A Mudança Eterna escrita por Paula Mello


Capítulo 18
Snape




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McGonagall entrou na enfermaria. Como os demais, ela apresentava marcas da batalha recente: tinha arranhões no rosto e as vestes rasgadas.

— Molly e Arthur estão a caminho – anunciou ela, e o encanto da música se quebrou: todos despertaram como se saíssem de um transe, tornaram a se virar para Gui, ou então esfregaram os olhos, ou sacudiram a cabeça. – Harry, que aconteceu? Segundo Hagrid, você estava com o professor Dumbledore quando ele... quando aconteceu. Ele diz que o professor Snape esteve envolvido em alguma...

— Snape matou Dumbledore – respondeu Harry.

Ela o encarou por um momento, então seu corpo balançou de modo alarmante; Madame Pomfrey, que parecia ter se controlado, acorreu depressa, e, do nada, conjurou uma cadeira que empurrou para baixo de McGonagall.

— Snape – repetiu McGonagall com um fio de voz, desabando na cadeira. – Todos nos perguntávamos... mas ele confiava... sempre... Snape... não consigo acreditar...

— Snape era um Oclumente excepcionalmente talentoso – comentou Lupin, sua voz anormalmente áspera. – Sempre soubemos disso.

Hydra sentiu uma dor, uma dor enorme, Snape era seu mentor, ele ensinou quase tudo que ela sabia, ela sentiu nele muitas vezes um amigo, como podia ele ter a traído daquele jeito? Traído Dumbledore, lágrimas começaram novamente a cair dos seus olhos.

— Mas Dumbledore jurou que ele estava do nosso lado! – sussurrou Tonks. – Sempre pensei que Dumbledore soubesse alguma coisa de Snape que ignorávamos...

— Ele sempre insinuou que tinha uma razão inabalável para confiar em Snape – murmurou a professora McGonagall, agora secando as lágrimas nos cantos dos olhos com um lenço debruado em tecido escocês. – Quero dizer... com o passado de Snape... é claro que as pessoas duvidavam... mas Dumbledore me confirmou, de modo explícito, que o arrependimento de Snape era absolutamente sincero... não queria ouvir uma palavra contra ele.

— Eu adoraria saber o que Snape disse para convencê-lo – comentou Tonks.

— Eu sei – disse Harry, e todos se viraram, encarando-o. – Snape passou a Voldemort a informação que fez Voldemort caçar meus pais. Então, Snape disse a Dumbledore que não tinha consciência do que estava fazendo, que lamentava realmente o que tinha feito, lamentava que eles tivessem morrido.

— E Dumbledore acreditou nisso? – perguntou Lupin incrédulo. – Acreditou que Snape lamentava a morte de Tiago? Snape odiava Tiago...

— E achava que minha mãe também não valia nada porque tinha nascido trouxa... "Sangue Ruim", foi como a chamou...

— É tudo minha culpa – disse subitamente a professora McGonagall. Ela parecia desorientada, torcia o lenço molhado nas mãos. – Minha culpa. Mandei Filio chamar Snape esta noite, mandei buscá-lo para vir nos ajudar! Se eu não tivesse alertado Snape para o que estava acontecendo, talvez ele nunca tivesse se reunido aos Comensais da Morte. Acho que ele não sabia que estavam na escola até Filio lhe contar, acho que Snape não sabia que eles vinham.

— Não é sua culpa, Minerva – disse Lupin com firmeza. – Todos queríamos mais ajuda, ficamos contentes quando soubemos que Snape estava a caminho...

— Então, quando chegou ao lugar do confronto, ele se passou para o lado dos Comensais da Morte? – perguntou Harry.

— Não sei exatamente como aconteceu – disse a professora McGonagall perturbada. – É tudo tão confuso... Dumbledore tinha nos dito que ia se ausentar da escola por algumas horas e que devíamos patrulhar os corredores só por precaução... Remo, Peter, Gui e Ninfadora viriam se reunir a nós... então patrulhamos. Tudo parecia tranquilo. Todas as passagens secretas para fora da escola estavam vigiadas. Sabíamos que ninguém poderia entrar pelo ar. Havia poderosos encantamentos sobre cada entrada do castelo. Continuo sem saber como é possível que os Comensais da Morte tenham entrado...

— Eu sei – interpôs Harry – Malfoy, ele usou um Sumidoro que estava quebrado e tinha um irmão na BORGIN & BURQUES, ele passou o ano consertando a daqui e os comensais entraram por ali, eles entraram pela Sala Precisa

— Meu irmão fez isso? – Disse Hydra chorando.

— Madame Pomfrey, você podia dar uma poção...

— CHEGA DE POÇÕES! – Gritou Hydra, mas a Madame Pomfrey enfiara uma por sua garganta que a fez ficar calma e parar de chorar na hora.

Meti os pés pelas mãos, Harry – disse Rony sombriamente. – Fizemos o que você pediu: consultamos o Mapa do Maroto e não vimos o Malfoy, e pensamos que devia estar na Sala Precisa, então eu, Gina e Neville fomos montar guarda... mas Malfoy conseguiu passar por nós.

— Ele saiu da Sala mais ou menos uma hora depois que começamos a vigiar – acrescentou Gina. – Estava sozinho, segurando aquele horrível braço seco...

— A Mão da Glória – explicou Rony. – Só o portador enxerga, lembram?

— De qualquer forma – continuou Gina –, ele devia estar conferindo se a barra estava limpa para deixar os Comensais saírem, porque, no momento em que nos viu, ele lançou alguma coisa no ar e ficou tudo escuro como breu...

Hydra não conseguia chorar pelo efeito da poção que forçaram nela, se sentia calma, mas por dentro gritava, não era possível que o que diziam do seu irmão fosse verdade...

— Pó Escurecedor Instantâneo do Peru – esclareceu Rony, com amargura. – Do Fred e do Jorge. Vou ter uma conversinha com eles a respeito das pessoas que eles deixam comprar os produtos da loja.

— Tentamos tudo: Lumus, Incêndio – explicou Gina. – Nada penetrou a escuridão; só nos restou sair tateando pelo corredor, enquanto ouvíamos gente passar correndo por nós. É óbvio que Malfoy estava enxergando por causa da tal Mão da Glória, e orientou os Comensais, mas não nos atrevemos a lançar feitiços nem nada, com medo de atingirmos a nós mesmos, e até chegarmos a um corredor iluminado, eles já tinham ido embora.

— Sorte a de vocês – disse Lupin rouco. – Rony, Gina e Neville toparam conosco quase em seguida e nos contaram o que tinha acontecido. Encontramos os Comensais da Morte minutos depois, a caminho da Torre de Astronomia. É óbvio que Malfoy não esperava que houvesse mais gente vigiando; pelo jeito, tinha esgotado o suprimento de Pó Escurecedor. Lutamos, eles se dispersaram e nós os perseguimos. Um deles, Gibbon, escapou e subiu a escada da Torre

— Para lançar a Marca? – perguntou Harry.

— Deve ter feito isso, sim, eles devem ter combinado antes de deixarem a Sala Precisa – disse Lupin. – Mas acho que Gibbon não gostou da ideia de esperar lá em cima por Dumbledore, sozinho, porque voltou correndo para se juntar aos que estavam lutando e foi atingido por uma Maldição da Morte, que por pouco não me atingiu também.

— Então, enquanto Rony estava vigiando a Sala Precisa com Gina e Neville – perguntou Harry, virando-se para Hermione –, você estava...?

— Na porta do escritório de Snape – sussurrou Hermione, com os olhos cintilantes de lágrimas –, com Luna. Ficamos lá um tempão, e nada... não sabíamos o que estava acontecendo lá em cima, Rony tinha levado o Mapa do Maroto... já era quase meia-noite quando o professor Flitwick desceu correndo para as masmorras. Gritava que havia Comensais da Morte no castelo, acho que nem registrou que Luna e eu estávamos ali, adentrou o escritório de Snape e nós o ouvimos dizer ao professor que precisava acompanhá-lo para ir ajudar, então ouvimos um baque forte e Snape saiu disparado da sala e nos viu e... e...

Peter apertava a mão de Hydra com força e delicadeza ao mesmo tempo, ela reparou que ele tinha uma ferida nos braço e outra perto do pescoço.

— E aí? – instou Harry. – Fui tão idiota, Harry! – lamentou Hermione num sussurro agudo.

— Ele disse que o professor Flitwick tinha desmaiado e que devíamos cuidar dele, enquanto ele... enquanto ele ia ajudar a combater os Comensais da Morte... A garota cobriu o rosto, envergonhada, e continuou a falar por trás dos dedos, o que abafou sua voz.

— Entramos no escritório para ver se podíamos ajudar o professor Flitwick e o encontramos inconsciente no chão... e, ah, é tão óbvio agora, Snape deve ter estupefeito Flitwick, mas não percebemos, Harry, não percebemos, deixamos o Snape escapar!

— Não é sua culpa – disse Lupin com firmeza. – Hermione, se você não tivesse obedecido e saído do caminho, Snape provavelmente teria matado você e Luna.

— Estávamos num apuro, estávamos perdendo – disse Tonks em voz baixa. – Gibbon estava fora de combate, mas os outros Comensais pareciam dispostos a lutar até a morte. Neville tinha sido atingido, Gui, atacado ferozmente pelo Greyback... estava tudo escuro... voavam feitiços para todo lado... o garoto Malfoy desaparecera, devia ter saído despercebido e subido para a Torre... então outros Comensais correram para acompanhá-lo, mas um deles bloqueou a escada depois de passar com algum feitiço... Neville avançou para a escada e foi atirado no ar...

Hydra não conseguiu ouvir mais nada, se sentiu fraca, enquanto Harry falava, Peter pediu para Madame Pomfrey a colocar em uma cama, depois disso Hydra ficou apagada por algum tempo, mas logo recuperou a consciência, estava deitada na cama onde Peter estava, ele agora estava na cadeira aonde ela estava momentos antes.

As portas da ala hospitalar se abriram de repente, sobressaltando a todos: o sr. e a sra. Weasley vinham entrando pela enfermaria, Fleur logo atrás, seu belo rosto aterrorizado.

— Molly... Arthur... – disse a professora McGonagall, levantando-se, depressa, para cumprimentá-los. – Lamento muito...

— Gui – sussurrou a sra. Weasley, passando direto pela professora ao avistar o rosto desfigurado do filho. – Ah, Gui!

Lupin e Tonks tinham se levantado, ligeiros, e se afastaram para o casal poder se aproximar da cama. A sra. Weasley curvou-se para o filho e levou os lábios à testa dele, Tonks veio ficar ao lado de Hydra.

— Você disse que Greyback o atacou? – perguntou o sr. Weasley, aflito, à professora McGonagall.

— Mas não estava transformado? Então, que significa isso? Que acontecerá ao Gui?

— Ainda não sabemos – respondeu a professora, olhando desamparada para Lupin. – É provável que haja certa contaminação, Arthur – explicou Lupin.

— É um caso raro, provavelmente único... não sabemos qual será o comportamento dele quando acordar... A sra. Weasley tirou o unguento de cheiro acre das mãos de Madame Pomfrey e começou a aplicá-lo nos ferimentos de Gui

Hydra olhou para Fleur, os olhos da garota estavam ligeiramente apertados estavam fixos em Fleur, que olhava Gui com uma expressão atemorizada no rosto.

— Dumbledore se foi – sussurrou o sr. Weasley, mas sua mulher só tinha olhos para o filho mais velho; ela começou a soluçar, as lágrimas caindo no rosto mutilado de Gui.

— É claro que a aparência não conta... não é r... realmente importante... mas ele era um g... garotinho tão bonito... e ia se... se casar!

Hydra se sentiu tão mal por ela, ainda pior por ter traído sua hospitalidade momentos atrás e fugido da casa dela.

— E qu é qu a senhorr querr dizerr com isse? – perguntou Fleur, repentinamente, em alto e bom som. – Qu querr dizerr com "el ia se casarr"?

Hydra olhou espantada para a menina.

— Bem... só que... – A senhorra ache qu Gui vai desistirr de casarr comigue? – quis saber Fleur. – A senhorra ache qu porr côse desses morrdides, el non vai me amarr?

— Não, não foi o que eu...

— Porrqu ele vai! – afirmou Fleur, empertigando-se e jogando seus longos cabelos prateados para trás. – Serrá prrecise mais qu um lobisome para fazerr Gui deixarrr de me amarr!

— Bem, claro, tenho certeza – respondeu a sra. Weasley –, mas pensei que talvez... visto que... que ele...

— A senhorr pensô qu eu non ia querrerr casarr com el'? U err' esse a su esperrance? – desafiou Fleur, com as narinas tremendo. – Qu me imporrte a aparênce del? Ache qu sou bastante bonite porr nós dois! Todes esses marrcas mostrram qu me marride é corrajose! E eu é qu vou fazerr isse! – acrescentou com ferocidade, empurrando a sra. Weasley para o lado e arrebatando o unguento das mãos dela.

Hydra ficou completamenta chocada, ela viu que Peter também olhava chocado para a cena, nunca esperaria essa reação de Fleur, mas a admirou ali! Admitiu muito, viu a mulher que amava muito seu futuro marido pelo visto.

A sra. Weasley recuou para junto do marido e ficou observando Fleur tratar dos ferimentos de Gui, com uma expressão muito curiosa no rosto. Ninguém disse nada. Hydra estava esperando uma explosão de fúria da Sra Weasley, mas não foi o que aconteceu.

— Nossa tia-avó Muriel – disse a sra. Weasley após um longo silêncio... – tem uma linda tiara, feita pelos duendes... e estou segura que posso convencê-la a lhe emprestar para o casamento. Ela gosta muito do Gui, entende, e a tiara ficaria muito bonita em seus cabelos.

— Muite obrrigade – respondeu Fleur formalmente. – Tan certez de qu ficarrá bonite!

Fleur e a Sra Weasley choravam e se abraçavam.

— Ok, isso é inesperado – Disse Peter olhando em choque para as duas.

— Está vendo! – exclamou uma voz cansada. Tonks olhava aborrecida para Lupin. – Ela ainda quer casar com Gui, mesmo que ele tenha sido mordido! Ela não se incomoda!

— É diferente – respondeu Lupin, quase sem mover os lábios, parecendo subitamente tenso. – Gui não será um lobisomem típico. Os casos são completamente diferentes...

— Mas eu também não me incomodo, nem um pouco! – retrucou Tonks, agarrando Lupin pela frente das vestes e sacudindo-o. – Já lhe disse isso um milhão de vezes...

— Ai meu Deus! – Exclamou Hydra não acreditando que Tonks estava tratando daquele assunto ali.

— E eu já disse a você um milhão de vezes – respondeu Lupin evitando os olhos dela, encarando o chão – que sou velho demais para você... pobre demais... perigoso demais...

— E tenho lhe dito o tempo todo que a sua atitude é ridícula, Remo – interpôs a sra. Weasley por cima do ombro de Fleur, em quem dava palmadinhas carinhosa.

— Não estou sendo ridículo – respondeu Lupin com firmeza. – Tonks merece alguém jovem e saudável.

— Mas ela quer você – interpôs o sr. Weasley com um sorrisinho. – Afinal de contas, Remo, os homens jovens e saudáveis não permanecem sempre assim. – Ele fez um gesto triste para o filho, deitado entre eles.

— Este não... não é o momento para discutir o assunto – replicou Lupin, evitando os olhares de todos e olhando, aflito, para os lados. – Dumbledore está morto...

— Dumbledore teria se sentido o mais feliz dos homens em pensar que havia um pouco mais de amor no mundo – disse secamente a professora McGonagall, no momento em que as portas da enfermaria tornaram a se abrir e Hagrid entrou.

A pequena parte de seu rosto que não estava sombreada por cabelos ou barba estava molhada e inchada; o pranto o sacudia, na mão trazia um enorme lenço manchado.

— Fiz... fiz o que mandou, professora – disse com a voz sufocada. – Re... removi ele. A professora Sprout fez a garotada voltar para a cama. O professor Flitwick está descansando, mas diz que logo estará bem, e o professor Slughorn diz que o Ministério foi informado.

— Obrigada, Hagrid. – A professora McGonagall se levantou imediatamente e voltou sua atenção para o grupo em torno da cama de Gui. – Terei de ver o pessoal do Ministério quando chegar, Hagrid, por favor avise os diretores das Casas... Slughorn pode representar a Sonserina... de que quero vê-los sem demora no meu escritório. Gostaria que você se reunisse a nós, também.

Ao ver Hagrid assentir, dar as costas e sair da enfermaria arrastando os pés, ela olhou para Harry.

— Antes de me reunir com o Ministério, eu gostaria de dar uma palavrinha rápida com você, Harry. Se quiser me acompanhar...

Harry saiu com a professora, Lupin e Tonks conversavam em um canto quando a Sra Weasleu foi até a cama de Hydra.

— Você se machucou? – Perguntou ela preocupada.

— Não, eu só fiquei nervosa ao saber... Bem, ao saber de tudo, eles me deram uma poção que me adormeceu um pouco, mas estou bem, o Peter que se machucou, mas nada sério – Acrescentou Hydra olhando para a cama de Gui aonde Fleur cuidava de seus ferimentos e se sentindo culpada por falar dos pequenos ferimentos de Peter.

— Eu fiquei tão nervosa quando você saiu da casa daquele jeito...

— De que jeito? – Perguntou Peter olhando desconfiado para Hydra.

— Me desculpe Sra Weasley, me desculpe, eu não queria te desrespeitar, eu só estava muito desesperada, de qualquer maneira quando eu cheguei aqui já tinha tudo acabado, Dumbledore já estava... – Hydra ficou com lágrimas nos olhos e não conseguiu terminar a frase.

— Tudo bem minha filha, eu entendo, só fico feliz que você esteja bem – Disse a Sra Weasley apertando a mão de Hydra, então se afastou novamente para a cama do filho.

— Peter, o meu irmão? O que ele fez? – Perguntou Hydra se sentando na cama.

— Eu não sei Hydra, não sei direito ainda, não sei mais do que você.

— Eu vi ele andando por um lugar... Eu vi os comensais brigando quando usei o medalhão na casa da Sra Weasley – Disse Hydra olhando para o chão.

— Você não deveria ter vindo Hydra... – Disse Peter apertando a sua mão novamente, mas delicadamente.

— Eu sei, me desculpe, mas eu fiquei muito nervosa, com você, com ele...

— Eu sei meu amor, mas a sua teimosia um dia pode acabar te matando e eu não ia suportar isso, eu espero sinceramente que isso nunca aconteça! – Peter tinha os olhos cheios de lágrimas.

— O que aconteceu com você? – Perguntou Hydra acariciando seu rosto.

— Eu fui atacado por um comensal da morte, estava sangrando bastante, mas a Madame Pomfrey me ajudou.

— Curandeiros... – Disse a Madame Pomfrey que estava perto dos dois naquele momento – Eles são os piores pacientes! Ele achou que podia palpitar no que eu estava dando para ele, vê se pode – Disse ela olhando irritada para Peter.

— Me desculpe, Madame Pomfrey, eu acho a Senhora um grande exemplo que me ensinou muito, não quis te desrespeitar.

Madame Pomfrey sorriu sem graça, agradeceu e ficou levemente corada.

— Eu acho que vão fechar a escola... – Hydra ouviu Lupin falando.

— Espero que não – Disse Rony parecendo triste e aterrorizado com a ideia.

— Mas o que será de Hogwarts sem o Dumbledore? – Perguntou Hermione com lágrimas nos olhos.

— Nada do que já vimos antes – Respondeu Hydra.

— Hydra, você deveria ir para casa – Disse Tonks se aproximando – Você precisa descansar.

— Eu não fiz nada, vocês que lutaram... – Disse Hydra ressentida.

— De qualquer maneira, você está carregando um ser humano na barriga, isso não é moleza – Concordou a Sra Weasley.

— Está realmente grande – Disse Gina olhando para sua barriga – Da última vez que te vi nem barriga parecia.

— Nem grávida eu estava Gina – Disse Hydra – As vezes eu nem acredito ainda...

— Bom, mas ai está e você deve descansar – Insistiu Tonks.

— O que vão fazer? Com Dumbledore e tudo mais – Perguntou Hydra querendo mudar de assunto.

— Devem fazer um enterro, um velório... Mas não sei quando, com certeza vão nos informar – Disse o Sr Weasley.

— Hydra, agora chega, vamos para casa – Disse Peter se levantando incisivamente.

— Ok...

Hydra se despediu de todos, mas foi especialmente falar com Fleur em Francês para ninguém mais entender ao seu redor.

— Você foi muito corajosa hoje, mostrou a sua força, eu estou muito orgulhosa.

— Obrigada, eu não ia deixar que decidissem sobre nós dois por mim – Disse Fleur ao lado de Gui.

— Deixe um abraço meu, estou torcendo pela recuperação plena dele e se precisar de algo é só falar comigo ou com o Peter, ele é um excelente curandeiro, os pais dele também, sabe que podem contar conosco, minha amiga, não sabe?

— Obrigada Hydra – Disse Fleur a abraçando.

Hydra saiu com Peter pelo castelo até seu portão, aonde aparataram para casa.

Antes de dormir, a poção que a mantinha calma parece ter passado o efeito, ela chorou desesperadamente pelo irmão, pensando em tudo o que ouviu sobre ele e porque ele fez aquilo, o que ele pretendia, se foi obrigado, ela achava que ele foi obrigado... Mas queria tanto falar com ele para ter certeza, chorava também por Dumbledore, seu querido diretor que se foi... Por Snape, seu mentor, seu professor... Ele que traiu a todos, ele a quem ela confiou sua mente, como podia ele ser um homem tão cruel?

Peter a segurava e oferecia outra poção, a qual ela negava.

— Eu preciso chorar Peter, para aliviar um pouco a minha dor... Isso não vai me matar e nem a Libra...

— Eu sei... Mas me parte o coração te ver assim.

— Eu e Draco, nós fomos criados juntos Peter, nós somos irmãos, como pode ele ter feito isso? Como?

— Eu não sei Hydra, mas você sabe muito bem que tiveram criações diferentes apesar de tudo – Disse Peter ao seu lado na cama – Ele não teve muitas chances, ele foi aprisionado por seu pai de uma forma talvez ainda pior do que você foi.

— Sim, uma prisão mental, uma prisão sentimental... Pobre Draco, como eu queria poder ajudá-lo.

— Nós não podemos ajudar aqueles que não querem ser ajudados Hydra, quem sabe um dia ele queira, mas agora não é momento provavelmente.


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