A Mudança Eterna escrita por Paula Mello


Capítulo 9
OS Gedman




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Sábado, Peter tirou o dia de folga, os dois aproveitaram para passar a manhã juntos e depois ele ajudou ela em sua estufa.

— Eu quase não tenho tido tempo de cuidar das minhas plantinhas – Disse Hydra observando o crescimento de sua orquídea dentada.

— Não se preocupe, eu sempre venho aqui quando você não está, minhas notas em herbologia foram muito boas também, esqueceu? – Disse Peter brincando e cuidando dos Ditamnos – Essas aqui vão fazer umas poções de cicatrização muito boas, estão crescendo bem, lembro que usamos muito em você quando esteve no St. Mungo's.

— Sim, Ditamnos são ótimas para poções cicatrizantes e também para poção Wiggenweld, muito popular na ala hospitalar em Hogwarts – Disse Hydra analisando fungo mágico parecido com um cogumelo.

Enquanto Peter fazia o almoço (ele quase sempre recusava a ajuda de Hydra) Hydra preparou algumas poções para a loja de Fred e Jorge e trabalhou mais um pouco em suas experiências.

— Hydra, chegou uma coruja para você – Disse Peter entrando em seu pequeno laboratório no jardim trazendo uma carta em pergaminho.

— Obrigada – Disse ela abrindo a carta.

"Hydra,

Eu estou bem, eu já te disse isso quando estivemos juntos no seu casamento, não tem nada de errado acontecendo, você deveria estar mais preocupada com você, tem pessoas que não gostaram nada das suas atitudes no Ministério em Junho, mas é claro que mamãe está cuidando disso. Pare de se preocupar conosco e pare de se meter nisso Hydra, por favor, eu não quero te ver machucada.

Draco Malfoy"

Hydra passou a carta para Peter que leu concentrado em cada palavra.

— Nós sempre soubemos que o Você-sabe-quem estaria atrás de você se tivesse a oportunidade maior – Disse ele terminando de ler.

— Sim, mas o Draco não me convenceu nem um pouco tentando me deixar com medo, tem alguma coisa de errado com ele, eu sinto isso, eu sinto! - Disse Hydra tremendo.

— Hydra, para, não adianta se preocupar com ele desse jeito, se ele não quer ser ajudado, o que você vai fazer? Eu te entendo, entendo a sua dor e queria demais poder te ajudar, juro!

— Eu não sei, eu quero ajudar ele de qualquer jeito, ele é meu irmão...

— Eu sei disso Hydra, eu também ficaria assim se fosse a Jeniffer, mas sinceramente, o que você podemos fazer? Se tiver qualquer coisa, eu te ajudo!

— Continuar insistindo, um dia minha mãe vai falar comigo e quando ela estiver perto, bem, ai eu posso tentar convencer ela, eu não sei porque não fiz isso no casamento...

— Porque você estava se casando Hydra, não ia investigar sua mãe lá, é claro... Calma, eu vou te ajudar no que puder, ok? – Disse Peter a abraçando e deixando sua cabeça em seu ombro.

— Eu sei meu amor, eu sei.

De noite, Hydra e Peter se arrumaram para o jantar com Gustav e sua esposa.

— Eu nunca conheci uma americana – Disse Hydra empolgada – É estranho, né? Já conheci várias pessoas de vários países na Beauxbatons, mas nunca dos Estados Unidos, eram todos Europeus mesmo – Disse Hydra empolgada vestido uma veste verde floresta em cetim com detalhes em renda preta em algumas parte e um lindo chapéu preto com detalhes também em renda.

— Eu também nunca conheci, mas também nunca conheci nenhum Sueco, é uma pena em Hogwarts só termos alunos daqui e da Irlanda - Disse Peter parecendo ainda mais lindo na veste azul petróleo ajeitando a gola, apesar de por causa do trabalho, ter cortado agora seu cabelo em um corte mais curto e deixado a barba também curta, Hydra continuava gostando– Mas agora com esse novo trabalho, é capaz de conhecer todo tipo de gente, não?

— Sim, essa é a esperança pelo menos, até que eu estou gostando, mais do que eu imaginaria que iria pelo menos.

Hydra saiu com Peter e os dois aparataram no local indicado por Gustav, um bairro de subúrbio típico, com casinhas todas parecidas de cor de tijolo e seus telhados se tocando, as casas simples porém bonitas, não pareciam ter ninguém olhando pela janela, mas Hydra observou alguns trouxas que assistiam um aparelho que ela aprendeu ser chamado "televisão" na sala.

— Interessante, não? – Perguntou Hydra enquanto os dois caminhavam.

— O que? Ele deveria ter avisado que é um bairro tão cheio de trouxas, poderíamos ter nos vestido mais adequadamente para não chamar atenção – Disse Peter olhando para os lados.

— O jeito como os trouxas encontram de viver sem magia e ainda se divertir e fazer as coisas... Mas de qualquer maneira, eu também realmente não sabia que era um bairro onde as casas eram tão juntas, mas o Largo Grimmauld também é.

— Sim, mas os trouxas lá não estão vendo a casa.

— Mas podem ver a gente chegando se quiser, os trouxas parecem nunca estar prestando atenção em nada direito, já reparou? É como se estivéssemos aqui embaixo dos narizes deles o tempo todo e eles nem se importassem ou não quisessem saber.

— É, que continue assim, se Deus quiser, a última coisa que precisamos agora é sermos expostos aos trouxas – Disse Peter identificando o número 13 da casa de Gustav – Aqui, é aqui.

A casa de Gustav parecia completamente normal, comparada as outras era apenas mais uma casa de trouxas bem arrumada com um pequeno quintal somente talvez magicamente mais verde do que o dos outros. Hydra e Peter abriram a portinha do pequeno quintal e bateram na porta principal, uma bruxa loura de cabelos curtinhos, mais ou menos até a orelha, meio cacheados na ponta e  mais dourados que os de Hydra, além de olhos interessantemente azuis esverdeados usando uma veste rosa de seda que deixava mostrar seu barrigão de grávida e parecendo extremamente alegre atendeu a porta.

— Vocês devem ser os Macmillan, certo? Que prazer, por favor entrem! – Disse a bruxa com seu sotaque americano.

Hydra e Peter se aproximaram e entraram timidamente, a casa era mais estranha pelo lado de dentro, diversos quadros que se mexiam de pessoas e animais adornavam as paredes que tinham vários papéis de parede diferente dependendo do cômodo, quando a bruxa os levou até a sala, Hydra viu um grande símbolo da MACUSA em uma das paredes altamente decoradas.

— Sentem por favor – Disse a bruxa apontando um dos sofás cor-de-rosa da sala.

Hydra se sentou ao lado de Peter e continuou passando os olhos pelo excesso de informações que recebia da casa.

— Eu sou Juliane, esposa do Gustav, vocês devem ser Peter e Hydra – Disse a Bruxa ainda muito sorridente sentada no sofá a frente ao deles – Gustav já está vindo, homens e sua demora para se arrumarem sabem como é...

— Desculpe, seu nome é Juliane? Achei que se chamava Elizabeth – Perguntou Hydra focando seus olhos agora para a bruxinha que parecia ter seus 30 anos e magra apesar do barrigão.

— Sim, sim, Juliane Elizabeth, o Gustav insiste em me chamar pelo meu nome do meio, ele acha carinhoso, mas eu acho horrível, prefiro Juliane...

Hydra imaginou ser chamada por seu nome do meio por alguém e estremeceu.

— Desculpe querida, está com frio? – Perguntou Juliane.

— Não, não, está ótimo aqui e o seu nome do meio é lindo também!

— Eu amei a sua veste e seu cabelo, parece uma modelo do Bruxa's stars – Disse Juliane analisando Hydra.

— Da onde? – Perguntou Peter.

— Bruxa's star, uma revista de variedades e receitas bruxas americana, ainda recebo todo mês a minha, é divertido se manter atualizada com o que acontece em casa, mas você também poderia ser facilmente um modelo da revista, vocês dois devem ser um casal muito admirado.

— A, muito obrigada! – Disse Hydra sem graça, Peter estava mais sem graça ainda – Eu também te achei linda e você está muito bem, está de quantos meses?

— 6, acredita? Daqui a mais ou menos 3 meses devo ter minha pequena Lydia nos braços, nem posso acreditar – Disse a bruxa acariciando carinhosamente a barriga – Vocês tem filhos?

— Não – Disseram os dois juntos.

— Ainda não, acrescentou Peter.

— Mas também, são tão novinhos, não? Gustav disse que você só tem 18 anos, certo?

— Sim, eu tenho 18 e o Peter vai fazer 21 mês que vem.

— Uns doces bebês – Disse a bruxa no mesmo tom simpático e sorridente de sempre – Eu tenho 30 e o Gustav 34, me casei com a sua idade também Hydra, 18 anos! - Disse a bruxa alegremente.

— E onde se conheceram? – Perguntou Peter tentando se ajeitar no sofá que parecia muito baixo e meio desconfortável.

— Na Macusa, eu trabalhava no setor de registro de estrangeiros e ele estava como representante da Suecia lá na época, nos apaixonamos e acabamos nos casando rapidamente até, viemos para cá ano passado e bem, já começamos a nossa família Inglesa – Disse ela rindo apontando para a barriga – Agora infelizmente estamos em uma época terrível, mas espero que melhore.

— Sim, todos nós esperamos – Disse Peter ainda tendo dificuldade com o sofá.

— E a MACUSA, parece tão interessante, eu andei lendo sobre, é verdade que vocês tem pena de morte e até os anos 40 os trouxas não poderiam nem mesmo casar o seu amigos de vocês? Sem contato nenhum?

— Sim, sim, para os dois na verdade, parece cruel, mas é eficiente, quanto ao não contato com os No-Majs...

— Os no o que? – Interrompeu Peter.

— No-Majs, são como nós chamamos os trouxas, bem, era necessário para a época que foi implantado, fomos muito perseguidos nos Estados Unidos em uma época distante, mas hoje em dia já está tudo normal.

— Um país praticamente só de sangues puro, parece o sonho dos meus pais – Murmurou Hydra para Peter.

— O sotaque de vocês é tão lindinho, eu sempre falo para o Gustav, sotaque Britânico é o mais fofo de todos.

Nesse momento Gustav apareceu descendo a escada.

— Alguém falou meu nome? – Disse ele bem humorado usando uma veste ameixa.

— Sim, sim amor, estávamos falando de como nos conhecemos e sobre a MACUSA.

— Sim, um governo mais fechado que o daqui, mas firme – Disse ele beijando a esposa e indo até Peter e Hydra que se levantaram.

— Como vai Gustav? Esse é meu marido Peter Macmillan – Disse Hydra apresentando os dois.

— Um prazer, um prazer! – Disse Gustav sentando ao lado da esposa e alisando sua barriga enquanto Hydra e Peter voltavam a se sentar.

— Você não me disse que sua nova colega de trabalho era tão bonita, achei que estava sendo visitada por uma Veela – Disse Juliane de forma simpática e sorrindo. Hydra se sentiu ficar vermelha, então um pequeno barulho de clique foi ouvido e Juliane se levantou. – Está na hora, está na hora, venham jantar.

Hydra seguiu Juliane e Gustav até uma sala lateral com uma mesa de jantar de madeira com seis lugares, eles se sentaram lado a lado enquanto Gustav e Juliane acenavam com a varinha e os mais diversos pratos, talheres e comida voavam da cozinha aparentemente ao lado para a mesa.

— Espero que gostem de comida italiana, estava com desejo... Sabe? – Disse Juliane sorrindo e olhando novamente para a barriga.

— Tudo bem, gostamos muito – Disse Hydra olhando para Peter.

— Briânicos, sempre tão educados – Disse Juliane dando uma risadinha.

Durante o jantar, Juliane contou um pouco mais sobre a vida bruxa na américa e como sentia falta de lá.

— Tem escola de magia lá? – Perguntou Peter dando uma garfada no macarrão ao molho de queijo que estava delicioso.

— Sim, sim Ilvermorny, a melhor escola do mundo.

Peter e Hydra se olhando, Hydra achando que os dois pensavam o mesmo, Hogwarts era a melhor escola de magia do mundo.

— Eu fui para a Durmstrang – Disse Gustav.

— A história de lá é tão sombria – Disse Juliane – Eu li sobre.

— Sim, mas é uma grande escola, ótima – Disse Gustav - Vocês dois foram para Hogwarts? – Perguntou ele para Hydra e Peter.

— Sim, somos dois anos de diferença apenas, eu a conheci lá – Respondeu Peter.

— Own que fofo e foi amor à primeira vista? – Perguntou Juliane.

— Para mim sim – Disso Peter rindo.

— Nós demoramos um ano e alguma coisinha para começar a namorar.... – Disse Hydra meio sem graça.

— Ela namorava outro rapaz, tive que esperar pacientemente – Brincou Peter.

— A que história!!! – Suspirou Juliane.

— Minha esposa é uma sonhadora, sempre foi, romântica que só ela – Disse Gustav olhando de forma apaixonada para esposa, Hydra não conseguiu deixar de admirar o carinho que os dois pareciam ter um com o outro.

— Sim e agora já estou sonhando com a nossa pequena Lydia, vocês querem ter filhos?

— Sim! – Disse Peter apressado antes de Hydra.

— Mas não agora... – Completou Hydra.

— Eu sei que você trabalha no Ministério, mas e você, Peter, trabalha no Ministério também?

— Não, eu sou um curandeiro, curandeiro em formação na verdade, mas é meu último ano de treinamento –Disse ele parecendo orgulhoso.

— A que ótimo, tenho ido muito ao St. Mungo's para o tratamento pré-natal, algum conselho médico para uma grávida de seis meses? – Perguntou Juliane sorridente já tendo acabado de comer seu macarrão.

— Tome suas poções pré natais, não faça esforço desnecessário, evite aparatações e chaves de portal e tudo deve ficar bem.

— Falou como um verdadeiro curandeiro! – Brincou Juliane.

— É o primeiro filho de vocês? – Perguntou Peter.

— Sim, sim, nossa primeira joia, nosso presente... – Disse Juliane.

— Quantos filhos vocês querem ter? – Perguntou Gustav.

Hydra percebeu que nunca falara sobre isso com Peter, ficou vermelha e pensou que realmente era algo que deveria saber responder.

— Não muitos, mas não poucos – Respondeu Peter rindo.

— A sim, um casal belo como vocês só podem ter filhos lindos – Comentou Juliane.

O Jantar acabou na sala novamente onde Peter parecia realmente estar tendo problemas com o assento baixo e fofinho demais.

— Você é tutora particular? – Perguntou Hydra quando todos se sentaram para tomar um chá.

— Sim, sou tutora de algumas crianças que ainda não tem idade para ir para Hogwarts – Respondeu Juliane tendo a barriga acariciada por Gustav.

— Minha Elizabeth é uma ótima tutora, ensinou eles até a andarem de vassouras.

Elizabeth deu um sorriso agradecido para o marido.

— Sim, eles são amáveis demais, vou sentir falta quando forem para Hogwarts, mas ai terei ela – Disse olhando para a barriga – Para me ocupar, além dos meus novos alunos.

— E a quanto tempo vocês são casados? – Perguntou Peter para os dois.

— 12 maravilhosos anos – Disse Gustav beijando a bochecha da esposa que dava risadinhas contente.

Hydra se sentiu um pouco mal, será que Peter queria que ela fosse como Juliane? Sempe carinhosa e falassem coisas como "meu Peter" ou "meu marido maravilhoso" na frente dos outros? Porque isso na verdade a deixava levemente desconfortável.

— E vocês? – Perguntou Juliane.

Peter sorriu e respondeu.

— 1 mês apenas, bem, 1 mês na segunda.

— Que maravilhosos! 1 mês de casado, estão em lua de mel ainda então, isso é ótimo – Disse Juliane sorrindo mais do que nunca e levando a mão ao rosto.

— Sim, mas namoramos já tem 3 anos – Afirmou Hydra.

— Nós dois namoramos apenas o que? 3 ou 6 meses? Decidimos nos casar logo antes que Gustav fosse transferido de novo, nunca sabíamos quando isso poderia acontecer – Afirmou Juliane.

Hydra deixou a casar de Gustav mais ou menos 11 horas da noite, os dois se despediram alegremente de Peter e Hydra na porta e disseram o melhor lugar para aparatar sem que ninguém os visse, quando eles fecharam a porta e Hydra já estava a uma certa distância, Peter começou a conversar com ela.

— Eles são legais e tal, mas pelo amor de Deus, todo aquele papo estava me deixando enjoado – Afirmou Hydra fazendo uma cara de doente.

— Como assim? – Perguntou Peter.

— Meu docinho para cá, minha luz pra lá, minha Elizabeth, todo aquele papo sobre o bebê, eu sei que eles estão felizes, mas não da.

— Eles estão apaixonados Hydra... – Disse Peter com um certo ressentimento na voz.

— Mas eu também estou, eu só não sou assim...

— Eu sei meu amor e eu te amo mesmo assim, só entendo os dois – Disse Peter sorrindo.

— Você queria que eu fosse daquele jeito? – Perguntou Hydra quando pararam no local aonde iriam aparatar.

— Não, não daquele jeito, só do seu jeito, ele já é especial demais para mim, na medida certa... – Disse Peter segurando em sua mão, os dois então aparataram até sua casa.

Alguns dias depois, Hydra estava na cozinha com Peter planejando sua festa de aniversário quando leu uma notícia no Profeta Diário.

— Mais outro morto? – Perguntou Peter quando ela fez cara de surpresa

— Não, mas olha isso – Disse ela apontando para um artigo.

"Stanislau Shunpike, condutor do popular transporte bruxo Nôitibus, foi preso sob suspeita de atividades ligadas aos Comensais da Morte. O sr. Shunpike, 21 anos, foi detido ontem à noite após uma blitz na casa dos Clapham..."

— Eu não estou acreditando! – Disse Hydra.

— Ele deve estar sob a maldição do imperius, você não acha? – Comentou Peter.

— Eu não sei, eu acho que sim também, ele pareca tão inocente, não acho que seria capaz de machucar uma mosca, mas olha, diz aqui que ele foi preso depois que o ouviram conversar sobre os planos secretos dos Comensais da Morte em um bar, ele não poderia fazer isso sob a maldição, poderia? – Perguntou Hydra para ele.

— Sim se ele só estivesse fingindo para impressionar alguém – Comentou Peter e Hydra concordou que deveria ser isso.

— Mas tem que ser bem idiota para fazer isso nesses tempos – Disse Hydra foleando mais o jornal.

— Tem gente que quer aparecer mais do que devia... Infelizmente, até nessas horas, eles não em noção do perigo que correm quando fazem isso, mas realmente não sei  se é esse o caso dele ou não... – Disse Peter dando um gole em seu café – E falanndo em comensais, Arthur disse que foi até a casa dos seus pais ontem com o Ministério em uma batida mas que não encontraram nada, ele disse que está guardando a informação para ser divulgada penas em alguns dias.

— Bem, eles tem seus esconderijos, provavelmente minha tia deve estar escondido aonde o Ministério não podia ver, não sei porque não me dexam ir até lá se está tudo limpo então... – Comentou Hydra um pouco raivosa.

— Porque provavelmente está limpo só quando o Ministério vai lá, não com você meu amor, se acalme, Ok? Não podemos correr riscos desnecessários.

— Ok... – Disse Hydra nada satisfeita dando um gole seu café também.

No começo de Outubro, Peter decidiu comemorar seu aniversário apenas com Hydra e a família em um jantar especial feito por ele, apesar da insistência dos Senhores Macmillan de ter uma festa de família.

O trabalho no Ministério estava ficando mais tenso com vários bruxos tristes saindo do país amedrontados.

— Você devia ver as sessões de países mais distantes Hydra, tem muito mais bruxos indo embora para aqueles cantos de lá – Afirmou Julie despachando um memorando depois que Hydra fez uma entrevista com uma bruxa de 89 anos que queria sair do país antes que Voldemort destruísse ela que era nascida trouxa.

Hydra se sentia emocionalmente esgotada no fim de semana, querendo algo que a ajudasse a relaxar.

Era meio de Outubro, o ar já estava mais gelado do que se aguentaria normalmente para uma atividade daquelas, mas Hydra sabia que não teria mais outra oportunidade até talvez a primavera, lá embaixo, o barulho era mínimo, a sensação era de total e completa solidão cortada a não ser pelo frio, esse sim fazia companhia naquele momento, estava cortante, mas não interessava, conforme se levantava para a superfície, as ondas batiam e as vezes a derrubavam de novo para baixo, Hydra não se importava, levava a varinha presa na perna com a ajuda de um suporto, a roupa de banho já estava colada no corpo, devia estar enfrentando as ondas geladas e fortes a mais de duas horas, se sentia em paz em cada uma daquelas horas, como se nada de ruim fosse a atingir naquele momento, naquele lugar, apesar de estar usando o medalhão da família e sentisse a dor de cada um dos membros da sua família, ali, era como se a água e as ondas pudessem levar cada uma delas embora. As vezes se via muito no fundo mas a magia a ajudava a ir para frente sem esforço, "como devia ser difícil para os trouxas", pensava ela, perigoso talvez, enfrentar o mar em uma ressaca de outono, mas os bruxos tinham diversas formas de driblar aquilo, ainda assim Peter achava perigoso, por isso Hydra não se surpreendeu ao ouvir sua voz gritando por ela quando levantou a cabeça para a superfície em uma das vezes.

— Hydra! – Gritava ele cada vez mais fore, difícil de ignorar, mesmo se quisesse.

Hydra saiu então lentamente das águas e foi ao encontro de Peter que estava na areia trazendo um roupão de lã na mão.

— Está congelando Hydra, é sério, o que você está fazendo? – Perguntou ele meio irritado.

— Estava bom, nem senti tanto o frio... – Mas era uma mentira, o frio lhe cortava os ossos agora, mesmo com o quentinho roupão que Peter trouxe.

— Eu sei que não – Disse ele ironicamente – Antigamente você só escrevia e lia em frente a praia, agora deu para entrar no mar toda vez que está chateada, o que houve? E por quê está usando o medalhão? – Perguntou ele a abraçando para diminuir o frio.

— Porque dentro do mar parece que ele me perturba menos e eu queria ver se tinha algo de novo.

— E tem?

— Não, o mesmo sofrimento dos três, o do papai está maior que os deles agora... – Disse ela tirando o medalhão.

— Vamos, eu fiz sopa quentinha e chegou uma coruja pra você – Disse Peter beijando seus cabelos quase congelados de tão gelados.

— Coruja? De quem? Da mamãe?

— Não, do Ministério da Magia.

Hydra aparatou com Peter para o alto da colina e foi para casa, lá, encontrou um lindo envelope do Ministério da Magia endereçado para.

"Senhora Hydra Macmillan"

Em letras verdes brilhantes, Hydra abriu o selo do Ministério curiosa para ler a carta que era toda escrita em lindas letras douradas.

"O Ministério da Mágia Britânico e o Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, tem o prazer de convidar a Senhora.

Hydra Bellatrix Macmillan e marido.

Para o evento em celebração a mais um ano do debate "País ou Classe?", no qual depois ficou decidido que os bruxos não iriam tomar parte na guerra pela emancipação americana, irá acontecer no dia 31 de Outubro de 1996 às 8 horas da noite na sede da MACUSA em Nova York.

Todos os convidados do Ministério devem trajar vestes formais, irem portados com identificação do Ministério e os convidados com papeis de visita oficial e todos devem ter sua permissão de varinha também preenchidas e conforme confirmação de presença, receberão um horário para pegar a chave de portal no Departamento de Transportes Mágicos e atrasos não serão tolerados, lembrando que uma chave de portal para tão longa distância exige sincronização dos dois lados e um tempo exato. Pedimos que mande uma coruja com a confirmação dos convidados até o dia 19 de Outubro.

Cordialmente,

Brandon Bulstrode

Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia"

— Mas eu nem sou do departamento Americano, por quê isso? – Perguntou Hydra curiosa.

— Não sei, talvez tenha sido o Gustav, não? Ele sabe o quanto você estava interessada em conhecer a MACUSA.

— Pode ser... – Disse Hydra pensando que seria algo capaz de acontecer e começando a ficar animada.

— Ou talvez eles tenham convidado todos os setores do seu departamento.

— Duvido muito, seria muito trabalho, muitos bruxos – Acrescentou Hydra – Você vai poder ir comigo? Acho que seria uma ótima oportunidade de conhecer a MACUSA melhor realmente.

— Não sei meu amor, eu tenho plantão nesse dia, mas posso pedir para trocar, espero que aceitem, amanhã mesmo eu te dou resposta, ok?


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