A Mudança Eterna escrita por Paula Mello


Capítulo 14
O Grande ANÚNcio




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Hydra foi levada por Flu até o St Mungo's, já se sentia tão enjoada e fraca que nem conseguia ficar em pé.

— Mas qual o problema dela? – Perguntou a recepcionista.

— Não sabemos, mas pode ser complicações com chave de portal – Disse um bruxo que Hydra nem sabia quem era do Ministério.

— Ok, é aqui no térreo mesmo, algum curandeiro pode ajudar aqui?

— Hydra foi colocada em uma cadeira que flutuava no ar e um curandeiro a levou até uma enfermaria.

— Seu nome é Hydra Macmillan? – Perguntou o Curandeiro enquanto ela era vomitava pela terceira vez.

— Sim, meu marido é curandeiro aqui.

— Eu ia perguntar isso, se tinha alguma relação com algum dos curandeiros Macmillans, quer que eu o chame? – Perguntou o Curandeiro que Hydra agora via ser jovem e loiro.

— Sim, por favor, o Peter Macmillan é meu marido.

Hydra vomitou mais uma vez, um enfermeiro lhe administrara uma poção revigorante.

— Hydra, o que houve? Por que você foi trazida para cá correndo? – Disse Peter entrando na enfermaria que agora Hydra notara tinha mais duas pessoas em camas seguido do Sr e Sra Macmillan.

— Eu não sei, eu viajei de portal e me senti mal.

— Pode ser uma complicação – Disse o Sr Macmillan – Comeu algo pesado hoje?

— Não – Hydra ia falar mais, mas acabou vomitando de novo.

— Você já não recebeu uma poção revigorante? – Perguntou a Sra Macmillan.

— Sim, recebi agora pouco...

— Então não era para estar vomitando mais.

— Hydra, você está se sentindo bem? –Perguntou Peter segurando sua mão.

— Sim, eu só estou enjoada, só isso.

— Quem é o curandeiro chefe dessa enfermaria? – Perguntou o Sr Macmillan para o jovem curandeiro louro.

— O Curandeiro Jhonson, senhor.

— Quero ela transferida para o meu andar, enfermaria Tonkison Neds, está praticamente vazia e a Mezra está responsável por ela hoje como um favor para mim que estou com um curandeiro a menos no andar.

— Claro Sr Macmillan, imediatamente.

Todos pareciam respeitar e temer o Sr Macmillan, Hydra foi imediatamente transferida para o quarto andar, para uma enfermaria que apesar de mais ampla, só tinha mais uma pessoa.

— Muito bem minha querida, vamos fazer alguns exames? – Disse a Sra Macmillan com uma voz doce.

— Mãe, eu posso ficar aqui? – Perguntou Peter parecendo muito nervoso.

— Claro, eu já pedi para o meu estagiária trocar com você hoje, pode ficar aqui comigo.

— Obrigada mãe – Disse Peter sentando ao lado de Hydra e segurando a sua mão

— Mezra, quer que eu peça alguma coisa em especial? – Perguntou o Sr Macmillan.

— Só uma enfermeira por favor.

O Sr Macmillan saiu e logo uma jovem bruxa, que parecia ser mais nova que Hydra entrou usando vestes rosas com o símbolo do St Mungo's.

Hydra tomou algumas poções, cuspiu em um potinho, e recebeu um feitiço indolor que retirou um pouco de seu sangue, já estava agoniada quando a Sra Macmillan voltou ao quarto com um sorriso enorme no rosto.

— Já descobrimos o porquê da complicação com a viagem.

— Por que? – Perguntou Peter.

— Oh minha querida, minha filha, você está grávida! - Disse a Senhora Macmillan muito alegre e dando palminhas.

Hydra não sabe muito em o que aconteceu em seguida, o mundo parece ter parado, tudo ficou mudo, sua respiraçao congelou, sentiu as mãos e os braços de Peter a abraçando, a Sra Macmillan segurando em seu rosto e até o Sr Macmillan beijando sua mão, mas não ouvia nada.

— Hydra? Hydra? Você está bem? – Perguntou Peter fazendo com que ela voltasse a si.

— Desculpe, eu não ouvi direito, eu estou o que?

— Grávida minha filha, grávida, eu vou ter um netinho, ou uma netinha! Eu vou ser vovó!! - Disse a Sra Macmillan chorando.

— Não, não, não, eu não estou, não, não, não pode ser – Hydra chorava agora mais do que a Sra Macmillan, de soluçar.

— Hydra, calma, isso é uma coisa boa! – Disse Peter.

— NÃO É NÃO! EU NÃO ESTOU GRÁVIDA, EU NÃO POSSO ESTAR, POR FAVOR DIZ QUE É BRINCADEIRA!!! – Disse Hydra com difculdade de falar cada palavra devido ao choro em prantos.

Todos olhavam para ela espantados, com certeza não esperavam aquela reação.

— Minha filha, um filho é um presente – Disse o Sr Macmillan meio surpreso.

— PARA VOCÊ, EU NÃO QUERO UM FILHO AGORA, EU NÃO QUERO, POR FAVOR, POR FAVOR EU NÃO QUERO, EU SÓ TENHO 18 ANOS, EU NÃO QUERO AGORA, NÃO NO MEIO DESSA GUERRA, EU ME CUIDEI TANTO!  – Hydra chorava tanto que tremia a ponto de Peter ter que segurá-la.

— Hydra por favor meu amor, nós nos amamos, um filho só vai confirmar isso – Disse Peter que parecia miserável com aquela reação de Hydra.

— NÃO, POR FAVOR, POR FAVOR, AGORA NÃO, POR FAVOR, MAIS TARDE DEPOIS, EU VOU AMAR DEPOIS, MAS AGORA NÃO, AGORA NÃO! POR FAVOR AGORA NÃO! – Dizia ela chorando.

— Lance, precisamos de uma poção calmante imediatamente – Disse Mezra.

— Eu vou providenciar.

— EU TOMEI TODAS AS POÇÕES, EU NÃO DEVIA ESTAR GRÁVIDA AGORA!

— Uma bem forte, para apagar ela – Completou Mezra.

— Hydra por favor, você está me deixando triste assim, é tão ruim estar grávida de mim? – Perguntou Peter.

— Não, de você não Peter, mas é ruim estar grávida agora, nós só temos 18 e 21 anos Peter, deveríamos ter a vida toda pela frente e essa guerra Peter, como cuidar se um bebê com essa guerra, Peter?  – Perguntaba ela ainda soluçando.

— Você está grávida Hydra, não morrendo – Disse ele com raiva.

— Peter, calma, ela está em choque, é só isso – Disse Merza.

— Aqui está a poção – Disse o Sr Macmillan e Mezra empurrou guela abaixo de Hydra que apagou logo em seguida.

— Ela só está nervosa, é um choque é claro, mas um bebê, benza Deus, um bebê, será muito bem-vindo – Dizia a voz de uma mulher.

Hydra recuperava aos poucos a razão, ainda via tudo com pontos pretos, mas sentia que estava em uma cama macia e com muitas pessoas ao redor.

— Eu não acredito que ela está grávida... – Disse uma voz masculina.

— Jorge, agora não é hora de dizer isso a ela, ok? Ela precisa de apoio e vocês dois são os que mais vão ajudar nisso depois do Peter.

— Ok, mãe, prometo não fazer nada e nem fazer piadinhas.

— Você também Fred.

— Eu também prometo, se você ver, é meio que legal, vamos ser tios.

— Isso, exatamente isso que você deve dizer a ela.

— Olha, ela está acordando – Disse a voz de Mezra.

Hydra abriu os olhos e viu que estava em sua cama, com Lacerta e Peter que parecia triste ao seu lado.

No quarto também estavam a Sra Weasley, a Sra Macmillan, sua tia Andrômeda, Fred, Jorge, Jeniffer e Fleur.

— Minha querida, como você está se sentindo? – Perguntou a Sra Weasley;

— Bem, o que, o que está acontecendo? – Disse Hydra tentando se sentar mas todos a seguraram para que ela deitasse.

— Você relaxa, ok? – Disse Mezra.

— O que aconteceu? – Perguntou Hydra que por um segundo não lembrava de nada que tinha acontecido.

— Você não lembra de nada? – Perguntou Peter.

— Não eu... – Hydra começou a se lembrar, se lembrar que tinha ido ao hospital, se lembrar que estava grávida, o choro mais uma vez começou a descer, um pranto desesperado e todos ao seu redor também ficaram nervosos.

— Não, não Hydra, não chore, por favor não chore, está tudo bem, é só um bebezinho lindo seu e do Peter que vem aí, seu e do homem que você ama tanto e que te ama tanto também! - Disse a Sra Weasley segurando a sua mão.

— Palerma está tudo bem, você vai continuar a mesma pessoa – Dizia Fred.

— Só com uma pessoinha junto – Completou Jorge que levou um cutucão da Sra Weasley.

Peter parecia arrasado e saiu do quarto sendo seguido pela mãe e irmã, Hydra começou a chorar ainda mais.

— Ele só está nervoso também... Com você assim nervosa. – Disse a Sra Weasley.

— Por que você está chorando Hydra, é só um bebê – Disse Fleur para ela em Francês.

— Eu não quero um bebê, não agora, não nesse guerra, não com essa idade.. – Respondeu Hydra para ela, também em Francês.

— A mercadoria que vocês me deram, que aumentava a potência da poção anti ovulante, ela estava ruim, só pode ser isso – Disse Hydra para Fred e Jorge.

— Ela pareceu funcionar bem para as outras poções – Disse Fred.

— Que mercadoria é essa? – Perguntou a Sra Weasley.

— Nada demais... – Respondeu Jorge sem graça.

— Minha filha, por que você chora? – Perguntou sua tia Andrômeda delicadamente segurando sua mão.

— Porque eu não quero ter um filho agora.

— Mas por quê? Você já está casada, você é feliz com Peter, não é?

— Eu tenho dezoito anos, eu só tenho dezoito anos, eu queria trabalhar, viver, estamos no meio de uma guerra... – Disse ela aos prantos.

— E isso não a impediu de casar e de ser feliz, nem o bebê vai... – Disse Andrômeda.

— Se você quiser, você pode deixar ele comigo enquanto trabalha, se esse é seu medo – Disse a Sra Weasley.

— Comigo também – Completou Andrômeda.

— Isso, nós nos revezamos para te ajudar, sua vida vai ser normal, você vai ver só – Disse a Senhora Weasley, fazendo carinho em seus cabelos.

— EU NÃO QUERO UM BEBÊ AGORA, EU NÃO QUERO AJUDA, EU NÃO QUERO NADA! – Berrou Hydra chorando e tremendo.

— Chame a Mezra, acho que ela precisa de mais uma poção calmante – Disse a Sra Weasley segurando a sua mão.

— Hydra, por favor, a gente está aqui com você, eu vou te ajudar, eu prometo – Disse Fred.

— Eu também Hydra, sempre, eu sempre vou estar do seu lado, esse bebê vai ser o mais amado de todo mundo, vamos ensinar ele uns truques, pode ser mais lendário que nós em Hogwarts, vai ver só, já pensou? Weasleys parte dois? – Completou Jorge sorrindo para Fred.

— Aqui, tome isso minha filha – Disse Mezra dando uma poção para Hydra.

Hydra bebeu, mas não apagou, porém, ficou em um estado semi catatônico, não conseguia pensar nada direito ou falar nada, só ouvir, fechou os olhos e ficou apenas ouvindo, enquanto todos acharam que ela estava dormindo apagada.

— Eu acho melhor deixar ela dormindo, aonde está o Peter? – Perguntou a Sra Weasley.

— Na sala – Disse Mezra baixinho, mas Hydra conseguiu ouvir – Ele está arrasado coitado, acha que é culpa dele, que ela não o ama, por isso não quer ter um filho com ele, que ela só queria ir embora de casa...

— Mas que bobagem, a pobrezinha só está em choque, ela o ama muito! Todos sabem disso, da para ver no olhar dela para ele sempre! – Disse a Sra Weasley.

— Eu sei, mas ele também está coitado, não esperava uma reação dessas dela e nem de ser pai agora também, é claro.

— Ela está de quanto tempo, você sabe?

— Sete semanas, deve ter sido concebido no começo de Janeiro.

— Então deve nascer em Outubro ou no finalzinho de Setembro – Completou Molly.

— Sim, começo de Outubro, assim como Peter.

— Iz é un bebê zaudavel? – Perguntou Fleur.

— Sim, eu fiz um exame enquanto ela dormia, é um bebê saudável, grande e forte para o tempo de vida, igual ao pai.

— Quem sabe se ela pudesse vê-lo... – Disse a Sra Weasley.

— Mês que vem consigo usar um aparelho trouxa que nós usamos mágica para melhorar que vai permitir que ela saiba até o sexo do bebê, ouça o coração, tudo direitinho.

— Isso seria bom, talvez ela se acalme – Disse a Sra Weasley.

— Ela vai, aposto que vai, de qualquer maneira eu vou mandar um recado ao Ministério que ela está doente e não vai trabalhar amanhã, eu dei o dia de folga para o Peter também, mas acho que os dois não deveriam ficar aqui sozinhos.

— Eu fico com eles, posso dormir no quarto de hóspedes – Disse a Sra Weasley.

— Eu também posso ficar – Disse Andrômeda – E talvez eu possa pedir para Tonks vir...

— Tonks izta maz deprimidi qui ela – Disse Fleur.

— Sim, isso até é verdade, mas ela tem motivos também – Disse a Sra Weasley com um tom de raiva.

— Eu acho que nós é que deveríamos ficar, nós animaríamos mais a Hydra – Disse Jorge.

— Sim, vocês tem razão, mas e a loja? – Perguntou a Sra Weasley.

— Eu vou para a loja, o Jorge fica, amanhã a noite eu volto – Disse Fred.

— Ok, eu vou arrumar o quarto de vocês então, venham – Disse a Sra Macmillan.

Hydra ficou em um estado semi acordada por um bom tempo, sentiu quando Peter entrou no quarto, mexeu em seus cabelos e pareceu chorar até dormir e então, ela também dormiu.

— Bom-dia – Disse a Sra Weasley trazendo uma bandeija cheia de comida para sua cama, Hydra sentia que não dormira nada, mas já era de manhã, ela olhou para o lado mas não viu Peter.

— Eu pensei que poderíamos comer aqui.

— Sim, café na cama, para mim você nunca trouxe – Disse Jorge entrando no quarto.

— Fique grávida que eu posso pensar – Brincou a Sra Weasley.

— Isso pode ser arranjado... – Disse Fred comendo um pedaço de fruta.

— Aonde está o Peter? – Perguntou Hydra se sentando.

— Cuidando da sua estufa, ele sabe como você gosta daquelas plantinhas... A sua tia Andrômeda está lá com ele.

— Eu tinha que estar trabalhando – Disse Hydra.

— Bobagem, hoje é seu dia de folga, vamos todos aproveitar juntos – Disse a Sra Weasley com uma exagerada alegria.

— O Peter acha que eu não o amo – Disse Hydra triste.

— Ele não acha isso, ele só está nervoso – Disse a Sra Weasley.

— Todos sabem que vocês são o casal modelo – Brincou Jorge.

— Eu só não quero estar grávida, eu não deixei de amar ele, eu não casei com ele só para sair de casa, eu quero estar grávida dele, é claro, só não queria agora...

— Todos nós sabemos disso Hydra e ele sabe disso também, mas Deus sabe o que faz, é melhor assim – Disse a Sra. Weasley de forma simpática - Você sabia que eu engravidei cedo também? Sim, sim, tive meu Gui bem novinha.

— Com 21 anos, não 18 – Disse Hydra.

— 19 até ela nascer – Corrigiu Jorge.

— Sim, mas o que muda isso? Você vai amar esse bebê do mesmo jeito, com 19, 21 ou 31 anos – Disse a Sra Weasley.

— Sra Weasley, eu mal sei cuidar de mim mesma, eu não sei fazer quase nenhum feitiço doméstico direito, o mundo está louco, Você-sabe-quem e os comensais atrás de mim e todos nós! E se eu morrer? E se o Peter morrer? Quem vai criar ele?

— Todos nós – Disse Jorge.

— E você não pode pensar nisso, tem que pensar que nada disso vai acontecer Hydra – Completou a Sra Weasley.

— Eu queria viver um pouco mais antes de ter filho, trabalhar, crescer, crescer no trabalho, como eu vou crescer no trabalho? E eu sei, parece ridículo, mas eu vou ficar, ficar feia, enorme.

— Hydra, pelo amor de Deus, você é linda e aposto que vai continuar linda, a gravidez some depois que o bebê nasce e você volta ao normal e mesmo assim, não consigo imaginar uma grávida mais linda do que você, quanto ao trabalho, não é toda mãe que precisa parar de trabalhar quando o filho nasce.

— A mulher do Gustav teve filho agora pouco, ela não está trabalhando....

— A mulher do Gustav é a mulher do Gustav, você é você Hydra Malfoy... Macmillan, você pode continuar trabalhando se assim quiser e eu posso te ajudar com isso, todos nós podemos na verdade.... – Disse Jorge.

Hydra entrou em um estado de melancolia que durou por dias, Peter, pegava cada vez mais plantões e ela mal se falavam, era um clima horrível e inesperado, sua tia Andrômeda ia todos os dias até sua casa lhe fazer companhia depois que ela chegava do trabalho e tentava animá-la.

— Olha essa foto da minha Dora bebê, linda não? – Disse Adrômeda mostrando a foto de uma uma bebezinha que mudava o cabelo de loiro para laranja, acenava e corria pela foto.

— É realmente linda – Disse Hydra.

A própria Tonks apareceu para visitar Hydra, para sua alegria que sentia muita falta da prima, mas era difícil decidir qual das duas parecia mais miseravelmente triste.

— Eu daria tudo para estar grávida do homem que eu amo Hydra... Você não deve ficar assim! – Disse Tonks sentada na cama de Hydra uma noite.

— Tonks, você pensava isso com 18 anos? No meio de uma guerra que você está ativamente lutando contra? Perguntou Hydra que estava deitada ao lado de Lacerta.

— Não, mas, eu não conhecia ele ainda na época, se conhecesse talvez sim....

— Mas nada Tonks...

— Você já contou para a sua mãe? – Perguntou Tonks.

— Não, eu ainda não tive coragem de falar para ela e nem para o Draco.

— Por que? Você acha que ela não vai gostar?

— Talvez, ela provavelmente vai achar que eu me apressei como sempre, mas sinceramente eu nem quero saber, tenho medo de mandar uma coruja e cair nas mãos erradas, vai que, sei lá...

— Eu entendo, não está sendo uma época fácil – Disse Tonks desanimada – Você sabia que o Lupin está vivendo com os lobisomens?

— Sim, eu ouvi algo no Natal sobre isso.

— Eu fico tão preocupada... – Disse Tonks.

— Vocês duas estão fazendo uma competição de tristeza? Parem com isso já! Duas jovens tão lindas e cheia de vida - Disse  a tia Andrômeda entrando no quarto com uma bandeja de chá.

— Não mamãe, sem competição aqui – Disse Tonks.

A noite estava agradável, Tonks e Andrômeda saíram para comprar algumas coisas para casa, deixando Hydra sozinha, ela olhou o mar e decidiu que queria nadar, colocou sua roupa de banho, a varinha ia em um suporte na perna, ela entrou no mar e simplesmente nadou, nadou por muito tempo, indo cada vez mais distante.

As ondas estavam especialmente fortes e o escuro de uma noite nublada era assustador, mas Hydra decidiu enfrenta-lás, que não era rápida o suficiente para mergulhar antes de baterem, até que uma delas a prendeu, a sufocou, a jogou para o fundo do mar, por alguns segundos tudo parecia calmo, o fundo do mar sempre foi um lugar calmo para Hydra, fascinante, mas cada vez que tentava subir as ondas e a pressão do mar a derrubavam de novo, a calma se tornou um leve desespero, um sentimento de prisão, outro que Hydra conhecia muito bem, ela pegou sua varinha do suporte, a segurou bem firme, por mais difícil que parecesse, apontou para o algo e fez o feitiço ascendio não verbalmente, imediatamente seu corpo vôou para o alto, para cima das ondas, aparatando para a areia um pouco antes de cair novamente no mar.

— VOCÊ ESTÁ COMPLETAMENTE MALUCA? – Gritava Peter, com uma raiva como Hydra nunca viu igual.

Ele veio ao seu amparo, mas Hydra tossia água e não conseguia responder.

— VOCÊ QUER SE MATAR MESMO? MATAR NOSSO FILHO? – Gritava ele.

— NÃO! Eu só queria nadar, eu fiquei presa, foi só isso... – Disse ela, com dificuldade para falar.

— Primeiro você chora desesperadamente, agora isso? – Dizia Peter, seu olhar de raiva era assustador.

— Peter, o que você está insinuando? Que eu tentei me afogar de propósito? – Hydra agora o peitando.

— Sim, não é isso que você quer? Morrer? Qualquer coisa para não ter meu filho?

— Peter, eu não estou gostando dessas acusações! Primeiro você diz que eu casei com você para sair de casa, agora isso!

Peter pareceu surpreso, não sabia muito o que responder primeiro.

— Quando eu..?

— Eu ouvi sua mãe falando, ela achou que eu estava dormindo!

— Hydra, me desculpa, mas é o que parece, se você me amasse, não estaria assim!

— EU SÓ NÃO QUERO TER FILHO AGORA, ISSO É TÃO DIFÍCIL DE ENTENDER? NÃO QUER DIZER QUE EU NÃO TE AME MUITO! - Berrou Hydra.

— É! PORQUE EU SOU SEU MARIDO, EU SOU SUA FAMÍLIA E VOCÊ PREFERE MORRER NO MAR DO QUE TER MEU FILHO! O QUE VOCÊ QUER QUE EU PENSE? COMO NÃO ACHAR QUE VOCÊ SÓ ME QUIS PRA SAIR DE CASA?

Hydra ficou com tanta raiva, perdeu tanto a cabeça de um jeito, que apenas se viu fazendo, ela deu um tapa no rosto de Peter, que a olhou com um certa raiva e lágrimas, se virou, aparatou em casa, no momento que Hydra voltou, depois de chorar por horas na praia, ele já tinha partido, deixou um bilhete dizendo que iria para a casa da mãe esfriar a cabeça e que se desculpava por ter gritado com Hydra.

— Ele provavelmente vai voltar logo, você sabe disso, né? - Perguntou Tonks quando ela e Andrômeda chegaram em casa e ela contou tudo que aconteceu.

— Eu não sei se me importo tanto que ele volta tão rápido nesse momento... – Respondeu Hydra.

— Você não o ama, Hydra?

— É claro que amo, amo muito, mas não quero ver ele agora...

Os dias passaram, quando voltou para o trabalho, Hydra não falava para ninguém além de seu chefe que estava grávida, já que precisava avisar que não poderia mais viajar por chave de portal, ele foi extremamente compreensivo e disse que isso em nada mudaria seu papel ou posição no Ministério.

— Hydra, eles me mandaram ir até a Bulgária hoje, mas eu achei que você iria por falar Búlgaro e tudo mais... – Disse Ian em uma tarde no trabalho.

— É, eu ainda estou me recuperando do problema que tive, não vou poder viajar por enquanto.

— E o que você teve afinal? – Perguntou Julie desconfiava remexendo em alguns pergaminhos em sua mesa.

— Uma reação a chave de portal, um caso raro...

— É, raríssimo pelo visto – Disse Julie e Hydra podia ver que ela não acreditava no que Hydra estava falando.

Antes de ir embora, Hydra decidiu visitar Gustav em sua sala.

— Hydra, entre, por favor, como você está?

Hydra começou a chorar antes que pudesse falar algo, sentou na cadeira da escrivaninha de Gustav e contou para ele sobre sua gravidez.

— E você está triste desse jeito por causa disso? – Perguntou Gustav.

— Sim, eu não quero estar grávida agora Gustav – Disse Hydra limpando os olhos em um lenço conjurado por Gustav.

— Hydra, você sabia que a Elizabeth não podia ter filhos? – Perguntou Gustav sentando ao seu lado.

— Não, eu não sabia – Disse Hydra secando as lágrimas e olhando para o amigo.

— Nós choramos, tentamos várias poções, vários curandeiros, rodei vários países, até que um dia... Aconteceu, ela ficou grávida – Gustav tinha os olhos cheios de emoção – Hydra você recebeu um presente, um filho com o homem que você ama, que te ama, eu sei que os temos não são dos melhores, mas por quê chorar por causa disso?

— Eu queria fazer tanta coisa antes de ter filhos – Disse Hydra.

— E nada vai te impedir de fazer... Hydra, você sempre pode tomar uma poção que bem... Mas é isso que você quer?

— Não, isso não... Isso nunca! – Disse Hydra olhando para os olhos sérios de Gustav que a encarava.

— Então acho que você já tem sua resposta sobre se ter esse filho é algo tão ruim ou não... Eu nunca te daria ou te inidicaria essa poção, só queria ver sua reação e que você visse também o que você queria realmente... O quanto você já ama essa criança sem nem perceber e a sua família também...

— Ai Gustav, obrigada, obrigada de coração – Disse Hydra que se sentia de alguma forma bem melhor agora.

— De nada e se precisar de ajuda, tiver dúvidas, eu e Elizabeth vamos amar te ajudar.

— Obrigada, acho que vou precisar, de verdade...

Hydra voltou para casa decidida a ir até a sogra conversar com Peter, mas chegando lá, ela se surpreendeu ao vê-lo parado na sala, tinha uma notícia para dar para ela.

— Rony Weasley foi atacado.

— O que? – Perguntou Hydra paralisada com o susto.

— Sim, ele foi atacado na escola, ele tomou uma garrafa de hidromel envenenada que adivinha para quem estava destinado?

— Dumbledore? – Perguntou Hydra com os olhos arregalados.

— Sim, a ordem já está procurando saber quem está por trás disso, mas até agora ninguém tem nada concreto.

— E o Rony, Peter? O Rony está bem?

— Ele está bem, está na enfermaria, a família dele já está lá com ele.

— Pobre Rony... – Disse Hydra sentando no sofá.

— Você já tomou suas poções hoje? – Perguntou Peter friamente, quando Hydra sentou no sofá.

— Sim...

— E você não pretende sair para nadar tão cedo, pretende?

— Não Peter, eu na verdade...

— Eu preciso sair, plantão de madrugada, amanhã na hora do almoço você vai estar no St. Mungo's? – Disse Peter interrompendo.

— Sim, sua mãe disse que queria me mostrar uma coisa.

— Ótimo, nos vemos amanhã então – Ele saiu pelo jardim antes que Hydra pudesse falar qualquer coisa.

Hydra subiu para o quarto e ficou acariciando Lacerta que não queria sair de perto de sua barriga.

— Você sabe, não é? – Perguntou Hydra para a gata.

A gata a olhou como se entendesse e confirmasse.

— Eu andei pensando, talvez não seja a pior coisa do mundo Lacerta, o que você acha?

A gata de novo olhou encarando seus grandes olhos verdes para Hydra.

— Eu pensei em Libra se for menina e Leo ou Taurus se for menino, eu sempre quis esses nomes, desde que era criança.

A gata ronronava e esfregava a cabeça na barriga já um pouco crescida de Hydra.

— É, acho que são bons nomes... Eu fico pensando e se o bebê tiver o sangue da minha família? O sangue ruim dela, ou ou se Você-sabe-quem tirar o bebê de mim logo depois que nascer, ou se eu morrer ou o Peter, por que agora Lacerta?

Lacerta parou de esfregar a cabeça na barriga de Hydra e lambeu seu nariz.

— Acho que esse é seu jeito que falar que eu posso, que eu tenho a capacidade de  fazer isso, certo?

Lacerta balançou a cabeça como se afirmasse algo.

Hydra pegou no sono logo depois, se sentindo muito bem pela primeira vez em duas semanas.

No dia seguinte, Hydra saiu na hora do almoço direto para o St. Mungo's, onde foi direcionada para a mesma enfermaria que tinha ido antes, mas essa agora tinham mais duas pessoas.

— Ok – Disse a Sra Macmillan trazendo um grande e pesado aparelho com ela sendo acompanhada por Peter que parecia tão seco e frio quanto antes e Jeniffer.

— O que é isso? – Perguntou Hydra.

— É um instrumento trouxa chamado ultrassonografia, nós o modificamos magicamente, como permissão do Ministério, é claro e o deixamos, digamos, mais avançado...

— E para que serve? – Disse Hydra deitada na cama do hospital enquanto Peter e Jeniffer que a beijara na testa sentaram ao seu lado.

— Para você ver seu bebê, saber o sexo, se esta bem, etc.

Merza encostou um objeto estranho que se ligava a maquina em sua barriga e no mesmo instante surgiu uma imagem na tela da mágina e um som que Hydra não entendeu do que se tratava.

— Gostou? – Perguntou Mezra emocionada.

— Do que? - Perguntou Hydra

— Esse barulho.

— O que é isso mãe? – Perguntou Peter.

— O coração do seu bebê.

Hydra prestou atenção agora, ouvia um barulho de tum tum tum tum tum forte, ela então começou a chorar.

— Não Hydra, não vai chorar, por favor não.... – Disse Jeniffer olhando preocupada para Peter.

— Eu não estou chorando de tristeza – Disse Hydra.

— Não? – Perguntou Peter que também tinha lágrimas nos olhos.

— Não.

— Você está feliz? – Perguntou ele de novo agora com um sorriso no rosto.

— Eu estou preocupada, Peter, eu estou nervosa, eu não estou odiando o bebê ou você, eu sei que eu não, que eu não reagi do jeito que você queria, mas Peter, você tem que me entender, não é que eu não te ame, eu te amo muito, muito, eu só...

Peter não deixou ela terminou a beijou e abraçou.

— Muito bem, eu imaginei que vocês iam se resolver logo! – Disse Jeniffer chorando – E eu vou ser tia!

— Me desculpe Hydra, me desculpe, eu fui um idiota, um monstro, eu gritei com você, eu te acusei de coisas que eu sei que não são verdade, nunca achei que fossem, só passou pela minha cabeça na hora, que idiota, eu fui um idiota completo, por favor, me perdoa, me perdoa..? – Perguntava Peter, chorando e segurando forte a sua mão.

— Eu te perdôo Peter, mas só se você me prometer que não pensar mais aquelas coisas...

— Eu não penso, eu nunca pensei, foi só um medo irracional – Disse ele.

— Mas se você pensou é porque já desconfiava disso...

— Não, não, eu só fui um idiota, só isso, foi só na hora mesmo, me perdoa Hydra, por favor me perdoa meu amor...

— Eu te perdôo, me perdoa também? - Perguntou ela chorando, o beijando e o abraçando.

— Sempre! - Disse Peter.

Hydra sorriu e o beijou novamente.

— Alguém quer saber o sexo por acaso? – Disse Mezra também chorando.

— Eu não saia que dava pra ver tão cedo – Disse Hydra de mãos dadas com Peter.

— E não dá, não os trouxas, como eu disse, nós usamos magia nesse aparelho.

— Então, qual é o sexo? – Perguntou Peter ansioso.

— É uma menina, não é?  – Disse Hydra antes de Mezra com a voz chorosa.

— Como você sabe? Consegue ver aqui? Perguntou Mezra surpresa.

— Eu só, eu so sei, só sinto que é... Disse Hydra olhando para Peter.

— É uma menina? – Perguntou Peter emocionado.

— Sim, é uma menina! – Confirmou Mezra.

Todos se abraçaram, até a pessoa ao seu lado na enfermaria dava os parabéns.

Hydra ainda sentia medo, ainda sentia que não queria estar grávida naquele momento, mas por algum motivo, por aquele momento, tudo estava em paz, ela teria uma menina, ela tinha Peter, ela poderia vencer o medo de alguma forma.


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