Magnólia, minha cidade do interior escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 13
Sorte no jogo e azar no amor




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Cana se voluntariou para começar o jogo, pois ela era dona da casa. Mas deixou claro que a pessoa a esquerda dela continuaria e assim por diante, ou seja, eu era a próxima.
—Muito bem. – ela pegou um papelzinho e o desembrulhou, logo suas pupilas dilataram e ela ficou vermelha. – Ahm Laxus, a pergunta é sobre você.... ah sacanagem, era pra outra pessoa perguntar droga.
—Hhaha. – soltei um pequeno riso, não pude me conter. – vai lá moça.
—Fique quieta Lucy, tomara que o mesmo aconteça com você. – Cana me olhou como se fosse me esgoelar, eu apenas ri mais ainda não entendo a resposta dela. – Ok, a pergunta é: Laxus gosta de alguém?
—Uou. – Erza se expressou dessa vez. – sacanagem mesmo Cana, se isso acontecer comigo eu te mato lenta e dolorosamente.
—Bem... responda Cana. – Laxus falou, incentivando-a responder.
—Bem eu acho que sim. – Cana respondeu se encolhendo um pouco.
Laxus sorriu e saiu gatinhando até onde Cana estava, chegou pertinho e lhe deu um selinho, não sabia se ela estava mais surpresa ou o restante do grupo, pois todos abrimos a boca e Natsu, Elfman e Jellal começaram a assoviar para o companheiro.
Cana quase caiu para trás, então logo abanou o próprio rosto, mas o tom vermelho não saía, já Laxus parecia mais calmo.
—Ok, vamos considerar isso um sim. Uhum. – Cana alcançou o potinho pra mim, peguei com cuidado e observei os papeis, tirei o primeiro de cima.
—Vamos ver. – li e sorri, foi fácil. – Qual o sabor preferido de bolo da Erza? Morango.
—Ah fofa... – Erza veio engatinhando até mim.
—Só não vai beijar ela né?- Hibiki comentou, alguns riram, por que realmente foi engraçado, mas Erza e Natsu lançaram um olhar de assassinos para ele, o mesmo calou-se.
Erza chegou até mim e me abraçou bem forte, retribui o abraço e em seguida entreguei o pote para Natsu, que estava ao meu lado.
Ele pegou um papel sem rodeios e já leu:
—Você sabe com quantas garotas Hibiki já ficou? – Natsu fez cara de quem não sabia, isso quer dizer que ele iria chutar. – Isso não vale Cana, é um número impossível de contar.
—Hhahahahaha. – todos rimos e Hibiki fez expressão de satisfeito, como se pegar várias fosse um elogio.
—Ok, vou chutar, cinco? – Natsu perguntou a Hibiki.
—Me sinto ofendido Natsu. – Hibiki disse sem se levantar. – Fiquei com nove, talvez hoje eu arredonde esse número.
Então ele piscou pra mim e eu apenas revirei os olhos.
—Muito bem, temos o primeiro erro da noite, Hibiki que mico você escolhe pro Natsu fazer? – Cana perguntou rindo.
—Cavalgar pelado. – Hibiki respondeu prontamente.
Olhei para Natsu e o mesmo olhou pra mim desconfortável, ele não queria fazer, mas foi se levantando.
—Eu discordo. – falei alto. – Acho que isso seria burlar uma das regras de Cana, seria desrespeitoso alguém cavalgar nu nos arredores da propriedade dela e, além disso, seria desrespeito com o próprio Natsu.
—Bem, seria engraçado, mas eu concordo com a Lucy. –Jellal falou.
—Eu também acho, Cana o que você declara? – Erza pediu a anfitriã.
—Concordo, Hibiki escolha outra coisa. – Cana ordenou.
—A sei lá, imite uma galinha. – o rapaz pareceu desanimado com a falta de criatividade dele mesmo.
Natsu sorriu pra mim agradecido. Então levantou-se e começou a cacarejar, foi engraçado, então ele entregou o pote a Jellal.
—Qual a cor favorita de Erza? – Jella leu e sorriu ao mesmo tempo. – Azul.
Eu jurava que era vermelho, pensei comigo mesma, mas Erza sorriu, levantou e foi até ele dar um beijo em sua bochecha, isso aí garota, vai com calma, não faz que nem o menino Laxus, Jellal é do tipo de garoto que precisa de tempo.
Ambos ficaram com vergonha, olhei feliz para Cana que me devolveu uma piscadela, o plano estava indo bem. Jellal então entregou o pote a Elfman.
—Queeeeeeeê? Como eu vou saber? – O rapaz ficou apavorado. – Qual a música favorita de Lucy?
—HhHahahaha, Cana isso é sacanagem, eu nunca falei pra ninguém. – falei rindo.
—Você fica cantarolando ela sem perceber querida, e eu conheço essa música. – Cana respondeu.
Fiquei pensando na ocasião em que eu pudesse ter ficado cantarolando All my days. Mas como Cana disse, eu nem devo perceber.
—Ahm... alguma do One Direction? - Elfman ficou envergonhado pelo chute.
—Não, não, não, desculpa Elfman, mas não sou esse tipo de garota, respeito quem gosta, mas eu não curto. – respondi honestamente.
Ele suspirou e olhou novamente para mim:
—Ok, que mico devo fazer? – ele perguntou preocupado.
—Faça um show de mimica. – respondi singelamente.
—Essa eu quero ver... – Erza disse rindo e os outros começaram a rir também quando o grandalhão, todo desajeitado começou a fazer beicinho como os verdadeiros mímicos.
Todos rimos bastante, e então chegou a vez de Evergreen, ela retirou o papel e leu em voz alta:
—O que Cana mais almeja na vida? – Evergreen leu e riu depois. – Muita bebida.
—ACERTOU MISERAVI. – Cana gritou e foi até ela dar um abraço na garota, eu fiquei um pouco surpresa com a resposta, mas vindo de Cana, tudo era possível.
—Ok, minha vez. – Freed pegou um papelzinho e leu. – Qual o dia do aniversário de Mirajane? Oito de outubro.
Mira apenas se virou para ele, pois estava do seu lado e depositou um beijo em sua bochecha, novamente não sabíamos distinguir qual dos dois estava mais vermelho.
Freed entregou o potinho sem jeito para Mira, que recebeu olhando para o chão de vergonha.
—Uhum... – ela abriu o papel e leu: - Freed é bv? CANNNNA!
—Hahahahahahaha, desculpe, ninguém mandou você tirar esse papel. – Cana falou rindo.
—Ok, sim, é bv! – ela respondeu rápido, pra quem não sabe amiguinhos, bv significa boca virgem, um termo usado pelos jovens para denominar quem ainda não beijou na boca.
Freed virou pra ela segurou em seu rosto virando pra si, e lhe deu um selinho na boca, um pouco mais demorado do que o selinho de Laxus e Cana e exageradamente mais romântico.
Quando os dois se separaram parecia que Mira iria explodir, Lisanna que estava ao seu lado tentou abanar a irmã, mas foi completamente inútil.
—Agora não sou mais. – Freed piscou para Mira e se posicionou de volta ao jogo.
—Ok, me de aqui Mira. – Lisanna pegou o papel e leu: - Elfman malha? Sim, ele malha.
—Que sem graça. – Cana comentou.
—Ok, minha vez. – Hibiki pegou um papel e leu rindo. – Lucy já foi dançarina? É claro que sim, ela tem um gingado, agora venha cá me dar um beijo.
—Hhahahaha, não Hibiki, nunca fui dançarina. – ri pois o coitado achava que eu era garota dos sonhos dele, sendo que ela estava ao seu lado. – Bem quero que vá lá fora cavalgar pelado.
—Hhahahahahahahahahhaa. – todos riram, inclusive Natsu, que olhava pra mim agradecido, mas lógico que eu não queria que ele fizesse isso, só aproveitei a oportunidade de ter vingança.
—Estou brincando Hibiki, cante uma música infantil. – pedi fazendo todos se acalmarem.
—Ok,... aham... a linda rosa junevil, juvenil... – ele começou.
—Hhahahahahahahaha não acredito, que com tantas músicas você se lembra justo dessa... – Natsu ria muito.
—Que gay cara. – Jellal falou olhando-o estranho.
—Não é nada homem essa música. – Elfman disse.
Lisanna o olhava como se quisesse lhe dar uns tapas.
—Ok, minha vez, fiquei até emocionada com o talento do nosso colega. – Erza disse e pegou um papelzinho. – Ohhh, essa é interessante. Lucy é bv?
—Ahh, qual é Cana, por que tantas perguntas sobre mim? – perguntei a moça que estava toda disfarçada.
—Achei que seria legal conhecermos você melhor. – ela se desculpou.
—Ok, depende o que eu disser você não vai vir me beijar não é? – Erza pediu rindo.
—Depende. – pisquei pra ela na bobeira.
—Bom eu acho que você não é bv. – Erza respondeu, e bingo ela acertou.
Fui até ela gatinhando e a abracei bem forte.
—Sua safadinha, quem já beijou essa boca carnuda? – Cana pediu.
—Isso não faz parte do jogo. – sorri piscando pra ela.
—Qual é todos sabem que você e o Natsu já se pegaram. – Lisanna comentou e o silêncio instalou-se na sala.
Olhei para Natsu e ele estava um tanto triste, até ignorou o comentário da albina, que geralmente ele revidaria.
—Lisanna, querida. – chamei sua atenção. – Por respeito aos seus irmãos que estão presentes e a dona da casa, eu não levanto meter a mão na sua cara, mas saiba que depois que sairmos daqui, você não deveria se meter no meu caminho.
—Uuuuuuuuu... – Cana e Erza fizeram o mesmo barulho.
A albina ficou quieta e Cana deu continuação à programação da casa satisfeita que mais alguém no grupo era capaz de calar a albina caçula.
—Vamos fazer um jogo diferente agora, esse está ficando perigoso. – ela se levantou e foi buscar todos os tipos de condimentos, grãos e bebidas que ela tinha e despôs sob o centro da roda.
—O que você planeja? – Erza perguntou estranhando.
—Bem vamos continuar com as mesmas perguntas, mas quem acertar pode seguir em frente ou tomar algo que queira, agora quem errar. – ela sorriu maldosamente. – O outro terá que escolher uma mistura pra quem responder beber.
—Isso será nojento. – Mira exclamou.
—Já deixem uma bacia pra quem quiser vomitar. – aconselhei vendo o rosto do pessoal.
—Minha vez. – Cana disse sorrindo ao pegar o papel. – Quem é o melhor amigo de Natsu?
Nunca me perguntei isso, olhei para ele e o mesmo estava indiferente, como se todos soubessem.
—Bem, até esses dias eu diria que era o Jellal. – Cana respondeu. – Mas agora eu chuto que seja a Lucy.
—Errado. – Natsu respondeu meio seco. – É o Jellal.
—Ai, parece que finalmente você levou uma nos dedos agora hein loira. – Lisanna quis me provocar, mas foi ela quem levou.
—Desculpe, mas não me senti ofendida querida, eu conheço Natsu á apenas um mês, é todo direito dele confiar e ter um amigo de mais tempo, você que deveria se sentir ofendida, já que foi a namorada dele. – respondi sendo totalmente sincera.
—MAIS UM PONTO PRA LOIRA. – Erza e Cana foram à loucura, levantaram e começaram a pular no lugar e gritavam para os animais lá fora.
Todos riram, exceto Natsu, ele estava estranho, teria que conversar com ele depois.
—Ok, Natsu o que devo tomar? – Cana perguntou se acalmando.
—Leite, açúcar e Ketshup. – Natsu respondeu sorrindo discretamente.
—Ah merda. – Cana falou e depois de colocar leite e açúcar no copo, apertou o ketshup que aparentava estar vencido junto com o líquido. – Eu vou me arrepender desse jogo idiota.
—Você que inventou. – Erza exclamou.
—Eu sei, por isso o arrependimento. – Cana disse e tomou um golão e conforme eu previ, ela quis vomitar, subiu correndo para o banheiro e só escutamos a descarga. Então ela voltou e entregou o potinho pra mim.
Peguei e tirei um papel, li primeiro pra mim em pensamento e xinguei Cana mentalmente, por que tinha que sobrar pra mim isso?
—Ok, Jellal gosta da Erza? – eu li e olhei para ambos, adivinhem, estavam super vermelhos, ambos sabiam a resposta, mas não queriam ouvi-la.
O que eu poderia responder que não causasse desconforto nos dois, se bem que se eu responder que não, Erza irá ficar chateada e eu erraria, se eu responder que sim, Jellal vai ficar bravo talvez pois de repente ele queria falar com ela a sós sobre isso, e agora?
—Não temos a noite toda Lucy... – Cana me advertiu, olhei pra ela e vi em seus lábios o sorriso maléfico de um cupido das trevas.
—Ok, eu juro que não sei de detalhes, mas... – tentei amenizar o máximo possível e dar um empurrãozinho amigável na relação. – Pelo jeito como ambos estão se afastando sempre, se xingando e tal, no fundo se preocupam um com o outro, então eu acho que sim, ele gosta da Erza.
A ruiva parou de respirar, era agora ou nunca a verdade, então Jellal baixou a cabeça e demorou um tempo para levantar, quando conseguimos vislumbrar seu rosto vimos o tom vermelho instalado em cada canto de seu rosto, a tatuagem vermelha quase nem aparecia.
—Lucy está certa... – o rapaz conseguiu desabafar, enfim ficou mais tranquilo que antes, até me disse um obrigado por leitura labial, sorri e olhei para Erza, a mesma estava com um sorriso bobo no rosto, ela sabia que isso significou mais do um sim pra ela, era um certeza e que ele queria ela de volta.
Ainda bem que Lisanna não se importava muito com a situação, então não comentou nada e o restante do pessoal decidiu respeitar o silêncio do casal, então seguimos com o jogo.
Natsu pegou um papelzinho e leu um pouco revoltado:
—Lisanna é virgem? – Natsu olhou pra Cana crucificando a moça pela pergunta, a mesma encolheu os ombros negando que era culpa dela, então o rapaz olhou para a albina referida e depois baixou a cabeça. – Não.
—Nossa Natsu, o que você pensa de mim... – Lisanna pareceu se sentir ofendida. – Eu sou virgem sim.
No fundo pareceu que Natsu ficou aliviado que tinha que beber alguma mistura, e por mais estranho que fosse, também gostei que ele errou, iria ser estranho e constrangedor se ele dissesse que ela não era e ter acertado, iria parecer suspeito a confirmação dele, enfim, não ligue para o que eu estou pensando, não faz sentido.
—Pode beber cachaça, leite, suco de limão e vinagre... – Lisanna olhava para ele com rancor, como se quisesse vingança e desejasse que o rapaz passasse mal.
Natsu bebeu sem reclamar, como eu disse, ele parecia satisfeito de ter errado a resposta. Mas logo a mistura fez efeito em sua barriga e ele usufruiu da bacia que eu mencionei que deviam utilizar para não correr até o banheiro, se bem que eu estava brincando, aquilo iria ficar cheirando mal ali, ah homens às vezes são porquinhos.
—Ok, minha vez. – Jellal pegou um papel rapidamente e leu: - Qual a bebida favorita de Cana?
O garoto deu uma estudada no ambiente pra ver se achava alguma pista, e tudo o que viu foi o vinho que estava disposto, então resolveu chutar.
—Vinho..? – ele pronunciou receoso com medo de errar, com razão, pois tenho medo da mistura que Cana possa inventar.
—Nops, é a marvada pinga... hahahaha. – Cana ria do próprio comentário. – Ok, pode mistura o vinho que você tanto quer, com um pouco de limão, sal, farinha, um ovo cru e mostarda.
—Uou. – Jellal ficou espantado, mas ao mesmo tempo suspirou, pois não havia nada que pudesse fazer. Bebeu o liquido pastoso e rapidamente pegou a bacia que Natsu havia usado para despejar tudo de volta. Que brincadeira mais nojenta Cana.
—Passa pra cá, para um verdadeiro homem. – Elfman pegou com nojo a caixinha de papeis. – De quem Evergreen gosta?
Quando o homem se tocou do que acabará de ler, adotou uma expressão de pura vergonha, Evergreen também não conseguiu disfarçar, então olhou para o outro lado, ficando de costas para o grandalhão.
—Bem, a moça gosta de mim... – Elfman falou quase engasgando com o próprio ar que segurava, admito, ou melhor, todos admitem que ficaram surpresos com a coragem do rapaz em falar isso a toda boca cheia.
—Então Evergreen, ele acertou? – Cana chamou a atenção da moça, louca pra saber a resposta.
A moça virou toda delicada e podemos notar o rosa estampado em sua bochecha, e tudo o que ela conseguiu fazer foi afirmar com a cabeça, rapidamente Elfman abriu o maior sorriso de todos, mas não tocou nela e muito menos falou algo, apenas ficou na dele, ele sabia que haveria uma oportunidade de conversarem a sós.
Sorri pra eles, formavam um belo casal, de verdade, então a moça ainda envergonhada pegou um papel e leu com a voz ainda embaraçada:
—_Qual a cor favorita de Mira? – com isso Evergreen deixou a expressão envergonhada para em pânico, no mínimo ela não tinha ideia de que cor a albina gostava. – Ahm... branco?
—Não, me desculpe Eve... – Mira falou toda nervosa, pelo jeito eram boas amigas. – Mas não se preocupe, vou fazer uma mistura bem fraquinha...
—Negativo. – Cana disse séria. – As regras são claras, precisa ser no mínimo três ingredientes.
—Você inventou essa regra agora... – Argumentei com a cartomante.
—Sim, mas mesmo assim terá que ser seguida.. – Cana disse sorrindo maleficamente.
—Desculpe Eve. – Mira pegou suco de limão com sal e um pouco de nescau e deu pra moça beber, a mesma tomou um gole esperando que não fosse tão ruim, mas ao engolir, seu rosto se contraiu inteiro, aquilo devia estar horrível, mas a mesma conseguiu não vomitar.
—Então... – Freed era próximo, ao pegar o papel ele também entristeceu, acho que todos estavam com azar hoje. – Qual a comida preferida de Lucy? Poxa isso é muita sacanagem, eu nem conheço a moça.
—Azar o seu. – Cana respondeu simplesmente. – Podia ter pego um papel de quem conhecesse melhor asno.
—Ah... – Freed iria discutir, mas logo percebeu que Cana estava tirando com sua cara. – Sei lá chocolate?
—Não hahaha. – neguei e ri, pois o coitado estava apavorado pensando no tipo de mistura que eu seria capaz de fazer. – É pizza!
—Sério? – Natsu pediu olhando impressionado para mim.
Confirmei com a cabeça e olhei para os ingredientes pensando o que eu poderia usar.
—Pode ser leite, com limão, sal, vinagre, chocolate em pó e ketshup. – sorri maldosa, isso iria dar uma tremenda dor de barriga depois.
—A conclusão que cheguei de vossa senhoria, é que é uma pessoa muito perversa senhorita Lucy. – ele falou olhando com dor para o copo no qual eu misturei tudo.
Então bebeu e logo se mandou pra cima no banheiro.
—Acho que a bacia está cheia hahahahaha. – Cana disse olhando para o resultado da brincadeira.
—Certo. – Mira foi pegando outro papel e também se desanimou. – Ah... Quantos namorados Lisanna teve?
—Você é irmã dela, tem que saber! – Erza comentou.
—Vish. – Jellal exclamou. – a própria menina já deve ter perdido a conta.
—Não é pra tanto gente. – todos olharam surpresos pra mim, pois parecia que eu estava defendendo a albina. – Nem tem tantos habitantes aqui em Magnólia.
—Hahahahahahaha. – todos riram, exceto a menina a quem a pergunta se referia.
—Muito engraçado, o que eu posso fazer se sou cobiçada por todos, não é Natsu? – ela disse toda convencida.
—Uuuuuuuhhh. – Hibiki fez o som.
Aquilo doeu mais do que eu imaginava, por quê?
Olhei para Natsu e o mesmo olhava para o chão, como se tivesse arrependido de algo, que é claro que eu imaginava que era relacionado a menina, ele só podia gostar ainda dela por se importar tanto. Você merecia mais amigo.
—Certo Mira, tem que responder. – Cana disse quebrando o clima tenso.
—Ahm uns cinco? – a moça toda tímida chutou.
—Ahhhhhh qual é Mira? – Lisanna parecia ter se ofendido.
—Menos? Desculpe, não quis exagerar. – Mira piscava nervosa.
—Foram dezoito. – Lisanna respondeu um pouco emburrada.
—De onde tirou tanta gente? Pegou os senhorzinhos de idade? Que nojo. – Jellal exclamou, todos fizeram som de nojo e riram logo em seguida, mas fazia sentido à dúvida de Jellal, pois haviam apenas cinquenta habitantes em Magnólia e nem todos os rapazes de sua idade teriam ficado com a garota.
—Eca Jellal, foi nas excursões que vieram, eles amam ficar com uma garota de fora, já peguei cada gatinho. – Lisanna respondeu com maior orgulho, como se estivesse abafando, olhei para Natsu e ele parecia mais deprimido ainda, também, saber que a menina por quem você já foi apaixonado é em outras palavras liberada, não deve ser fácil.
As excursões que Lisanna estava se referindo, mamãe deve ter vindo numa delas, há muito tempo atrás.
—Ohhh poderosa, pode escolher a mistura pra sua irmã. – Cana disse achando ridículo o jeito da Caçula dos Strauss.
—Ah sei lá, não vou escolher nada, tipo ela é minha irmã, não posso. – Lisanna se negou a falar uma mistura.
—Olha, ela tem sentimentos. – Natsu disse olhando friamente para a menina.
—Bem, eu posso escolher então no lugar dela? – Hibiki pediu.
—Tanto faz. – Cana disse erguendo os ombros, mas logo que viu que fez cagada.
—Ok, leite, mostarda, maionese, pimenta, açúcar, manteiga e limão. – o rapaz misturou tudo e alcançou o copo para a albina mais velha.
—Ah Cana.. – Mira chamou atenção da amiga. – Será que podemos trocar de jogo? É que estão todos vomitando já, e não é legal virmos na casa de um amigo pra vomitar.
—Sério? – Cana perguntou olhando para os outros se estavam de acordo com a ideia.
—Acho melhor sim. – Erza dizia olhando pra Mira e vendo que a menina iria vomitar se tomasse a mistura que Hibiki pediu.
—Ok, mas infelizmente você terá que tomar ainda Mira, desculpe, senão seria injusto com os demais que já beberam. – Cana fez cara de arrependida e sorriso falso de consolo.
—Tudo bem. – Mira olhou para a mistura no copo e lamentou por seu estomago.
—Errr... – Exclamei junto com todos quando ela bebeu, mas antes de vomitar ela conseguiu subir as escadas e ir até o banheiro assim como Freed pra que ninguém visse nada, acho que os dois não iriam se beijar de novo tão cedo.
—Bem, então já que todos concordaram, vamos fazer uma pausa de jogos e comer o que quiser, afinal as coisas que a Lucy fez devem estar uma delicia não é? – Cana disse e começou a pegar as misturas da sala e levar para a cozinha, eu e Erza fomos ajudar ela, enquanto Jellal e Natsu deram um fim na caca que ambos fizeram na bacia. – Como vocês estão?
—Em que sentido está se referindo? – Erza perguntou.
—Aos beijos e declarações ué... – Cana respondeu um pouco corada.
—Me senti feliz, mas ao mesmo tempo estou com medo de falar com ele... – Erza respondeu roendo as unhas.
—Bem, vocês tem uma folga agora, vai lá e aproveite para esclarecer as dúvidas. – Eu mencionei. Erza concordou e foi em busca do amor dela. – E você Cana o que vai fazer? Você recebeu um beijão...
—Não sei, vamos ver o que ele vai dizer, você me ajuda a levar o bolo e as coisas pra sala? – Ela pediu e já fui pegando o restante, levamos pra sala e logo Lisanna tinha que soltar seus comentários ridículos.
—Foi tudo você que fez? – ela pedia fazendo cara de nojo para a comida.
—Sim, foi tudo eu, mas relaxa, não coloquei veneno, enjoada. – respondi já comendo um bolinho.
—Então não vou comer nada. – ela ergueu o nariz e olhou para Hibiki fazer os mesmo, mas o rapaz já estava com a boca cheia assim como todos ali presentes e pela expressão, estava satisfeito com a comida.
—Está delicioso. – ele disse ainda mastigando. Lisanna ficou emburrada e foi até a janela.
Olhei para Natsu e o mesmo olhava pra ela, então resolvi tomar alguma providência.
—Por que não vai até ela? – perguntei a ele quando me aproximei o suficiente.
—Do que está falando? – ele perguntou levantando uma sobrancelha.
—Vi que você ficou reparando nela a festa inteira, digo, sei que você disse que não gostava mais de Lisanna, mas não precisa mentir pra si mesmo, vejo que você há cuida o tempo todo... e... quando ela menciona outros garotos... você fica depressivo... – eu dizia, mas no fundo eu sentia muita dor em dizer aquilo, não entendo, eu era amiga de Natsu, precisava aconselhar ele quando o mesmo estava perdido, mas por que doía tanto dizer a ele pra investir em alguém?
—Você entendeu tudo errado! – Natsu disse rindo um pouco. – Não é por ela que estou assim, digo quando ela conta essas coisas, eu só tenho que agradecer por ter me afastado dela o quanto antes.
—Então por que está abatido? – perguntei preocupada, mas aliviada ao mesmo tempo sem saber que o mesmo não tinha sentimento algum pela albina mais.
—Bem... – Natsu começou, e coçou a nuca. – É que eu penso que você também deve ter tido os seus namorados...
Ergui uma sobrancelha pra ele, como assim?
—E o que isso tem? – perguntei sem entender seu comentário.
—É que... é difícil pensar que... bem.. que outro cara já encostou em você... – Natsu estava um pouco envergonhado.
—Está parecendo o meu pai. – comentei rindo, mas ele não riu, ele estava falando sério, e pelo jeito como estava triste e um pouco bravo ao mesmo tempo, meu próprio pensamento de antes veio em minha mente. Saber que a menina por quem você já foi apaixonado é em outras palavras liberada, não deve ser fácil.
—Espera... você..? – eu não sei por que diabos eu iria pedir se ele me achava liberada, mas por sorte ou não, Erza me interrompeu aos berros, quando me viro e vejo o porquê de tanta euforia, não pude me conter.
—Êooooooohhhhh... uhuuuuulll. – fui até Erza, e até Mira se juntou a bagunça.
Sim, o que nós todos estávamos testemunhando era o beijo mais ardente que você já imaginou ou viu no cinema, entre Laxus o loiro ousado e frio e Cana, nossa cartomante bêbeda.
Um pouco mais afastado vi Natsu sorrindo ao ver a cena, como se almejasse isso também, e por efeito de amor no ar ou o clima de agarração, minha imaginação me levou a situação em que Natsu me beijava como Laxus e Cana estavam se beijando.


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