Superando o passado escrita por HungerGames


Capítulo 18
Capítulo 18




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Entramos no carro dele e enquanto olho pela janela, me preparo para a noite que teremos a frente. A festa é em um lugar chamado "Castelinho" por que basicamente o salão é um castelo, não tão grande, mas suficientemente assustador se você não está acostumado a luxo, por isso fico entre o choque e a admiração quando o carro passa por largos portões de madeira, um caminho de pedras nos guia até a entrada principal, Vítor desce rápido do carro e fala algo com o homem de terno que vem abrir a porta pra mim, o homem assente e se afasta, ele entrega as chaves para um segundo homem e então abre a porta pra mim, está com o mesmo sorriso de quando me viu pela primeira vez hoje e aceito sua mão, fotógrafos estão posicionados e os flashes me fazem apertar os olhos, Vítor sorri e dá um rápido aceno, uma escada de pedras com cerca de dez degraus estão a nossa frente, ele me ajuda subir evitando que eu tropece, quatro seguranças estão de cada lado da porta, uma mulher toda de preto com um sorriso doce e simpático vem até nós, ela está com uma prancheta verificando o nome dos convidados.
— Vítor Albuquerque Braga - a mulher sorri como se tivesse visto algum astro famoso.
— Sejam bem vindos, boa festa - ela libera nossa passagem, um tapete vermelho nos guia por um cômodo que está cheio de quadros e flores, então alcançamos o salão principal, mal entramos e aparece um novo fotógrafo.
— Uma foto, por favor - dessa vez ele pede antes de me cegar, Vítor sorri e passa o braço pela minha cintura, outras câmeras se juntam a essa e sorrimos pra todas, quando outro casal que eu não conheço chega o alvoroço é ainda maior, todos se viram pra eles e eu consigo respirar aliviada, Vitor percebe e coloca a mão por cima da minha que estava apoiada no seu ante braço.
— Desculpa por isso...
— Tudo bem, é só que... Eu não sabia que você era tão famoso - ele ri e nega.
— Não sou, mas todo mundo vai passar por isso hoje...
— A Lia vai adorar - já imagino a cara dela amando toda essa atenção, ele me guia até o outro lado do salão, algumas pessoas vem cumprimentar ele e em todas as vezes ele faz questão de me apresentar, um garçom passa e ele pega as duas taças de champanhe.
— É champanhe, Daniela, todo mundo bebe champanhe - ele imita o filho do sócio lá do escritório naquela vez do almoço e acabo rindo, pego a taça e ele bate a dele na minha levemente, depois sorrimos e bebemos.
— Dani! - me viro e Lucas vem com um sorriso largo até nós - Que bom te ver de novo - trocamos rápidos beijos na bochecha e ele cumprimenta Vítor - Vocês tem que voltar la na pousada, dessa vez pro fim de semana - ele fala e Vítor se anima.
— Só precisamos marcar - falo e ele sorri ainda mais, então pergunta sobre alguém pro Vitor e eles entram num papo que eu não presto muita atenção, olho em volta jurando que vou esganar a Lia se ela demorar muito e parecendo que ouviu minha ameaça mental, ela e Bruno aparecem pela entrada principal e assim como Vitor disse lá estão os fotógrafos enchendo eles de flashes e fazendo Lia se sentir uma top model, não tenho duvida que ela sim está a vontade com tudo isso, por que ela adora essas coisas, faz parte dela, assim como faz parte dela estar maravilhosa no vestido longo azul escuro que se prende ao seu pescoço e deixa suas costas nua, o decote é maior que o meu mas ela parece muito mais a vontade com tudo isso, quando as fotos acabam eles olham ao redor e mesmo sem saber se isso infringe alguma regra da etiqueta de boas maneiras, eu aceno pra ela, seus olhos se arregalam e ela quase arrasta Bruno até mim.
— Você tá perfeita, eu quase não te reconheci - faço uma cara de ofendida - Ah você entendeu, é só que eu não acredito que você conseguiu fazer tudo isso... - olho pro Bruno e ele ri.
— Na cabeça dela isso é um elogio - ele da de ombros e acabo rindo me sentindo muito mais relaxada com eles perto de mim, Vitor termina a conversa com Lucas, cumprimenta eles e enquanto ele e Bruno conversam eu conto a Lia que minha mãe me ajudou e quando ela ri e diz que tinha certeza que eu não tinha feito tudo sozinha eu tento não me ofender, então ela olha ao redor parecendo confusa.
— E o Rafael? Não me diz que ele já está atrás de mulher - ela ri olhando ao redor.
— Não, ele não vem - falo sentindo novamente aquele sentimento de abandono.
— E vai perder uma festa inteira cheia de mulheres bêbadas e desesperadas?
— Ele não se aproveita de mulheres bêbadas – o defendo mesmo chateada.
— Ei relaxa aí, ô advogada do diabo - ela ri me zoando e me lembro dele me chamando pelo mesmo nome, isso me deixa mais irritada e eu resolvo mudar o rumo da conversa.
— Você sabe se a Bianca ia vim com o Vinny mesmo? - isso faz Lia se distrair, Bruno e Vitor se juntam a nós e tento aproveitar a festa, nós andamos pelo lugar, vimos a exposição de todas as capas da revista até hoje, passamos pela exposição em homenagem a mãe dele, as câmeras aparecem e dessa vez ele tira varias fotos sozinhos e depois com a nova responsável pela revista, enquanto isso fico com Lia e Bruno, encontramos Bianca, ela diz que Vinny acabou de se juntar a banda e que vão se preparar, ela também está linda num vestido verde que vai ate um pouco acima do seu joelho e a deixa quase tão bonita e a vontade quanto a Lia, Vitor volta a se juntar a nós e lamenta que a irmã não pôde vir, a filha está muito gripada e ela não quis arriscar e pegar um vôo pra cá, muito menos deixaria a menina com alguma babá, mesmo sendo bem cruel, eu agradeço que ela não tenha vindo, não sei se estou preparada pra conhecer a irmã dele, isso com certeza colocaria as coisas em outro nível.
Ainda damos algumas voltas até que anunciam que o show irá começar, nós vamos até os fundos do Castelinho, onde tem toda uma estrutura montada, um palco cheio de luzes e pessoas se arrumando pra ter o melhor ângulo, não é o maior publico que eles já tiveram, no show da quadra parecia ter bem mais gente, porém aqui tem pessoas bem mais influentes que lá, todos elegantes, isso vai ser importante pra eles, então mais do que nunca torço pra que eles brilhem lá em cima, nós conseguimos um lugar perto do palco ao lado de um bar improvisado, esperamos alguns minutos e então anunciam a banda, os gritos são mais contidos, mas quando eles aparecem começam a ficar mais altos, Vinny como sempre está lindo, ele tá com uma calça cor de vinho, rasgado nos joelhos, uma blusa branca e um colete jeans estilizado, ele mal fala uma frase no microfone e as garotas que estavam andando sobre saltos e pareciam esnobes perdem qualquer pose e gritam um coro de lindo, tesão, bonito e gostosão.
— Elas não sabem o quanto - Bianca fala rindo de um jeito divertido, eu finjo dar um empurrão nela.
— Ele é meu irmão, se controla...
— Mas ele é gostoso mesmo - ela ri dando de ombros.
Então voltamos a prestar atenção na apresentação deles, dessa vez eles começam com as músicas originais e arrancam vários aplausos, depois entram em um repertório já conhecido e eu estou bem empolgada enquanto canto com eles e os vejo brilhar, eles arrasam e realmente brilham em cima do palco, como se eles tivessem sido criados apenas pra isso, meu peito quase se explode de orgulho e quando o show acaba e Vinny nos alcança quase o sufocamos com tantos abraços, beijos e apertos, ele ri todo bobo e orgulhoso e isso só aumenta quando um grupo se aproxima e pede pra tirar foto com eles, então tenho uma sensação estranha de estar sendo observada, mas quando olho pro Vitor ele está rindo descontroladamente de algo que Bruno falou, Lia e Bianca estão babando e batendo as fotos que o pessoal pede da banda, ao redor todos estão com olhos no palco ou nos meninos da banda e ainda assim a sensação me incomoda, procuro mais uma vez e então o encontro, mesmo com as pessoas entre nós consigo ver ele me olhando fixamente e devolvo o olhar, então a raiva e irritação que eu sentia voltam com toda força, não aviso a ninguém e apenas ando atravessando o espaço que nos separa, a cada passo duro que eu dou a vontade de dar na cara dele aumenta, mesmo que ele esteja mais bonito do que eu me lembrava, ele está com uma camisa preta e justa no corpo, um blazer esportivo azul claro por cima dobrado até seu cotovelo parecendo que foi feito pra ele, o cabelo preto está bagunçado de um jeito charmoso,  não me importo com onde estou ou se vou chamar atenção, mas juro a mim mesma que vou descontar toda raiva nele, quando estamos a cerca de dois passos de distância ele abre um sorriso e como num passe de mágica qualquer raiva desaparece, eu ainda tento recuperar, me lembrar que estou odiando ele por que ele me abandonou e agora aparece aqui como se nada tivesse acontecido, mas quando paro na sua frente não encontro mais nenhuma sombra de irritação.
— Você sumiu - minha voz sai mais como a de uma criança contrariada do que de uma mulher irada.
— Eu tive que ir num lugar antes...
— E não podia ter avisado?
— Não quis atrapalhar... E fiquei com um pouco de medo de interromper sua mãe - mesmo tentando impedir um riso me escapa.
— Você devia ter avisado, achei que não viesse mais...
— Eu disse que viria - ele parece até magoado, mesmo que o errado seja ele.
— Eu já tô aqui há duas horas e você só apareceu agora... Você me deixou sozinha
— Você tava com o pessoal, eu vi, parecia tá se divertindo...
— Era pra você estar aqui.
— Eu tô aqui agora!
— Agora eu não quero mais - eu tenho a plena consciência que soei como uma garotinha mimada, mas mantenho minha postura e ele ri - Não ri de mim
— Não estou rindo DE você. Estou rindo PRA você... É diferente...
— E por que você tá rindo pra mim? - o sorriso dele se alarga um pouquinho.
— Por que você está linda - reviro os olhos.
— Você não pode sumir, me fazer pensar que não vem e depois me elogiar - ele dá de ombros.
— Nada disso muda o fato que você está linda
— Nada disso muda o fato que você as vezes é um babaca - ele ri mais uma vez.
— Já que estou sendo um babaca agora, vou estender isso só mais um pouquinho - ele avisa então diminui nosso espaço, seu corpo quase toca o meu, sua mão sobe e seu dedo se enrola em uns fios de cabelo que caíam pela lateral do meu rosto, ele os olha fixamente, depois desenrola os fios e desce os dedos pelo meu rosto, seu olhar acompanha a descida até meu queixo, ele o segura levantando-o um pouco, depois toca meu ombro, apenas as pontas dos seus dedos me tocam e mesmo eu mandando meu corpo não reagir, é impossível, o arrepio começa na minha espinha e se espalha até meu dedão do pé, o arrepio na minha pele é óbvio mesmo assim tento manter meu rosto o mais impassível que posso – Você é a mulher mais linda dessa festa e talvez de qualquer festa que esteja acontecendo agora em qualquer lugar do mundo, disso eu não tenho dúvida, mas... – ele parece hesitar, porém volta a me olhar com um pequeno sorriso – É como se não fosse você - suas palavras me pegam de surpresa, eu estava esperando todo aquele discurso do quanto estou maravilhosa e perfeita, não por que eu me sinta assim, mas por que é o que todo mundo estava falando e ao invés disso ele é o único que enxerga a mesma coisa que eu - Não me entenda mal, você tá deslumbrante, só... Completamente diferente daquela que veste um moletom velho, amarra o cabelo, fala de boca cheia e tem o humor pior que de uma velha de 100 anos... Você tá linda assim, mais do que pensei que era possível, mas eu adoro o fato que você não seja assim, essa daqui não se parece em nada com a minha Dani – eu não sei o que dizer, por que não esperava o fato dele ser a única pessoa a saber exatamente como me sinto e ser o único a realmente ver que essa não sou eu, ninguém mais viu, só ele, não sei o que isso significa mas decido não dar o braço a torcer.
— Eu não sou sua – a expressão do rosto dele é a mesma que ele tem quando está prestes a dizer que eu sou irritante.
— Você sabe mesmo como acabar com os sonhos de um cara, né?
— RAFINHA?! – a voz aguda demais vem de uma figura quase esquelética que se aproxima de nós dois, ela é alta e magra, tão magra que me faz pensar em como ela ainda não saiu flutuando por aí, além disso ela está com um vestido todo transparente que só esconde as partes estritamente necessárias, mesmo assim tento não fazer cara feia, mas quando ela avança e praticamente se joga em cima dele, não seguro meu revirar de olhos e a careta – Eu não acredito que te encontrei de novo – sua animação é quase tão irritante quanto a voz de pato dela, Rafa a afasta um pouco e parece tentar se lembrar de quem ela é, com certeza a lista de todas as mulheres que ele já esbarrou deve ser imensa, mas eu a reconheci imediatamente, ela está na capa da ultima revista – Você voltou de Londres?
— Não, ainda tá lá – eu falo baixo, mas ele escuta e me olha sorrindo, reviro os olhos ainda mais.
— Ju, olha só quem eu encontrei – ela chama por uma outra garota que para e dá um sorriso animado e malicioso.
— Ora, ora, ora, quem é vivo sempre aparece – ela se aproxima passando os dedos pelo peito dele, ele recua um pouco mas ela não parece perceber – Que tal outra noite daquelas ein? – então minha paciência vai pro espaço.
— Dá licença, queridas, mas nós estávamos conversando, então tem como sei lá, vocês meterem o pé? – eu faço sinal pra elas caírem fora e elas parecem perceber minha presença só agora, então olham pro Rafael, ele dá de ombros e elas saem bufando e resmungando pro outro lado.
— Achei que você fosse um pouco menos óbvio do que isso...
— Do que o quê? – ele pergunta parecendo se divertir com algo.
— Modelos? E duas de uma vez? Fala sério, achei que tinha um pouco mais de imaginação – ele ri.
— Ah eu tive, nós usamos bastante naquele dia – então minha vontade de dar na cara dele volta e pra não acabar fazendo uma cena aqui, eu simplesmente viro as costas e saio andando – Ei, ei, ei... Foi brincadeira – ele me segura pelo braço, mas me puxo rápido demais e volto a andar, dessa vez ele praticamente se joga na minha frente e bloqueia minha passagem – Eu fui um babaca!
— Você É um babaca – corrijo e ele me dá um sorriso.
— Completo e total! – reviro os olhos tentando parecer ainda chateada, mas já não estou mais.
Que merda tá acontecendo comigo? Quando eu fiquei tão frouxa?
Rafael Viana! – a voz grossa parece declamar seu nome, nos viramos juntos a tempo de ver o homem grisalho, de terno preto alinhado sorrindo ao lado de um homem mais jovem com um terno um pouco menos alinhado que o dele se aproximando de nós, ele estende a mão pro Rafael e mesmo ele apertando sinto toda tensão que se espalha em cada musculo do seu rosto – Neto e sucessor do grande Pedro Viana – o homem parece realmente animado enquanto o apresenta para o segundo cara e Rafael parece tão animado quanto estaria se estivesse enfiando uma faca na própria perna – Esse tem futuro! Será o novo domador das empresas VW... – o sorriso do homem é irritante, quase tanto quanto o fato de Rafael não o desmentir, eu o olho indicando que ele fale, mas ele parece perdido – Eu estive com o seu avô semana passada, ele não comentou que você estaria aqui... De qualquer jeito todos estamos muito animados com o sangue novo, vai ser bom ter você tomando as rédeas... Eu sempre soube que você seria como seu avô, aliás, melhor ainda – a risada me faz enjoar e leva a ultima pontada de paciência.
— Oi, eu sou a Daniela – me apresento e o homem sorri de um jeito meio nojento, mas aperta minha mão.
— Sempre bem acompanhado – seus olhos sobem e descem por mim.
— Eu divido o apartamento com o Rafael, será que você pode dar um recado para o avô dele em meu nome?
— Sempre é um prazer atender o pedido de uma jovem tão linda...
— Bom, então diga a ele que o Rafael está ótimo, nunca esteve tão bem antes e que se ele pensa que pode voltar a ameaçar ou manipulá-lo, ele nunca esteve mais errado na vida dele, agora o Rafael tem amigos de verdade, pessoas que se importam com ele, com o que ele quer e não que ele vire um robô, então ele vai ter que arranjar outro hobbie, eu sugiro corte e costura ou crochê, ou tênis, já que não sei qual o problema de vocês da terceira idade rica que adoram jogar tênis... Enfim, só existe um jeito dele se aproximar do Rafa... Por cima do meu cadáver e eu planejo ter uma vida bem longa... – os olhos me encaram com uma mistura de fúria, choque, incredulidade e mais qualquer outra coisa, sorrio orgulhosa e aproveito pra causar ainda mais impacto – Ah e pode dizer a ele que ele é um grande cuzão – agarro a mão do Rafa e puxo comigo, avançamos alguns metros e ele me faz parar.
— Você sabe quem ele era? – dou de ombros – Ele é o maior empresário do país, ele tá acima do meu avô disparado, provavelmente é o cara com a maior conta bancaria daqui...
— Bom, espero que a memória dele também seja bem grande e ele dê meu recado...
— Você é maluca!
— Então vai atrás dele e pede desculpas – me irrito e ameaço andar, mas ele me segura.
— Você não entendeu... Você é maluca – ele abre um sorriso tão grande que me deixa confusa – Ninguém nunca fez uma coisa dessas por mim, pra me defender...
— Eu não fiz por você, é só que eu odeio seu avô...
— E por que você odeia ele? – reviro os olhos quando vejo que ele tem razão, ele ri e antes que eu possa pensar em algo ele me tira do chão, minha risada sai sem que eu possa controlar.
— DANI?! – vejo Lia por cima do ombro dele e os outros estão logo atrás dela, eu dou um pequeno tapa no ombro do Rafa e ele me entende e me bota no chão – Você sumiu, a gente tava te procurando...
— Eu vi o Rafa e vim buscar ele – ela olha pra nós dois meio curiosa e confusa.
— Achei que você tivesse se perdido – Vinny fala meio irritado.
— Fala sério, estamos dentro de uma festa, o que vocês acharam que ia acontecer com ela? – Rafa se diverte enquanto fala, mas recebe um tapa da Lia.
— O que importa é que encontramos você, e o Rafael tá certo, estamos numa festa – Vítor sorri, passa o braço pela minha cintura e sorri – Quer beber alguma coisa? – olho pro Rafa e ele me faz um sinal pra ir logo e agora que ele está perto eu me sinto bem mais confiante, por que não importa se as coisas se complicarem ou ficarem estranhas, eu sei que ele me ajuda a botar tudo no lugar de novo, então sorrio pro Vítor e pela primeira vez na noite realmente não me preocupo com mais nada.
O restante da festa foi maravilhoso e eu realmente me diverti de verdade, nós dançamos, rimos e eu zoei o Rafa quando a modelo esquelética passou por nós e ele se escondeu atrás do Bruno, depois ele me zoou quando eu levei um tropeção e quase cai por cima do canteiro de flores e eu me irritei com ele por isso, mas Vítor me distraiu conseguindo um lugar mais privado onde passamos um bom tempo juntos, quando as coisas esquentaram demais voltamos para junto dos outros e Rafa já estava mau humorado e reclamando de tudo, Lia disse que estava cansada e como terão um almoço na casa dos pais do Bruno ela preferiu ir embora, Vinny e Bianca também e Rafa aproveitou pra dizer que também estava indo, então eu não tinha mais motivo pra ficar, Vítor fez questão de me levar embora e nos despedimos na frente do prédio com um longo beijo, então quando me jogo na cama apago direto.
— Anda, acorda! – os braços me sacodem, puxam minha coberta e meu travesseiro.
— Mas que merda – eu reclamo tão brava quanto me sinto, abro os olhos e a luz me faz fechá-los de novo.
— Anda logo!
— Rafa, eu juro, eu juro mesmo que se você não sumir do meu quarto eu te jogo pela janela – ouço o barulho do guarda roupa e me obriga a abrir os olhos novamente, ele está mexendo nos cabides, pego o travesseiro que sobrou na cama e jogo nele.
— SAI DAQUI – ele não se abala, abandona os cabides, abre a gaveta e então me joga uma calça jeans e uma camiseta.
— A gente tem que sair as 10!
— O QUÊ? AINDA NÃO SÃO 10 HORAS? – encaro ele que ri de um jeito irritante.
— Não e você tá uma graça assim – ele me aponta com a cabeça e quando olho estou com um vestidinho cheio de doces e pirulitos, mostro o dedo do meio pra ele que apenas ri mais ainda.
— Eu odeio você – afundo minha cara na cama, querendo que ele suma.
— O food ficou pronto – levanto minha cabeça rápido e olho pra ele, seus olhos estão cheio de expectativas – Você prometeu que ia comigo – dessa vez abro um sorriso e pulo pra fora da cama.
— Eu fico pronta em cinco minutos – ele sorri e sai do quarto animado.
Tomo um banho e não preciso fingir animação quando apareço na sala, ele e Vinny estão rindo de algo na cozinha.
— Vamos? – esfrego as mãos ansiosa.
— Primeiro toma café – Rafa fala já me oferecendo a caneca.
— Eu quero ver logo como ficou...
— Eu também, mas você precisa se alimentar – reviro os olhos e olho pro Vinny, ele dá de ombros.
— Ele tá certo – então como são dois contra um, vou até eles, pego a caneca e quando sinto o cheiro e o gosto do café acabo sorrindo sentindo até meu humor melhorar, como algumas torradas e um pedaço de queijo e presunto, então dou um pulo do banco.
— Pronto! Agora vamos – pego a chave do carro e estico pro Vinny, ele ri com minha animação, pega a chave e eu vou pulando na frente.
Vinny dirige, eu vou no banco do carona e Rafa reclamando atrás por que segundo ele quando tem dois homens, a mulher deve ir atrás, eu apenas mostro o dedo do meio pra ele e ele passa metade do caminho tentando enfiar o dedo na minha orelha.
— Vocês dois... – Vinny nos olha com um sorriso meio divertido e meio curioso.
— Ele é um idiota!
— Ela é uma mau humorada – faço uma careta pro Rafa e Vinny ri balançando a cabeça.
Chegamos a uma oficina que fica no começo da cidade, ela é a maior e mais famosa daqui, olho pra eles fazendo uma cara de impressionada e Vinny sorri orgulhoso.
— Eu tenho dinheiro – ele dá de ombros e me dá uma piscada.
— Vinicius! Rafael – o homem de camisa polo preta e calça jeans sorri enquanto anda na nossa direção, ele estende a mão pra eles e depois me olha – Sou o Leonan, o mecânico – ele brinca e eu o cumprimento.
— E aí? Como tá minha belezinha? – Rafa parece tão nervoso quanto um garoto de 12 anos, eu sorrio e Leonan anda na frente nos levando para mais pra dentro do local, o espaço aqui parece nunca ter fim, passamos por umas duas sessões até alcançarmos o lugar certo, mesmo distante já consigo ver o trailer, ele tem o fundo todo preto, mas as cores vermelhas, laranja e verde que colorem os grafites brilham de longe, Rafa segura minha mão e aperta enquanto olha, quando paramos na frente, o nome Food Truck do Rafa está desenhado logo acima, as letras são estilizadas e vermelhas, os desenhos são perfeitos e eu mal sei o que dizer.
— Tá perfeito – Vinny fala sorrindo satisfeito.
— Olhem dentro – Leonan abre a porta e Rafa faz sinal pra que eu entre primeiro, aceito sem tentar fazer ele mudar de ideia, por dentro tudo já está pronto, eles fizeram toda instalação, tem o lugar para o gás, a chapa, armários embutidos, uma pequena pia, lugares para preparar o sanduiche e um mini freezer, tudo está impecável.
— Tá perfeito! Você conseguiu – Rafa abre um sorriso olhando tudo, mas parece meio nervoso.
— Agora só falta inaugurar e ver se dá certo mesmo...
— Ei – seguro o rosto dele pra olhar pra mim – Vai dá certo! JÁ deu certo! Olha só pra isso... Tá tudo incrível! Você só precisa fazer o que você sabe fazer de melhor... Ir pra cozinha, arrasar nos lanches, ser insuportável quando é elogiado e me fazer engordar – dou de ombros e ele ri.
— Pode confiar na sua namorada, ela tem razão – nós três olhamos para o Leonan, mas só eu tomo a atitude de responder.
— Nós somos só amigos!
— Ah, tá bom então né – ele dá um sorriso meio divertido e eu já ia perguntar o que era, mas Rafa me distrai.
— Tem certeza?
— Absoluta, vai ser um sucesso!
— Eu não tava falando disso – ele dá um sorriso meio divertido e eu mostro o dedo do meio de novo.
Leonan estava explicando pra ele algumas mudanças que teve que fazer quando meu celular toca, me afasto deles e atendo.
— Dani!?
— Vítor – libero um sorriso.
— Tava dormindo?
— Ah não, o Rafa o Vinny me arrastaram da cama pra poder ver o food...
— Ficou pronto?
— Ficou, tá lindo e os dois babando – ele ri.
— Queria te fazer um convite... Jantar hoje a noite?
— Parece ótimo pra mim...
— Te busco as oito!
— Combinado
— Tenho que ir agora, até mais tarde...
— Até – desligo e Rafa já está do meu lado me olhando de um jeito meio curioso.
— Vão sair de novo?
— Vamos! É um jantar
— Vocês se viram ontem
— E daí?
— Eu ia fazer um jantar... De comemoração
— Foi mal, eu já disse sim – levanto os ombros meio que me desculpando, mesmo sem ter feito nada errado, ele fica mais sério e dá de ombros.
— Deixa pra lá...
— Mas eu tô livre pro almoço – levanto a sobrancelha.
— Eu queria um jantar, se ele tem direito a jantar, eu também tenho que ter...
— Aí meu Deus – eu vou até ele segurando seu rosto – Quando você virou esse cara carente e grudento?
— Eu me pergunto isso todo dia – eu acabo rindo.
— Então? Almoço?
— Almoço! – ele revira os olhos – Mas você tá me devendo uma...
— Ok!
— Ok – ele fala com um sorriso de quem vai aprontar algo.
— Pronto pra levar nosso bebê pra casa? – Vinny vem balançando as chaves e nós dois sorrimos animados.
Eu vou com ele no trailer e Vinny vai para a casa da Bianca, quando chegamos no prédio Rafa estaciona na vaga extra que nós temos e logo subimos pra ele começar a preparar o almoço, segundo ele o melhor almoço que eu vou ter, acabo rindo e vou pro quarto adiantar algumas coisas já que ele se recusa a receber ajuda, eu ligo pra Lia e conto do food truck que está pronto e ela fica toda curiosa, nós acabamos conversando por um bom tempo até que Rafa aparece na porta do quarto e me faz sinal que está pronto, me despeço dela e vou pra cozinha, o cheiro parece que se espalhou por cada canto do apartamento e isso me faz andar mais rápido, quando alcanço o balcão ele está tirando a travessa de dentro do forno, o queijo derretido e batata palha por cima me faz quase dar um salto.
— Isso é fricassê? – ele abre um sorriso largo quando percebe minha voz animada, ele coloca a travessa no balcão em cima de um suporte de madeira e eu aproximo meu rosto sentindo o cheiro perfeito, como o prato já está na minha frente eu pego e estico pra que ele me sirva, ele é bem generoso e corta um bom pedaço, o queijo estica quando ele coloca no meu prato e minha boca enche d’agua, mal encosto o prato no balcão e pego o garfo, assim que o sabor invade minha boca, eu fecho os olhos e jogo a cabeça pra trás – ISSO TÁ PERFEITOOOOO – ele ri e começa a se servir.
— Duvido muito alguma lasanha me superar – não consigo evitar e solto uma risada.
— Você é ridículo, sabia? – ele dá de ombros.
— É mentira? – não respondo apenas pego outro pedaço e fecho meus olhos sentindo o sabor, ouço sua risada e quando abro os olhos ele está pegando uma garrafa de vinho.
— Eu não vou beber essa hora
— Só uma taça – eu nego.
— Provavelmente eu vou beber no jantar, não tenho planos de virar uma alcoólatra – ele fecha o sorriso, mas guarda a garrafa, abre  a geladeira e pega duas latas de coca cola, eu sorrio e ele abre a minha e despeja na taça, mando um beijo no ar pra ele e volto a devorar cada pedaço do fricassê.
— Acho que eu nunca vi uma garota com tanto apetite quanto você – ele fala me olhando realmente impressionado, enquanto eu pego meu terceiro e nada pequeno pedaço.
— Cala a boca – ele ri.
— Isso não foi uma critica, foi um elogio! Você não se parece em nada com nenhuma mulher que eu já conheci...
— Isso sim é um elogio – ele faz uma careta e depois de terminar meu terceiro prato e sentir que eu posso estar com a barriga de uma grávida de nove meses eu me dou por satisfeita e ele sorri todo orgulhoso por me fazer sair da dieta que eu mal tinha começado – Eu ia me oferecer pra lavar a louça, mas não tenho certeza se consigo ficar em pé – me arrasto pro sofá, ouço a risada dele, ligo a tv e pelo barulho na cozinha ele mesmo está limpando tudo.
— Tá me devendo duas agora – ele fala encostando a mão gelada da agua na minha nuca, me fazendo me encolher toda.
— Você já sabe quando vai inaugurar o food?
— No próximo fim de semana.
— Sério? Já?
— Já? Eu tô esperando por isso há muito tempo – eu sorrio orgulhosa.
— E conseguiu!
— É, eu consegui – ele coloca a mão por cima da minha e encaixa nossos dedos – Eu quero você lá do meu lado, o tempo todo...
— Eu vou estar, seu pegajoso – implico com ele.
— É sério, eu preciso de você lá, ok?
— Ei, você não confia em mim? Eu vou estar lá... o tempo todo, é minha palavra – ele dá um sorriso mais leve e então arranca o controle da minha mão.
— Agora vamos ver algo que preste – ele começa a passar pelas opções de séries e para em HIMYM, embora nós dois já tenhamos terminado a série, as vezes assistimos a episódios aleatórios, ele escolhe um deles e me deito colocando a cabeça na sua perna.
Cinco episódio depois o celular dele toca, eu me levanto da perna dele e alcanço o aparelho que estava na estante, o nome na tela me chama atenção.
“VITÃO”. A foto é quase tão ridícula quanto a que ele colocou no meu celular, eu entrego o aparelho pro Rafa e ele logo atende.
— Fala rapá...  – reviro os olhos pra esse cumprimento deles, mas olho pro Rafa tentando descobrir do que se trata, ele faz uma careta – Não sei não, acho que é uma péssima ideia na verdade... Por que é... Esse é o problema, não sei se confio tanto assim em você... – ele ri de um jeito realmente divertido e me olha, quando eu pergunto o que é ele faz sinal de silêncio e eu mostro o dedo do meio pra ele – Cara... Eu não tô mais nessa – ele ouve com atenção e faz uma careta meio contrariada, então se afunda no sofá – Então acho que não tenho escolha né? Que seja... Tá, já disse que eu vou... Tá bom – ele desliga e joga o celular na poltrona ao lado.
— O que era?
— Parece que nós vamos sair em casal hoje
— Quê? Como assim?
— O Vítor chamou uma amiga pro tal jantar – ele dá de ombros – Você podia falar pro seu namoradinho parar de bancar o cupido
— Ele não é meu namoradinho... E ele só quis ser legal
— Que seja
— Deixa de ser mal humorado, é só um jantar e eu adorei saber que você vai – eu falo tentando animar ele.
— Eu vou passar a noite inteira vendo ele dando em cima de você
— E daí? Eu já vi e ouvi coisas muito pior suas aqui nesse apartamento
— Eu não sou mais assim – ele fala daquele jeito irritado que ele tem quando falo das farras dele de antes.
— Eu sei que não, mas você tem que parar de ficar puto comigo toda vez que lembro disso
— Eu não fico puto com você
— Fica sim! Olha sua cara – ele relaxa um pouco.
— Não é com você, é comigo... É só que... Eu não quero que aquela imagem seja a que você vê ainda...
— E não é! Rafa, fala sério, eu sei quem você é, ok? E daí que você vivia pegando todo mundo? Você era solteiro, estava se divertindo, ponto, acabou, ninguém pode te julgar, para de ficar bolado com isso
— Eu sei, é só que...
— Não tem mas nada. Você aproveitou sua fase pegador e pronto... Se quiser voltar...
— Não quero – ele fala rápido demais e não sei por que isso me faz sorrir satisfeita, gosto muito mais dele assim e não sei se aguentaria dividir ele com todas aquelas garotas, mesmo assim tento não parecer tão animada com a resposta dele.
— Mas se quisesse ninguém teria nada com isso, é a sua vida...
— Então você não ligaria se eu saísse como antes? – minha vontade é dizer que sim, eu ligaria e muito, eu ficaria irritada e odiaria ver ele vivendo daquele jeito, dormindo com todas aquelas garotas, mas não sei por que odeio tanto esse pensamento, então dou de ombros.
— Se isso te fizesse feliz...
— Isso nunca me fez feliz, só fazia tudo ser suportável... Você me faz feliz – isso me pega de surpresa e não entendo por que mas sinto meu estomago borbulhar, não daquele jeito ruim, mas de um jeito que não deveria acontecer entre uma conversa de amigos – Pelo menos quando não está sendo uma pé no saco, irritante e mau humorada – faço uma careta abandonando qualquer outra reação que apareça.
— Bom, talvez você conheça sua Tracy hoje – ele ri.
— O seu Ted vai estar lá, né? – eu forço o melhor sorriso que consigo, mesmo que animação pelo jantar só tenha surgido de verdade quando ele disse que iria.
— É, acho que tenho sorte – o sorriso dele também sai meio forçado, ele passa a mão pelo meu cabelo e me puxa pra mais perto dele dando um beijo na minha cabeça.
— Eu realmente espero que ele seja o seu cara certo, você merece alguém como ele, o cara é chato, mas é foda...
— É, ele é – agradeço que ele não esteja olhando pra mim, por que o sorriso não sai tão bom quanto o primeiro e todo esse papo me deixa estranhamente incomodada, então antes que a conversa fique mais séria eu me levanto.
— Eu vou tentar dormir um pouco antes – falo me virando pra ele rapidamente e logo indo pro quarto, ele não tenta me impedir, nem diz nada, então entro no quarto, me jogo na cama e encaro o teto tentando entender o que está acontecendo comigo, parece que eu não sei o que estou fazendo mais da minha vida, por 4 anos eu passei fechada pra qualquer sentimento romântico e eu tinha um motivo muito forte pra isso, eu perdi o grande amor da minha vida e não estava nenhum pouco disposta a tentar encontrar alguém de novo, mas os últimos 5 meses tem sido uma loucura, eu deixei Vítor se aproximar, tudo começou só pra fazer a Lia parar de pegar no meu pé, depois por que todo mundo ficou me falando todas aquelas coisas e eu decidi parar de me esconder, até que em algum momento no meio disso, eu aprendi a gostar do Vítor de verdade, quer dizer, isso não foi tão difícil, afinal, ele tem sido um perfeito cavalheiro, ele respeita meus limites, sempre está preocupado comigo, faz de tudo pra me fazer rir e nós conversamos bastante, na verdade mesmo sem querer fazer uma comparação, ele me lembra muito o Lipe nessas coisas, por que o Lipe era assim como ele sempre disposto, sempre sorridente, alto astral, preocupado em fazer o certo e todas essas coisas, ele foi a pessoa mais incrível que eu conheci e por isso demorei tanto tempo a me permitir sequer me aproximar de alguém, por que ninguém parecia estar no nível dele, mas o Vítor chega bem perto disso e mesmo assim não consigo sentir meu peito arder quando penso nele, nem contar cada segundo pra vê-lo de novo, embora eu realmente goste de passar um tempo com ele, quando esse tempo acaba eu não sinto que vou morrer de saudade, eu só... Gosto dele e isso me faz me sentir meio injusta e egoísta, por que parece que estou prendendo ele a mim e esperando algo em mim mudar, estou fazendo ele perder o tempo dele, por que eu acho que alguma parte minha já sabe que meus sentimentos por ele não vão mudar, eu tentei, eu ainda tento, me forço a agir do jeito que ele merece, mas as vezes tudo que eu queria era estar em casa, no meu quarto ou jogada no sofá rindo com o Rafael... E aí está meu segundo problema. Quando Rafael apareceu aqui eu não o queria perto, eu e Vinny fomos praticamente obrigados a receber ele aqui e antes mesmo dele desembarcar naquele aeroporto eu já contava os dias pra ele ir embora, mas as coisas mudaram, em algum momento entre suas piadas sem graças e seu atrevimento eu descobri o Rafa, não mais aquele hóspede inconveniente, nem o pegador de mulheres, só o Rafa, o meu Rafa... E é tão estranho dizer isso, soa como se ele fosse mais do que um amigo e ao mesmo tempo soa natural, por que ele realmente é mais do que um amigo qualquer, ele tem sido a pessoa mais próxima a mim ultimamente, desde que ele mudou os hábitos dele, nós passamos a maior parte da semana juntos, nos vemos todo dia, no apartamento e no escritório, alguns fins de semana ficamos jogados pelo sofá falando besteira ou conversando sobre os assuntos mais sérios e tensos possíveis e bem no meio disso tudo, surgiu essa dependência que eu criei com ele, como se tudo só ficasse menos apavorante quando ele está perto, foi assim ontem na festa e foi assim quando ele disse que iria hoje no jantar, eu não faço ideia do que está acontecendo comigo, eu só tenho um medo imenso de acabar magoando essas duas pessoas que eu só desejo bem, então seja lá o que for que está acontecendo na minha cabeça, vai ficar apenas aqui e eu vou resolver, por que eu realmente me odiaria se eu acabasse magoando o Vítor ou afastando o Rafa.


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