar, uma das enfermeiras responsável por ele começa a falar
— Leonardo, você não precisa fazer isso, nós vamos cuidar de você.
— Abaixa essa arma e ...
— Não ! - Ele grita o mais alto que pode - O que vocês acham que podem fazer por mim ? O que vocês sabem sobre mim? cuidar ? se nem mesmo a minha família consegue fazer isso, que direito vocês tem ?
— Léo...
— Todos vocês só se preocupam com os seus problemas! Vocês não podem ajudar ninguém se não conseguem ajudar vocês mesmo, eu sei que vocês usam Joy - ele da uma risada - Todos ocupados nos seus pequenos problemas pessoais, como vocês podem entender? Minha vida é um inferno igual a de todas vocês.
— Nós entendemos que você tem seus problemas Léo...
— Não ! Não ! Não entendem ! É uma emoção fabricada, uma alegria de mentira, mas funciona, funcionou pra vocês de mesmo jeito que funcionou pra mim e funcionou pra ela também. Essa droga é igual a uma mascara que você coloca todo o dia para se sentir melhor, vocês conseguem se lembrar de como é sentir alegria de verdade ? - Ninguém responde - Tinha uma garota sabe, o nome dela era Clara, eu acho que eu gostava mais da companhia dela do que de qualquer droga já fabricada, ela ta morta agora e eu não consegui fazer nada pra ajudar.
Os carros da policia e a ambulância começam a chegar na estacionamento de prédio.
— Vamos colocar um slogan para a Joy "Esqueça seus problemas e esqueça que seus filhos tem problemas também, vamos apenas ser felizes e não lembrar de quão podre e errado está o mundo"
O menino solta a arma das mãos e encara o chão do estacionamento lá embaixo, sem coragem, ele da um passo para trás e desaba no chão ainda chorando.
*Noticia em um Canal de televisão*
— A novo droga usada mundialmente agora terá uma nova formula feita para crianças e adolescentes.
— Devido ao grande numero de usuários menores de 18 anos, o governo decidiu disponibilizar uma nova Joy que terá formula com uma porcentagem menor da alegria feita em laboratório, espera-se que com isso a trafico da droga diminua.
*Fim da noticia*


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